No vídeo de 2011, Blog do Milênio, Globo News, Darc Costa, detalha alguns pontos na entrevista, a certa altura, ele diz:
(…) “depois de 500 anos, nós somos o ocidente profundo das conquistas ibéricas desde os anos 1500, e legítimos descendentes dos Romanos”.
Interessante observar que, ele não considera a nossa cultura da descendência africana e nem a nossa cultura da descendência dos povos indígenas, de sabedoria milenares, que apesar dos pesares, ainda estão de algum modo por aqui, bem diferente dos povos antigos da Europa, que foram dizimados por eles, assim como dizimaram também as florestas. Pergunte a tantos brasileiros e latinos que moraram na Europa, para saber se eles, os europeus nos consideram como ocidentais, “no way body”.
E o que pensa o índio brasileiro sobre a cultura ocidental?
(…) “Ailton Krenak me contou uma história fantástica do dia em que ele e Davi Kopenawa Yanomami foram até Atenas receber um prêmio da Fundação Onassis pela preservação do meio ambiente. Recepcionados com limusine na porta do avião, banquetes, aquela loucura toda, eles receberam o prêmio e, enfim, foram levados para uma visita à Acrópole junto com o embaixador brasileiro. Quando a visita acabou, o embaixador perguntou para Davi: “Então Davi, o que você acha?” E ele respondeu: “Ah! Agora eu entendi, a casa do avô do garimpeiro é aqui”. “Onde estão as florestas de vocês?”, ele perguntou. “Aqui nunca teve floresta?” E responderam: “sim, há muito tempo, mas depois…”. Eu achei fantástico, porque ele trazia, agora, o antes! É o pré-socrático chegando! Ele diz: “Entendi, vocês são construtores de ruínas!” Numa outra chave, pode-se dizer: “que cretino, não soube ver a beleza da Acrópole”. Mas a relação que ele fazia era entre a ruína da Acrópole e a floresta. Num tipo de pensamento destes, o que interessa é a origem, é o “antes”, então ele vai pra trás. Acho isso muito interessante como situação.”
DEMASIADAMENTE PÓS-HUMANO – Entrevista com Laymert Garcia dos Santos- 2005
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