Presidentes das Centrais Sindicais avaliam Dia Nacional de Luta

Foto: Nacho LemusJornal GGN – O Dia Nacional de Luta convocado por oito Centrais Sindicais em conjunto com outros movimentos sociais, gerou mobilizações em centenas de cidades por todo o país. A principal concentração dos manifestantes aconteceu na Avenida Paulista, onde um grupo de manifestantes caminhou em direção à Praça Roosevelt.

O presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, disse que os participantes do Dia Nacional de Luta foram muito organizados nas mobilizações. Ele divulgou que os trabalhadores tiveram importante adesão com fábricas paradas e mobilizações por todo o Brasil. “O Brasil precisa entender que, neste momento de desenvolvimento econômico, é um erro as demandas dos empresários serem atendidas e as nossas não”, disse.

Em entrevista ao Jornal GGN, Paulo Pereira da Silva, explicou que as manifestações que marcam o Dia Nacional de Luta visam chamar a atenção da sociedade sobre a Pauta Trabalhista, que inclui o fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho, reajuste para os aposentados, mudanças na equipe econômica, mais investimentos para a saúde e educação e a rejeição do Projeto de Lei 4.330, de 2004, que amplia a terceirização e flexibiliza direitos trabalhistas. Ele diz que a central sindical avaliou que as reivindicações feitas não estavam sendo atendidas e, por isso, a decisão pelas manifestações.

O presidente da CUT criticou o Congresso Nacional, por ser o responsável pela falta de avanço na discussão das demandas dos trabalhadores. “Todas as nossas propostas têm de passar por lá e tem coisa parada há anos. No caso do governo federal, temos negociações andando. O governo não consegue resolver diretamente, mas é um instrumento para pressionar a base aliada no congresso”, avalia.

Foto: Nacho Lemus

Freitas destaca que, além das pautas comuns, o sindicato luta também por outras demandas da sociedade. “Quando estamos na rua, pensamos o Brasil para a sociedade e o cidadão, além dos trabalhadores. A sociedade está cansada da não prestação de serviço público, quer transporte, educação e saúde de qualidade”, apontou.

Freitas explica que todos os temas passam pela discussão de uma reforma tributária que aumente a progressividade do sistema. “Sem tributar grande fortuna e grande renda não teremos recursos para serviços. A proposta da CUT é uma reforma em que o rico pague mais e o pobre pague menos. Os impostos dos ricos devem financiar investimentos em políticas públicas de qualidade”, defende.

Freitas ressaltou também a importância da reforma política. “É uma proposta da CUT há anos. Propomos o fim do financiamento privado de campanha, voto em lista, proporcional, sem emenda individual no Orçamento, propomos que se repense o papel do Senado. E o plebiscito é o instrumento de consulta para que a sociedade possa se manifestar. Hoje o povo só participa a cada quatro anos, nas eleições. A sociedade tem de discutir o que ela quer e ser ouvida.”

Freitas observou que as manifestações dos últimos meses cobram por mudanças estruturais e progressistas. “O cenário é positivo, as pessoas clamam por mudanças progressistas, e não redução da maioridade penal, preconceito contra a opção sexual nas pessoas, como apareceu por aí. É uma correlação de forças, não precisamos ter medo disso, precisamos ter debate acontecendo na rua, e não preso no Congresso Nacional.”

Redação

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