Equipe de presidente interino quer reforma da Previdência aprovada neste ano

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Nova equipe econômica anunciada por Henrique Meirelles
 
Jornal GGN – Uma semana após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o presidente interino Michel Temer inicia a estruturação da Reforma da Previdência, que impactará os atuais trabalhadores.
 
O grupo de trabalho que estuda as medidas drásticas será formado por centrais sindicais que apoiaram o impeachment, como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Força Sindical, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Nova Central Sindical dos Trabalhadores, que terão dois representantes no colegiado. Embora tenham se manifestado contra mudanças na aposentadoria, essas sindicais se comprometeram a buscar soluções junto ao governo Temer.
 
Por serem contrárias ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) não participam do grupo.
 
Também fará parte do grupo um representante do Congresso Nacional e será coordenado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ainda do lado do governo, estará presente o secretário da Previdência nomeado, Marcelo Caetano, economista do Ipea.
 
“Marcelo Caetano tem como principal finalidade formular uma política de previdência no Brasil”, adiantou ontem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao nomear o economista.
 
O posicionamento do secretário da Previdência também não é novidade. Ele é um defensor da fixação de idade mínima para a aposentadoria. O objetivo da reforma é produzir efeitos rápidos e reduzir a pressão das despesas dos benefícios nas contas públicas.
 
Consequências para os trabalhadores
 
Apesar de ainda não definida a proposta final de reforma da Previdência, que terá o prazo de 30 dias para entregar ao Congresso, já é de conhecimento público que as mudanças já irão incluir quem está no mercado de trabalho atualmente, e não só os futuros trabalhadores. 
 
“Uma das questões mais profundas e complexas que precisam ser analisadas é a que caracteriza o direito adquirido e o que é meramente a expectativa do direito, baseada em normas que vão ser discutidas no devido tempo”, disse Meirelles, abrindo para a possibilidade de impacto já nos atuais trabalhadores.
 
“Existe um consenso que mais importante é que exista uma Previdência Social que seja sustentável e autofinanciável, e é que todos os trabalhadores tenham a garantia de que a aposentadoria será paga e cumprida e que o estado será solvente para cumprir as suas obrigações. Vamos estudar com cuidado e, para isso, a Secretaria da Previdência vem para o Ministério da Fazenda, para trabalhar conosco, visando à garantia dessa solvência do Estado e à sustentabilidade da Previdência Social como um todo”, afirmou o ministro.
 
O ponto deve ser o de maior resistência das centrais que participam do grupo, que começa a discutir hoje (18) a Reforma da Previdência.
 
A justificativa para incluir os atuais trabalhadores é que, segundo integrantes do governo, uma reforma só para os novos trabalhadores teria efeito nas contas públicas em apenas 40 anos.
 
Hoje, os benefícios do INSS consomem 35,2% do total de receitas da União, que representa um peso de R$ 496,4 bilhões neste ano. E as contas caminham em ascendente: se hoje a Previdência é 7,95% do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), em 2060 seria 17,2%, se as regras permanecerem como estão hoje.
 
No ano passado, o déficit já atingiu R$ 85,8 bilhões, em valores nominais, alcançará R$ 133,6 bilhões neste ano e R$ 167,6 bilhões de rombo em 2017.
 
Especialistas alegam que sem uma reforma na Previdência, a União ficará sem recursos para investir em saúde e educação. Com isso, aumenta-se o apoio para que o governo Temer envie no prazo de 30 dias a proposta ao Congresso, articulando com parlamentares, diante da grande resistência a medidas impopulares.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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    1. Será por que os empresários

      Será por que os empresários estão sempre preocupados com as contas da Previdência; teria relação com a conta dos juros, ou seja tem que haver folga no superavit para não ser questionada a conta dos juros

  1. Top Secret – Projeto Paraguai

    Caros internautas, não cansem seus deligados neurônios procurando respostas onde não estão. O objetivo é acabar com o Brasil, com suas indústrias, universidades, saúde pública, estradas de ferro, pesquisas de ponta, ciência e tecnologia e etc, deixar o Brasil igual ao Paraguai, isolado do mundo e onde seu “povo” pasta bovinamente enquanto que os gringos fazem turismos e tirando fotos para seus álbuns depois de visitar um lindo país cheio de gente “tranquila”, pacata e feliz, segundo os parâmetros deles. Depois eles, os gringos, vão querer instalar umas bases militares com mísseis apontados para a Rússia só para a Rússia também mirar seus foguetes para esses lados. E o Temer não está nomeando ministros, mas sinistros, iguais aos vilões das séries de TVs. Daí que nomear “sinistros” que não entendem de nada e sem orientação (cérebro) para as mais diversas áreas, é deixar bagunçar geral para depois taxar de “ineficiência do estado” e entregar para a banca privada.

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