Presidente do Senado ocultou bens da Justiça Eleitoral

Desde 2002, Davi Alcolumbre (DEM-AP) afirma ter poucos ou nenhum bem, mas o que os registros em cartórios revelam é o contrário

Jornal GGN – O presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) ocultou patrimônio em suas declarações à Justiça Eleitoral. A investigação é do jornal Folha de S.Paulo, apontando que nos anos em que concorreu à deputado federal e a senador, os bens declarados à justiça não foram os mesmos encontrados nos registros cartoriais de Macapá.

A família de Alcolumbre, que iniciou a vida como vereador na capital do Amapá, em 2001, e no último dia 2, ao derrotar Renan Calheiros (MDB-AL), alcançou uma projeção política inédita em sua carreira, tem um patrimônio elevado no Estado: mais de cem imóveis, postos de gasolinas, retransmissoras das TV SBT e Band e empresas.

A reportagem da Folha destaca que, nos discursos eleitorais desde 2002, Davi afirma aos eleitores que tem poucos bens. Em alguns casos chegou a dizer não ter nenhum. Mas o que os registros em cartórios revelam é o contrário. 

Em 2002, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez, Alcolumbre declarou à Justiça Eleitoral não ter nenhum patrimônio. Naquele ano, porém, ocultou um lote que havia adquirido nos anos 90, de 345 metros quadrados no Residencial Parque Irmãos Platon, a 6 quilômetros do centro de Macapá.

Em 2006, quando é reeleito, Davi declarou ter R$ 130 mil reais em patrimônio. Os bens eram uma lancha, uma picape e uma Kombi. Naquele ano ele novamente ocultou imóveis da justiça, dessa vez dois lotes. O segundo foi adquirido também no Residencial Parque com o mesmo tamanho (375 metros quadrados), contíguo ao que já possuía.

Em 2010, quando reeleito para seu terceiro mandato, Alcolumbre “desaparece” com todos os seus bens, declarando à Justiça não ter mais nenhum patrimônio. Entretanto, naquele mesmo ano, os cartórios do Amapá continuavam com os registros dos dois lotes adquiridos no Residencial Parque Irmãos Platon.

Em 2012, ao candidatar-se a prefeito de Macapá, voltou a declarar à Justiça Eleitoral não ter nenhum patrimônio. Entretanto, em 2011, o político havia registrado a aquisição de um terceiro lote de 375 metros quadrados no Residencial Parque. Em março de 2012, ele registrou a construção de uma casa de 179 metros quadrados no terreno. Além disso, ele adquiriu, em janeiro de 2012, uma casa na avenida Acelino de Leão, 1061, em Macapá, por R$ 585 mil.

No mesmo ano, ele fez uma transação comercial imobiliária adquirindo um quarto lote no residencial Parque Irmãos Platon, vendido poucos meses depois.

Em 2014, quando é eleito senador pelo estado do Amapá, Alcolumbre declaração ter um único bem na avenida Odilardo Silva, 2105, em Macapá, no valor de R$ 585 mil. O que chama a atenção é que o imóvel não está registrado em seu nome, mas no do irmão Alberto Samuel Alcolumbre Tobelem.

Já, em 2018, quando concorreu ao governo do Amapá, mas não venceu, declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 770 mil, a soma da casa de R$ 585 mil (em nome do irmão) com o dinheiro que tinha no banco. No entanto, em 2016 o político registrou em cartório a compra de mais dois lotes, de 450 metros quadrados cada.

Em resumo, constam hoje nos cartórios do Amapá que Davi possui 5 lotes de terras e uma casa, ocultados da Justiça Eleitoral.

Como Alcolumbre se defende

A assessoria do senador disse à reportagem da Folha que os “os bens mencionados na matéria foram declarados aos órgãos competentes”. Quanto ao imóvel em nome do irmão, disse que houve erro na Justiça Eleitoral e que, na verdade, o registro deveria ser do imóvel comprado em janeiro de 2012, na avenida Acelino de Leão, 1061, em Macapá.

Procurada, a assessoria da Justiça Eleitoral explicou que um engano do próprio sistema seria impossível, porque os dados são inseridos pelos partidos políticos ou pelos próprios candidatos.

As discrepâncias identificadas pela Folha não necessariamente causarão danos políticos ao presidente do Senado. Isso dependerá do Ministério Público Eleitoral decidir abrir ou não um processo pedindo a retificação na declaração de bens, se o órgão entender que houve irregularidade.

Caso isso aconteça, o senador terá que atualizar os dados apresentados na eleições de 2018 e a retificação não significará que a Justiça Eleitoral aceitará a nova declaração de bens.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

Redação

2 Comentários

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  1. Qualquer semelhança do Alcolumbre com o sujeito da piada a seguir contada é mera coincidência.

    Vamos à piada.

    Um bêbado chegou num buteco e falou pro garçom:
    – Me põe cinco pinga.
    O garçom botou as 5 pingas pro bêbado. Então o bêbado tomo as pingas e falou pro garçom:
    – Agora me põe quatro.
    O garçom botou as 4 pinga e o bêbado as tomou .
    – Agora me põe três.
    Depois de beber, ele pediu ao garçom:
    – Agora me põe duas.
    Por último o Bêbado pede ao garçon:
    – Agora me põe só uma. Depois de tomar a pinga, o bêbado falo pro garçom:
    – Caramba, quanto menos eu bebo mais bêbado eu fico.

    Quanto mais o Alcolumbre enriquece, mais pobre ele fica.

    Nesse ritmo imobiliário, o Alcolumbre vai acabar deixando o Flávio Bolsonaro prá trás.

    Cadê o Queiroz?

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