Dilma e Obama se encontram na cúpula do G20

Jornal GGN – O escândalo de espionagem deflagrado por Edward Snowden balançou as relações entre Brasil e Estados Unidos. Na época, a presidente Dilma esperava ouvir um pedido de desculpas de Barack Obama. O presidente norte-americano terá amanhã (sábado, 15) uma nova oportunidade. Os dois chefes de Estado estarão reunidos na cúpula do G20, na Austrália.

Enviado por Antonio Francisco

No G20, Obama tem nova chance de quebrar gelo com Dilma

Por Fernando Caulyt

Da Deutsche Welle

Escândalo de espionagem instaurou mal-estar nas relações entre os dois países. Reunião na Austrália dá oportunidade à reaproximação, mas postura reticente da presidente brasileira deixa pouca expectativa.

Quando, em setembro de 2013, o escândalo de espionagem vivia seu ápice, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que só reconsideraria a decisão de cancelar sua visita à Casa Branca caso ouvisse um pedido de desculpas de Barack Obama.

Se a partir do próximo sábado (15/11), durante a cúpula do G20 na Austrália, ela enfim ouvirá o quer, é incerto. Mas Obama terá mais uma chance de quebrar o gelo instaurado nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos desde então.

No período de mais de um ano, oportunidades não faltaram – como na cúpula do G20 de 2013, numa visita do secretário de Estado John Kerry a Brasília ou num telefonema com o próprio Obama. Mas a presidente brasileira se manteve firme.

“O encontro pode ser importante para quebrar o gelo e acelerar um pouco a relação entre os dois países, que estava moribunda”, opina Leonardo Paz Neves, coordenador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). “Sobre uma ida de Dilma a Washington, dificilmente será algo rápido, já que os EUA recebem, em média, duas visitas de Estado por ano. De todo modo, a bola está com a presidente brasileira.”

Desinteresse mútuo

Os dois líderes devem ter um encontro paralelo à cúpula. A reunião indica uma reaproximação de forma hesitante, já que o tema espionagem ainda não foi totalmente superado pelo Planalto. Ao mesmo tempo, a parceria com os EUA é chave para o Brasil, e a presidente não tem outra opção, senão dar continuidade à agenda bilateral.

Analistas políticos ressaltam, porém, uma espécie de desinteresse mútuo em se empenhar para a retomada das relações. Os EUA se veem diante de outras prioridades, como o Oriente Médio, a expansão das políticas do Kremlin no leste europeu e a China. E o Brasil ainda sustenta o foco na chamada diplomacia Sul-Sul, nos vizinhos e nos países dos Brics.

“É claro que haverá intercâmbio de mensagens de cordialidade, mas nada de um avanço mais substancial na relação bilateral”, prevê Marcos Troyjo, professor do Ibmec/RJ e diretor do BricLab da Universidade de Columbia (EUA).

Na Austrália, o encontro com Obama será apenas um na intensa pauta de reuniões bilaterais de Dilma. Ela deve se reunir também com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.

Outro ponto que pode emperrar uma reaproximação é o cenário interno nos dois países. Dilma encontra-se em meio à formação de sua equipe de governo, e Obama ainda é afetado pela ressaca da vitória dos republicanos, que estão no controle da Câmara e do Senado americanos.

“A reaproximação só depende do Brasil. Mas o fato de a equipe do segundo mandato de Dilma ainda não estar definida pode retardar uma maior integração”, opina o professor de relações internacionais Francisco Américo Cassano, do Mackenzie. “Além disso, ainda não sabemos se o segundo mandato de Dilma será diferente dos primeiros quatro anos, quando foi dada mais atenção aos países da América do Sul e da África.”

Relação turbulenta

Assim que o caso do monitoramento comunicações como telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente, de empresas como a Petrobras e de cidadãos brasileiros pela Agência de Segurança Nacional (NSA) veio à tona, Dilma exigiu explicações do governo dos EUA. Porém, não ficou satisfeita com as respostas dadas pelos americanos.

O secretário de Estado americano, John Kerry, visitou o então chanceler Antonio Patriota na metade de agosto de 2013 em Brasília para tentar aliviar a tensão antes da viagem que Dilma faria aos EUA. Mas nem isso adiantou.

O presidente americano também tentou colocar panos quentes no caso de espionagem, mas não obteve sucesso após um encontro com Dilma na reunião do G20 na Rússia e um telefonema de 20 minutos com a presidente brasileira em setembro de 2013.

Dilma chegou a atacar a espionagem dos EUA durante discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2013. E, em dezembro, lançou uma resolução conjunta com a Alemanha nas Nações Unidas – Merkel também teve seu celular grampeado pela NSA – contra a espionagem e a favor da proteção da privacidade. A iniciativa foi aprovada em dezembro.

Em setembro deste ano, os dois presidentes se cumprimentaram durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. No final de outubro, o presidente americano entrou em contato com Dilma para parabenizá-la pela reeleição e disse esperar encontrá-la na reunião do G20.

Obama afirmou que valoriza a parceria com o Brasil e vê grandes oportunidades de cooperação em várias áreas, além de ter reiterado o convite para uma visita de Dilma à Casa Branca. Porém, a dois anos do fim de seu mandato, são muitos os obstáculos para que a viagem se concretize.

Redação

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. o obama é que deveria pedir

    o obama é que deveria pedir desculpas.

    nas os problemas políticos de obama e dilma são meio  semelhantes:

    o fortalecimento de uma direita voraz que insiste

    em governar com seus projetos que só beneficiam minorias ricas.

     

     

  2. Hoje vai ter gente despencado de um prédio lá em Higienópolis

    Hoje vai ter gente despencado de um prédio lá em Higienópolis, dou um doce para quem adivinhar o nome do sujeiro (sic, sujeito)

  3. E ………….

    Avatar, você é mau, em não antecipar o nome do suposto  suicida  !!!!!

    Mas vamos ao que linteressa realmente. A possivel normalização das relações do Brasil e EU, em um encontro entre Dilma e Obama na Autrália durante o G-20, pode ocorrer ou não!

    Isto porque conforme citado, Dilma ainda não nomeou seu Ministério, e Obama, faltando dois anos para o término de seu mandato, tem pela frente uma oposição ferrrenha no Congresso, hoje dominado pelos republicanos, o que torna mais dificil qualquer iniciativa mais liberal !

    Isto fora a pressão de muitos brasileiros, para que o Brasil, como antigamente, volte a tirar os sapatos nestaz relação, e adotando o complexo de vira-latas, receba as migalhas do comércio bilateral!

    Em suma, o que devemos fazer é fortalecer as relações Sul-Sul, consolidar o Banco do Sul, dos Brincs, bem como inclementar e consolidar a abertura do comércio com as várias frentes abertas por Lula no passado.

    Acredito também devemos sim, manter o comercio com os EU, mas nem por isto adotar atitudes de subalternos, pois somos hoje uma referência para muitos países, e embora alguns se julguem vira-latas, as condições da economia global, é bem mais diferente do passado!

     

    1. Será ????????????? Tomara !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

      Possivelmente voce tenha razão Alvaro, mas em se tratando dos homens do dinheiro, e como temos muitos em altos postos que são chegados a ele, daqui há pouco não duvido nada de que tenha muitos advogados nas portas da PF já com o mandato de soltura (Habeas Corpus), prontinho.

      Quisera que realmente lnão sobrasse, como bem disse a Presidente Dilma, pedra sobre pedra, mas …………….., continuo cético !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  4. Hum!

    ” O presidente norte-americano terá amanhã (sábado, 15) uma nova oportunidade. “

    Quisera saber sob qual ótica o americano vê o caso Snowden ,principalmente no que concerne às revelações referente ao Brasil.

  5. Olha quanta diferença! Uma

    Olha quanta diferença! Uma presidenta com altivez, orgulhosa de seu país!!!! Beleza!!!! Fhc, só aparecia de joelhos e de linguinha de fora, babando para o dono, USA.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador