A PARANOIA DO PROJETO “CURA GAY”
Em 02/06/2011 o Deputado João Campos de Araújo (PSDB-GO) apresentou o Projeto de Decreto Legislativo nº 234/2011 sustando os artigos 3º e 4º da Resolução nº 167 de 23/03/1999 do Conselho Federal de Psicologia por achar que extrapolavam os limites de deliberação e regulamentação da entidade além de usurpar competências e atribuições exclusivas da Câmara Federal.
João Campos é filiado ao PSDB desde 2002. Ex Delegado de Policia Classe Especial, vem se reelegendo desde 2003. Embora tenha formação acadêmica e diversas graduações no curriculum, tem toda pinta de analfabeto funcional. A leitura que fez dos tais artigos da Resolução 1/1999 é a mais absurda possível.
Art. 3° – os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4º – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Sua justificativa: essa Resolução restringe o trabalho dos psicólogos e o direito das pessoas de receberem orientação profissional…….. (ver íntegra na proposta na net).
Alguém pode ser contra essa Resolução? É de 1999 e plenamente em consonância com discussões travadas na ONU sobre o assunto. Desde quando a redação desses 2 artigos permitem essa interpretação? É ou não é distorção desonesta ou estúpida do que leu?
Houve um voto em separado da Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) na CSSF-Comissão de Seguridade Social e Família que mostra o equívoco, a má fé e o ridículo da leitura feita pelo ilustre parlamentar.
Com todo esse barulho, não vi manifestações do próprio CFP. Pode ser que tenham acontecido. Honestamente não vi e não li nada a respeito nos jornais ou nos blogs.
Determinantes para o andamento dessa idiotice foram os relatores das comissões. E deles ninguém fala, nem conhece. Na CDHM Anderson Ferreira (PR-PE) e na CSSF Roberto Lucena (PV-SP).
O tal Marco Feliciano (PSC-SP) entrou como Pilatos no Credo nessa estória. Ou gaiato, como queiram. É um parlamentar inexpressivo, circunstancialmente Presidente da CDHM-Comissão de Direitos Humanos e Minorias. É um nada, um zero, um burocrata. Não é dele a proposta. A função dele é, aprovada nas comissões, mandar o papel para frente, para o plenário. E, tenho certeza, não seria aprovada.
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