Ipea quer repensar divisão das classes sociais no Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

O Instituto estudará quem é o brasileiro, além da classificação por critério de renda, e estratégias para a educação do país
 
 
Jornal GGN – O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) fechou parcerias com o Ministério da Educação e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para estudar as classes sociais brasileiras e estratégias educacionais para o país, anunciou o presidente do Instituto, Jessé Souza.
 
A parceria foi anunciada em um encontro, nesta quarta-feira (23), do executivo com o ex-ministro do Planejamento, Reis Velloso, o ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, o ex-deputado federal Walter Barelli, todos integrantes do Conselho de Orientação do Ipea.
 
Jessé, sociólogo com pós-doutorado, considera um “descalabro” o Brasil definir as classes sociais partindo do critério da renda. “70% da população não pertencem a classes marcadas por privilégios de conhecimento, como a classe média. Essa é a classe do privilégio. Ela tem condições de comprar o tempo livre dos filhos, que, assim, podem aprender línguas estrangeiras e ascender a cursos de pós-graduação”, disse na reunião.
 
Carlos Lessa considerou que “a elite não tem a menor ideia do que é o brasileiro”. Já Reis Velloso apontou sobre a necessidade de uma visão estratégica para o país: “Esse foi o problema do Brasil nas últimas décadas: só conseguiu fazer ‘voos de galinha’. E perdeu a visão estratégica”. 
 
Walter Barelli lembrou que há conquistas maiores sob risco diante do cenário de crise. “Alguns colocam em questão a Constituição Brasileira. Há um debate recorrente no qual se argumenta que o que a Constituição estabeleceu não cabe no orçamento brasileiro. Lutamos muito para tê-la. E ela pode cair por conta de análise mal feita”, afirmou.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Critério.

    Eu já enjoei de dizer que esse “critério brasil” de classificação de “classe” A, B, C, D, E é ri-dí-cu-lo. Coisa engendrada na dédada de 50/60, baseada em uma meia dúuzia de bens de consumo duráveis como número TVs, rádios, aspiradores de pó…

    Até o fim da primeira década de dois mil o “mercado” inteiro ainda funcionava nessa. Parei.

    … E não tenho notícia de que algo tenha mudado.

    Todo apoio ao Jessé de Souza, um dos gigantes do Executivo neste momento. Quem sabe isso não ajuda a demover alguns dos preconceitos incrustados no bestunto de gerações e gerações de “profissionais do mercaaaado”.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador