Brasil tenta incluir censura a Cuba em documento oficial do Grupo de Lima

Ernesto, na reunião, classificou Cuba como um propagador de ditadura para ‘praticamente toda a América Latina’. E comentou o voto dado pelo Brasil na ONU, na quinta, dia 7, a favor do embargo econômico aplicado pelos EUA contra a ilha

Foto O Globo

Jornal GGN – O ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo tentou incluir no documento oficial do Grupo de Lima censura a Cuba por suposta ingerência na Venezuela. E falhou. A tentativa se deu na reunião do Grupo que foi realizada na sexta, dia 8, em Brasília.

Segundo informações da Folha, Ernesto Araújo e o chanceler da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, queriam que constasse na declaração final uma referência mais dura contra Cuba.

Mas as demais nações do Grupo de Lima se opuseram, considerando que responsabilizar Cuba pela crise na Venezuela seria contraproducente e pouco pragmática. Além disso, alguns dos governos mantêm boas relações com Cuba e consideram que a ilha pode ajudar na superação da crise na Venezuela em uma mesa de negociações.

No documento, acabou por ser incluída uma referência genérica de exortação aos governos que apoiam ‘o regime ilegítimo da Venezuela a favorecer a transição democrática’. E um apelo para que Cuba seja parte da solução da crise.

Ernesto, na reunião, classificou Cuba como um propagador de ditadura para ‘praticamente toda a América Latina’. E comentou o voto dado pelo Brasil na ONU, na quinta, dia 7, a favor do embargo econômico aplicado pelos EUA contra a ilha – contrariando 27 anos de tradição diplomática brasileira.

Segundo interlocutores que participaram da reunião, a menção a Cuba foi ponto central na reunião do Grupo formado atualmente por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.

Os representantes de Juan Guaidó, reconhecido por esses países como presidente encarregado da Venezuela, também participaram das reuniões.

Há o receio de que o Grupo de Lima perca a relevância no futuro. Apesar de todas as tentativas do Grupo, Nicolás Maduro continua no poder e Alberto Fernández, presidente eleito na Argentina, pode se retirar da aliança.

Julio Borges, que atua como ‘ministro’ de Guaidó, lembrou, ao final da reunião, que o Grupo existe para tentar ajudar a Venezuela, e que sua função ali era também lembrar o tema de Cuba. Disse que gostaria de posições mais fortes contra a relação da ilha com Venezuela.

Uma vitória da dissidência venezuelana foi que os países que fazem parte do grupo aceitaram apoiar um acordo feito na Assembleia Nacional da Venezuela (controlada pela oposição ao chavismo), permite a manutenção de Guaidó como presidente encarregado do país mesmo após 5 de janeiro de 2020, quando em tese terminaria o seu mandato parlamentar.

Na declaração oficial está a nota de que o Grupo de Lima apoia a permanência de Guiadó “até o fim da usurpação e a realização de eleições presidenciais livres, justas, transparentes e com observação internacional”.

Redação

3 Comentários

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  1. Perda de energia debater posição tomada por pseudos chanceleres, do brasil e do guaido. Agora, aprovam um “entendimento que”…permite a manutenção de Guaidó como presidente encarregado do país mesmo após 5 de janeiro de 2020, quando em tese terminaria o seu mandato parlamentar.” e o golpista é o Maduro?
    Só mesmo sendo muito bozoide para ver relevância nestas decisões.

    1. Cuba, um país a ser combatido????Triste visão sobre um povo culto e generoso.Povo que compartilha sua coxinha de galinha congelada,que apóia seu vizinho de todas as formas!!!Generosidade mora nesta Ilha.”Ah,
      mas são bandidos comunistas”Triste ignorância e maldade!”

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