Cadê os médicos cubanos??, por J. Roberto Militão

Cadê os médicos cubanos??, por J. Roberto Militão

“MAIS MÉDICOS” – um sucesso que a mídia não divulga.

Um longo e bem fundamentado artigo analisa um dos melhores programas de políticas públicas do governo Dilma.

Em 2013, pela primeira vez no Brasil, o governo da então Presidente Dilma implementou o ´MAIS MÉDICOS, um amplo programa de assistência médica, a locais em que os médicos não chegavam, atende, atualmente, a 63 milhões de brasileiros.

Decorridos mais de quatro anos, e por pressão da própria população e dos prefeitos do fundão do Brasil, o governo golpista tem ampliado o programa. O silêncio revela um programa bem-sucedido.

Muito criticado no início, quando de sua implementação, patrulhado por preconceitos e viés político, o programa se consolidou. Dos cubanos que se imaginava a maioria iria desertar e continuar no Brasil para receber o salário integral, apenas 2,3% tomaram essa decisão. Apenas 146 movem ações judiciais visando a permanência no Brasil. Diante do apelo capitalista e da sociedade de consumo, um número insignificante foi seduzido ou induzido.

Diante do preconceito inicial – a maioria dos cubanos são pretos e pardos – a qualidade do atendimento médico e o compromisso com as relações comunitárias pelos profissionais recebe muitos elogios nas comunidades carentes e pequenas cidades onde atuam.

Pesquisas da ONU e de universidades brasileiras atestam o sucesso do programa.

no blog Combate ao Racismo Ambiental

Por onde andam os médicos cubanos?

Um dos programas mais criticados de Dilma Rousseff, Mais Médicos é ampliado no governo Temer, e cubanos continuam a atuar no país longe dos holofotes

Por Luísa Lucciola, Da Agência Pública

Miguel Rafael Acea Baró havia chegado fazia poucos meses de Cienfuegos, Cuba, para trabalhar no posto de saúde do Tucão, em Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense, quando sentiu na pele, pela primeira vez, o preconceito. “Fui à casa de um paciente idoso e ele falou para mim que não queria ser atendido. Disse que eu era muito jovem. ‘Mas eu tenho 50 anos!’, respondi. Ele disse que não, que eu era cubano…”, lembra.

Dias depois, a filha do paciente correu ao posto de saúde onde Miguel trabalhava. O pai estava passando mal. “Eu fiz o que tinha que fazer como médico: atendi ele. E isso mudou aquela imagem. Depois de um dia, ele fala para a filha: ‘Vamos fazer um bolo para o médico, porque ele é ótimo’. Isso marcou minha vida”, sorri o esguio e agitado senhor, com o estetoscópio sempre pendurado no pescoço. Miguel continuou tratando o paciente por quase um ano, até a sua morte. “Entendi que o principal é a comunicação entre médico e paciente. Ele ouvia falar muito mal dos cubanos, mas não conhecia nenhum”, conclui.

Já faz mais de quatro anos desde que, em agosto de 2013, os primeiros doctores cubanos começaram a chegar ao Brasil para trabalhar no programa Mais Médicos – criado para ampliar o acesso à saúde básica no país. Os 8,5 mil médicos intercambistas vindos do país caribenho têm mais em comum do que o português carregado de sotaque. Vítimas de um duro preconceito, eles conseguiram, por meio do trabalho e dos laços profundos criados com colegas e pacientes, atestar o sucesso do plano, reconhecido nacional e internacionalmente.

O Mais Médicos foi criado pela Medida Provisória nº 621, de 8 de julho de 2013, pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Além do recrutamento de profissionais bolsistas para regiões carentes – eles são contratados dentro de um modelo de formação em serviço, e não de vínculo de trabalho –, o programa previa também a reformulação e a expansão dos cursos de medicina no Brasil. De fato, até 2016, o último dado disponível pelo Ministério da Educação, foram criadas quase 10 mil novas vagas em cursos de medicina, mais de 70% delas em instituições privadas. Porém, a remodelagem, que tornaria o programa mais prático e voltado para a atenção básica de saúde, foi alvo de duras críticas de associações médicas e nunca se concretizou.

Em novembro passado, a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo afirmou que o governo federal iria impedir a criação de novos cursos de medicina no país durante cinco anos. Embora a medida nunca tenha sido oficialmente confirmada, a Associação Médica Brasileira (AMB) afirmou à Pública que “um decreto impedindo a abertura de novas escolas” será publicado após a conclusão de um edital de 2017 aberto. O Ministério da Educação afirma apenas “que há estudo sobre a possibilidade de decreto sobre o assunto”.

Na íntegra, aqui

Redação

3 Comentários

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  1. cadê….

    Caro sr. Militão, se nossa esquerdopatia pelo menos fosse prática, culta, democrática, já resolveríamos mutio dos entraves que criamos numa imbecilidade astronômica. Mas os tais 3 livros vermelhos que formam sua base intelectual só conseguem formar uma classe de Aloprados. Fato constatado pela única figura que tem luz própria. E o mais interessante, acusado de não ter a tal intelectualidade e cultura. Mas que tem que suportar uma hecatombe de parasitas, que infestam sua biografia. O projeto do Mais Médicos foi idéia espetacular. Posso atestar. Médicos Cubanos, Argentinos, Espanhóis, Bolivianos nos mostraram que podemos até ter a técnica, mas ainda um abismo entre sua civilidade e consciência. Em relação a cidadãos destes países, nossos médicos e nossa sociedade, ainda tem muito o que evoluir. Mas para que não mostrar deste o inicio que o alvo, a inspiração, o objetivo maior era  a melhoria da qualidade de vida dos Brasileiros. Para que expor os tais Médicos Cubanos, que vinham para nos auxiliar? Para que se sujeitar ao Governo Cubano, pagando salários ao governo e não aos Profissionais? Uma ideía genial com um marketing ‘aloprado’. Explia em sobremaneira este país. Quem pagou novamente foi a População Brasileira. Mais Médicos deveria ter sido vendida como “Política de Estado”, assim como Bolsa Família. Não existe mais espaço para falra em retrocessos. Transcendeu a partidarismos ou governantes. O Brasileiro, começo, meio e fim das ações do Estado Brasileiro. Tudo muito claro, para quem sonha na consolidação da Democracia e da Nação. Fora isto só arrependimentos e erros. abs. 

  2. Mais médicos

    Sou médica do programa e acho sim uma medida excelente e necessária e que não deve acabar, pois gera um benefício mútuo, a população tendo assistência médica e os médicos se aprimorando no âmbito do atendimento e cuidado primário a saúde! O programa sofreu resistência principalmente de nós médicos, por questões óbvias, a desvalorização da mão de obra médica brasileira e a falta de qualificação dos profissionais vindos de Cuba! Nós médicos formados no Brasil, se tivermos interesse em atuar no exterior, temos que passar por uma série de teste e se formos aprovados temos que enfrentar um longo período de experiência, além de termos o domínio total da língua do país! Trouxeram pra cá profissionais que não cursaram nem 3 anos de medicina, e alguns que, os próprios supervisores do programa, desconfiaram que nem médicos são! A maioria saiu do país não porque quis, mas por uma série de condutas médicas completamente inconcebíveis, colocando em risco a saúde da população. As pessoas têm que parar com a ideia de que ter atendimento médico com um médico ruim é melhor que não ter nenhuma assistência! Um médico ruim faz muito estrago, não só no âmbito da saúde, no financeiro também! Estou em uma cidade, que tem cubanos e tem gerado muito problema, ao ponto da secretaria de saúde junto com os supervisores do programa não medirem esforços para tirar esses profissionais de lá! Sejamos francos, o governo anterior popularizou a medicina, abriu inúmeras faculdades, e não se preocupa com a qualidade da mão de obra que está pondo do mercado, o interesse é apenas baratear a mão de obra médica, e conseguiram, em alguns estados não pagam nem 50 reias a hora médica! E não, os médicos não iam pro interior não por falta de interesse ou por serem mersenarios como a mídia gosta de nos pintar, mas porque são lugares sem recurso nenhum, que quando paga, paga muito pouco. Quando paga, volto a dizer, não conheço nenhum médico que nunca tenha levado calote! Ninguém quer trabalhar de graça! Então o programa veio para resolver esse problema, pagando um salário relativamente justo (melhor que qualquer interior oferece) e que paga em dia, além de garantir ao médico auxílio moradia e alimentação – que é de responsabilidade do município, e tem município que não paga, o que seria motivo de exclusão do município, mas nada acontece! Ninguém notícia o quanto nós somos mal tratados pela gestão dos municípios, o abuso que sofremos… ao que somos submetidos diariamente. Honestamente, acho que passou da hora dos jornalistas realmente se empenharem e ouvir os varios lados da história e produzir uma mátria imparcial, honesta.. sem puxar a sardinha pro lado que querem puxar! O buraco, sempre é mais embaixo!

    1. doutora Tais,

      buscarei mais informações, mas, em geral os dados revelam grande satisfação nos pequenos municípios e resultados positivos na assistência médica de menor complexidade que são doenças que afetam a maioria dos brasileiros mais pobres, inclusive, que simples recomendações de higiene e alimentos básicos já resultam em melhoria na qualidade de vida e na saúde da população mais pobre.

       

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