Witzel responsabiliza ‘direitos humanos’ pela morte de seis jovens em comunidades do Rio

Todos, entre 17 e 21 anos, foram mortos durante ação de PMs; ‘Os cadáveres desses jovens estão no colo dos direitos humanos’, diz governador

Imagem: Reprodução/Redes sociais

Jornal GGN – O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), usou o evento de inauguração da primeira base de Segurança Presente da Baixada Fluminense para rebater as críticas em relação às mortes de seis jovens em apenas cinco dias, entre 9 e 13 de agosto, em comunidades carentes do estado. Todas eles, entre 17 e 21 anos, foram atingidos por tiros em momentos em que aconteciam operações policiais.

Segundo Witzel, a culpa pelas mortes é dos “defensores de direitos humanos”. A seguir os trechos do discurso do governador ao explicar sua lógica.

“Quando eu digo que quem está de fuzil tem que ser abatido, levantam-se vários defensores de direitos humanos; aí quando eles [bandidos] matam inocente, levantam a foto do inocente, dizendo que foi a polícia que matou”, afirmou.

“Mas quando eu digo que tem que abater quem está de fuzil, eles se levantam contra. E é esses que estão andando de fuzil a tiracolo na comunidade que atiram nas pessoas inocentes”, continuou.

“Pessoas que se dizem defensoras de direitos humanos, ‘pseudo defensores’ de direitos humanos, não querem que a polícia mate quem está de fuzil. Porque se não mata quem está de fuzil, quem morre são os inocentes”, destacou.

“Então, está na sua conta, defensor dos direitos humanos. Esses cadáveres desses jovens não estão no meu colo. Estão no colo de vocês, que não deixam que as polícias façam o trabalho que tem que ser feito”, emendou.

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O contexto utilizado por Witzel para falar da morte dos seis, foi a partir de uma manifestação sua em solidariedade aos familiares de policiais ou inocentes que morreram nas operações de combate à violência. Ele insistiu que a culpa por todas as mortes não é das forças de segurança, e sim dos bandidos.

“Não vamos compactuar, não vamos ceder um milímetro”, ressaltou. Em seguida, comparou o combate a violência com o combate ao nazismo.

“Chamem os especialistas e perguntem como acabamos com o nazismo na Europa. Como acabamos com a desgraça de mandar gente ser queimada em fornos, de morrer em campos de concentração. Não houve qualquer leniência com o nazismo. A Alemanha foi bombardeada, pessoas morreram. Não queremos que pessoas morram. Queremos evitar. E já evitamos 800 mortes. E vamos parar? Vamos deixar o crime organizado tomar conta de novo.”

As mortes

Segundo familiares dos jovens mortos, nenhum deles tinha envolvimento com o tráfico. No dia 13, Margareth Teixeira, de 17 anos, foi alvejada em Bangu, Zona Oeste do Rio, com o filho de um ano e nove meses no colo, durante uma operação da PM. O bebê sobreviveu com um ferimento nos pés. Ela não.

No dia 12, morreu Henrico de Jesus Viegas de Menezes Júnior, de 19 anos, durante um tiroteio no meio da tarde na Comunidade Terra Nova, no Bairro Lagoa, em Magé, na Região Metropolitana do Rio. A PM diz que encontrou armas e drogas com o jovem. Mas a reportagem do G1 confirmou que ele trabalhava como repositor no Supermarkt, empresa que também afirmou que Henrico era matriculado em um curso do Senac, em Niterói.

No dia 11, foi morto Dyogo Coutinho, de 16 anos, jogador da categoria de base do América, em Niterói, na Região Metropolitana. Ele estava a caminho do treino quando foi baleado. A PM estava em operação na região das comunidades do Viradouro, Grota e Igrejinha.

No dia 10, sábado, o soldado da Brigada de Infantaria Paraquedista Lucas Monteiro dos Santos da Costa, de 21 anos foi encontrado morto após participar de uma festa no Encantado, na Zona Norte do Rio. No local, agentes do 3º Batalhão (Méier) tinham ido checar disparos de armas de fogo na região.

No dia 9, o estudante Gabriel Pereira Alves, de 18 anos, foi morto com um tiro no peito em um ponto de ônibus na Tijuca, Zona Norte do Rio. Moradores dizem que no momento em que foi baleado, a PM realizava uma operação no bairro.

*Com informações do G1.

Redação

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  1. É a boçalidade “fundamentada” na mentira e a mentira “fundamentada” na boçalidade: só sai isso. Não adianta dizer que defender DHs significa que agentes públicos devem atuar dentro da Lei, se não ninguém segura; que legítima defesa sempre existiu no código penal, e que tortura e assassinato é coisa de covarde. Não adianta, não querem nem saber, esses estupidos. Vão seguir em frente, sem freio. As lideranças da esquerda (esqueçam os inúteis “liberais”) não confrontam esses imbecis, insistem em tratar “aa cavalheiro” quem cavalheiro não é, dá nisso, ficam os cretinos se sentindo cada vez mais confiantes pra proferir e executar todo tipo de barbaridade.

  2. Há, em nosso País, uma falsa imagem de que os direitos humanos protegem, tão somente, aqueles que praticam crimes. É uma crença oriunda da ignorância e do poder midiático, para fins de aumento de audiência e, ainda, principalmente políticos.

    Assim, a sociedade irá até aplaudir o rebaixamento ou extinção do Ministério dos Direitos Humanos. Hoje, aquela frase, “ bandido bom é bandido morto” é muito bem aceita pela sociedade, cansada, é verdade com o aumento vertiginoso da criminalidade.

    No entanto, os direitos humanos protegem os cidadãos brasileiros, em geral.

    Assim, o cidadão assaltado deve ser protegido, a ele deve ser dada segurança, pois é um cidadão, um ser humano. Os direitos humanos o protegem, pois, reitere-se, buscar garantir o direito a vida, à liberdade, é claro o direito ao seu patrimônio, etc. Os direitos humanos, ao proteger todos nós, obrigam o Estado a dar a todos nós segurança. Mas ela acaba faltando por dificuldades, máxime da fruto da péssima atuação dos maus governos.

    Assim, há uma confusão no tema. Quando defendemos os direitos humanos, estamos buscando defender a todos os seres humanos. Todos, principalmente os inocentes.

    Os bandidos devem ser condenados com o rigor das penas que a lei prevê. Poderiam ser muito mais duras, conforme o grau de criminalidade, inclusive levando-se em conta a crueldade. Há casos que até poderia haver a prisão com pena muito maior.

    No entanto, há, por vezes, há abusos terríveis. Inclusive, é comum ver cadeias lotadas, celas sem espaços, um preso por cima do outro, onde não sequer há condições de higiênicas básicas.

    Assim, falando o português claro: defecam, urinam no meio da cela. Não possuem, em muitos casos, sequer lugar para dormir. E quem o faz, por vezes, sofre torturas dos demais presos, líderes criminosos. Este castigo pode ter a concordância de parte da população, mas não está previsto na lei. A pena deve ser imposta pela lei.

    Os direitos humanos garantem que os presos tenham direitos ao tratamento previsto pela lei, mas não podem sofrer penas maiores do que ditadas pela legislação penal, pois aí as autoridades estariam cometendo crimes, lesando inclusive os direitos humanos, também.

    Lembre-se que há pequenos delinquentes que chegam a ficar presos por muitos anos excedentes à sua pena. Aí os direitos humanos devem valer para eles, é claro.

    Lembro ainda que a pena não é apenas um castigo, mas deve ser condição para a recuperação do criminoso, pois, ao final da pena, ele volta à sociedade. Nos países mais civilizados, a cadeia tem a finalidade de aplicar a pena e também buscar a recuperação dos criminosos, pois há essa possibilidade de recuperação.

    Na verdade, como estamos acostumados a ver, sofrendo crueldades na prisão, principalmente os presos, que praticaram pequenos delitos, tornam-se criminosos violentos e sanguinários, totalmente irrecuperáveis.

    Os condenados não podem ser tratados, de forma desumana, pois seríamos, como eles, delinquentes.

    Agora a opinião e a ação do governador do Rio de Janeiro foge de qualquer lógica, diante de nossa Constituição, máxime o artigo 5º, onde estão consagrados os direitos fundamentais de todos os brasileiros.

    Agora, finalmente, como proteger um inocente preso? Veja este caso, v. gratia:

    https://www.diarioonline.com.br/noticias/brasil/noticia-519404-homem-inocente-e-preso-abusado-sexualmente-e-contrai-hiv-no-amazonas.html

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