Sobre o centro fisiológico na política

Por Fernando G Trindade

Comentário ao post “A noção ultrapassada de progresso

É isso Danilo. Também tenho grande admiração pelo Viveiros de Castro antropólogo. Mas ele parece não compreender que o processo político num País com o nível de urbanização (ainda que perversa) que o Brasil tem hoje é mais complicado.

Com todo o respeito, em alguns momentos da entrevista as respostas me soaram como a defesa de um ecologismo um tanto elitista (e também idealista no sentido filosófico e metodológico).

Tudo bem, a dialética não é positiva e a noção modernista de progresso é uma construção ideológica.

Saindo da filosofia e entrado na política concreta, como tenho insistido nos debates que travamos aqui, fisiológico quer dizer apenas o oposto de ideológico. Os  atos primários do homem pela sobrevivência são fisiológicos.

E enquanto o nosso País tiver uma maioria de excluídos, um amplo mercado de produtos e serviços (e de trabalho!) informal e precário, uma desigualdade social imensa como a historicamente reproduzida, haverá um importante centro fisiológico na política. É alienação pretender que quem luta pela sobrevivência no dia a dia paute suas ações por razões ideológicas (no sentido de ideologias politicas).

E qualquer proposta alternativa que não leve isso em conta e que não busque se aliar ao centro fisiológico para neutralizar ou isolar a direita excludente e desde sempre poderosa está destinada à derrota impiedosa  como ocorreu no passado.

Luis Nassif

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