Cresce apoio ao fim da reeleição e voto facultativo, aponta Datafolha

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Pesquisa divulgada pela Folha de S. Paulo na noite de segunda-feira (22) mostra que a opinião da população brasileira mudou drasticamente nos últimos anos em relação a dois pontos da reforma política: a reeleição e o voto obrigatório.

Segundo o Datafolha, de maneira inédita, apenas 30% são favoráveis à reeleição para cargos do Executivo, como presidente, índice que em 2005 – primeiro mandato de Lula – chegava a 65%. Os que são contra à medida saltaram de 39%, em 2007, para 67%. Opiniões sobre reeleição para governadores e prefeitos são quase idênticas.

Na Câmara, o fim da reeleição foi aprovado com apoio até mesmo da base do governo Dilma Rousseff, reeleita em outubro de 2014. O placar foi de 452 votos a favor contra 19 contra. Para entrar em vigor, a regra precisa passar por uma segunda rodada de votação na Casa e, depois, ser aprovada pelo Senado.

Um desdobramento do fim da reeleição é a discussão em torno da coincidência de todas as eleições e, consequentemente, mudanças no tempo de mandato de todos os políticos com cargo eletivo. O Senado tem tido dificuldade para definir se o mandato de oito anos vai cair para cinco ou ficar em 10 anos. A Câmara discutiu aumentar o tempo de estadia na Casa de quatro para cinco anos, mesmo tempo sugerido para o presidente, governadores, prefeitos, deputados e vereadores. Pelo Datafolha, 53% apoiam essa ideia.

A rejeição ao voto obrigatório também atingiu uma marca histórica. Passou de 54% para 66% entre outubro de 2014 e a nova pesquisa. Apesar disso, a Câmara não aprovou a medida. O voto facultativo foi derrubado com ajuda de 311 deputados, ante 134 que era favoráveis.

“O Datafolha também perguntou aos eleitores se eles iriam votar se não fosse obrigatório. De cada dez, seis responderam que não votariam. É importante notar, nesse caso, que não se trata de uma opinião homogênea na sociedade. Se o voto fosse facultativo, são os mais pobres e os os menos escolarizados os que mais deixariam de votar”, publicou a Folha.

O Datafolha ouviu 2.840 pessoas nos dias 17 e 18 de junho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Para a esquerda
    Para a esquerda aprender….Se não querem fazer reforma política quando tem possibilidade de ser feita…. saiba que tem gente que vai tentar SEMPRE que tiver chance.

    Aprende PT. Na política, o mais importante é oportunidade. Vc não escolhe momento!

  2. A renúncia à democracia!

    Parece incrível: um povo que lutou pela queda da ditadura e abertura democrática, agora, manipulada futebol clube, está renunciando a seus direitos de escolher os governantes.

    Jamais irei renunciar a este direito sagrado e que está consagrado como básico para o povo que pretende manter-se no regime democrático.

    Há necessidade – e muitos não estão enxergando – da reforma política, evitando que a escolha seja feita como aquele antigo pai dizia à sua filha: Minha filha, você pode casar com quem quiser, desde que seja Paulo, Pedro ou Manoel.

    Temos que permitir que a escolha seja feita, primeiramente nos partidos. Temos que buscar a obrigatoriedade de número de filiados mínimos para cada partido, que possa trazer maior legitimidade dos escolhidos pelos partidos para a escolha final, nas urnas. Não podemos continuar com partidinhos de aluguel que buscam participar, apenas, do dinheiro das eleições e apoio na hora da propaganda eleitoral. 

    Mesmo os grandes partidos, atualmente, tem um número pífio de filiados. Deveria ser exigido muito mais.

    A pesquisa, por outro lado, revela a descrença na política, mercê, é óbvio, das notícias sobre corrupção e as regalias, cada vez maior, dos políticos. Pena que não fizeram pesquisa sobre a reeleição dos congressistas. Com toda a certeza, eles também, estão dentro deste quadro – por sinal são os principais – e o povo restaria contrário a reeleição para deputados e senadores.

    A questão da reeleição deveria ser focada, basicamente, na perpetuação dos mesmos políticos nos mesmos lugares, indefinidamente, não mudando, é claro, nada. Porém, à mídia não interessa este tema. O tema levado para a presidência é apenas fruto de nova investida para cada vez mais minar a credibilidade de Dilma.

    Se fizermos uma reforma política, na qual o povo possa eleger aqueles que os possam representar com muito mais credibilidade, com certeza,  o resultado da pesquisa seria outra. A confiança é importante.E ela hoje está cada vez mais mirrando, perdendo as forças, quase morrendo.

    Precisamos acreditar naqueles que iremos votar. Um deles, por exemplo, já perdeu minha confiança. Trabalha na TV e se mostra um grande defensor do consumir. Porém, para minha surpresa, votou em favor de não ser mais obrigatório que contes na rotulagem, do produto que está sendo vendido,  a observação de que são produzidos com sementes transgênicas. Ora bolas. E, para minha surpresa, é um dos preferidos pelo povo paulista para governar São Paulo. Basta ver a lista de quem votou contra e aqueles que votaram a favor. Ele disse SIM.

    Está aí: votam porque dizem que defende os consumidores. Talvez trabalhe mesmo contra as pequenas empresas. Porém, quando se depara com a esquadra dos apadrinhados pelos ruralistas, pelos interesses do agronegócio, saiu correndo e vota a favor. Qual é a credibilidade que posso ter em relação a este eventual candidato?

    E é isto, infelizmente, que não se fala em nenhum momento na TV:

    Ora, fulano que se diz defensor do consumidor votou a favor da queda de rotulagem dos produtos transgênicos. E por que não? Por que não intessa ao PIG esta informação.

    E veja que somente os partidos de esquerda é que defenderam a rotulagem. Basta ler a lista de votação.

    Sabe quando o povo vai saber disto? Never!

     

  3. Mitos

    A questão do voto facultativo é um mito, assim como a reeleição. Nem uma coisa nem outra muda significativamente a qualidade do sistema eleitoral. São coisas manipuladas de forma casuística (e bota casuísmo nisso) pela imprensa a serviço das forças obscurantistas, as mesmas que compraram a reeleição do FHC.

    Por outro lado o Datafolha não tem credibilidade nenhuma. Suas pesquisas são manipuladas para ajustarem-se às patacoadas de sua linha editorial.

    Seria interessante dispor de pesquisas sérias, mas fiar qualquer análise em um instituto de pesquisas que já mentioru grosseiramente em diversas outras situações é pura perda de tempo.

     

     

  4. Sempre esse instituto de

    Sempre esse instituto de pesquisa com os resultados que o “povo gosta”. Só perde para aquele do Paraná, no qual os tucanos são eleitos disparados para todos os cargos, para eles o aecio já estava eleito…………..

  5. “Cresce apoio”

    “Cresce apoio à volta das carroças como veículo sustentável de transporte”, diz Datafalha.

    “Iniciativa que proíbe uso de tinta vermelha pelos órgãos públicos tem cada vez mais apoio”, diz Datafalha.

    “Punições antes consideradas extremas, como apedrejamento e açoitamento, bem como pena de morte e prisão perpétua, hoje estão no rol das reivindicações populares”, diz Datafalha.

    “É cada vez maior o apoio ao fim da Petrobrás e venda do pré-sal a grupos estrangeiros”, diz Datafalha.

    “Cresce apoio popular à lei que proíbe os ‘blogs progressistas'”, diz Datafalha.

    “Proposta que acaba com a CUT, os partidos chamados ‘de esquerda’, e movimentos de base social, como os Sem-Terra e Trabalhadores Sem-Teto, passa com folga pela Câmara e agora segue ao Senado”, diz Datafalha.

    “Iniciativa que obriga a substituição do idioma oficial do Brasil do português pelo inglês tem amplo apoio popular”, diz Datafalha.

    E há quem imagine que eu estou fazendo piada.

  6. Sempre a mesma historia –

    Sempre a mesma historia – quando as pesquisas nao sao convenientes, desacredite de quem as executa, ou de quem opina nas mesmas. Chega a ser cansativo este vies que as esquerdas tem. Troque-se o povo, ora bolas. Dahi a surpresa das mesmas (as esquerdas) com a rejeicao ao PT. Eh claro que o voto obrigatorio eh contra a democracia. Eh meu direito nao querer votar. E nao vai ser nenhum TST a me ameacar com penalidades, a interferir em minhas escolhas pessoais. Coisa de republiqueta populista. Desanimador.

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