ROCK, IRREVERÊNCIA E ALEGRIA: SEM DROGAS

 

ROCK, IRREVERÊNCIA E ALEGRIA: SEM DROGAS

 
Milton Corrêa da Costa
 
          Mais uma edição do Rock in Rio, a quarta a nível nacional, está a bater a nossas portas,  a realizar-se no período compreendido entre 23 de setembro e 2 de outubro. Milhões de jovens de todo o mundo aguardam com ansiedade o início do megaevento na cidade maravilhosa, bonita e charmosa por natureza. Um verdadeiro “festival nacional e internacional de boa música, com mistura de diversos estilos”, comenta seu próprio idealizador, o empresário Roberto Medina.                
          Conforme noticiado recentemente, estando comprometida com as causas sociais além das ambientais, a direção do evento aproveita  também o grande acontecimento, que envolve a presença de jovens,  para lançar, de forma extremamente oportuna,  uma campanha antidrogas,  com apoio e marketing de algumas celebridades, cuja ideia força é o slogan: “Eu vou sem drogas”. Ou seja; “Sexo, drogas e rock’n roll” já era. Ficou para trás.
           Chegou-se à conclusão que drogas, até hoje, não fez nenhum bem à juventude. Pelo contrário, é um perigoso caminho, quase sem retorno.  Um falso ‘barato’ que causou mais destruição do que euforia e prazer momentâneo. A busca por estados alterados de consciência, desde a remota antiguidade,  saiu até aqui muito caro para a humanidade. Um alto preço na destruição de seres humanaos e seus familiares e amigos.
           Ressalte-se que tal importante e oportuna campanha põe inclusive em xeque o discurso atual da chamada ‘corrente progressista’- o ex-presidente FHC é um dos defensores- que insiste na descriminalização de drogas como forma de redução de danos e da própria violência do narcotráfico. Os consumidores de maconha querem mais. Almejam inclusive plantar a ‘cannabis’ em suas residências para consumo próprio. Resta saber até que ponto também não se transformarão em traficantes de classe média como já fazem com o ecstasy e outras droga sintéticas.
          As grande dúvidas que ficam é se a permissividade da legalização de drogas será melhor do que a proibição e se ocorrerá o aumento do número de usuários e do consumo e também se traficantes deporão voluntariamente seus arsenais de guerra. O exemplo do México, onde o narcoestado  está perigosamente instalado, não serve pra ninguém. O recente ataque de um ‘cartel de drogas’ em razão  de uma extorsão não paga por um empresário,  em que incendiaram um cassino, matando 50 pessoas, nos demonstra claramente que a  repressão às drogas no mundo terá inevitavelmente que prosseguir..
            Descriminalizar drogas neste instante seria como render-se a um grande mal e colocar em risco ainda maior os mais jovens, onde cerca de um milhão  deles no Brasil já vivem como trapos humanos, sem rumo nas ‘cracolândias’, dependentes da ‘droga da morte’. A legalização de drogas importaria também no aumento inevitável na recuperação física e psicológica de mais usuários, em clínicas e hospitais do governo, o que demandaria o consequente aumento dos gastos públicos.
            Já nos basta os nefastos efeitos do uso excessivo do álcool que progressivamente também destrói seres humanos. Prevenção permanente, recuperação física e psicológica de dependentes e repressão inteligente parece-me a fórmula ideal para combater o incômodo mal das drogas.
Ponto para a direção do Rock in Rio. Uma grande vitória antecipada e muito bem sacada. Divirtam-se, pois, com muita alegria e irreverência, porém sem drogas. Se beber não dirija. Se for fazer sexo procure um local apropriado e seguaro. Use a camisinha. Preserve o maior bem de todos. A vida humana.
 
                    Milton Corrêa da Costa é coronel da reserva da PM do Rio e estudioso em violência urbana
 

 

Redação

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