Massacre do Carandiru: policiais são condenados a 624 anos

Sugestão de Tamára Baranov

Do Notícias UOL

Policiais são condenados a 624 anos de prisão por massacre do Carandiru

São Paulo, 3 ago (EFE).- Os jurados condenaram 25 policiais a 624 anos de prisão, cada um, neste sábado pelo assassinato de 52 presos durante o massacre do Carandiru em São Paulo, que aconteceu no dia 2 de outubro de 1992 e no qual morreram 111 detentos.

A sentença, anunciada durante a madrugada pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, se refere à segunda parte do processo, que foi dividido em quatro, e no qual 78 agentes de segurança são acusados.

Os réus foram condenados à pena mínima, 12 anos por cada homicídio, e poderão recorrer em liberdade, segundo um comunicado do Tribunal de Justiça de São Paulo.

O júri, composto por sete homens, respondeu a um questionário com cerca de 7,3 mil perguntas por cerca de cinco horas, com o qual se decidiu a culpabilidade de cada um dos 25 policiais que foram acusados de executar os presos do Carandiru em suas celas e nos corredores do presídio.

Inicialmente, a promotoria responsabilizou esse grupo de policiais por 73 mortes, mas nesta sexta-feira, durante as alegações finais, foram retiradas as acusações de 21 mortes.

Alguns desses 21 assassinatos ocorreram em outras partes do presídio e quatro deles foram cometidos com arma branca. Com isso, a promotoria atribuiu ontem essas mortes à disputa entre as facções de presos que motivou a ofensiva policial.

O massacre aconteceu no dia 2 de outubro de 1992, quando a polícia se utilizou de extrema violência durante a invasão do presídio para acabar com uma rebelião no Pavilhão 9 do Carandiru, a maior prisão do Brasil na época e que foi fechada dez anos depois do episódio sangrento.

Na primeira fase do julgamento, realizada em abril, outros 23 policiais foram condenados à pena mínima por 13 assassinatos, o que soma 156 anos para cada um.

A operação foi comandada pelo falecido coronel Ubiratan Guimarães, condenado em 2001 a 632 anos de prisão pela operação. O coronel foi absolvido cinco anos depois em uma apelação e não chegou a cumprir pena.

O episódio, o mais sangrento ocorrido em uma prisão no país, foi relatado no agraciado filme “Carandiru”, do diretor argentino Héctor Babenco, e que foi exibido pela acusação durante o julgamento. EFE

Luis Nassif

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