Para Chauí, deve-se politizar manifestações de rua para que democracia avance

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Enviada por Gilberto Cruvinel

da Rede Brasil Atual

Chauí defende reforma política para acabar ‘com o que sobrou da ditadura’

Em debate, filósofa diz que essa é a única forma de politizar as manifestações que devem recrudescer no ano que vem durante o Mundial e afirma que movimentos devem prestar atenção a reivindicações
por Redação RBA publicado 
 
PERSEU ABRAMO
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Ao lado do presidente da FPA, Marcio Pochmann, professora diz que antigos devem aprender com novos

São Paulo – A filósofa Marilena Chauí afirmou hoje (29) durante o Fórum Ideias para o Brasil, da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, que o Brasil precisa de uma reforma política capaz de reduzir a corrupção, politizar as manifestações de rua e fazer a democracia avançar no país.

“É preciso uma reforma política que acabe com o que sobrou da ditadura”, disse Chauí na mesa inaugural dos debates, que também teve participação do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, e da cantora Karina Buhr.

A reforma política defendida pelo PT e por outros partidos de esquerda – além de entidades altamente representativas como CNBB, OAB, CUT, UNE e MST – tem como foco principal o fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais, considerado a porta de entrada para os desvios que depois se instalam nas instituições da República.

“Dá para entender por que muitos jovens dizem não gostar de política. Cabe a nós mudar isso”, afirmou a filósofa, para quem o atual modelo fez a corrupção se tornar “institucional”.

Ela também disse que a CUT e outros movimentos precisam “prestar atenção” nas reivindicações que virão da nova classe trabalhadora (Chauí é contrária ao termo “nova classe média”). “Os antigos movimentos sociais precisam refletir sobre isso e aprender a conviver com essas novas formas, dialogando com elas”, disse.

Segundo ela, o neoliberalismo continua sendo o modelo econômico global, precarizando e fragmentando os trabalhadores tanto quanto antes.

Chauí também alertou para o esperado recrudescimento dos protestos de rua durante da Copa do Mundo do Brasil no ano que vem. “A única forma de politizar as manifestações que se radicalizarão durante a Copa é pautar a reforma política no país”, voltou a frisar.

O Fórum Ideias para o Brasil vai de hoje a domingo (1º), com 18 mesas de debates sobre temas variados (Cultura, Direitos Humanos, Comunicação, Relações Internacionais, Economia etc.) no Mercure Nortel – Avenida Luiz Dumont Villares, 392, Santana, zona norte da capital

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

10 Comentários

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  1. Chauí

    Gosto da Marilena. Aprendi muito com ela. Diferentemente de Chico de Oliveira e outros, não abandonou o PT e Lula nos momentos mais difíceis. Mas, lendo suas últimas entrevistas, sempre fico meio confuso sobre onde ela quer chegar. Claro que deve ser falha de compreensão minha. Sinto, porém, suas ideias pouco conectadas com o embate político atual. Que mudou radicalmente.

    De que forma “politizar as manifestações”, propondo reformas. Quais? Será o financiamento de campanhas capaz de sensibilizar os atuais ativistas, que deixaram longe os ideais de 1968? De que adiantará descaracterizar o rótulo “classe média”, e acabar levando junto uma das poucas ações do PT reconhecidas e cooptadas até pela mídia, oposição e grande parte da elite?

    Além do mais, Marilena adquiriu um palavreado mais sofisticado, ideal para seus pós-docs, mas não para a necessária exposição do ideário de esquerda, com a enorme tarefa incompleta aí deixada por descaminhos de, justamente, não entender a reviravolta ideológica que o planeta deu.

    Sei não. Por que o Nassif não a leva a um Brasilianas?

  2. Excelente

    Marilena toca na ferida e alerta para os novos tempos. Propõe que se faça a reforma política para que a população não precise invadir as ruas para participar do jogo político, para que o nosso parlamento tenha mais transparência, coerência e que de fato represente os anseios da população..

    Democracia direta já.

  3. Deve estar ficando senil , a

    Deve estar ficando senil , a idade esta reduzindo as sinapses e levando a uma radicalizaçao do que sobrou no bau da cabeça dela, coisa dos anos da guerra fria onde o socialismo nao tinha dado o atestado de inutilidade que deu com a derrocada do leste europeu e da URSS

    A China ja deixou claro que essa gente só muda o pais para melhor nos sonhos delas

    Hoje a China se bobear é mais capitalista que a UE…rs

    A dona Marilena esta congelada no tempo onde o termo classe média é um palavrao , e na visao onirica dela trocar classe média por nova classe trabalhadora mudaria algo no afã dos seus componentes por bens de consumo e padrao de vida elevado

    Faz sentido para alguem tao abitolada achar que dar novos nomes muda alguma coisa…rs

    Obs: sobre as manifestaçoes ( que irao ocorrer para chantagear o governo ) nao tenho certeza que tentar instrumentalizar elas seja uma boa ideia , principalmente pq se essa senhora diz que a ideia é boa é melhor evitar adota-la…

  4. Marilena Chauí tinha que ser

    Marilena Chauí tinha que ser ministra do atual governo, deveria ocupar o lugar do Paulo Bernardo, Mercadante ou da Marta Suplicy.

    Se a pauta política não entrar nos protestos, os manifestantes estaram provando que fazem papel de idiotas.

  5. Movimento dos jovens que desprezam a história

    O tema reforma política é importante, mas encontra resistência dentro do legislativo e da grande mídia.

    A grande mídia, acaba dando voz ao movimento dos “contra a reforma política”, ou uma reforma política “sem reforma”.

    Mas penso se as reformas propostas pela esquerda chegarão aos ouvidos (e as mentes) daqueles que sairam para protestar ultimamente?

    Muitos dos jovens que foram as ruas, quando tiveram consciência do que é governo, foi sob o governo do PT. Para eles, os males do Brasil são um resultado do PT no poder. Graças ao modelo Goebels disseminado pela mídia conservadora, que para tentar colocar no poder seus velhos aliados, dissemina que o PT é igual ao PSDB, esquerda é igual a direita, movimento social é igual partido, etc.

    As pessoas que engrossaram as massas se dizem apartidárias sendo contra partidos, contra a corrupção sem cobrar o judiciário, a favor dos direitos sociais sem entender a responsabilidade da Federação, Estados e Municípios. Não é um movimento com pauta própria, mas com a pauta do último Jornal Nacional.

    Estes são contra o Capitalismo (sem dispensar o último iphone) e contra o Estado, afinal o Estado tem sido demonizado desde que o PT chegou ao poder. De que forma pollitizar algo que não quer ser politizado, que tem pavor da política?

    Penso que o desafio é grande, pois muitos dos que foram as ruas, mal compreendem a história do Brasil. Mal compreendem o que é política (dizem não gostar de políticos, mas vão as ruas fazer política).

    As ideias progressistas têm que ser disseminadas assim como as mensagens de ódio tão em moda utlimamente. É difícil debater contra quem apenas quer disseminar ódio.

    No mais, segue uma frase de muito manifestante: “Não queremos reforma política, queremos o fim da corrupção!”

    Depois de tanto ver essa frase lembrei de uma música do Gabriel Pensador: “É pra rir ou pra chorar?”

     

     

  6. Manifestações errantes, como

    Manifestações errantes, como as do meio do ano, agora só ajudaram os Neoliberais

    Chaui é ótima, mas sobre este tema esta desinformada

     

  7. Reforma política e

    Reforma política e democratização da informação. E mais, os novos devem apreender com os mais antigos, aliás, onde estão os mais antigos que não testemunham contra a ditadura, não se indignam com a judicializacao da política, não defendem as vítimas da AP-470. O comportamento dos mais velhos justifica os protestos despolitizados e “horizontais” dos jovens no meio deste ano.

  8. Chaui fala o óbvio

    Chaui fala o óbvio para qualquer cidadão minimente politizado e como vivemos em momentos de um vazio cheio de insignificãncias ele, o óbvio, torna-se revolucionário..politizar essa massa amorfa, sem foco, que ignora a História e seu processo poítico, com cartazes de cabeça pra baixo e etc para que não seja manipulada pelo status quo é o papel que cabe aos movimentos sociais organizados e partidos políticos progressistas.. simples assim..

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