Senado impõe derrota à Dilma rejeitando Guilherme Patriota para a OEA

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Dilma Rousseff (PT) comemorou nesta terça (19) a aprovação de Luiz Fachin para o Supremo Tribunal Federal pelo Senado, mas não teve a mesma sorte com o seu indicado para a OEA (Organização dos Estados Americanos), Guilherme de Aguiar Patriota. O diplomata perdeu por causa de um voto – foram 37 favoráveis e 38 contrários. Nos jornais, a derrota foi encarada como uma mensagem à presidente.

“É a primeira vez na história que um diplomata de carreira é rejeitado pelo Senado. Eu acho lamentável”, disse Lindbergh Farias (PT), que atribuiu a rejeição a disputas entre partidos. Cristovam Buarque (PDT) também lamentou a rejeição, destacando que Patriota é um profissional de carreira, e não uma indicação política. “Eu lamento muito que tenhamos usado a soberania desta maneira. Considero que foi um equívoco”, disse, segundo informações da Agência Senado.

A oposição ao governo Dilma  – que se destaca, inclusive, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, na figura do presidente Aloysio Nunes (PSDB) – comemou a derrota de Patriota. O tucano Cássio Cunha Lima disse que o fato mostra que o Senado “não existe apenas para dar uma chancela às decisões do Executivo”.

“A sabatina [de Patriota à Comissão, na semana passada] não é um mero ato protocolar, não é um rito de passagem, muito menos é uma ação entre amigos. A sabatina serve para que o sabatinado possa revelar à República a sua forma de pensar e nas respostas que foram dadas pelo sabatinado na comissão de Relações Exteriores ficou patente que ele poderia melhor representar a Venezuela que o Brasil”, disparou.

Na Comissão de Relações Exteriores, Guilherme, irmão do ex-ministro Antonio Patriota, venceu por 7 votos a 6. O embaixador já serviu em missões na própria OEA, na Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) e em embaixadas no exterior, e sua derrota no plenário foi vista pelo Itamaraty com surpresa e decepção, informou a Folha desta quarta (20).

“Agora, o clima é de incerteza em Washington, onde fica a sede da OEA. O Planalto precisará indicar um outro nome o quanto antes. O diplomata Breno Costa, interino no posto desde 2011, já recebeu o agrément (confirmação) de Honduras como novo embaixador no país. A recusa de Patriota pode atrasar sua saída de Washington. Na missão do Brasil na ONU, em Nova York, a rejeição de Patriota também deve gerar mal-estar. No início do mês, antes da decisão do Senado, o nome do embaixador Carlos Duarte já havia sido publicado no Diário Oficial como substituto de Patriota como número dois da missão.”

Com Agência Senado e Folha

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Eu poderia lembrar as respectivas biografias de

    Aloysio Nunes e Cássio Cunha Lima, mas aí me lembrei que eles foram eleitos por larga margem, portanto eles representam claramente o povo que os elegeu.

  2. Discordo. Não devemos

    Discordo. Não devemos lamentar vocês a morte do boi sacrificado deliberadamente às piranhas para permitir a passagem da boiada. Há quase uma década o Brasil está ameaçando sair da OEA e, se não estou enganado, nosso país continua ser pagar as cotas que deve àquele organismo internacional. Quem disse que Dilma Rousseff fazia realmente questão da nomeação do tal diplomata para OEA ou que a própria OEA não está sendo esvaziada pelo Brasil em benefício da UNASUL?

    A derrota da indicação do diplomata pode ter sido, portanto, uma vitória de Dilma Rousseff em dois sentidos. Primeiro porque o Brasil segue informalmente fora da OEA, segundo porque a derrota dela dá a impressão de uma vitória do Presidente do Senado (que como todos sabemos é um aliado eventual do governo). Em razão do ocorrido, Calheiros pode dar em público uma demonstração de seu poder (e independência do Executivo). E como todos sabemos “poder” é mais uma questão de percepção pública do que algo materialmente tangível.

     

    1. Ela ganharia mais se Fachin perdesse e Patriota ganhasse

       

      Fábio de Oliveira Ribeiro (quarta-feira, 20/05/2015 às 11:34),

      Você pode ter razão considerando a importância que o Planalto dava a indicação de alguém para a OEA.

      Só que analisando apenas pelo lado da importância o governo poderia ter-se omitido e não indicado ninguém. Se indicou é porque queria. E perdeu. Uma derrota que demonstra a força do governo no Senado. Para quem como eu torce para a presidenta Dilma Rousseff, foi bom não se ter dado destaque nos jornais para a derrota do governo na nomeação do Guilherme Aguiar Patriota.

      No entanto vejo que a Folha de S. Paulo deu destaque à vitória da presidenta Dilma Rousseff na aprovação do Luiz Edson Fachin. É claro que foi uma vitória da presidenta Dilma Rousseff, porque ela conseguiu indicar para o STF alguém mais próximo do PT e mesmo que não seja alguém progressista tem a vantagem de não ser um defensor do cidadão contra o Estado, uma vez que até trabalhou como advogado do Estado.

      Não sou contra o cidadão, mas defendo o interesse do Estado como o interesse do conjunto da sociedade e não o interesse do cidadão quando o cidadão estiver contra o Estado apenas como um contribuinte. E a maioria dos advogados que são próximo do PT são também advogados do contribuinte.

      Aliás com Fernando Henrique Cardoso, o interesse do Estado foi privilegiado. Já as indicações de Lula via Marcio Thomaz Bastos tinham o viés de defesa do interesse do indivíduo contra o Estado.

      Bem, mas o que quero dar relevo aqui é outro assunto. A vitória da presidenta Dilma Rousseff na indicação de Luis Edson Fachin não foi uma vitória completa dela. A presidenta Dilma Rousseff não queria indicar ninguém. Se possível ela gostaria de permanecer sem a indicação para o STF até o fim do governo porque assim não haveria o término do julgamento da Ação contra as perdas da Poupança. A indicação de Luiz Edson Fachin foi a única forma que a presidenta Dilma Rousseff encontrou de não sair completamente derrotada, por pressão do Senado ela indicaria alguém que votaria na Ação contra as perdas da poupança, mas esse alguém seria mais próximo da esquerda.

      A questão é que os grandes escritórios de Advocacia de São Paulo e do Rio de Janeiro estavam pressionando para que houvesse logo a indicação para que houvesse logo o julgamento. Esses grandes escritórios de advocacia vão receber uma bolada que garante a mordomia dos seus tataranetos.

      Se havia o interesse dos grandes escritórios de advocacia no preenchimento da vaga no STF a vitória da indicação da presidenta Dilma Rousseff já era sabida. E já nos primeiros posts eu falava sobre isso.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 20/05/2015

    2. Boa reflexão

      Servirá como alibi do Governo para empurrar a OEA com a barriga.

      Quando reclamarem do “desleixo” brasileiro com a OEA, joga-se a conta nos senadores da oposição que rejeitaram Patriota.

  3. Probo

    Nassif,

    Se o sempre ilustre, probo paraibano CCLima concordou com a rejeição do diplomata, eu também concordo. Sempre estarei ao lado daqueles que estão acima de qualquer suspeita.

    E viva a derrota da DRousseff, e viva o brasilsil pandeiro 

    1. Vai ver que não encontrou em

      Vai ver que não encontrou em Washington um apartamento à altura do que ele tem em Nova York, 27 mil dolares POR MES,

      pago pelo meu, pelo seu, pelo nosso dinheiro, sendo ele o segundo da Emabixada na ONU. Ou talvez porque sendo ele um diplomata bolivariano da “turma do Marco Aurelio Garcia”, não ia combinar bem na OEA que é o “Clube Anti-Bolivariano”

      da diploacia continental, mandar o Patriota lá parece até provocação, é como mandar um plameirense ser diretor do Corintians.

      De pois parece muito patriota junto no mesmo Pais, um irmão na ONU, outro na OEA? Parece bem esquisito.

  4. Colegas comentaristas, 
    Vamos

    Colegas comentaristas, 

    Vamos colocar a imaginação para funcionar. Deste modo, me vejam como um adolescente imberbe de 14 anos, inexperiente de vida e ainda confuso acerca dos fenômenos deste Mundo. 

    Feito o trato, imploro que me expliquem o porquê ou os porquês desse foco, dessa atenção desmedida, desse ódio, dessa marcação contra a nossa vizinha Venezuela. Afinal, o que fizeram os governos Chavéz e agora Maduro contra a nossa pátria?

    Abocanharam parte da nossa Amazônia? Interveriam, ou intervém nos nossos interesses na região? Idem na nossa política interna? Jogaram ou jogam ainda cocô na nossa embaixada em Caracas? Patrocinaram ou patrocinam eventos no exterior para prejudicar o Brasil? A seleção deles já ganhou da nossa de 7 x1? Exportam drogas e mosquitos da dengue para São Paulo? Roubaram a água da Cantareira?

    Please, por obséquio, iluminem a cabeça deste jovem quase em estado de piração pela dificuldade em apreender o que efetivamente está em jogo.

    Grato por antecipação.

    1. Mistérios

      Isto faz parte dos “mistérios” existentes no Brasil. Assim como as vaias na Presidente Dilma. “Forças ocultas”, tb pega bem, como diria o Jânio Quadros.

  5. Eu sou totalmente contra o

    Eu sou totalmente contra o título do post. De resto, nada entendo, mas gostei do comentário do Fábio, explicando otras cositas mas.

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