São Paulo inclui estrangeiros no Bolsa Família prevendo xenofobia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A Prefeitura de São Paulo vai incluir estrangeiros que vivem na cidade no Cadastro Único do governo federal que dá acesso ao Programa Bolsa Família. Entre 15 e 50 mil haitianos, bolivianos, africanos e outros imigrantes podem ser beneficiados pela medida. A ideia, segundo explicou Rogério Sottilli, secretário de Direitos Humanos da cidade, é combater a situação de vulnerabilidade dessas pessoas, cujos direitos sociais em solo brasileiro estão garantidos. A transferência de renda poderá evitar situações de trabalho escravo e tráfico de pessoas. Para o titular, o problema será enfrentar o “xenobofismo” de alguns paulistanos.

Prefeitura de São Paulo inclui estrangeiros no programa Bolsa Família

De O Globo

Pela primeira vez no Brasil, estrangeiros poderão receber o Bolsa Família. A partir da semana que vem, imigrantes que vivem na capital paulista serão inscritos no Cadastro Único do governo federal, que dá acesso ao benefício.

A medida permitirá que entre 15 mil e 50 mil haitianos, africanos, bolivianos e demais pessoas de outras nacionalidades que vivem em extrema pobreza recebam pelo menos R$ 77 mensais. A medida foi possível graças a um entendimento do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) sobre o Estatuto do Estrangeiro, de que imigrantes têm os mesmos direitos previstos para brasileiros nas leis e na Constituição.

O ofício do MDS que deu o aval para o pagamento do benefício aos imigrantes foi assinado em fevereiro. Porém, ficou esquecido nos escaninhos de Brasília e era, até recentemente, desconhecido por outros ministérios.

— Nem nós sabíamos que essa possibilidade existia até pouco tempo. Não é piedade, é do interesse da cidade que esses imigrantes se desenvolvam e produzam para fazer São Paulo crescer. E, para isso, é preciso dar o mínimo de condições para eles — disse Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos da prefeitura.

O cadastramento será feito em mutirão no Centro de Referência e Acolhida para o Imigrante de São Paulo. A ação faz parte do Festival de Direitos Humanos “Cidadania nas Ruas 2014”, organizado pela secretaria e que acontece na semana que vem.

Para ter acesso ao benefício, os imigrantes terão que ter pelo menos o protocolo do pedido de refúgio ou de Registro Nacional de Estrangeiros, além de CPF e renda per capita de até R$ 140. Também deverão cumprir as condicionalidades estabelecidas pelo programa: manter os filhos em idade escolar estudando e seguir o calendário de vacinação.

Uma vez cadastrados, eles podem levar até três meses para receber o cartão do programa e sacar o benefício. O registro no CadÚnico também é a via de acesso a outros programas do governo federal, como o Minha Casa Minha Vida.

A entrada de estrangeiros como beneficiários do programa de moradia popular, no entanto, dependerá de outros critérios, além da renda.

Os dados oficiais indicam que, pela cidade de São Paulo, circulam 360 mil imigrantes, mas a secretaria admite que o número está subestimado e pode chegar a até um milhão.

— Não conhecemos o perfil de todos esses estrangeiros, por isso é difícil saber quantos podem se beneficiar dos programas sociais. O cadastro deve servir como estímulo para os que não têm documentos regularizarem a situação e, assim, vamos conhecê-los melhor — disse Camila Baraldi, coordenadora adjunta de políticas para migrantes de São Paulo.

TRABALHO ESCRAVO NA MIRA

A Secretaria de Direitos Humanos espera também que o Bolsa Família ajude a combater o tráfico de pessoas e o trabalho em condições escravas na capital. Em 2014, pela primeira vez, o número de resgates de trabalhadores forçados em áreas urbanas superou a quantidade de ações na zona rural no país. São Paulo se tornou foco importante dos crimes. As indústrias têxtil e da construção civil costumam ser as maiores exploradoras dessa mão de obra. E os imigrantes são grandes vítimas do esquema.

— Queremos evitar que a pessoa se submeta à condição degradante por um prato de comida. O Bolsa Família é fundamental para isso — disse Sottili, que não soube calcular o gasto público que representará a inclusão dos imigrantes no programa.

Sottili descartou a possibilidade de uma corrida de estrangeiros que vivem em outras cidades para São Paulo, por causa do benefício. Até porque, segundo ele, prefeituras de outros municípios também devem adotar a medida. De acordo com o secretário, o problema a ser enfrentado é a xenofobia de alguns paulistanos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

25 Comentários

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  1. Tentativa de sabotar o

    Tentativa de sabotar o programa e o Brasil. Simples assim!

    Não somos responsáveis por todos os pobres do mundo. Estrangeiros podem fazer jus ao programa mas…não pode ser assim, só ir lá e fazer cadastro.

    Tem que ter alguns anos de Brasil!

    Alguém contenha o PT! Se deixar, quebra o Brasil!

    1. Ler antes de comentar

      Para ter acesso ao benefício, os imigrantes terão que ter pelo menos o protocolo do pedido de refúgio ou de Registro Nacional de Estrangeiros, além de CPF e renda per capita de até R$ 140. Também deverão cumprir as condicionalidades estabelecidas pelo programa: manter os filhos em idade escolar estudando e seguir o calendário de vacinação.

      Uma vez cadastrados, eles podem levar até três meses para receber o cartão do programa e sacar o benefício. O registro no CadÚnico também é a via de acesso a outros programas do governo federal, como o Minha Casa Minha Vida.

      A entrada de estrangeiros como beneficiários do programa de moradia popular, no entanto, dependerá de outros critérios, além da renda.

      Os dados oficiais indicam que, pela cidade de São Paulo, circulam 360 mil imigrantes, mas a secretaria admite que o número está subestimado e pode chegar a até um milhão.

      — Não conhecemos o perfil de todos esses estrangeiros, por isso é difícil saber quantos podem se beneficiar dos programas sociais. O cadastro deve servir como estímulo para os que não têm documentos regularizarem a situação e, assim, vamos conhecê-los melhor 

      1. ” … manter os filhos? rs

        ” … manter os filhos? rs “

        Ja chegamos nesse patamar ? rs

        O cara é imigrante, tem filhos e precisa do bolsa familia

        Ou seja, é um miseravel absoluto gerando mais miseraveis.

        Porque?

        Porque nosso governo acha que estamos muito bem para permitir a invasão de estrangeiros e tutela-los com programas de transferencia de renda.

        O centro de Sao Paulo em determinados lugares mais parece a capital de alguma naçao africana de tanta gente que vem para ca, a pergunta magica é, se nao tem qualificaçao e ja tras familia ( ou as fazem por aqui )  qual o destino dessa gente?

        Engrossar os miseraveis nas favelas e nas ruas, e a exemplo dos brasileiros serao vitimas dos governantes daqui que adoram tutelar um pobre mas nao tem vergonha na cara para dar as coisas que podem fazer qualquer pobre andar sozinho ou seja SEGURANÇA, SAUDE  e E-D-U-C-A-Ç-A-O de qualidade.

        Logo estaremos sendo assaltados nas ruas ou mortos por gente que sequer nasceu aqui.

        Ser assaltado por um cara que nao fala sua lingua é uma falta de respeito né nao? kkk

      2. A funçao agora do Brasil (

        A funçao agora do Brasil ( pais onde certos lugares tem indice superior a 40% de ausencia total de saneamento ) é amparar miseraveis do continente africano / latino americano  pois ja demos conta dos nossos certo?

        Deixa de demagogia ok?

  2. agora é só o que faltava.
    Uma

    agora é só o que faltava.

    Uma garantia de renda para estrangeiros que venham aqui.

    alias nao é renda é uma ajuda que se presta para quem ja tenha uma renda e lugar para morar.

    Na pratica nao ajudara em nada mas tera o agravante de estimular a vinda de pessoas para as quais 70 reais por mes é dinheiro que nunca terao onde estejam morando como Haiti ou demais naçoes miseraveis.

    Tenho sérias ressalvas sobre essa ideia, ja falei aqui antes e reitero o bolsa familia é um excelente programa mas nao pode ser desfigurado por ato demagogico como esse da prefeitura de S Paulo… 

    1. Muito poetico seu post
      mas

      Muito poetico seu post

      mas voltando a vida real

      O programa é um instrumento valido para minimizar as diferenças sociais.

      Não é para se transformar EM QUEBRA GALHO PARA TUDO QUE É PROBLEMA OK?

       

      1. Quebra galho do tipo….comer

        Quebra galho do tipo….comer ou não comer??  Fala sério….vc não conhece nem um pouco a vida lá fora.  Esses caras passam fome, não tem o que vestir, onde morar e são presa fácil para os “ixpertos”  que adoram um escravo.  Ninguém falou que o BF será ad eternum….então segura sua onda aí…..

        1. Acorda! rs
          O programa ja esta

          Acorda! rs

          O programa ja esta englobando outras geraçoes de familias brasileiras ( porque como nao ha ensino publico de qualidade o ciclo de miseria fica intocado obvio ) que dira desses caras.

          Ajudar imigrante é uma coisa, abrir as portas IRRESPONSAVELMENTE em uma naçao ja de miseraveis e usar programa de transferencia de renda para imigrante é demagogia pura.

          A melhor forma de ajudar os haitianos é AJUDAR O HAITI pq o governo não da uma ajuda de 400 milhoes de dolares atraves de empresas brasieliras para recurerar a infra estrutura haitiana?

          Nos demos um bonus acima desse valor para o zacarias andino não foi?

          E olha que ele nao usa esse dinheiro para ajudar seus compatriotas que estao aos milhares em S Paulo heim? rs 

  3. Cortina de fumaça demagógica

    “Para o titular, o problema será enfrentar o “xenobofismo” de alguns paulistanos.”

    Sério? Existe alguma cidade brasileira com um percentual mais alto da população oriunda de alhures do que Sampa? É por causa deste tipo de declaração “preventiva” que esta administração municipal tem a antipatia que tem. No melhor estilo: “Não temos pobres em quantidade suficiente? Vamos criar alguns para ver se a coisa melhora para o nosso lado”…

    1. É um investimento de longo

      É um investimento de longo prazo numa nova leva de eleitores do PT.

      A coisa está feita para eles em SP.

      É necessário investir.

  4. Humanistas

    Eh o que acontece em muitos outros paises. E em todos eles não houve nenhum “enxame” de imigrantes por causa de uma ajuda governamental. Na França onde o FN e a Direita escojuram a ajuda aos estrangeiros muito pobres, ja foi feita varias pesquisas que apontam que a de taxa de imigração é constante, não aumentou. Ao contrario, diminuiu nos ultimos anos. 

    A prefeitura de SP faz bem de implementar a BF aos imigrantes da cidade. Se não funcionar, a prefeitura pode parar com o beneficio. O ideal, claro, seria estender-se por todo o Brasil. 

  5. haddad deve odiar sp

    O Haddad só pode odiar são paulo, desejar a destruição e o caos. Dar dinheiro para estrangeiros que mal chegaram ? Vai baixar o haiti inteiro em são paulo. Os haitianos estarão certos em vir, escapar da pobreza, direito deles. Mas será que vc pode chamar de xenófobos os cidadãos humilhados por tantos impostos e uma vida terrível, que não querem dar mais nenhum tostão do seu suado dinheiro para caridade? Com esse dinheiro poderíamos instruir melhor muitos brasileiros. Haddad odeia são paulo e gosta de jogar as pessoas umas contra as outras. Meu Deus, que tristeza para esta cidade ter um ser tão destrutivo no comando.

  6. Imprensa Canalha

    E péssima em aritmética, economia, sociologia etc.. – Aliás curso de comunicação social, serve para que ? Formar burros e idiotas ? Capachildos subservientes ao patrão ? P.Js. desclassificados implorando por um emprego ? Vender matérias e idéias pré – concebidas por seus editores – feitores ?.

     Não existem 50.000 haitianos e africanos refugiados em Sampa, sem emprego, mas o inclito “porcalista”, os colocou em evidência, pois estes imigrantes possuem uma particularidade: são Negros, ou poderia ter colocado outros, como os bolivianos, peruanos, paraguaios, colombianos, tambem aqui refugiados: são Indios – para a xenofoba e neurótica comunidade paulistana, cujos de “melhor história genealógica”, situam-se entre “bandeirantes predadores de indios” – em sua maioria ex-judeus perseguidos pela Inquisição – até europeus miseraveis que aqui vieram fazer fortuna, e fizeram, mas todos brancos, de alva pele – miséria não tem cor – mas imigrantes/refugiados brancos, para os paulistanos, são “gente de bem”, agora os “negros” e “indios” podem sujar a sociedade – e espanto: podem se miscigenar.

      Vivo na realidade, não ligo a minima para “porcalistas” e suas matérias, quando já precisei de um, foi facil – comprei, e barato, nem precisa de dinheiro, publicidade resolve – R$ 77,00 não resolvem a extrema pobreza de ninguem, auxilia um pouco, e é um dinheiro que volta para a economia, sem comprometer o caixa de qualquer administração, que já gasta – há anos – muito mais que esta quantia, com estes imigrantes, como por exemplo básico: Se vcs. saissem da internet, conhecessem melhor o mundo real, saberiam que nas maternidades publicas de São Paulo, em seus hospitais infantis e gerais, o afluxo destas pessoas é imenso, em maternidades da ZN-SP ( tipo Vila NOva Cachoeirinha ), parto de bolivianas/peruanas/haitianas, já soma mais de 20% das ocorrencias ), lembrem-se, estas mães, mesmo que “indocumentadas”, devem ser atendidas, e o filho(a) nascido aqui, um paulistaninho de olhinhos puxados, que só vai falar quechua ou creole em casa, estenderá sua cidadania, a toda sua familia – é a lei – o registro já sai no hospital.

       Sendo f.d.p., pode-se afirmar que este contingente, crescente, de refugiados/imigrantes, vistos através de uma ótica bem liberal, podem ajudar a diminuir os custos com funcionários locais, salarios e encargos sociais, como ?

        São obrigados a aceitar qualquer emprego, geralmente intermediados por ONGs, tipo Cáritas, ou orgãos de emprego publicos (SINE), ou perdem os beneficios, até mesmo o abrigo no qual dormem, caso não aceitem o trabalho – Exemplo do Mundo Real: Uma padaria perto de minha casa ( Perdizes ), admitiu, através da Cáritas, um haitiano, um cara muito legal de 28 anos ( 2 de Brasil ), com formação em boulangerie, fluente em português, francês, e um razoavel inglês – pagando o salário minimo, bem menor que o piso da categoria de um padeiro – o cara é bom no que faz, grato, e Barato. A receita do “pain au chocolat noir et cognac “, é de comer rezando.

         Só quem pode ser xenofobo no Brasil, são os poucos “brasileiros nativos” que ainda aqui existem, os demais, como eu, paulistano há 55 anos, genealogicamente sou assim: Meus avós maternos – portugueses que emigraram da miséria do Norte de Portugal, para cair na miséria – mas com comida – em fazendas de café; meus avós paternos – um espanhol ( galego ) que fugiu do exército, loiro de olhos azuis, com sua mulher – não esposa, casaram-se no Brasil – uma marroquina, de Ifni, a época Marrocos Espanhol, muçulmana de origem, quase negra, cabelo negro encaracolado, uma mulher tribal, com a qual aprendi uma versão de arabe, e virou católica romana fervorosa – tipo chefe do apostolado de Maria na Freguesia do Ó.

          Movimentos xenofóbicos no Brasil, só os aceito, por piada, são engraçados, neonazistas comicos – e infelizmente já tive contatos com reais neonazis europeus/russos – somente de Santa Catarina ou Rio Grande do Sul, já em minha cidade – um valhacouto de deserdados ( apud. Sérgio Buarque de Holanda em Raizes do Brasil) – sem chance, é indigno, burrice, falta de comprensão com suas origens – solução: educação ou castração.

          

     

  7. Ah Esqueci,

        Todo xenófobo neonazi, sempre com discursinho de “preservação da espécie”, e seus contrarios, tão chatos quanto, tipo: ongueiros, sociólogos, jornalistas, comentaristas e demais inuteis, deveriam ser obrigados a passar uma semana ( 7 diazinhos apenas ), em um “Campo de refugiados “, não no Haiti/Rep.Dominica/Perú que são tipo uma “colonia de férias”, mas em locais mais, diria, sensiveis, a escolher: Sudão, Etiópia, Congo, Jordania, Libano etc.., seria um aprendizado, para qualquer um

         Garanto: Depois desta experiência, qualquer pessoa, que ainda possua um resquicio de humanidade, dará, fara campanha, para dar refugio/cidadania, a estes deserdados do Mundo.

  8. Quanta hipocrisia!
    Tanto

    Quanta hipocrisia!

    Tanto paulistano vivendo em chiqueiros apelidados de favelas e o prefeitinho preocupado com apátridas.

    Se tem dinheiro sobrando, então porque não acaba com as favelas dando moradias dignas aos paulistanos e nordestinos que constroem essa cidade e nada recebemm  das autoridades.  Continue assim prefeitinho, veremos nas p´roximas eleições. Qual o pai que vendo seu filho lhe pedir um prato de comida, deixa-o com fome e vai alimentar o filho do vizinho?  E vendo seu filho ao relento vai abrigar o filho do outro?  Bom saber que a prefeitura tem dinheiro sobrando. Que os paulistanos se lembrem bem da sua indiferença para com os seus e sua generosidade para com os apátridas. 

  9. A “esquerda” está precisando

    A “esquerda” está precisando de renovação e de um choque de realidade…

     

    Tem sido frequente críticas duras à presidente Dilma não só da mídia ou oposição (como se fosse possível distinguir uma da outra…) mas também de pessoas de seu próprio partido que, num arrobo de decepção, chamaram até de “asneira” a escolha do seu nome para a sucessão de Lula. Não é fácil compartilhar dessa opinião e para isso basta uma breve avaliação das opções que o presidente tinha depois que o escândalo do mensalão varreu do quadro do partido nomes importantes. Para começar, é necessário que a parte do PT responsável pelo fogo amigo reconheça o papel que Dilma desempenhou no governo de Lula: Ela funcionou, na prática, como gestora, como “chefe de governo” liberando ele para atuar como “chefe de estado”, zona de conforto na qual ele poderia fazer o que ele melhor sabe – discutir política, negociar, conciliar interesses.  O nome de Dilma para a sucessão, longe de ser uma “asneira”,  foi uma necessidade de renovação política do partido, um indicador claro da falta de quadros  e do impacto que o trabalho dela, como “chefe de governo”, causou em Lula. E aí é possível  identificar uma aposta ousada: É possível uma bom gestor, mas sem nenhuma experiência política como parlamentar, ser um bom chefe de estado e de governo? Com aquelas condições de contorno ele acreditou que sim; mesmo que isso não seja reconhecido, parece óbvio que a confiança que Lula tinha em Dilma, fruto de seu desempenho, foi o “padrinho” de peso que  avalizou a escolha. Ela foi eleita, enfrentou uma forte crise mundial, enfrentou o desgaste da condenação de vários membros importantes do partido e, ainda assim, chegou em junho de 2013 com mais de 60% de aprovação. Os problemas de diversas esferas (municipal, estadual, do poder judiciário, do poder legislativo e “até” do governo federal) foram habilmente colados,  pela oposição e por uma mídia compacta, parcial e nem sempre honesta, unicamente em Dilma “Geni” Roussef. É possível atribuir à presidente problemas na área fiscal, na centralização das decisões, etc, mas esses problemas não parecem suficientes para justificar a avaliação extremamente negativa que alguns têm de seu mandato, até porque ela não parece ter, no quadro do partido, alguém de confiança e com habilidade política suficiente para assumir as funções de um “chefe de estado” liberando-a para se preocupar, mais fortemente, com a gestão governamental, zona de conforto para ela. Agora mesmo, após uma eleição dura, ela, que parecia já ter chegado a uma praia tranquila para buscar folego para o novo mandato, é surpreendida pelo tsunami Petrobrás. Foi ela que criou esses problemas todos?  Os responsáveis  pelo fogo amigo desconsideram que o próprio partido criou uma parte desses problemas  e não dispõe de quadro qualificado, nem na administração nem no parlamento, para ajudá-la na solução. A escolha de Fernando Hadad seguiu a mesma lógica de busca de renovação e de aposta em “bons” gestores, embora ele demonstrasse ter, pelo menos até a decisão de incluir os imigrantes no Bolsa Família, uma “cintura” política mais afiada do que a da presidente. Não se precipitem: Tenho profundo respeito por todos eles, acho que o governo deve buscar todos os meios de atender aos que hoje vivem no Brasil, mas é completamente inoportuna e beira a irresponsabilidade se permitir essa inclusão sem um profundo estudo dos impactos que ela terá no orçamento público e  na opinião pública, já tão manipulada pela mídia. Essa decisão surpreende por vir de um dos melhores quadros políticos do PT, um qualificado e sério candidato à sucessão, que deveria saber do potencial que essa decisão tem de desestabilizar ainda mais um governo que, a duras penas e após 19 hs de obstrução parlamentar e de pressão midiática, aprovou uma alteração na lei de diretrizes orçamentária que flexibiliza os gastos . Como a mídia e a oposição explorarão essa notícia? Não haveria problemas mais urgentes para serem tratados no momento, como por exemplo, montar defesas para resistir ao golpe “branco” que a Policia Federal do Paraná, Justiça Federal do Paraná, Gilmar Mendes, Toffoli, oposição, mídia, movimentos neo-facistas, estão tramando? Não seria mais oportuno discutir a inclusão de brasileiros que, não obstante estejam abaixo da linha de pobreza, ainda não são assistidos pelos programas de governo? E o que dizer dos sérios problemas na área de assistência à saúde, à educação? Se os recursos orçamentários são suficientes para incluir com tanta facilidade os imigrantes por que ainda não foram alocados para resolver parte dos problemas nacionais? Aliás, de quantos imigrantes estamos falando? Existe no Brasil estudos que permitam esse dimensionamento? Quanto custará esse ato, generoso e humanitário por um lado, mas precipitado e ilusório por não estar respaldado em um estudo responsável que indique sua viabilidade? O quanto essa decisão pode influenciar a vinda de novos imigrantes em busca de melhor assistência? Por favor, não venham com o argumento simplista de que essa ajuda já é dada por alguns países do primeiro mundo e que “estudos” mostram que a imigração não aumentou com essa assistência. Não esqueçamos que o Brasil ainda não atingiu esse patamar e que o controle da imigração naqueles países é eficiente o bastante para explicar por que que o número de imigrantes não aumentou. Não esqueçamos, também, que os países europeus tem um barreira natural (o mar mediterrâneo) com o norte da África e que os Estados Unidos têm o Rio Grande além de muros e forte fiscalização na sua fronteira com o México. Percebem? O México, país emergente como o Brasil, é a principal fonte de imigrantes para os Estados Unidos. O que poderá acontecer com os segmentos mais pobres da Bolívia, Paraguai, Peru, Venezuela, sem falar nos países da América Central, tendo a opção de serem melhor assistidos no Brasil? Se os recursos do Bolsa Familia fossem da prefeitura de São Paulo, o prefeito tomaria essa decisão sem um profundo estudo de viabilidade? A única coisa útil que uma decisão precipitada e  inoportuna como essa  pode trazer é, com o cadastramento, permitir que se conheça o número real de imigrantes que vivem no Brasil. De  resto é lamentar e concluir que  a “esquerda” está precisando, de fato, de  um choque de realidade e, logo em seguida, de uma ampla e irrestrita renovação.     

  10. inclusão é a palvra chave.
    se

    inclusão é a palvra chave.

    se eles são aceitos, passam a ser considerados brasileiros.

    melhor incluí-los do que marginalizá-los para todo o sempre.

    1. Se você quer fazer caridade

      Se você quer fazer caridade então porque você não os levem pra se abrigar na sua casa e de parte do seu salario pra eles? Caridade com dinheiro alheio é facil. O Brasil não tem que pagar pela miseria alheia. Se o Haiti e a Bolivia esta na merda pau no cu deles.

  11. UM PERIGO!

    Isso se chama FALTA DE NOÇÃO…. sobre onde isso pode chegar! Ora, ainda que isso não seja mais uma JOGADA do PT, mais uma idéia ELEITOREIRA, tal medida só vai ESTIMULAR a vinda de MUITO MAIS haitianos e outros estrangeiros em situação de miséria em seus países! E TODOS vão para São Paulo, claro, se outras cidades não copiarem essa “”brilhante”” ideia. Como vai ficar São Paulo ??? Creio que nenhum outro país faz tal “loucura”, pois sabem bem o perigo, ao contrário do prefeito Haddad. Essa DISTRIBUIÇÃO DE DINHEIRO só vai trazer MUITO MAIS estrangeiros que estão em situação de miséria em seus países na Africa, na Ásia ou na América Latina. A notícia vai correr de boca em boca pelo mundo! O Brasil será verdadeiramente INVADIDO por muitos milhares que se sentirão atraídos por todos esses benefícios que só o Brasil está dando a imigrantes em situação de miséria….. LOGO, LOGO estaremos passando pela mesma situação calamitosa que passam EUA e Europa com gigantesca e incontrolável imigração. SOLIDARIEDADE é uma coisa (há diferentes formas de se prestar solidariedade) e isso é FALTA DE NOÇÃO, falta de inteligência, mesmo…. DEUS NOS ACUDA!

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