Relato sobre a enchente no Vale do Itajaí

Por Sérgio Lamarca

Nassif.

Outra enchente no vale do Itajaí e desta vez faltou “a abordagem do Lula”, que na época sobrevoou a área e foi duas vezes a região, cobrando de seus comandados as ações efetivas diante da catástrofe que se abateu. Ele liberou o fundo de garantia retido para a reconstrução da região, além de gastar tubos de dinheiros com a reconstrução do destruído porto de Itajaí.

E estamos presenciando uma nova destruição que se repete 3 anos depois da grande enchente de 2008 (na época postei me comentário e vc o publicou). Na época a agua entrou em minha casa cerca de 40 cm (que tem 1,2 metros acima do nível da rua), desta vez a água ficou nos degraus da garagem e para minha felicidade a água não invadiu a minha casa. No entanto, minha sorte não deu para ser compartilhada por milhares de itajaienses que tiveram suas casas invadidas pelas águas. A tristeza é ver seus vizinhos saindo de casa. Mas desta vez, vimos um fato novo, foi à sociedade civil tomar para as suas mãos os rumos, vimos uma defesa civil coordenada, vimos o exército a tomar iniciativa. Enfim, tivemos um número reduzidíssimo de mortes apesar da força agressiva das forças da natureza.

Nassif, os fenômenos que estamos presenciando alcançam o grau de proporção de catástrofe devido a dois fatores que foram impulsionados pelo progresso. O primeiro fator é a clara mudança climática sentida na região com o resultado de constantes chuvas e ventos. A atividade econômica está sendo seriamente afetada, resultando na perda de milhões de reais e a desvalorização dos bens da região (quem compra uma casa que já alagou?). O outro fator é o avanço das populações e dos negócios em regiões nas quais o equilíbrio da natureza com a atividade econômica é extremamente frágil. Veja o grau de impermeabilização do solo em Itajaí por exemplo. Em sua maioria, em função dos enormes pátios de armazenamento de contêineres.

Para o desafio de daqui para frente em caso de que a cada ano ou dois anos termos uma enchente e ficarmos 15 a 20 dias com a economia da região paralisada, considero que medidas proativas devem ser tomadas. Para isso a sociedade organizada, as universidades e o poder público devem juntar os esforços para dar uma solução para quem vai viver nesta região nos próximos 30 anos. Veja por exemplo, que as enchentes de 1983 e 1984 causaram ações que produziram obras na região que minimizaram as enchentes por 24 anos. E agora? O que fazer? Fazer um novo canal para o rio Itajaí Açu para o mesmo desembocar em dois lugares e reduzir o efeito devastador em Itajaí? Fazer um novo canal desviando o rio Itajaí – Mirim? Fazer obras de dragagem de ambos os rios? Fazer a limpeza e desocupação das margens destes rios? Fazer uma nova represa para regular a vazão dos rios?

O que não dá é para ficar adormecido, ficar esperando as autoridades aparecerem. Dilma não tem o “approach” que o Lula teve, e a catarinense Ideli Salvati, chefe da casa civil também não deu as caras (ao mínimo a imprensa não noticiou que ela apareceu ou tomou decisões). Não tem nenhuma obra do PAC que fale em melhorias que venham a conter a destruição que se repete. Não há coordenação dos políticos catarinenses neste sentido, pois divididos e metidos em picuinhas entre si, são incapazes de ter iniciativas suprapartidárias. Só resta a sociedade civil cobrar e cada morador fazer seu plano de contingência. Pois uma coisa que este povo catarinense tem é paciência e alto grau de solidariedade humana.

Luis Nassif

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