Chanceler de Bolsonaro está “expurgando” diplomatas não alinhados, diz Folha

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – A jornalista Patrícia Campos Mello – responsável pela reportagem que revelou o esquema de financiamento, via caixa 2, de campanha anti-PT no WhatsApp, na eleição de 2018 – divulgou neste sábado (22) a informação de que Ernesto Araújo, ministro anunciado das Relações Exteriores, vem promovendo “expurgos” antes mesmo de assumir o cargo.
 
Segundo a matéria, pelo menos dois “respeitados embaixadores que iam assumir altos cargos em Brasília” em janeiro foram demitidos durante a transição de governo.
 
“É natural que os ministros montem suas equipes. Mas as mudanças na estrutura do ministério acontecem apenas após a posse dos chanceleres —o novo ministro começou a ‘demitir’ pessoas antes mesmo de assumir”, anotou.
 
De acordo com a jornalista, “existe a percepção de que Araújo pretende promover um choque geracional e dar cargos de chefia a diplomatas mais jovens.”
 
Pelos relatos, a equipe de Bolsonaro avisou por telefone aos “demitidos” que os cargos não existiram mais por causa da fusão de secretarias em decorrência da reestruturação dos ministérios. 
 
“Diversos diplomatas ouvidos pela Folha descrevem o clima no Itamaraty como sendo de “caça às bruxas” e “incerteza”. O medo é de que haverá uma limpeza geral, e jovens diplomatas que não tenham alinhamento com as gestões anteriores ganharão espaço.”
 
Patrícia lembrou que Celso de Amorim também fez “expurgos” durante o governo Lula, deslocando diplomatas mais próximos com o governo tucano. “Mas Amorim já havia assumido como ministro e os diplomatas não ficaram sem função, foram apenas alocados para postos de menor destaque, fora do país.”
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Como é possivel expurgar

    Como é possivel expurgar diplomatas se o Presidente ainda é Temer e o chanceler ainda é Aloysio Nunes?

    Esse “não alinhados” são a esmagadora maioria, serão expurgados?

    A regra de Embaixadores seniors, de larga experiencia, nos grandes paises vem sendo seguida sempre, incluisive em governos complicados como Janio, João Goulart, governos militares de 64, governo Collor, governos do PT, o que manteve o alto prestigio da diplomacia brasileira. Washington, Londres, Paris, Berlim, Roma, Tokyo, Beijing, Vieno não são postos para juniors.

    Roberto Abdenur esteve anos em Viena (Agencia Internacional de Energia Atomica) , Berlim, Beijing e terminou a carreira em Washington, foi tambem Secretario Geral, Marcos Azambuja foi Embaixador em Paris e Buenos Aires e tambem Secretario Geral, essa é a tradição, que parece será quebrada.

    Todas as grandes chancelarias como o Foreing Office, o Quai dÓrsay, o State Department tem esse tipo de regramento,

    nao se fazem “experiencias” em relações internacionais, há um certo código que vem desde o Congresso de Viena de 1815

    e vem sendo organizado desde então em sucessivas Conferencias de Viena sobre Regras Diplomaticas, a que rege atualmente é a Conferencia de 1961, da qualo Brasil é parte, diplomacia se rege por códigos escritos e não escritos, só paises muito

    fuleiros saem fora dos trilhos e são desconsiderados como “não cavalheiros” para fazer parte do clube.

    1. “Como é possível expurgar”

      É possível, sim, André Araújo, em se tratando de um fundamentalista retrógrado como o futuro ministro das relações exteriores e de um governo a ser comandado por um primário intelectualmente… triste Brasil!!!

    2. Gostei
       

      Expurgos e “paises fuleiros”.

      Sob a inspiração de Herr Olaf Von Oak, nosso vindouro chanceler honrará a nossa fuleragem.

      Cá pra nós, não sei se você reparou, André, tudo o que há de bom, de belo e de nosso, o país está perdendo.

      Ou a gente  se converte e segue a manada ou é expurgado mesmo.

       

  2. Esse chanceler vagabundo

    Esse chanceler vagabundo parece acreditar que é dono do Itamaraty. Em pleno século XXI esta atuando com uma intolerância digna de Ribbentrop. Alguém ficará surpreso ou triste quando ele terminar como seu patrono nazista?

  3. Corre o risco do vexame de
    Corre o risco do vexame de ter nomes de diplomatas brasileiros em embaixadas pelo mundo serem rejeitados pelos governos locais. Os sem noção não lembram que no exterior nao basta sair nomeando qualquer Zé Ruela para cargos na embaixada. Os nomes tem de passar pelo crivo das autoridades de cada país, tem de ter o “approval” deles. É sempre um constrangimento grande ter um diplomata rejeitado.

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