O Secretário de Saúde que fugiu do hospital público

Do Extra

Bombeiros desmentem versão de que Sérgio Côrtes estava desmaiado ao ser levado para hospital particular

O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, estava acordado e consciente no momento em que foi levado por uma ambulância do Samu para um hospital particular em vez de uma emergência pública de referência, quebrando uma norma do Corpo de Bombeiros. Ouvidos pelo EXTRA, quatro bombeiros dos quartéis envolvidos no socorro desmontaram a versão de que Côrtes estaria desmaiado e, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Saúde, teve sua remoção decidida pela família.

— Eu estava subindo para a cobertura, encontrei com ele (Côrtes) na escada. Estava descendo sozinho — contou um dos bombeiros.

Já no térreo, o secretário foi visto lúcido e falando.

— Ele estava acordado, bonitinho. Saiu benzão do prédio, de olho aberto. Vivinho — contou outro, que, a exemplo dos demais, aceitou dar entrevista gravada para o EXTRA, desde que sua identidade fosse preservada.

Os carros de combate a incêndio não paravam de chegar. Sérgio Simões, titular da Defesa Civil, já estava no local. Na madrugada daquela sexta-feira, 26 de outubro, foram acionados quatro quartéis, envolvendo um total de 37 homens.

— Aquela área (a cobertura fica na Lagoa) é do destacamento da Gávea. Quando vimos, estavam chegando carros de Copacabana, Humaitá e até do Quartel Central. Sabíamos de que se tratava da casa do Sérgio Côrtes — relatou um terceiro.

Eram cerca de 3h30m. O secretário havia se ferido no tornozelo direito ao quebrar com um chute a caixa de combate a incêndio do corredor do prédio. Também havia inalado fumaça. O clínico e médico de Côrtes, Fábio Miranda, recebe um telefonema de Verônica Vianna, mulher do secretário.

— A mulher dele me ligou, contou o caso e eu mandei que o trouxessem para o Hospital Samaritano. Ele chegou acordado — contou Fábio.

Ao ser levado para a ambulância do Samu, também estava consciente.

— Secretário, vamos para o Miguel d’Or? — ironizou um bombeiro, numa referência ao atendimento público do Miguel Couto e ao particular da Rede d’Or.

Recebeu de volta um olhar de desaprovação.

Lúcido, Côrtes já havia escolhido. Nem um nem outro: iria para o Samaritano.

Luis Nassif

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