A banda larga e o SUS

Do Valor

Governo espera melhorar serviços de saúde com o plano de banda larga 

Luciano Máximo, de São Paulo
16/06/2010 

Com o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) se definindo pouco a pouco, os serviços de saúde aparecem como prioridade nos esforços do governo federal de massificar o acesso à internet de alta velocidade no Brasil. Nas discussões, o Ministério da Saúde se tornou “um dos principais clientes” da nova política, diz Luís Gustavo Loyola dos Santos, diretor do Datasus, departamento que cuida da parte de informática do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Na última reunião do comitê gestor do PNBL, coordenado pela Casa Civil e pelo Ministério do Planejamento, nos foi pedido para indicar nossas necessidades de acesso para que eles possam dar prioridade”, explica Santos. Essas necessidades se traduzem em ampliar o índice de conexão à rede mundial de computadores e à rede do SUS de mais de 60 mil estabelecimentos de saúde em todo o país. Ampliação da capacidade de armazenamento de dados e transmissão de informações mais eficiente também são melhorias previstas. 

Superada a barreira da conectividade – apenas 21% das residências do país conta com serviço de internet rápida -, o próximo passo seria fornecer serviços online aos usuários do SUS, como opções de cadastramento e agendamento de consultas e exames e divulgação de informações sobre prevenção de doenças, por exemplo. Nos próximos meses, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciará as primeiras ações de orientação.

ParPara a secretária-executiva do Ministério da Saúde, Márcia Bassit, a transformação vai ser sentida principalmente nas unidades de saúde afastadas dos grandes centros, onde os serviços de internet são precários. “A modernização do sistema e o alcance da banda larga às unidades de saúde mais remotas certamente vão permitir uma melhoria da qualidade dos serviços do SUS.”

Nesse contexto, o setor já se prepara. O ministério investiu R$ 26 milhões para aumentar de 186 para 700 os pontos de conexão do Infosus, o sistema de rede do SUS. Mais de R$ 10 milhões foram aplicados na modernização de dois centro de processamento de dados do SUS no Rio e em Brasília, além de ações para incrementar a digitalização de documentos e da renovação do parque de servidores.

Os investimentos e a chegada da banda larga também vão gerar economia. “Pagávamos quase os mesmos R$ 26 milhões para manter os 186 pontos de rede de antigamente, porque a tecnologia era defasada”, explica Loyola. A perspectiva de acesso mais barato à banda larga com a entrada da Telebras no mercado também garante redução de custos. “Uma entidade hospitalar recebe verba do SUS para se sustentar, o que inclui pagar serviço de internet. Vamos poder racionalizar esse serviço e ficar menos dependentes dos provedores privados”, ressalta.. 

Luis Nassif

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