Mesmo sem estrutura, cidades pequenas precisam de médicos

Comentário ao post “Não joguemos pedras nos médicos brasileiros

Trabalhei durante cinco anos no laboratório do hospital da Faculdade de Medicina da UNESP de Botucatu-SP e ouvia os estudantes de medicina, desde o primeiro ano, discutirem entre si sobre qual especialidade dava mais renda para um médico atuar. Esse assunto era um dos principais entre eles. Não os condeno por isso, o curso de medicina é massacrante, muito pior ainda para os que se habilitam a fazer uma residência médica. A exigência que se faz dos médicos numa residência médica chega a ser quase desumana.

Qualquer pessoa tem o direito de escolher o melhor para si e para sua família, entretanto não querer ocupar as vagas de municípios mais carentes e não querer que médicos estrangeiros as ocupem é de um egoísmo sem precedentes. E fazem isso sob o pretexto de que falta melhores condições médicas nesses municípios. Acho que esses médicos nunca visitaram uma cidade com menos do que 30.000 habitantes nos estados mais pobres do país, onde falta quase tudo e, em muitas, falta até saneamento básico. Mas isso não impede que tenham um médico para um primeiro atendimento e para acompanhar um programa de medicina preventiva.

Luis Nassif

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