Ceará: Polícia Civil mantém greve

Do G1

Reunião termina sem acordo e Polícia Civil do Ceará mantém greve

Policiais civis querem receber equivalente a 60% do salário de delegado.
Resposta do governo foi prometida para esta quinta-feira, diz sindicato.

Giselle DutraDo G1 CE

Policiais civis em greve bloqueiam delegacias. (Foto: TV Verdes Mares/ Reprodução)Policiais civis em greve bloqueiam delegacias.
(Foto: TV Verdes Mares/ Reprodução)

A reunião entre representantes dos policiais civis com o secretário de Segurança Pública e Defesa, Coronel Francisco Bezerra, para negociar as reivindicações da categoria, na noite desta quarta-feira (4) terminou sem acordo e a Polícia Civil permanece em greve, segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpoci). Durante a reunião, os grevistas foram informados que somente nesta quinta-feira (5) receberão uma resposta do governo do estado. “Não houve nenhum tipo de contraproposta. Nós esperávamos pelo menos isso devido ao tempo que estamos mobilizados”, disse a presidente do Sinpoci, Inês Romero.

A Polícia Civil do Ceará paralisou atividades na noite de terça-feira (3), um pouco antes de policiais militares decidirem retornar ao trabalho, na madrugada desta quarta-feira (4). Esta é a terceira paralisação dos policiais civis em seis meses, mas, desta vez, eles afirmam que só voltam a trabalhar após terem as reivindicações atendidas.

Segundo Inês Romero, há cerca de 400 policiais acampados em frente à Delegacia Geral da Polícia Civil, no centro de Fortaleza. De acordo com ela, as reivindicações não mudaram: plano de cargos e carreiras, além de rajuste salarial. “O nosso salário é o menor do Brasil”, afirma. Os policiais civis querem que o salário deles seja o equivalente a 60% do salário de um delegado, que atualmente é de R$ 7.500. Atualmente, esse salário representa 30% desse valor. “No entanto, esse valor não é atrelado, apenas estamos usando como parâmetro”, explicou a presidente do sindicato.

Segundo o Sinpoci, o secretário informou que vai se reunir com o procurador-geral do estado, Fernando Oliveira, para tratar sobre a pauta levada pela categoria e dará um posicionamento para a diretoria do sindicato até o meio-dia. Participaram da reunião a diretoria do Sinpoci, o delegado-geral da Polícia civil, Carlos Dantas, representantes da Força Sindical do Ceará e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Ceará, Valdetário Monteiro. Monteiro propôs um termo de conduta com datas agendadas para tratar a negociação.

Cerca de 400 policiais estão concentrados em frente à Delegecia Geral da Polícia Civi, diz Inês Romero (com o microfone) (Foto: Sinpoci / Divulgação)Cerca de 400 policiais estão concentrados em frente à Delegecia Geral da Polícia Civi, diz Inês Romero (com o microfone) (Foto: Sinpoci / Divulgação)

Entenda o caso
A primeira paralisação da categoria ocorreu no dia 2 de julho de 2011, mas foi decretada ilegal em 5 de julho pela 6ª Vara da Justiça. A categoria retomou as atividades em 3 de agosto após impasses com a Justiça. Nova paralisação foi realizada em 14 de outubro, mas o movimento, mais uma vez, foi considerado ilegal pela Justiça, fazendo com que os policiais voltassem ao trabalho em 14 de dezembro.

Nas duas primeiras paralisações a categoria permaneceu com 30% do efetivo trabalhando nas delegacias cearenses. Agora, no entanto, segundo informações do Sinpoci, 100% do efetivo policial está orientado a paralisar as atividades.

Polícia Militar
Os policiais militares e bombeiros deixaram gradualmente nesta quarta-feira (4) o prédio da 6ª Companhia do 5º Batalhão para voltar ao expediente e consertaram carros retidos na área. Homens que fazem o patrulhamento em motos foram os primeiros a voltar às ruas. A 6ª Companhia foi o ponto de concentração da categoria na paralisação que começou em 29 de dezembro e terminou nesta quarta com acordo entre governo e PMs.

Durante a paralisação, o governo estadual decretou situação de emergência e solicitou reforço da Força Nacional e Exército, que policiam as ruas desde o réveillon. Fortaleza viveu um dia de ‘feriado’ nesta terça-feira (3) em que lojas e bancos fecharam as portas em diversos corredores comerciais e três escolas suspenderam aulas com medo de assaltos por causa da falta de policiais nas ruas.

Luis Nassif

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