Ana Estela Haddad, a São Paulo Carinhosa e uma frente ampla pela infância

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Ana Estela Haddad chama a atenção pela clareza e posicionamento firme com relação a pontos delicados da cidade de São Paulo, e pontos que precisam de atenção em todo o país. Com envolvimento direto na gestão de Fernando Haddad na prefeitura, Ana Estela é Coordenadora da Política Municipal para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância da Cidade de São Paulo, a São Paulo Carinhosa,  cargo de muita responsabilidade e que congrega ações de tantas Secretarias Municipais. Seu trabalho é voluntário e sua atuação é pautada pela longa experiência em políticas públicas, principalmente na área de saúde.

A Ana Estela Haddad, envolvida na gestão municipal e parceira política de Fernando Haddad é apresentada nesta entrevista exclusiva concedida ao Jornal GGN. Conheça a Primeira-Dama da maior cidade do país, suas ações, sua trajetória e o que entende ser correto para São Paulo.

Este ano, Ana Estela e Fernando Haddad comemoram 25 anos de casamento, e dois filhos. Ana gosta de música e de poesia, de pintura e fotografia. Este é o lado pessoal. O lado profissional traz extensa participação em projetos no Ministério da Educação e no Ministério da Saúde.

No início de seus trabalhos na gestão pública, sempre se envolveu nas áreas de educação e saúde, em consonância com sua experiência anterior.  Ana trabalhou como assessora no Ministério da Educação e ajudou a idealizar e implementar o Prouni, programa que levou tantos jovens à universidade. Na Saúde, foi Diretora de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES).

Além do Telessaúde Brasil, que teve como norte a disseminação do conhecimento da saúde pelo país afora com recursos tecnológicos, também contribuiu com programas voltados para a formação dos profissionais de saúde, como o Pró-Saúde (Programa de Reorientação da Formação Profissional em Saúde), PET Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde) e o REVALIDA (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos). Também atuou no Pró-Residência, um programa de identificação da necessidade de formação em determinadas especialidades e de acordo com as prioridades da política nacional de saúde.

Como foi sua chegada na Prefeitura? Ela esteve envolvida com saúde e educação desde a faculdade e, foi para este lado desde o início da campanha de Haddad à prefeitura, pelo PT. Ana ajudou a traçar o diagnóstico da situação de saúde de São Paulo. E, no final da campanha, nas ruas, ajudou na coleta de dados onde a situação pedia atuação mais forte, basicamente o “ver São Paulo com outros óculos”.

Em 15 de abril de 2013, Ana Estela foi incumbida de cuidar da primeira infância na cidade de São Paulo. O Decreto Municipal nº 53.831 regulamentou o serviço a ser prestado voluntariamente por Ana Estela e, em seu artigo 2º,  descreveu as funções da seguinte forma:  “o serviço terá por objeto a promoção de projetos e atividades da Prefeitura do Município de São Paulo, de relevante interesse público, por meio da representatividade, visibilidade social e política da Primeira-Dama”.

Este foi o início do processo. A partir daí, Ana Estela organizou um inventário sobre as ações voltadas para a primeira infância em cada Secretaria. A partir deste levantamento, articula e estimula ações em conjunto.  Em 28 de agosto de 2013, foi lançado o São Paulo Carinhosa, fruto de muitos contatos com técnicos, sociedade civil e especialistas. O trabalho calca-se na ação de 14 secretarias nesta primeira fase e é inspirado no Brasil Carinhoso, além do programa de Metas da Prefeitura.

São Paulo Carinhosa é um programa integral. Ele é a confluência de um tanto de políticas públicas já instituídas e direitos já definidos. A integração das duas pontas, mais o cuidado e o olhar atento de uma equipe multidisciplinar, acaba por contribuir para a construção de uma infância mais saudável, que irá contribuir, por seu turno, para uma São Paulo mais humana.

A importância da infância é clara para Ana Estela. Mas o cuidado vem desde a mãe, ao engravidar, até o nascimento e vida da criança. As políticas voltadas para infância e adolescência são fruto de mapeamento de necessidades, por faixa etária e condição.

No governo Haddad, após levantamento por regiões, de crianças de zero a 18 anos em situação de abrigo, um grande esforço foi feito no sentido de ajustar as políticas públicas da infância para atendimento rápido deste universo. Até então, somente 20% das crianças de zero a 3 anos estavam sendo atendidas por creches. Um ano depois, 100% das crianças em situação de abrigo estão contempladas. O ajuste foi feito atacando várias frentes, seja a construção de novas unidades quanto de um gerenciamento das vagas, com recolocação e preenchimento de vagas.

O Programa Braços Abertos recebeu uma atenção especial, também, por parte da equipe multidisciplinar para infância. Mesmo com poucas crianças envolvidas, e poucas gestantes, a situação está sob controle. Todas as crianças que ali vivem estão em creches, sem exceção. E uma gestante é acompanhada de perto, presente ali somente pelo companheiro atendido.

Visitas domiciliares também fazem parte deste universo do cuidar, começando na gestação e indo até os primeiros dois ou três anos de vida. O Ministério da Saúde, apoiado em ações ocorridas no Rio Grande do Sul e em outros países, quis ampliar esta experiência, e São Paulo se candidatou ao programa-piloto. A Secretaria Municipal de Saúde acolheu o programa rapidamente, entendendo que deveria ser integrado aos programas municipais de forma efetiva, capacitando, a partir daí, e instrumentalizando profissionais de saúde, de forma a dar suporte a um atendimento que não se esgote enquanto durar o programa do Ministério da Saúde.

Ana entende muito bem a função do Poder Público. E traça um perfil ideal desta atuação, bem como o entendimento de coletivo e pessoal. Como o envolvimento se dá, a postura que assumimos, como encaramos o coletivo e entendemos que o geral é melhor que pensar somente no individual.

A missão e função do Poder Público é cuidar e zelar pelo coletivo. Ponto. Mas pressupõe que cada um esteja disposto a encarar o coletivo, tirando o foco do individual. Até onde somos capazes de nos envolver com o coletivo? São Paulo pede um pouco mais de cada habitante, e isso se inicia com a conscientização que cada um de nos precisa ter.

 

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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