Uma verdade sobre Bolsonaro: os militares estão com ele, diz Ruth de Aquino

Em artigo, jornalista mostra que ala militar encontra-se inebriada com poder adquirido e com revisionismo da ditadura pelo atual governo

Foto: Marcos Correa/PR

Jornal GGN – O ego da ala militar encontra-se bastante inflado atualmente, graças ao poder obtido durante o governo de Jair Bolsonaro e o revisionismo histórico do que ocorreu na ditadura, onde o atual mandatário não se cansa de homenagear torturadores.

“Os militares do Planalto estão inebriados com o poder e com a revisão histórica do golpe de 1964 e da ditadura”, pontua a jornalista Ruth de Aquino, em artigo publicado no jornal O Globo. “Só ingênuos insistirão na tese de que os generais podem puxar o tapete vermelho de um capitão inculto, indisciplinado e autoritário ao extremo”.

A jornalista que os militares podem não apoiar o presidente de forma uníssona e em todos os atos já cometidos por ele, mas o apoiam na essência. “Eles se usam mutuamente. De autoridade os militares entendem. De alinhamento total, também. Detestam que os outros poderes não batam continência para eles”.

Enquanto o total de vítimas fatais pelo coronavírus não para de subir, Bolsonaro convocou churrasco, passeou de jet-ski e voltou a falar de um projeto contra “ideologia de gênero”. Ao mesmo tempo, mais de 73 mil militares receberam o auxílio emergencial de R$ 600, e se vê claramente um ensaio da “usurpação dos valores democráticos e humanos”, como diz a jornalista.

“Faltam limites e responsabilidades a quem jurou obedecer à Constituição”, diz Ruth de Aquino.  “O apoio explícito das Forças Armadas é uma das poucas verdades que ouvimos de Bolsonaro. E a verdade dói. É mais um prego no caixão verde-amarelo”.

 

Leia Também
Uma escalada militar, em meio à “crise pandêmica”, por José Luís Fiori e William Nozaki
Inagaki: “Código Penal deve criminalizar disseminação de fake news”, por Cesar Calejon
Ninguém percebeu, mas Mourão escreveu a sua ‘Verba volant, scripta manent’, por Gustavo Conde
A vida pregressa de Sergio Moro: Banestado, Mensalão, Lava Jato, governo Bolsonaro
Redação

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Eu sinto vontade de rir quando vejo militares, de um país que nunca se envolveu em um conflito sério na atualidade, com o peito cheio de medalhas.

    Eu explico. Ditadores de repúblicas bananeiras também enchem os peitos de medalhas, para dar a impressão de que eles são “heróis” e pessoas de grande valor (pois se dá medalhas em reconhecimento a atos de heroísmo ou de grande valor). Mas eles JAMAIS praticaram algum ato que merecesse tais medalhas.

    Logo, que atos de heroísmo ou de grande valor esses militares da foto praticaram para merecer estas medalhas? Em um país que nunca se envolveu em nenhuma crise ou guerra durante a carreira deles?

    Obs: O oficial do exército em especial parece bastante vaidoso de suas medalhas… Porque ao invés de portar apenas as barras (como é o normal em países civilizados) ele faz questão de portar as medalhas na íntegra. Coisa de deslumbrado.

    1. Esse é o ponto. Sao uns bestas.

      No entanto, a “guerra” deles é contra o “inimigo interno”. Muitos gostam de dizer que a “origem” do exercito brasileiro ocorreu com a Guerra do Paraguai…

      Bonito…

      Bom…

      No entanto, começaram a pedir salario assim que a guerra terminou!

      E o povão, que combateu, ficou “a deus dará!”

      Em seguida, a maior mobilização de tropas dos “valentes” foi pra matar brasileiros, em Canudos. Afinal, o Orçamento era ” do mercado” (da época) ora, ora.

      Aí, vem um BESTA citar frases e frases dos Federalistas norte americanos…

      O “grande acordo”

  2. Enfim alguém fala o óbvio.
    Negar o óbvio tem sido o mote nacional nos últimos anos. Por pior que seja a situação há sempre uma narrativa que a modera, remolda-a e tenta acomodar incongruências entre o que se vê e aquilo que se diz que é.
    Quanto aos militares eu, sem negar o óbvio, acho que sua entrada com os dois pés na política e no governo é que o Brasil precisa.
    Ao final, quando o fedor – resultante da única coisa que militares sabem fazer quando tratamos da arte de governar um país – ficar insuportável, espero que, desta vez, eles sejam responsabilizados pelos males causados. Não falo de responsabilização das forças armadas, mas, responsabilização dos perpetradores, um a um, na letra da Lei para que isso sirva de exemplo e nunca mais ousem arvorar-se em governantes.

  3. Os Milicos e as Milícias estão com o Bolsonaro e este está com o coronavírus. Quem está com o Brasil?

    Até o Mourão, que foi humilhado publicamente pelo Bolsa de Bosta, parece que está com este.

    Quando o Mourão levantou a bandeira de acabar com o décimo terceiro salário, o Bolsonaro disse:

    “Vice não apura nada mas atrapalha muito”.

    E ordenou-lhe:

    “Com todo respeito, General, mantenha sua boca fechada”.

    Agora o General Mourão, vice-presidente ornamental, voltou a falar pelos cotovelos, manifestando apoio ao Prizidente Fake

    Dois bostas n’água

  4. É isso. Mas é também um desastre para eles.
    Marinheiros que se agarram à âncora.
    Inacreditável é que lá não exista alguém que enxergue um palmo na frente do nariz e veja em que armadilha se colocaram. Quanto despreparo.
    Talvez como militares sejam razoáveis, não sei, mas como homens públicos, tenho certeza, são um desastre colossal.
    O golpe destruiu instituições e destruiu o país.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador