A queda do número de fumantes no país

De O Globo.com

Percentual de fumantes no país é pela primeira vez menor que 15%

BRASÍLIA E RIO. Na contramão dos índices de obesidade e de excesso de peso apurados pelo Ministério da Saúde, o número de fumantes no país diminui. Segundo a pesquisa, de 2006 a 2011, o percentual de tabagistas passou de 16,2% para 14,8%. A incidência de homens fumantes — ainda maioria — reduziu-se a uma taxa média de 0,6 % ao ano desde 2006. Outra boa notícia, desta vez para as mulheres, é o maior acesso a exames de prevenção ao câncer, em particular o papanicolau e a mamografia.

Em 1989, os brasileiros fumantes representavam 34,8% da população. Agora, são os homens que lideram a redução do hábito de fumar entre os brasileiros: um em cada quatro fumantes masculinos declararam ter largado o cigarro.

Porto Alegre é a capital com maior número de fumantes do país, com 22,6% da população local. Na outra ponta da tabela está Maceió, com 7,8% dos habitantes. No Rio, os consumidores de cigarro são 14,1%.

—Hoje temos mais ex-fumantes do que fumantes no país, mas é preciso continuar reforçando a luta pelo tabagismo. Queremos reduzir essa proporção com as medidas restritivas, como a proibição de fumódromos em recintos coletivos fechados e a restrição dos aditivos de cigarro que alteram sabor e odor — explicou o ministro da Saúde Alexandre Padilha.

A psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio, comemora os dados que mostram a redução no número de fumantes no país.

— A redução tem sido uma vitória a partir de 1989, quando havia uma política pública muito parca para o tabagismo. Desde então, o aumento de preço dos cigarros, a lei federal que proíbe o fumo em locais fechados, e as restrições à propaganda de cigarros contribuíram para esse resultado — enumera a especialista, que considera o acesso ao tratamento médico na rede pública para quem quer parar de fumar o obstáculo a ser superado na luta contra o tabagismo.

Se o hábito de fumar está relacionado à incidência de câncer, pelo menos o Brasil avança no acesso aos exames de prevenção a doença. A proporção de mulheres que fizeram mamografia nos últimos dois anos subiu para 73,3%. Em 2006, o índice era 71,2%. A pesquisa mostra ainda que, nos últimos três anos, cerca de 80% das brasileiras fizeram o exame de citologia oncótica, conhecido como papanicolau.

O estudo também mediu o consumo de álcool abusivo entre os brasileiros, e o índice se mantém estagnado desde 2006, com 17%. A incidência do consumo abusivo — quatro ou mais doses de álcool em um único evento nos últimos 30 dias — é maior entre os homens (26,2%), quase três vezes mais do que em mulheres (9,1%).

Luis Nassif

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