A Ciência Espírita, por Marcos Villas-Bôas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A Ciência Espírita

por Marcos Villas-Bôas

Como já mencionamos em dois textos publicados aqui no Jornal GGN[1], o Espiritismo tem três vertentes: científica, filosófica e moral ou religiosa, que estão intimamente interligadas.

Essa inter-relação é mais clara hoje do que no século XVIII, quando predominava com mais força o reducionismo racionalista e cartesiano de Descartes e, assim, havia uma sede por separações, classificações e métodos de conhecimento afins, que facilitam a compreensão, mas, sem uma complexa e dinâmica visão sobre o fenômeno, também geram diversas confusões.  
 
Claramente, a vertente moral do Espiritismo, por ser o seu cerne e por exigir menos conhecimento intelectual no seu entendimento superficial, se desenvolveu muito mais no Brasil. É preciso estar atento, todavia, para o fato de que o Espiritismo, tal como codificado por Kardec, não buscava exercer um papel propriamente religioso. 
 

Kardec afirma, no Preâmbulo do livro “O que é Espiritismo?”, o seguinte:

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações”.[2].

Como se nota, Kardec não falava no Espiritismo como religião, situando a sua parte moral dentro da filosófica, pois, de fato, a moral sempre foi um dos principais problemas da filosofia, desde os gregos, e assim também o era no século XIX.
 
Na Revista Espírita de dezembro de 1868[3], em transcrição de um discurso intitulado “O Espiritismo é uma religião?”, Kardec deixa claríssimo que, se definida “religião”, do ponto de vista filosófico, como aquilo que gera um laço moral entre os homens, o Espiritismo é uma religião:
 
“Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores! No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a Doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza”.
 
Logo em seguida, contudo, Kardec explica porque não define, em regra, o Espiritismo como uma religião:
 
“Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou”. 

No item 8, do Capítulo I, do Evangelho segundo o Espiritismo[4], Kardec sustenta que a inteligência humana separou indevidamente ciência como o estudo da matéria e religião como o estudo do que é metafísico, mas que é preciso religar essas visões, interpenetrá-las. 

O conhecimento é um só. Quando se diz que é preciso fortalecer o aspecto científico do Espiritismo, não se quer dizer que ele é mais importante do que o moral, mas que um pilar de sustentação do mesmo pensamento está mais fraco do que o outro e que o fortalecimento de cada um depende da solidez do outro.  
 
A difusão da perspectiva religiosa do Espiritismo pode ser atribuída mais a Emmanuel, espírito guia de Chico Xavier, do que ao próprio Kardec. Não é à toa que Emmanuel era um espírito com forte crença no poder da religião e do rigor, o que provavelmente tem a ver, como causa e efeito, com suas diferentes encarnações como religioso. 
 
No livro “O Consolador”, de Chico Xavier, é mencionado que Emmanuel fez a seguinte afirmação:

“A ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus-Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.””[5]  

Quando Emmanuel se referia a essa importância da religião, pelo que se pode entender, talvez estivesse pensando no mesmo que Kardec quando tratava da relevância do estudo da moral espírita por meio da filosofia. É preciso, portanto, tomar muito cuidado com definições e com a atribuição de maior importância a um dos aspectos do Espiritismo, quando eles, na verdade, estão muito bem interligados. 
 
A religião – tal como normalmente praticada na Terra, repleta de rituais, proibições e reprimendas – é criação dos homens, e não de espíritos elevados. O Espiritismo não tem rituais de batismo, primeira comunhão, casamento, extrema-unção, adoração, confissão, perdão pela repetição de “x” rezas etc. Aliás, muitas distorções do Espiritismo, como a visão de culpa, de um Deus que castiga e tantas outras ainda decorrem da tradição religiosa existente no mundo.
 
O Espiritismo também termina se confundindo com as religiões tradicionais por ter como base os ensinamentos de Jesus Cristo e por muitos dos seus adeptos terem sido religiosos que se desiludiram com suas respectivas religiões. 

Como lembra Haroldo Dutra Dias[6], a lei da natureza é uma só. O que se chama de “moral” é apenas uma forma humana de expressar aquilo que diz respeito ao bom agir, mas é consequência das mesmas leis que definem, por exemplo, a atração, vista como uma lei natural. Mas, se agir com amor leva à atração de mais amor e, portanto, de outros seres humanos dispostos a amar e a serem amados, como separar o moral do natural, se não for apenas para efeitos didáticos?

Não se percebendo essas questões e não se aprofundando na intelectualidade científica e filosófica do Espiritismo, fica muito mais difícil compreender quais são as leis morais e como segui-las para que se obtenha mais felicidade, pois amor, humildade e caridade são sentimentos sobre os quais quase todos falam e julgam ser seus praticantes mais fiéis. A fé, quando não pautada na razão, se torna guia de menor utilidade, perigosa e pode levar ao fanatismo.  
 
Um dos grandes méritos do Espiritismo é explicar racionalmente como esses sentimentos se manifestam em ações e que tipos de ações devem ser tomadas nos mais diversos contextos, que sugerem muitas vezes a necessidade de uma tomada de posição complexa em meio a diretrizes aparentemente contraditórias ou paradoxais.   
 
Quanto a ciência e filosofia, a interconexão delas é tema de estudo antigo fora do Espiritismo. O reducionismo separou aquele conhecimento mais afirmativo, que se experimenta e sobre o que se pretende encontrar verdades por meio de teorias testadas, daquele que é mais questionador, reflexivo, que se testa apenas pela razão e pela intuição. 
 
No final das contas, ciência sem filosofia é um conjunto de teorias frias, com pouca capacidade de trazer o progresso por falta de um profundo questionamento crítico, e filosofia sem ciência é um conjunto de abstrações soltas, sem grande aderência à prática, sem experimentação. 
 
Com o intuito de realizar a tarefa de difusão da Boa Nova, o Espiritismo deve ter muito cuidado com a tradição religiosa humana, servindo às religiões como uma ferramenta de sua reconstrução, como a grande ciência (e filosofia) de compreensão das leis menos explícitas da natureza (naturais e morais) por meio do estudo técnico, cuidadoso, metódico dos fenômenos espirituais e dos ensinamentos obtidos por meio deles.
 
Muitos indivíduos veem a religião com preconceito e, por estarem apegados à matéria, ainda que uma boa parte tenha predisposição para desapegar dela se receberem os incentivos adequados, não dão importância a ensinamentos morais, especialmente se pautados em Jesus Cristo e outros seres ligados às religiões tradicionais, que não estejam suportados por argumentos bastante racionais. 
 
Outras pessoas são muito apegadas a uma religião específica e têm dificuldades de serem atraídas por outra doutrina predominantemente religiosa. 

Para cumprir a tarefa dada por Jesus aos espíritas de difundir a Boa Nova, que é claramente lembrada em toda a obra de Kardec, sobretudo no Evangelho segundo o Espiritismo[7],é preciso desenvolver melhor as vertentes científica e filosófica do Espiritismo, buscando conversar com cada pessoa conforme a sua bagagem moral e intelectual. 

Com mais suporte científico e filosófico, torna-se mais fácil o trabalho nos centros espíritas, pois estarão mais bem subsidiados em estudos cuidadosos, aprofundados, que sigam os métodos definidos por Kardec e, quem sabe, até possam avançar neles, pois é preciso lembrar que, de lá para cá, se passaram mais ou menos 160 anos e o conhecimento progrediu enormemente.
 
Os espíritas não podem se prostrar como adoradores do codificador. Como tudo progride, o Espiritismo também deve progredir. Essa era a vontade do próprio Kardec, como ele deixa claro em diversas passagens. Seguem, então, algumas propostas para os seus desenvolvedores e difusores. 

É preciso falar mais sobre Espiritismo para quem não é espírita, utilizando, como propunha Kardec no início do Livro dos Médiuns[8], o discurso mais apropriado para cada tipo de destinatário. Pode ser mais difícil convencer um fanático religioso a mudar de religião do que a acreditar em fenômenos suportados pela ciência, assim como pode ser mais fácil convencer um religioso cristão com coração aberto e pouco conhecimento científico por meio de aspectos morais e da doutrina de Jesus, com base em argumentos racionais, do que por engenhosas teorias científicas, como a quântica. 

Os espíritas devem falar menos em “doutrina”, uma palavra que provavelmente fazia muito mais sentido na França à época de Kardec do que hoje no Brasil e mesmo em outros países. O termo “doutrina”, salvo em raros círculos, é pouco utilizado na Língua Portuguesa e mesmo na Língua Inglesa, e, ainda pior, costuma se associar a uma ideia de doutrinação, o que tende a “fechar” o destinatário da mensagem. 
 
Seria mais convincente que se falasse em Ciência Espírita, como o próprio Kardec não cansava de repetir e que não é nenhum exagero.
 
A má definição do que seria “ciência” tem gerado confusões nas últimas décadas. Os economistas, por exemplo, reconhecendo seus erros e dos seus colegas, têm dito que a Economia não deve ser tida por uma ciência, uma vez que não observa fatos naturais. 
 
Por usar uma definição muito estreita de ciência, vem-se excluindo os diversos sistemas de conhecimento do seu âmbito. A ciência não é apenas aquela dos experimentos físicos e químicos. Essa é uma noção limitada que foi difundida na sociedade humana ocidental a partir, por exemplo, de personagens de filmes, da literatura e até de quadrinhos, como o Professor Pardal. 
 
Como muitos estudos científicos desaguam em tecnologias, há também uma confusão de que toda ciência deve levar à construção de algo. São visões limitadas da ciência, e, se assim alguns quiserem entendê-la, isso não significa que todos os demais devem segui-los. 
Mesmo tal visão prevalecendo, não seria o fato de ter ou não o nome de ciência o que faria o Espiritismo, em sua essência, mais ou menos importante. No entanto, o efeito retórico de ser uma ciência ajuda a convencer muitas pessoas. 
 
A ciência foi criada para se distinguir do estudo leigo e do misticismo da Idade Média. Daí porque é difícil aceitar como científico um conhecimento sobre aquilo que é completamente desconhecido pela maioria dos homens, tido por místico, como no caso do Espiritismo.  
 
Ela busca criar um sistema composto por especialistas que usam métodos para chegar a teorias a serem testadas por eles mesmos e por outros especialistas, procurando sempre o progresso no conhecimento moral e intelectual. A ideia de que a ciência busca chegar a verdades é antiquada. Ela apenas propõe hipóteses, as testa, fica com elas ou descarta. Esse processo é contínuo. 
 
Allan Kardec utilizou o método de observação dos fatos espíritas, realizando experimentos em diversas cidades diferentes, de distintos países, na América e na Europa, seja pessoalmente, seja por correspondência com outros pesquisadores e médiuns. 
 
Os espíritas precisam retornar com esse tipo de estudo e difundi-lo pelo mundo com o uso da internet. Dever-se-ia criar uma rede de interação para trocas de informações sobre pesquisas a serem realizadas no máximo de países e definir alguns “atualizadores da codificação” que possam atualizar os ensinamentos dos séculos XIX e XX para as necessidades do mundo e da racionalidade do século XXI. 
 
Kardec viveu em um momento no qual o conhecimento humano era completamente diferente de hoje. O pensamento moderno reducionista, dicotômico e buscador de verdades predominava naquela época. Hoje já vige um pensamento chamado por muitos de pós-moderno, que é complexo, transgressor de dualidades e que sabe serem as verdades fugazes, se é que se deveria ainda falar na obtenção delas enquanto seres encarnados nesse estágio de evolução. 
 
Os espíritas deveriam perguntar aos bons espíritos, por meio de médiuns em dezenas de lugares, por exemplo: o que é a verdade? A Verdade, com inicial maiúscula, de que falam os espíritos é a mesma verdade de que falam os homens sobre os fatos? Ela é alcançável pelos homens nesse estágio? Como diversas ideias do Espiritismo são paradoxos, a exemplo de as pessoas nascerem com um programa, mas terem livre arbítrio, é preciso desenvolver um raciocínio complexo para ser um espírita no século XXI? O termo complexidade é utilizado pelos espíritos superiores como um tipo de pensamento mais evoluído? Ciência, filosofia e religião são aspectos dissociáveis? Como eles se interajudam? 
 
É possível se realizar centenas de novas perguntas aos espíritos com base no pensamento humano atual, realizando uma espécie de atualização do brilhante trabalho realizado pelo codificador e demais espíritas nos séculos XIX e XX. Parece ser chegada a hora de a Ciência Espírita tomar de vez espaço nos lares e nos corações de toda a humanidade. 
 
Para tanto, é importante um novo giro do Espiritismo e sua ampla difusão, o que poderia seria encabeçado, por exemplo, por Divaldo Franco, enquanto coordenador de um grupo de médiuns a serem estudados juntamente com os ensinamentos dos espíritos que se manifestam por meio deles, e por Haroldo Dutra Dias, enquanto coordenador de um grupo de pesquisadores científicos.
 
A difusão do Espiritismo é importante não quanto religião no seu sentido mais comum, mas por ser um conjunto de informações importantíssimas para elevar a qualidade da vibração dos seres humanos, para ligá-los no Bem, retirando-os da depressão, dando-lhes energia, impedindo suicídios etc. Como uma típica ciência, o Espiritismo informa e ajuda a solucionar problemas graves da vida humana. É uma poderosa ferramenta de conhecimento para a mudança moral e vibratória de que o mundo tanto carece. 
 
Obs.: alguns colegas questionaram o fato de essa ser uma opinião do autor, e não dos espíritos, que têm se focado muito mais nos aspectos morais do que nos científicos. O autor responde que diversas obras de Emmanuel, André Luiz e outros espíritos são muito científicas. O próprio Kardec, escolhido para codificar o Espiritismo, era predominantemente homem da ciência, ateu até os 50 anos e, assim, nada religioso. Repita-se que fortalecer o pilar científico não é deixar o moral de lado, pois eles se complementam, não brigam. Lembre-se que, segundo Kardec, em A Gênese[9] quando uma noção do Espiritismo contradisser a da ciência, deve-se ficar com esta última:

“55. Um último caráter da revelação espírita, a ressaltar das condições mesmas em que ela se produz, é que, apoiando-se em fatos, a doutrina tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação. Pela sua substância, alia-se à ciência que, sendo a exposição das leis da natureza, com relação a certa ordem de fatos, não pode ser contrária às leis de Deus, autor daquelas leis. As descobertas que a Ciência realiza, longe de o rebaixarem, glorificam a Deus; unicamente destroem o que os homens edificaram sobre as falsas ideias que formaram de Deus.

O espiritismo, pois, estabelece como princípio absoluto somente o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. Entendendo-se com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas e abandonado o domínio da utopia, sem o que o espiritismo se suicidaria. Deixando de ser o que é, mentiria à sua origem e ao seu fim providencial. Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.

Agradecimentos a Marcília Brito, Fábio Roque Araújo e Laíze Lantyer pelos comentários ao texto.


[1]https://jornalggn.com.br/noticia/espiritismo-sociedade-economia-e-politica-por-marcos-de-aguiar-villas-boas e https://jornalggn.com.br/noticia/a-fisica-quantica-e-as-evidencias-da-existencia-de-espiritos-por-marcos-villas-boas

[2] http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2014/05/o-que-e-o-espiritismo.pdf

[3] http://www.febnet.org.br/ba/file/Downlivros/revistaespirita/Revista1868.pdf

[4] http://febnet.org.br/wp-content/themes/portalfeb-grid/obras/evangelho-guillon.pdf

[5] http://www.institutochicoxavier.org.br/wpcontent/uploads/2015/01/oconsolador.pdf

[6] https://www.youtube.com/watch?v=PvsFXc-itw8

[7] http://febnet.org.br/wp-content/themes/portalfeb-grid/obras/evangelho-guillon.pdf

[8] http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/136.pdf

[9] http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/A-genese_Guillon.pdf

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Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

26 Comentários

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  1. Já que virou post

    Vou pedir esclarecimento.

    “Claramente, a vertente moral do Espiritismo, por ser o seu cerne e por exigir menos conhecimento intelectual no seu entendimento superficial, se desenvolveu muito mais no Brasil.”

    Onde  o desenvolvimento da vertente científica do espiritismo se desenvolveu mais?

    1. No Brasil tambem.  A “elite

      No Brasil tambem.  A “elite intelectual” do Brasil espirita ja estava fazendo miserias nos anos 70, das quais voce nunca ouviu falar, evidentemente.  Mas…  eu vi.  Evandro, tem terreiro de umbanda e candomble hoje e agora dos quais voce nunca ouviu falar que estao milhares de quilometros aa frente de todos “nosoutros” e que tem mais proto-telepatas por metro quadrado do que voce jamais vai encontrar na sua vida inteira em qualquer recinto.

      Yeah…  nos existimos.  E voces normais nao nos interessam.

      1. Caro Ivan

        Devia interessar, somos a maioria acho. Assim como hoje há uma preocupação de toda ordem com as minorias, desprezar a maioria não é de bom tom.

  2. Doutrina dos Espíritos

    O Livro dos Médiuns é uma obra científica, obviamente restrita aos conhecimentos da época (186x) e gradativamente ampliados pela evolução das ciências naturais e médicas desde então.

    O próprio Evangelho segundo o Espiritismo atém-se ao ensinamento “moral” do Cristo, descartando discussões dogmáticas e aspectos relacionados às diferenças encontradas nos Evangelhos Canônicos no que diz respeito à vida de Jesus, que do ponto de vista da religião e das construções religiosas que visam controle social fazem diferença.  Para o espiritismo o foco é a mensagem crística e a base moral/filosófica que restou de “Roteiro” para a caminhada evolutiva do espírito em humanidade – reconhecer-se, conhecer-se e modificar-se na busca do Bem Viver e Conviver.

    Em “O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, 4”, Kardec pontuou “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.”  Esta transformação é a base da Doutrina dos Espíritos, mas não se restringe ao “espírita”.  O ESE não é obra exclusiva; direcionada aos espíritas por trazer enfaticamente a Lei de Reencarnação, a Lei do Progresso e a Lei de Causa e Efeito requer esforço maior para pessoas de outras religiões que acreditam numa destinação diferente quando se trata da “Vida Futura”.

    Se fizermos nosso “dever de casa” em algum momento no futuro não haverá necessidade de “ismos”: catolicismo, hinduísmo, espiritismo. A religião universal será o Amor. A Mensagem Crística pura e mais sublime: amarmo-nos e respeitarmo-nos como partes do mesmo Todo; não há mais significativa forma de agradecer.

  3. espiritismo , doutrina criminosa.

    Enquanto se apresenta como religião o espiritismo adquire alguma legitimidade, como mais uma doutrina das crendices e da fé. Ao se apresentar como ciência o espiritismo comete  crime ao sugestionar os ingênuos e despreparados que não entendem corretamente e muitas vezes mistificam a ciência. Não se deixe enganar. Se houvesse algo remotamente cientifico no espiritismo as evidencias seriam abundantes e provavelmente já teriamos entrevistas na televisão e programas de rádio ancorados por espiritos. A ciência necessariamente pode reproduzir controladamente seus fenomenos, qualquer coisa menos que isto desconfie; é charlatanismo. Falar de filosofia e ética de quem não mede escrupúlos para distorcer e se aproveitar da ignorancia alheia flerta perigosamente com a má fé. 

    1. Clichee ambulante, nos ja

      Clichee ambulante, nos ja passamos da sua fase.  “Nos” ja estamos desenvolvendo a prototelepatia abertamente, ok?

      So outra porta que eu arrombei.

      Tem 15 anos que apresentei os fundamentos.  Ate hoje, ninguem achou um erro.  E nos NAO estamos aqui pra dar explicacao pra mumias.

    2. Espiritismo

      Acho difícil Marcelo o Espiritismo ao falar de Filosofia querer chantagear os incrédulos Porque o Espiritismo ainda é uma religião de poucos seguidores, pelo seu alto nível intelectual.A linguagem de Kardec é difícil e precisa haver intérpretes que a tragam pata o linguajar de hoje. E é necessário palestras, estudos para entender o básico do Espiritismo.70% dos epíritas tem curso universitário.Meu orientador do Livro de André Luiz Evolução em Dois Mundos, levou esta semana um vídeo de um físico americano explicando a movimentação dos elétrons em torno do Núcleo e como a ciência ainda não sabe explicar como um elétron muda de órbita depois de ativado.A Ciência ainda sabe pouco…

      1. alguma evidencia ?

        Marcia, com todo este “nível intelectual”, com todos estes universitários e mais de 200 anos de existencia o espiritismo nunca produziu uma evidencia que lhe confira credibilidade. Este tipo de doutrina que prescinde de evidencias é conhecido como religião até nos meios academicos menos exigentes. Levar as pessoas a confundir religião com ciência é má fé , é crime.

        1. “Levar as pessoas a confundir

          “Levar as pessoas a confundir religião com ciência é má fé , é crime”:

          Mais crime ainda eh ser clichee ambulante igual voce.  Eu me suicidaria se fosse voce.

          Va aa merda, pra casa do caralho, e pros putos quintos dos infernos tambem, ok?

          Ah, voce nunca esteve em 3 lugares ao mesmo tempo, indigente terraqueo?

          Sorry…

  4. “Quando Emmanuel se referia a

    “Quando Emmanuel se referia a essa importância da religião, pelo que se pode entender, talvez estivesse pensando no mesmo que Kardec quando tratava da relevância do estudo da moral espírita por meio da filosofia”:

    Nao,  acho que Emmanuel era mesmo espiritolico e inaugurou a “seita” do judeu morto dentro do espiritismo.  Mas ainda esta um pequeno degrau acima dos espiritelicos, esses sao…  tristes!

    “pode ser mais fácil convencer um religioso cristão com coração aberto e pouco conhecimento científico por meio de aspectos morais e da doutrina de Jesus, com base em argumentos racionais, do que por engenhosas teorias científicas, como a quântica”:

    Ok, gente, vamos combinar o seguinte:  voces ficam com o clean up religion pros espiritolicos e espiritelicos que eu vou ali arrazar um cientista ou dois, ok?

    Oia que vou mesmo, heim?

    Tou indo.

    AAAAAAAAAh, vou…

  5. J’accuse!

    Ja que apareci, continuo:

    “Essa é uma noção limitada que foi difundida na sociedade humana ocidental a partir, por exemplo, de personagens de filmes, da literatura e até de quadrinhos, como o Professor Pardal”:

    Ninguem jamais menciona o junk science e junk philosophy daquela merda de “X Files”.  Campeao mundial de hipocrisia televisiva, ta entre os 10 programas mais hipocritas da historia da galaxia e ninguem acusa abertamente!

  6. Espirítismo: farsa científica.

    o conceito de ciência de Alan kardec não é o mesmo da tradição ocidental.

    Em breve palavras ciência, criação ocidental, é: 1°) relação sujeito e objeto, um exterior ao outro – Aristóteles (Órganon);

    2°) relação sem julgamento de valores e moral; 3°) uso de hipotéses para solucionar ou explicar certos problemas, ou criar tecnologia e produtos (Locke e Bacon); 4°) dados empíricos – aos quais se submetem as hipotéses (Aristóteles e Locke); 5°) metodos experimentais diferentes e distintos; 6°) teorias mediado a relação entre as hipóteses e os dados empíricos ou objeto (kant e Hegel); 6°) confirmação por falseabilidade (Popeer). 

    A definição de Kardec é outra: “O Espíritismo é, ao, mesmo tempo, uma ciência da observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relação que se estabelem entre nós e os espíritos…”

    Esta definição de Kardec é definição de religião como nome de ciência, pois:

    1°) não definiu observação – não esta indicada como conjunto de procedimentos metodógicos, secundados por procedimentos empíricos, afirma que é observação, sem precisar o que entende por isso. Sequer diz se é observação pelos sentidos ou pela alma;

    2°) é apenas “relação entre nós e os espíritos”, ou seja: não se usa hipóteses, não se indica métodos de colheita de dados e observação; não recorre a hipotéses; não recorre a teorias ou conceitos;

    3°) o sujeito do conhecimento cientifico seria o medium – “nós” -, e o objeto os espiritos? Ou coisas que revelam? Ou qualquer espírita, mesmo que não seja medium é o cientista do espiritismo. Contudo, tudo isso atenta contra “A Objetividade do conhecimento nas ciências socias” de Max Weber, pois envolve julgamentos morias e de valores – bom, mal, pecador, salvação. Sigmundo analisou a alma, que não é a cristã, sem esses julgamentos de valores.

    Mais uma vez os espiritias se esforçam para não serem confundidos com macumbeiros. 

    Viva Exu e a Pomba Gíria!!!

    1. Bobagens mil!

      “A ciência foi criada para se distinguir do estudo leigo e do misticismo da Idade Média”.

      Nunca vi tanta bobagem, superficiadade e generalidade numa frase!!!

    2. Bobagens mil!

      “A ciência foi criada para se distinguir do estudo leigo e do misticismo da Idade Média”.

      Nunca vi tanta bobagem, superficiadade e generalidade numa frase!!!

  7. Espiritismo científico?

    Para se ter um “espiritismo científico”, primeiro tem que provar que esse blá-blá-blá de “alma” ou “espírito” existe.

    a Torá não fala em “alma”, tem o “sopro da vida”.

    “alma” é da filosofia grega, porque se tudo é feito de terra, ar, fogo e água, porque algumas coisas tem vida e outras não?

    Porque algumas teriam “alma”, que vem da palavra latina “anima”, “que dá vida”.

     

    Mas tudo isso é  blá-blá-blá de filósofo grego, sem prova nenhuma.

    Provem.

  8. sobre o texto

    Depois de ler com mais atenção o texto vejo que se trata de um show de sofismas e falácias. Muito dificil comentar pois consegue a proeza da falta de rigor cientifico, filosófico e religioso.

  9. Dois problemas apenas
    Usar a bíblia, que é um livro sabidamente editado, vindo de varias fontes e com propósito especifico

    E

    Acreditar que a figura de Jesus existiu, não reconhecendo que foi uma invenção de Constantino para controlar o povo por volta do século IV (Flavio Josefo, único historiador que citaria Jesus, não o fez – o texto foi inserido depois pois um historiador não cristão jamais definiria alguem histórico com termos como “messias”)

    Tirando isso a doutrina espirita é infinitamente superior aos neopentecostais, evangélicos da esquizofrenia do pecado e demais supostos seguidores de Cristo, fundamentalistas religiosos que se acham certos em tudo, no direito de exterminar quem não concorde e usar quaisquer meios possíveis para atingir esses objetivos

    Ah, e não pedem dinheiro nas sessões.

  10. Pra qualquer matéria ser

    Pra qualquer matéria ser considerada científica, tem que fazer uso do método científico, tem que se basear em fatos verificáveis em experiências repoduzíveis por equipes científicas independentes. Se não utilizar o método científico não é científico, por mais que se tenha simpatía pela teoria.

    Método científica

  11. Espiritismo: é religião sim.

    Kardec afirmou: “a própria religião é inseparável do culto”, para dizer que o espiritismo não é religião. Quanta dissimulação, pois hoje no Brasil o espiritismo é religião sim. Senão vejamos:

    1°) possui livro sagrado – O Evangelho segundo o espiirtismo: assim como os cristãos e judeus tem a Bíblia e os muçulmanos têm o Alcorão;

    2°) tem sacerdote – os mediuns: assim como os católicos têm os padres, os protestantes têm os pastores e o judeus têm os rabinos;

    3°) tem igrejas (prédios) – os centros espíritas: assim como os católicos têm as catedrais e os protestantes têm seus templos;

    4º) possui culto – os encontros matinais nos centros espíritos são cultos: como a missa católica e o culto evangelico, embora com caracteristicas diferentes;

    5°) é religare dada por revelação – mediuns são mensageiros de espíritos avançados: assim como os santos são alçados a Jeová, e os pastores recebem revelações jeovaninas;

    6º) possui doutrina – inúmeros livros de espiritas mediuns – assim como São Tomás de Aquino escreveu a Suma Teológica, Lutero escreveu Tratado sobre a Liberdade cristã, e Calvino escreveu A Instituição da Religão Cristá;

    7°) possui fieis – espiriticas como Marcos Villas-Bôas, que também é pregador/evangilazador da doutrina, disfarçado de cientista e filósofo.

  12. LIVRO ESPÍRITA TÍTULO: A

    LIVRO ESPÍRITA TÍTULO: A GRANDE SÍNTESE

    CAP 1 . CIÊNCIA E RAZÃO – O ESPÍRITO começa assim ” AQUI FALO À INTELIGÊNCIA, Á RAZÃO CÉTICA, À CIÊNCIA SEM FÉ…”  isto é para os que não tem fé ou incapacidade de orientação para compreender. Para eles estes caminhos, feitos de ousadias e POTÊNCIA DE PENSAMENTO.

    Se negam o mundo espiritual e seus habitantes interagindo de maneira ininterrupta com os encarnados e reencarnação apenas por ORGULHO, por acharem que foram criados tendo direitos acima dos demais ou por não admitir uma Inteligência Suprema criadora do Universo que esta acima deles, faltará a eles HUMILDADE, a capacidade de ver as coisas como são e então a POTÊNCIA DE PENSAMENTO. Que diz que se o Universo for apenas o meu CONCEBÍVEL, e ele já provou que não é ao longo das eras, quão medíocre ele seria.

    1. Potência: apropriação indevida!

      O conceito potência é de Aristóteles, está na Metafísica!

      A potência precede o ato, e depende de matéria, afirma Aristóteles.

  13. Pseudociência espírita

    Kardec criou o espiritismo porque “espíritos falavam” com as pessoas usando mesas girantes.

    As falácias e a desonestidade intelectual são típicas dos propagadores de negacionismos, pseudociências e pós-verdades. O autor do post seleciona suas “fontes”, obviamente publicadas pela federação espírita. São tão dignas de crédito quanto as dos católicos sobre milagres de seus santos.

    – Pseudociência

    Hansson, Sven Ove, “Science and Pseudo-Science”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2017 Edition), Edward N. Zalta (ed.), forthcoming URL = <https://plato.stanford.edu/archives/sum2017/entries/pseudo-science/>.

    – Pseudociência espírita

    PAULO, M.; BUENO, D. O.; KOTZ, F. T.  O ESPIRITISMO KARDECISTA E SUA BUSCA DE AUTOLEGITIMAÇÃO POR MEIO DO (PARA)CIENTIFICISMO. Anais do XIV Simpósio Nacional da ABHR Juiz de Fora, MG, 15 a 17 de abril de 2015. p. 1813–1826.

    HESS, D. Religion, Heterodox Science and Brazilian Culture. Social Studies of Science, v. 17, n. 3, p. 465–477, 1987.

     

     

     

     

  14. Ajudando os ignorantes

    Para o pessoal que comenta aí cheio de ódio e que, claramente, não sabe nada da teoria, nem da experimentação da Ciência Espírita, pois nunca frequentou, por exemplo, sequer uma reunião mediúnica, vou colocar aqui três vídeos bem didáticos, que podem ajudá-los:

     

    https://www.youtube.com/watch?v=4JxukHvGVzE&t=1203s

     

    https://www.youtube.com/watch?v=q-OE6hL8SKA&t=2843s

     

    https://www.youtube.com/watch?v=3iLwUxdeF4w

     

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