Parentes de jovem criticam excessos em repúblicas
Do Estado de Minas
Enquanto cuidavam de liberar corpo de mais um universitário morto em república de Ouro Preto, familiares criticaram excessos nas moradias e pediram intervenção da universidade
No dia em que a Ufop lamentava a morte de mais um aluno, estudantes de outra moradia já preparavam bebidas para animar festa |
O alerta para que os jovens da Ufop se conscientizem partiu do pai de Pedro, Ricardo Newton Vieira, que estava ontem resolvendo questões burocráticas para o enterro do filho. O sepultamento ocorrerá hoje, no Cemitério da Paz, no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte. “Ele era um rapaz tranquilo, acostumado a beber, não era um bobo. Mas essas festas são perigosas, porque são regadas a muita bebida”, disse.
Diante do que classificou como “morte banal”, a amiga da família chamou a atenção também para a necessidade de as famílias e da própria Reitoria da Ufop trabalharem com os alunos a questão dos riscos do álcool e das drogas. “É preciso haver algum tipo de fiscalização. A universidade precisa estar mais próxima das famílias, principalmente porque a maior parte dos estudantes é de outras cidades. Por outro lado, os familiares devem estar mais atentos ao comportamento de seus parentes”, alertou.
Em rede
A morte de Pedro Vieira repercutiu também entre amigos e colegas. No perfil do estudante no Facebook, entre muitos comentários a respeito do episódio, sua amiga Evelynn Alcântara criticou a “inclusão/aceitação social através da indução ao alcoolismo e à promiscuidade nas repúblicas”. “Quantos mais terão que morrer em prol de um status idiota e de uma tradição imbecil?”, escreveu.
Ainda se referindo às circunstâncias da morte de Pedro, ocorrida durante uma festa para a aceitação do estudante na República Saudade da Mamãe, a chamada “escolha”, Evelynn defendeu a “liberdade de escolha”. “Pela liberdade de ser ‘escolhido’ em paz. Digam não à tal escolha do descanse em paz!”
Já as amigas Rafaela Queiroz, Mariana Vaz e Ana Paula Gomes se confortaram com uma frase dita por Pedro há pouco mais de uma semana. “Se pela força da distância nos ausentamos, pela força que há na saudade iremos nos encontrar”, postaram. Em outro comentário, Thaís Coutinho Teixeira lembrou o jeito alegre do amigo. “Como acreditar que não verei mais a sua alegria?”, lamentou.
República
Os moradores da Saudade da Mamãe preferiram o silêncio e não se manifestaram em nenhum momento. A república tem uma página no Facebook com 2.145 fãs, mas não usou a rede social para comentar a situação ou manifestar solidariedade à família de Pedro Vieira.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.