Previdência: Silvio Costa expõe estratégia do governo para aprovar PEC

Deputado alerta que parlamentares da base aliada querem usar a inserção de emendas para passar impressão de que governo escuta opinião pública: “Nós não deveríamos fazer emenda nenhuma a isso. Nós deveríamos derrotar [a PEC 287] do jeito que está”

 
Jornal GGN – Os parlamentares da Câmara dos Deputados estão começando a se alinhar a opinião pública, que não recebeu bem o pacote do governo Temer para reformar a Previdência social. É isso que mostra o vídeo obtido pelo Jornal GGN onde o deputado pernambucano Silvio Costa (PSC) conclama os colegas a não aceitarem nenhuma emenda recomendada pelos deputados aliados ao governo para tornar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2017 mais palatável, e possível de ser aprovada na Casa.
 
Na gravação, Costa discursa ao lado de outros parlamentares que apoiaram o impeachment de Dilma, dentre eles o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), alertando sobre a estratégia dos deputados aliados a Temer de tentar persuadir ele e outros colegas a incluírem novas emendas à PEC.
 
“Nós não deveríamos fazer emenda nenhuma a isso. Nós deveríamos derrotar [a PEC 287] do jeito que está. Se a gente mexer nisso é o que eles querem. Do jeito que está a base deles não tem coragem de votar”, argumentou o pernambucano, concluindo que participar do debate da reforma, incluindo qualquer tipo de emenda, seria o mesmo que abrir uma porta para o governo levar adiante o projeto na Câmara dos Deputados e, ainda, passar a impressão de que os parlamentares e a opinião pública estão sendo levados em consideração. 
“Eu não vou fazer o jogo do governo, eu quero enfrentar esse projeto. Eu não quero dar álibi pra base de governo (…) eles querem é desidratar um pouco o projeto pra ficar mais palatável, pra dizer que escutaram vocês, pra dizer que escutou a opinião pública”, completou.
 
O discurso de Costa aponta que o aumento de manifestações sociais contra a reforma da Previdência de Temer começa a fazer efeito sobre os parlamentares. 
 
Se passar no Congresso, a PEC 287 desobrigará o Estado a manter a Previdência e sobrecarregará a participação do trabalhador, podendo quebrar o sistema público, assim favorecendo a previdência privada. 
 
Além disso, o pacote de Temer pretende equalizar o tempo de contribuição em 25 anos, para o recebimento de uma aposentadoria parcial, ou 49 anos para aposentadoria integral, tanto para homens quanto para mulheres, sejam eles trabalhadores urbanos ou camponeses, determinando como idade mínima para a aposentadoria os 65 anos, com previsão de chegar a 70 anos.
 
Pelas regras atuais, mulheres trabalharas rurais podem se aposentar com idade mínima de 55 anos, e homens trabalhadores rurais 60 anos, comprovando 15 anos de trabalho no campo. Já o tempo mínimo para um trabalhador urbano se aposentar é de 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens).   
 
Leia também: Reforma de Temer quebrará Previdência, alertam entidades
 
https://www.youtube.com/watch?v=uB5EM9PkEbU&feature=youtu.be width:700
 
Redação

3 Comentários

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  1. Foi o que eu escrevi e postei

    Foi o que eu escrevi e postei no fora de pauta em 16 de dezembro do ano passado.

     

    Previdência

    A reforma e o bode.

    Edivaldo Dias de Oliveira

     

    Tem muita gente compromissada com a defesa dos interesses sociais estrilando com a proposta da reforma da previdência pelo governo golpista. O que ninguém tem percebido é que, de certa forma, é isso que os golpistas querem e esperam; que a reforma seja contestada pontualmente, mas não a necessidade da sua realização.

    Assim, contra a grita geral sobre o tempo de contribuição para obter aposentadoria integral, a igualdade na idade para se aposentar entre homens, mulheres e trabalhadores rurais e a desvinculação em relação ao salário mínimo, o governo faz algumas concessões reduzindo um pouco o tempo de contribuição, mantém uma pequena diferença de idade e estipula uma tabela de valores vinculadas aomínimo, do tipo 50% da aposentadoria é vinculada e resto não e aí sai todo mundo dizendo que “agora tá bão”.

    O nome disso é tirar o bode da sala, que todos nós já conhecemos.

    Quando alguém, um negociante, quer vender um bem e avalia que o mesmo vale mil reais, a tendência é ele pedir mil e trezentos ao potencial comprador; este por sua vez, após avaliar o bem oferece oitocentos, novecentosreais e o vendedor finalmente, por dizer ser muito amigo do comprador deixa por mil, que é o que ele desejava inicialmente e fecham o negócio.

    É isso que vai acontecer com a famigerada Reforma da Previdência . Não a toa, as Centrais Sindicais mais traíras já conversam com o governo no sentido de fazer mudanças na proposta, pois com certeza as partes já tem entre si, acordados, quais são os números mágicos, os números de consenso.

    Assim essas centrais e seus sindicalistas de araque, como Paulinho da farsa e Ricardo Puthá, ameaçam manifestações e greves de araque contra os números apresentados, conseguem amplo espaços na grande mídia como JN, que fazem parte do golpe, os golpistas recuam para os números acordados e eles posam de vitoriosos, contra a “intransigência” das Centrais mais combativas como a CUT.

    O que se tem que fazer é denunciar essa tática perversa nas redes sociais e junto aos trabalhadores, ao mesmo tempo em que se contesta a necessidade de tal reforma sem que antes o estado pague a parte que lhe cabe para a previdência, pois como sabemos, ela é composta da contribuição dos trabalhadores, dos patrões e do estado que há muitos anos não só deixou de contribuir como passou a sacar a descoberto no caixa da previdência, não é por outro motivo que ela foi anexada, capturada, raptada, seqüestrada pelo Ministérios da Fazenda do governo golpista na cara dura, transformando a previdência numa espécie de caixa  2 da fazenda.

    Os movimentos sociais precisam provocar o MPT – Ministérios Público do Trabalho – no sentido de formar uma Força Tarefa para entrar na justiça impedindoque qualquer reforma seja feita até que uma auditoria seja realizada para saber se há déficit realmente e quais os motivos dele.

    REFORMA NÃO, AUDITORIA JÁ.

     

  2. Sindicatos de todo o país. . .

    Sindicatos de todo o país deveriam se unir e lançar o seguinte desafio: “Deputados que votarem na reforma da previdência dos “65 anos” da forma da com está, não serão reeleitos”. Os sindicatos deveriam fazer forte campanha a nível nacional para não reeleger esses deputados.

  3. Credibilidade

    Este deputado que tanto defendeu o governo constitucional e legítimo da Presidenta Dilma passou a apoiar os golpistas num abrir e fechar de olhos. O que o convenceu?

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