Traficantes evangélicos perseguem e ameaçam a vida das minorias religiosas no RJ

Na ala mais radical do neopentecoalismo, a intolerância religiosa é tão grande que admite até o uso da estrutura do narcotráfico em benefício próprio

Jornal GGN – Na ala mais radical do neopentecoalismo no Rio de Janeiro, a intolerância com religiões de matriz africana é tão grande que os evangélicos admitem o uso da estrutura do narcotráfico para forçar o fechamento ou destruição de terreiros. É o que mostra reportagem especial do jornal Washington Post.

Batizados de “Traficantes de Jesus” ou “Bonde de Jesus”, os grupos armados têm percorrido os bairros periféricos do Rio ameaçando as minorias religiosas. Crianças, mulheres, idosos. Ninguém é poupado e todos vivem com medo até mesmo de reportar as agressões.

Em agosto, a polícia chegou a prender oito traficantes que integravam o Bonde de Jesus. Um deles trabalhava como pastor evangélico. Mas as operações não têm sido suficiente para proteger uma população que se vê marginalizada até pela classe política, que há anos usa o neopentecoalismo para chegar ao poder.

O Washington Post publicou os números alarmantes.

As denúncias de ataques aos adeptos das religiões afro-brasileiras aumentaram de 14 em 2016 para 123 nos dez primeiros meses de 2019 no estado do Rio de Janeiro.

Mais de 200 terreiros foram fechados neste ano, segundo a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR). É o dobro do número do ano passado.

Os evangélicos têm sua própria bancada e, enfim, um presidente da República extremamente influenciável pelos movimentos conversadores e intolerantes.

Na década de 1980, 90% dos brasileiros se identificavam como católicos. Agora, essa parcela caiu para 50% e tende a ser superada pela dos evangélicos – que já são 1/3 da população – em alguns anos.

Nas emissoras de TV e programas de rádio, uma verdadeira indústria de evangélica. Somente na música, US$1 bilhão ao ano são movimentados.

Além da política, o sistema carcerário também foi penetrado. “(…) há anos o maior centro de recrutamento das quadrilhas criminosas, virou o campo de uma conversão.”

“Pesquisas revelam que 81 das cem organizações religiosas que trabalham com questões sociais dentro dos presídios são evangélicas. A IURD diz que despachou um exército de 14 mil fiéis voluntários para converter os detentos.”

É o retrato da intolerância como meio de controle social.

Redação

2 Comentários

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  1. Traficante e pastor evangélico…
    o que diferencia um do outro? nada

    depois de dominar, os dois passam a ditar as regras de uso e de obediência, um das drogas e da violência e o outro do que é certo e do que é errado

    e chamam isso de recuperar com a consagração, sendo que é nada mais que viciar cada vez mais os que usam e os que acreditam

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