Polícia investiga ativistas ‘profissionais’

Sugerido por Pedro Penido dos Anjos

Do O Globo

Polícia vai pedir quebra de sigilo bancário de ativistas ‘profissionais’

Investigadores querem rastrear supostos pagamentos a manifestantes que teriam sido contratados pelo PR

Luiz Ernesto Magalhães

Sérgio Ramalho

RIO — A Polícia Civil vai pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário de Sebastião Rodrigues Machado Júnior, o Nayt, assessor do deputado estadual Geraldo Pudim (PR), e de outros suspeitos de envolvimento no recrutamento de ativistas “profissionais” para a realização de atos como o Ocupa Cabral e Ocupa Câmara. Conforme O GLOBO revelou neste domingo, uma investigação iniciada há cinco meses levantou evidências de que Nayt atuou como interlocutor entre integrantes do PR — presidido no Rio pelo deputado federal Anthony Garotinho — e um grupo de manifestantes. Pelo menos seis deles vieram de estados das regiões Norte e Nordeste, inclusive Jair Seixas Rodrigues, o Baiano, preso sete vezes desde o início dos protestos na cidade.

Com a quebra do sigilo bancário dos suspeitos, a polícia espera rastrear supostas remessas de dinheiro para ativistas “profissionais”, que, de acordo com investigadores, compravam alimentos, barracas e passagens para grupos de manifestantes, além de cobrirem outros custos. Um dos beneficiados teria sido Baiano, que, detido por desacato e danos ao patrimônio, acabou sendo solto após o pagamento de fianças. Preso pela última vez durante os distúrbios de 15 de outubro, ele permanece na cadeia sob as acusações de atear fogo a um ônibus e de depredar um carro da PM.

Coordenada pelo Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), a investigação sobre os ativistas “profissionais”, realizada em conjunto com a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e a Coordenadoria de Informações e Inteligência (Cinpol), inclui depoimentos de Anderson Harry Grutzmacher, ex-militante do PR que denunciou um suposto esquema de recrutamento de manifestantes.

Secretário do PR confirma encontro

Anderson chegou a gravar conversas com o secretário-executivo do PR, Fernando Peregrino, e outros integrantes da cúpula do partido. Num diálogo de quase meia hora, eles discutem a contratação de manifestantes para um protesto em frente à casa do senador Lindbergh Farias (PT). Ontem, Peregrino confirmou que se reuniu com Anderson, mas disse não se lembrar do teor da conversa. Ele negou que o PR pague pessoas para se infiltrar em manifestações:

— Não existe isso de o partido pagar militantes. As manifestações de rua ocorreram pela insatisfação com os governos e os políticos. No Rio, o alvo é o governador Sério Cabral, e nosso partido também discorda da maneira como ele governa. Para mim, esse Anderson é que pode ser um infiltrado político, possivelmente ligado ao PMDB.

No domingo, o GLOBO voltou a procurar Geraldo Pudim e Nayt, mas eles não atenderam as ligações. Em nota divulgada numa rede social, Nayt negou conhecer Baiano e Anderson. No texto, ele se apresenta como militante do movimento negro e “ativista da questão racial negra com destaque para a questão quilombola”. Para Nayt, a reportagem tenta usá-lo para atingir o deputado Anthony Garotinho. A deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), que era presidente da Juventude do PMDB quando Nayt comandava a executiva Afrobrasileira do mesmo partido, também não retornou os telefonemas.

Garotinho não quis dar entrevistas. Segundo sua assessoria de imprensa, o que ele tem a dizer sobre o assunto está em seu blog. Pela internet, o ex-governador afirmou que a direção de seu partido não financiou qualquer grupo para participar de manifestações. “Se alguém o fez, foi por conta própria, e tem o direito de fazê-lo e arcar com as consequências”, afirma Garotinho num trecho do comunicado.

O corregedor da Assembleia Legislativa, deputado Comte Bittencourt (PPS), disse que ainda não encontrou elementos que comprovem o envolvimento de Geraldo Pudim nas supostas contratações de ativistas “profissionais”. Porém, ele informou que pretende se reunir com o parlamentar para esclarecer a situação.

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Sem-teto foi três vezes aos EUA em 15 meses

Viagens chamaram a atenção da polícia que investiga ação de ativistas ‘profissionais’

Ele é suspeito de atuar com ‘ativista profissional’ desde o início da onda de manifestações

Sérgio Ramalho

RIO – Suspeito de atuar como “ativista profissional” em atos como o Ocupa Cabral e Ocupa Câmara, Jair Seixas Rodrigues, o Baiano, de 37 anos, esteve três vezes nos Estados Unidos num período de 15 meses, segundo dados da Seção de Fiscalização do Tráfego Internacional da Polícia Federal. A frequência das viagens de Baiano ao exterior despertou a atenção de agentes da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) e da Coordenadoria de Informações e Inteligência (Cinpol) da Polícia Civil, que investigam o caso.

Preso sete vezes desde junho, quando teve início a onda de manifestações na cidade, Baiano admite não ter uma ocupação formal nos registros feitos nas três delegacias por onde passou. Com o segundo grau incompleto, ele se identifica como ativista da Frente Internacionalista dos Sem-Teto (Fist), o que não lhe garante uma renda. Por isso, a polícia tenta identificar a origem dos recursos do suspeito, que permanece preso na Cadeia Pública Bandeira Stampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste.

O levantamento feito junto à PF com base no passaporte mostra que Baiano viajou para os EUA em 25 de maio de 2010, retornando ao Brasil menos de um mês depois. O ativista voltou à América do Norte outras duas vezes, a última em 6 de agosto de 2011. Conforme O GLOBO revelou domingo, Baiano é suspeito de integrar um grupo, juntamente com outras cinco pessoas vindas de estados das regiões Norte e Nordeste, de “ativistas profissionais”, que receberiam dinheiro para atuar em protestos.

Baiano foi preso pela primeira vez em 2 de julho, acusado de depredar patrimônio público durante o Ocupa Cabral, no Leblon. Depois, ele voltou a ser preso outras seis vezes sob a acusação de desacato, agressão, desobediência e de atear fogo a um coletivo e a uma patrulha. A polícia tenta rastrear a origem do dinheiro usado no pagamento de fianças do ativista.

Redação

11 Comentários

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  1. Bullshit

    Mais uma matéria para incrementar a eterna cruzada das Organizações Globo contra o Garotinho. Todo dia tem pelo menos uma martelada no nome do Garotinho; seja no jornal impresso, seja na TV.

     

    Ninguem questiona quando o governo pagou onibus para trazer manifestantes de várias partes do Estado para o protesto do “O Petróleo É Nosso”. Agora arrumar militante pago no “Ocupa Cabral”, o jornal “O Globo” faz rapidinho…

    1. Mas a matéria é mentirosa? Se nao é, n importa ser da Globo

      Desde quando as manifestaçoes ainda eram pacíficas que falo da infiltraçao dos aliados a Garotinho, que me foi apontada por uma aluna que vive na Zona Oeste. 

  2. ………  como iniciativa

    ………  como iniciativa nota dez.  como alardeamento nota zero.

     

    o q essa noticia estah fazendo aqui: dando alerta para os bandidos fugirem !!!

  3. Qualquer coisa que saia nesse

    Qualquer coisa que saia nesse pasquim panfletário como notícia, é para nós não  levarmos em conta.  Como dizia Brizola, tudo ali é tendencioso.

  4. Globo e Cabral tudo a ver

    Blog do Garotinho

     

    10/11/2013 12:47Farsa do Globo tenta culpar PR pelos protestos contra Cabral

    Mais uma vez as organizações Globo tentam iludir o povo do Rio de Janeiro com uma reportagem ridícula, publicada hoje em seu jornal Globo, que se transformou no diário oficial de Sergio Cabral e da Gangue dos Guardanapos. Tentam fazer com que o povo acredite que as manifestações do Rio foram orquestradas por militantes do PR. Até gostaria de ter a capacidade de colocar na rua aquelas milhares de pessoas que espontaneamente foram protestar contra assuntos tão diversos, inclusive contra a própria Globo e os partidos políticos. Como em todo o Brasil, o movimento rejeitou a presença ou vinculação com qualquer partido. A reportagem afirma que militantes do PR participaram das manifestações. Isso pode ter acontecido, como também participaram delas militantes do PT, do PSOL, PMDB, gente de todos os partidos e gente que não simpatiza por partido nenhum. 

    O Partido da República manifestou-se claramente sobre os episódios em todo o Brasil. Apoiou as manifestações e suas bandeiras, entre elas, fora Globo, e repudiou qualquer violência praticada pela polícia ou por qualquer grupo participante da manifestação. O PR por intermédio de sua direção não financiou nenhum grupo para participar de movimento ou ocupação na porta do governador Sergio Cabral. Se alguém o fez, foi por conta própria, e tem direito de fazê-lo e arcar com as consequências. 

    Como presidente estadual do PR, repúdio as mentiras publicadas na edição de hoje de o Globo, apoiadas, segundo a reportagem, em investigações da Secretaria de Segurança, a mesma que até hoje não conseguiu descobrir onde está o corpo do pedreiro Amarildo mas, que a pedido do seu chefe Cabral, já teria conseguido identificar que o PR teria financiado manifestações. Fantasia? Delírio? Ou desespero? As Organizações Globo trabalham pra encontrar um culpado para o desgaste de Cabral que esconderam durante tanto tempo. Se existe alguém culpado é a Globo que recebeu dos cofres do estado mais de R$ 700 milhões do governo de Cabral para engordar as contas dos seus donos e ajudá-los a subir no topo dos mais ricos do mundo às custas dinheiro público.   

  5. Globo e Cabral/Paes tudo a ver
    Blog do Garotinho 10/11/2013 12:06 Evento do Globo ganhou milhões de Cabral e PaesReprodução do Informe do DiaReprodução do Informe do Dia

    O que a nota do Informe do Dia não diz é que o evento Rio Gastronomia foi promovido pelo jornal O Globo. Paes deu R$ 3 milhões e Cabral concedeu incentivos fiscais. Foi mais uma farra com o dinheiro público. É assim que Cabral e Paes compram blindagem e garantem ataques aos seus adversários, atualmente eu sou a prioridade número um, afinal lidero as pesquisas para o governo estadual. Com todo o respeito dar R$ 3 milhões mais incentivos fiscais para um evento de gastronomia é um abuso inaceitável. 

     

  6. Além de Garotinho, há várias outras infiltraçoes

    Do tráfico. Das milícias. Da POLÍCIA. Dos Anonymous e “ChangeBrazis” da vida; etc, etc e tal. Há de tudo nos ativistas, até alguns bem intencionados.  

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