Do Correio Braziliense
MEC punirá instituições universitárias sem evolução
GRASIELLE CASTRO» GRASIELLE CASTRO
Mais de 900 cursos que pioraram ou mantiveram nota baixa entre 2008 e 2011 sofrerão consequências. Os mais fracos já estão fora do ProUni e do Fies
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem que tomará medidas severas contra os cursos universitários que não evoluíram de 2008 a 2011 — 976 no total. As punições serão anunciadas na próxima semana. Segundo Mercadante, cada caso está sob análise “para ter um padrão bem claro sobre quais providências serão tomadas”. Essas graduações e instituições são as que não melhoraram e mantiveram notas 1 e 2 na avaliação da pasta, em uma escala de 1 a 5. “Não é recomendável que o estudante preste vestibular para uma instituição que tem um curso nível 1. E, mesmo nível 2, o estudante tem de olhar com muito cuidado, muita prudência. Não queremos que nossos estudantes estudem em cursos insuficientes.”
De imediato, o ministro já determinou que os cursos mais fracos não terão acesso ao Programa Universidade para Todos (ProUni) e ao Financiamento Estudantil (Fies). “Queremos dar bolsa (do ProUni) para curso com padrão de qualidade, porque é isenção fiscal. É um estímulo que o povo brasileiro está dando para promover o ensino superior”, explicou.
O assessor especial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e doutor em educação Célio da Cunha lembra que o Ministério da Educação sempre teve essa postura de punir os cursos ruins. “A política era até de interrompê-los. Os fracos não podem continuar a serem ofertados. A palavra educação é indissociável da palavra qualidade”, alerta. Apesar de algumas instituições não terem avançado, o sistema de ensino superior brasileiro apresentou uma leve melhora no desempenho. Ainda assim, o país tem apenas 2,7% das instituições com nota máxima.
O anúncio foi feito logo após a divulgação do balanço do ciclo de avaliações finalizado na edição 2011 comparado ao anterior, de 2008. O resultado indicou que de 8.665 cursos, agrupados em 7.576 unidades — que englobam os mesmos cursos ofertados em câmpus diferentes —, 976, ou 13%, estão com nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar do Curso (CPC). O índice é traçado com base na nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), da infraestrutura e do corpo docente.
Já quando levado em consideração o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), calculado com base na média do CPC e do conceito da Capes dos programas de pós-graduação das instituições, de 2008 para 2011, o percentual de notas baixas ficou praticamente estagnado em 27%. Instituições estaduais, como a Universidade de São Paulo (USP), não entram nessa lista, por não serem reguladas pelo ministério.
Distrito Federal
Na capital, entre as 46 escolas avaliadas, cerca de 30% estão com a nota ruim. Apesar de não ter nenhuma faculdade com a nota mínima, o DF tem 14 instituições com nota 2. Dessas, nove ficaram estagnadas de 2008 a 2011 e estão sob risco de punição. Três tinham nota 3 e caíram. As demais não apareciam no ranking do ciclo anterior. Na outra ponta da lista, as três instituições que lideravam com nota 4 se mantiveram no cenário atual das campeãs. São elas: a Universidade de Brasília, a Escola Superior de Ciência da Saúde e a Faculdade AIEC.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.