TV GGN: A ofensiva contra o funcionalismo público, por Luis Nassif

Reforma administrativa proposta permitirá demissão de funcionário, sem possibilidade de questionamento

Redação

8 Comentários

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  1. O objetivo final da reforma será criar a possibilidade de a qualquer momento um governador ou prefeito possa demitir funcionários não apenas por questões políticas, mas também por questoes orçamentárias. Se circunstacialmente um estado ou prefeitura estiver com problemas de caixa, irá resolver demitindo funcionários.Se esta norma estivesse vigente, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul poderiam maquiar seus problemas de caixa com a demissão sumária de funcionários. Obviamente escolheriam politicamente qual classe seria atingida.
    No país de há muito se esqueceu a diferença entre política de Estado e política de Governo. E este governo em particular esta destruindo toda e qualquer política de Estado em nome de uma fantasiosa, porque falsa, austeridade fiscal. Uma das primeiras medidas foi a tal diminuição do número de ministérios, que na verdade gerou mais gastos e uma destruição da máquina pública. O que acontece hoje no MEC, INSS foi causado intencionalmente. E nada disto diminui o gasto publico, muito pelo contrário.
    Não é apenas governo mas todo um movimento que como a Lava jato se ancora na imprensa e satisfaz a interesses muito grandes. Não foi a toa que o Banco Mundial fez, às vesperas da proposta um levantamento que para mim é manipulado e fácil, dizendo que a média dos salários do funcionalismo é o dobro do privado. Este levantamento não vem de nenhum estudo, mas de alguma metodologia escolhida a dedo. O salário de um professor titular de uma universidade publica, ou de um reitor, seja duas vêzes maior do que alguem com as mesmas realizações e mesmo conhecimento . Mas a reforma administrativa permitiria por exemplo demitir o ex diretor do INPE, ou qualquer reitor e ou professor que se indisponha ao atual Ministro da Educação.
    Para conseguir o intento se falará genericamente do funcionalismo e especificamente dos salários do judiciário. A imprensa continuará afirmando que a meritocracia existe apenas no setor privado e que é o contribuinte quem paga o salário . Ela vai trabalhar com os baixos instintos, sempre jogando a estabilidade como um privilégio indevido, e não como uma prerrogativa necessária para se dar continuidade a políticas de Estado. Guedes sabe muito bem disto, pois sabe o que é uma “tenure track” nas Universidades Americanas, e sabe que existe estabilidade do servidor em todo o mundo civilizado. Mas o seu objetivo como o de Serra, é impedir qualquer possibilidade de política de Estado, é o reino ideal para o poder das grandes corporações e dos grandes grupos de Mercado. Isto se vincula ao discurso privatista, onde privatizar significa entregar o que é público a uma grande corporação ou grupo de mercado.

  2. Prezado Nassif,

    Há duas causas que você abraça e para com as quais mantenho grandes reservas.

    A primeira envolve aquela delicada questão da prisão envolvendo aqueles que declaram o ICMS e não o recolhem e, agora, a defesa incondicional do serviço público.

    Quanto ao primeiro, embora respeite sua opinião, não engulo o argumento que o sujeito não recolheu porque não tinha condições financeiras para cumprir a obrigação. Exceto os profundamente incompetentes, a maioria dos “empresários” cobram preços exagerados em relação aos seus custos e sim, se apropriam do imposto. Melhor que eu, você sabe que o ICMS é de caráter compensatório, ou seja, o valor a recolher decorre da relação entre créditos e débitos.

    Se há valor a recolher é porque vendeu bem, vendeu mais do que comprou. Nenhum empresário pratica hoje crediário, ou vende à vista ou por cartão de crédito, que apesar dos custos, elimina praticamente a inadimplência. Logo, qual o risco? Se não paga é porque foi imprevidente, incompetente. Se um empregado assim o for, normalmente é punido com a demissão e, em alguns casos, até prisão. Por que beneficiar o empresário? não me diga que acredita na bobagem de que “dão empregos”? que o “custo brasil” inviabiliza a empresa? que tem de pagar salários baixos e, por isto, a economia não gira, por culpa dos tais custos, mas andam de BMW e compram casa de praia. Ah Nassif, você é melhor que isto.

    Quanto ao funcionalismo público, apesar da má educação geral do brasileiro, que chega sem cumprimentar ou demandando direitos que não têm, o funcionalismo é um terror. Em sua maioria, preguiçosos, arrogantes, desinteressados quando não, incompetentes.

    Seus sonhos resumem-se a gordos salários, gorda aposentadoria e que se dane o público, que está ali para ser atendido quando lhes der na telha.

    O que é injusto é atingir apenas o executivo. Deveria atingir o legislativo e judiciário também, em todas as esferas, municipais, estaduais e federais.

    Em um país que um juiz de primeira instância recebe até 40 vezes mais que um trabalhador, convenhamos, há algum equívoco. O que se dizer de auditores fiscais e policiais? que recebem mais que professores?

    Está na hora de demitir os funcionários públicos sim. Claro que conhecendo o perfil do nosso povo, demitirão os competentes e manterão os incompetentes. Reclamarão, farão muxoxos, e ao final dirão, sempre foi assim.

    1. Procure, Sr. Eugênio, resolver algum problema relevante junto aos bancos privados ou a uma loja de referência qualquer. A lei da Central de Atendimento é ignorada; os diversos protocolos e promessas de resolução que não se concretizam são frequentes. Vá ao atendimento presencial de um banco qualquer e verá que aguardará muito. O engraçado é que aí ninguém se queixa..

    2. Que generalização absurda! Você sabe o que são os médicos, enfermeiras, técnicos de laboratório, etc, dos hospitais públicos nos quais se fazem transplantes, angioplastias, cirurgias cardíacas, tratamento de câncer, de AIDS, se aplicam vacinas, etc? São todos funcionarios públicos!

  3. Eu como funcionário do executivo já estou procurando uma saída. Por comentários como o do Eugênio a gente já sabe o que vai dar. O povo brasileiro virou essa coisa mesquinha e vingativa com os funcionários públicos, exige atendimento de excelência, sorrisos e cordialidade máxima mas está sempre medindo o todo pelo pior exemplo e agora acredita no conto da reforma administrativa do apocalipsista fanático do Paulo Guedes. Adora criticar, mas não fez concurso porque o trabalho é “muito chato” e porque tem chances de ganhar mais na iniciativa privada. Mas quando esses anseios não se realizam, se voltam contra os funcionários públicos, é sempre assim. As vezes parece que funcionários públicos não estão em contato com a iniciativa privada para saber a bagunça que são as empresas, os altos bônus para os diretores, as contratações por QI e até o péssimo atendimento…pra cima de “moá”?

  4. Como funcionário publico (correios) posso dizer que algumas das pessoas que vem procurar atendimento chegam cheias de razão, mas sem muitas vezes sequer conhecer exatamente o que é preciso apresentar para que sua demanda seja atendida. Se for alguém de direita, se não o podemos atender conforme ele esperava (exigia) espere mil e uma criticas sobre funcionalismo, esquerda, e lá vai rosario. Nós somos colocados como os vilões para a sociedade, e assim o povo pode ter em nós um bode expiatório, as empresas serão vendidas, e tudo na mão da iniciativa privada vai trazer a terra prometida anunciada com tanto zelo.(as teles e a vale estão aí para fazer um contraponto, mas não vêem). Fico imaginando o que eles vão inventar depois de acabar ou dizimar ao máximo todo o funcionalismo, qual será o próximo bode expiatório que inventaram para acalentar o sonho e esperança da nação? O pior de tudo é a Petrobrás e a Eletrobras na minha opinião. Quem, em sã consciência, venderia ao vizinho a responsabilidade de vender os frutos do meu quintal, quando eu mesmo posso fazê-lo, e com lucro?

  5. Como funcionário publico (correios) posso dizer que algumas das pessoas que vem procurar atendimento chegam cheias de razão, mas sem muitas vezes sequer conhecer exatamente o que é preciso apresentar para que sua demanda seja atendida. Se for alguém de direita, se não o podemos atender conforme ele esperava (exigia) espere mil e uma criticas sobre funcionalismo, esquerda, e lá vai rosario. Nós somos colocados como os vilões para a sociedade, e assim o povo pode ter em nós um bode expiatório, as empresas serão vendidas, e tudo na mão da iniciativa privada vai trazer a terra prometida anunciada com tanto zelo.(as teles e a vale estão aí para fazer um contraponto, mas não há interesse em se fazer este contraponto). Fico imaginando o que eles vão inventar depois de acabar ou dizimar ao máximo todo o funcionalismo, qual será o próximo bode expiatório que inventarão para acalentar o sonho e esperança da nação? O pior de tudo é a Petrobrás e a Eletrobras, na minha opinião. Quem, em sã consciência, venderia ao vizinho a responsabilidade de vender os frutos do meu quintal, quando eu mesmo posso fazê-lo, e com lucro?

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