A lavagem de dinheiro do PCC

Por Carlos Eduardo (Kadu)

Notícia sobre Segurança Pública:

Do Jornal da Tarde

PCC ‘lavou’ R$ 199 milhões do tráfico

18 de outubro de 2010 |8h00 |Tweet este Post

Categoria: Polícia

Elvis Pereira

O Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB) de São Paulo rastreou em seu primeiro ano de funcionamento cerca de R$ 199 milhões arrecadados com o tráfico de drogas e “lavados” pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A cifra corresponde a 60% dos R$ 331,7 milhões identificados pelo laboratório. Os donos do restante da fortuna são desde mafiosos estrangeiros a servidores corruptos.

O balanço corresponde aos 24 dossiês produzidos entre 25 de agosto do ano passado e igual data deste ano pelo LAB, instituído numa parceria entre o Ministério da Justiça e a Polícia Civil paulista. Os documentos revelaram que mais da metade dos bens e do dinheiro localizado está nas mãos de pessoas supostamente ligadas ao PCC, a exemplo do candidato a deputado federal Claudinei Alves dos Santos, o Ney Santos (PSC).

A facção recorre principalmente a contas bancárias abertas em nomes de parentes e “laranjas”. E mantém uma movimentação intensa de valores entre R$ 500 e R$ 1,5 mil. “Você vai ver e a pessoa nunca trabalhou, não tem nada, não contribui para o INSS e tem aquele patrimônio todo”, destaca o coordenador do LAB paulista, o delegado Robinson Fernandes.

“Essa é a forma usual”, continua o delegado. “Mas eles também recorrem a lojas de carros e motocicletas para simular faturamentos.” A maioria dessas empresas de fachada está espalhada na periferia, porém também podem ser encontradas em bairros nobres. O PCC “lava” o dinheiro ilícito, ainda, em motéis, linhas de micro-ônibus, postos de gasolina e comprando imóveis.

Outros R$ 99 milhões em bens e dinheiro rastreados provêm de esquemas de narcotráfico e prostituição existentes no exterior. Seus líderes decidem lavar o dinheiro no País por meio de rede de hotéis e restaurantes. “Pegamos, por exemplo, uma rede de hotéis pertencente a um alemão que já é alvo de investigação na Alemanha e na Espanha”, cita Fernandes.

Com os hotéis, a estratégia é declarar na contabilidade um número de hóspedes superior ao real. O mesmo mecanismo é aplicado aos restaurantes.

Ao longo deste primeiro ano, descobriu-se também a existência no Estado de negócios de integrantes da máfia japonesa Yakuza, mafiosos italianos, russos e libaneses suspeitos de ligação com ações de terrorismo.

Cara de biblioteca
Inaugurado oficialmente em setembro, o LAB paulista está instalado na sede da Polícia Civil, no centro. O laboratório tem jeito de biblioteca. Ali não se interroga suspeito, não há cartório como em delegacias, tampouco inquéritos.
Nenhum dos agentes é visto circulando pelo andar. São policiais que cruzam informações de diversas instituições e são até escalados para missões. “Exploramos a formação da pessoa. Quem foi professor, nós mandamos dar aula”, exemplifica Fernandes.

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Já são duas as delegacias especializadas em São Paulo.

Do portal do Ministério da Justiça :

Notícias

Lavagem de Dinheiro » Notícias

noscript 01/09/2010 – 18:09h

MJ inaugura Laboratório contra a Lavagem de Dinheiro em São Paulo

São Paulo, 1º/09/2010 (MJ) – Com o objetivo de fortalecer as ações no combate à lavagem de dinheiro, o secretário Nacional de Justiça, Pedro Abramovay, e o secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, participaram da inauguração oficial do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) no Palácio da Polícia Civil de São Paulo nesta quarta-feira (1º). O laboratório é o segundo do estado que já conta uma unidade no Ministério Público Estadual.

“Lavagem de Dinheiro era quase como um tema acadêmico. Não fazia parte das preocupações da Segurança Pública”, ressaltou Pedro Abramovay. O secretário afirmou que o Brasil vive uma mudança cultural no combate ao crime. O processo teve início com a criação da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem (Enccla), instituída em 2003, sob coordenação da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (MJ).

O secretário de segurança de SP, Antônio Ferreira Pinto, lembrou que o desafio do crime organizado exige cada vez mais a integração dos órgãos que defendem a sociedade. Ele afirmou que o LAB-LD será integrado ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, ao Ministério Público de São Paulo e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Com o Laboratório, a Polícia Civil de São Paulo e os órgãos parceiros poderão produzir provas relevantes em casos de alta complexidade, envolvendo o fluxo de ativos ilícitos.

Abramovay lembrou que o MJ está investindo mais de R$ 1,6 mi para equipar o governo de São Paulo com o órgão. “O LAB-LD representa um instrumento moderno e avançado para que os órgãos que combatem o crime possam falar a mesma língua”, completou o secretário. 

Luis Nassif

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