Em vídeo, lideranças Yanomami saúdam Lula, pedem desintrusão e fazem ecoar compromisso com a vida na Terra
por Arnaldo Cardoso
Violados, vilipendiados, perseguidos, explorados, desrespeitados durante os tenebrosos anos do governo Bolsonaro, povos originários no Brasil, dentre os quais os Yanomami, veem na volta de Lula à Presidência do país a esperança de retomada do caminho de afirmação de políticas de defesa e ampliação de direitos destes povos com os quais toda a sociedade brasileira tem enorme dívida.
Numericamente os Yanomami contam cerca de 38 mil pessoas e habitam principalmente o território definido como Terra Indígena Yanomami, no norte do Brasil, fronteira com a Venezuela.
Em emblemático vídeo, o xamã Davi Kopenawa e outros líderes Yanomami de Watoriki saúdam a volta de Lula, clamam pela desintrusão dos garimpeiros que ocupam e degradam a Terra Indígena Yanomami e Ye’kwana e renovam seu combativo compromisso com a defesa da floresta e de todos os seres vivos que a integram, para o bem do Brasil e de todo o planeta.
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Conscientes da importância de seu papel como guardiões da floresta acompanham com expectativa as notícias de que o novo governo criará um Ministério dos Povos Originários que terá, dentre outros objetivos, o monitoramento permanente do cumprimento de leis que assegurem seus direitos além de promover iniciativas que os ampliem. Assegurar voz permanente, com poder constituído, aos indígenas nos assuntos políticos do país, será um significativo passo para o fortalecimento da democracia brasileira, ainda com sérios déficits de representatividade.
No contexto internacional, quando mais uma cúpula se realiza para discussão e negociação de agenda sobre mudanças climáticas (COP27) o novo governo brasileiro dá claros sinais de que reassumirá lugar de protagonismo, encaminhando medidas efetivas no âmbito doméstico e propostas críveis à comunidade internacional para assegurar o futuro da vida na Terra.
Arnaldo Cardoso, sociólogo, cientista político, pesquisador, escritor e professor universitário.
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