Comandante-geral da PM do Rio pede demissão

Por Marco Antonio L.

Do iG

Comandante-geral da Polícia Militar do Rio deixa o cargo

Coronel Mário Sérgio Duarte pediu para ser exonerado e secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, aceitou

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro anunciou na noite desta quarta-feira (28) que o atual comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, pediu exoneração do cargo. A solicitação foi aceita pelo secretário José Mariano Beltrame.

Mário Sérgio já havia pedido licença do cargo no início da semana para ser submetido a uma cirurgia e ficaria 30 dias afastado. O nome do novo comandante ainda não foi divulgado. Atualmente, o chefe do Estado Maior da corporação, coronel Álvaro Garcia, ocupa interinamente a função.

Em carta enviada a Beltrame, o coronel informou que um dos motivos para seu pedido de demissão foi o indiciamento do tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira como o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli. O oficial tinha acabado de ser transferido do 7º Batalhão (São Gonçalo) para o 22º BPM (Complexo da Maré)

Em nota, Beltrame disse lamentar a saída e esclareceu que tem por política conceder autonomia às chefias das polícias para que em nome da eficiência, possam buscar as melhores medidas administrativas e técnicas para ajudar na implementação da política de segurança, que nos últimos anos vem ajudando a reduzir os índices de violência no Estado do Rio.

A saída de Mário Sérgio ocorre em um momento de crise na instituição. Um dos capítulos foi a prisão do tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira e de outros nove PMs acusados do assassinato da juíza Patrícia Acioli, ocorrido em agosto.

Neste mês também a PM descobriu um suposto esquema de corrupção na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) dos morros do Fallet, Fogueteiro e Coroa, na região central da capital. Segundo as investigações, os PMs receberiam propinas de traficantes. Pelo menos 35 polciiais foram afastados, entre eles o comandante da unidade, capitão Élton da Costa.

Confira na íntegra a carta de demissão enviada por Mário Sérgio a Beltrame:

“Dirijo-me à V. Exa para solicitar exoneração do cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. O motivo de fazê-lo se fundamenta na necessidade de não deixar nenhum espaço para dúvidas quanto a minha responsabilidade no processo de escolha dos comandantes, chefes diretores da corporação, preservando, de quaisquer acusações injustas, as pessoas que me confiaram a nobre missão que assumi comprometido com a honra, e agora deixo, norteando tal decisão neste mesmo imperativo de valor.

Sobre o caso particular que me impõe esta decisão, o indiciamento do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira no homicídio da juíza Patrícia Acioli, e sua conseqüente prisão temporária, devo esclarecer à população do Estado do Rio de Janeiro que a escolha do seu nome, como o de cada um que comanda unidades da PM, não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim.

O Rio de Janeiro, senhor Secretário, está em franco processo de recuperação de sua imagem como lugar de tranqüilidade pública e paz social não por acaso, mas, seguramente pela aplicação de um conjunto de ações norteadas pela clareza das ideias.

O Estado, sua população, cada pessoa que por aqui transita em busca de paz e bem, devem continuar confiando nesta Política Pública que privilegia a vida, descontrói o ódio e reacende esperanças.

Ao tempo que vos agradeço pela confiança depositada e o apoio nos momentos mais difíceis, solicito-vos que encaminhe este pedido ao Exmo Sr Governador, a quem também explicito meus eternos agradecimentos pela oportunidade e a honra que me concedeu ao nomear-me comandante de minha amada Instituição. Deixo de fazê-lo pessoalmente por me encontrar hospitalizado, convalescendo de uma cirurgia.”

Luis Nassif

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