Companheiras de padres pedem a papa que repense celibato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Enviado por Antonio Francisco

De Yahoo Notícias

Companheiras de padres escrevem ao papa Francisco

Vinte e seis companheiras de padres pediram ao papa Francisco para repensar sobre o celibato dos homens da Igreja, numa carta aberta publicada neste sábado pelo site Vatican Insider.

“Nós amamos estes homens e eles nos amam”, escrevem as mulheres que assinam com seus nomes e a inicial de seus sobrenomes a carta, à qual o site de informações religiosas teve acesso.

“Caro papa Francisco, nós somos um grupo de mulheres de todas as regiões da Itália (e não somente) que escrevemos para romper a parede de silêncio e de indiferença que nos cerca todos os dias. Cada uma de nós vive, viveu ou gostaria de viver uma relação de amor com um membro do corpo eclesiástico, por quem somos apaixonadas”, afirmam as signatárias.

As mulheres, que deixaram o número de telefone no final da carta, querem, “com humildade, levar aos seus pés nosso sofrimento até que alguma coisa mude, não apenas por nós, mas também pelo bem de toda a Igreja”.

No último mês de março, Francisco defendeu fervorosamente o celibato dos padres ao falar para bispos africanos.

Para Jorge Mario Bergoglio, os futuros padres devem ser bem formados desde o seminário “para viver de verdade as exigências do celibato eclesiástico, assim como ter uma relação justa com os bens materiais”.

Em setembro de 2013, o número 2 do Vaticano, Monsenhor Pietro Parolin, afirmou que o celibato “não é um dogma e é possível discutí-lo já que é uma tradição da Igreja”, provocando um grande debate no mundo católico.

À época, a afirmação de Parolin causaram uma entusiasmada onda de debates na mídia, mas especialistas logo alertaram que não havia nada de novo em seu discurso.

“Com certeza não é um dogma”, disse um certo cardeal Joseph Ratzinger, então chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, num livro de entrevistas publicado em 1997, “O Sal da Terra”.

A escassez de padres é um tema que vem sendo discutido no Vaticano, mas Francisco não fez nenhuma alusão a mudanças nesta matéria desde que assumiu como Papa, em março de 2013.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Celibato é anacrônico.

    O celibato não é um dogma. Tampouco é biblico. Sobretudo, é algo inventado pela igreja católica por motivos de finanças. Enquanto isso, no Brasil, a igreja batista já tem seu primeiro pastor mulher. Ou seja, uma pastora que é casada e tem filhos. Enfim, uma família.

    1. Conheci várias pastoras.

      Uai, Orlando, conheci várias pastoras, de diferentes denominações religiosas, dentre as quais cito a Igreja Evangélica de Confissão Luterana.

      A respeito de padre casar, ou não, o celibato virou um enorme anacronismo, pelo menos no Brasil tão judicialista de hoje. Tanto faz casar como juntar, ou ter relações sexuais eventuais, sempre há a possibilidade de haver custos  – por exemplo, já há processos de mulheres pleiteando pensão alimentícia de padres pais de filhos delas, e a Justiça obviamente os obriga (ou à Igreja) a pagar. 

      Creio que o celibato ainda vigore por uns 10 anos, no máximo. Ou cai o celibato, ou desaba a Igreja Católica toda, sem dúvida alguma.

  2. Não vai repensar…

    O Papa poderia, mas não vai repensar…

    A afirmação celibataria que Paulo teria feito sobre si mesmo, foi usada primeiro como sugestão e depois como dogma pela ICAR. O “procedimento” reafirma o pensamento sexual conservador de uma época distante, e também perceberam que ele custa “barato” para a igreja.

    Um abraço.

  3. Nassif
    Será que o Bergóglio

    Nassif

    Será que o Bergóglio já assistiu o filme a Ultima Tentação de Cristo…

    Se não,  deveria….. 

  4. A”nova” Igreja católica é pragmática.

    Não seria por causa desta manifestação destas mulheres, que a igreja católica, está repensando este assunto polêmico, e que já está obtuso e carente de adaptação aos novos tempos da evangelização.

    Entre as mudanças que o pontificado de Francisco está fazendo este é um assunto, que está tendo seus valores repensados, até por uma questão de modernidade, que é a tônica do pontificado do Papa Francisco, e que dentro em breve, terá uma solução conciliadora desta situação real, e o novo pragmatismo da Cúria Romana, estuda uma adaptação que atenda aos reclames da situação e a manutençaõ dos dógmas da igreja..

  5. igreja metodista

    Os 25 Artigos de Fé datam do tempo do próprio John Wesley e foram por ele retirados dos 37 Artigos de Fé da Igreja Anglicana.
     

    Artigo 1º – Da Fé na Santíssima Trindade
    Há um só Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo nem partes; de poder, sabedoria e bondade infinitos; criador e conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Na unidade desta Divindade, há três pessoas da mesma substância, poder e eternidade – Pai, Filho e Espírito Santo.
     
    Artigo 13º – Da Igreja
    A Igreja visível de Cristo é uma congregação de fiéis na qual se prega a pura Palavra de Deus e se ministram devidamente os sacramentos, com todas as coisas a eles necessárias, conforme a instituição de Cristo.
     
    Artigo 17º – Do baptismo
    O baptismo não é somente um sinal de profissão de fé e marca de diferenciação que distingue os cristãos dos que não são baptizados, mas é, também, um sinal de regeneração, ou de novo nascimento. O baptismo de crianças deve ser conservado na Igreja.

    Artigo 18º – Da Ceia do Senhor
    A Ceia do Senhor não é somente um sinal de amor que os cristãos devem ter uns para com os outros, mas antes é um sacramento da nossa redenção pela morte de Cristo, para quem recta, dignamente e com fé o recebe, o pão que partimos é participação do corpo de Cristo, como também o cálice de bênção é a participação do sangue de Cristo. A transubstanciação ou a mudança de substância do pão e do vinho na Ceia do Senhor, não se pode provar pelas Santas Escrituras, e é contrária às suas terminantes palavras; destrói a natureza de um sacramento e tem dado motivo a muitas superstições. O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na ceia, somente de modo espiritual. O meio pelo qual é recebido e comido o corpo de Cristo, na ceia, é a fé. O sacramento da Ceia de Senhor não era, por ordenação de Cristo, custodiado, levado em procissão, elevado nem adorado.
     
    Artigo 21º – Do casamento dos ministros
    Os ministros de Cristo não são obrigados pela lei de Deus, quer a fazer voto de celibato, quer a abster-se do casamento; portanto, é tão lícito, a eles como aos demais cristãos, o casarem-se à sua vontade, segundo julgarem melhor à prática da piedade.
     

    Provavelmente o ano de 2006 foi um dos mais proveitosos para as relações entre católicos e metodistas desde o início oficial do diálogo entre a Igreja Católica e o Conselho Metodista Mundial (CMM) há quarenta anos. As Igrejas-membro do CMM subscreveram unanimemente um documento de adesão à Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, assinada em 1999 pela Igreja Católica e pela Federação Luterana Mundial. Não só. A Comissão de diálogo católico-metodista redigiu o seu relatório mais importante e maduro, intitulado The Grace Given You in Christ:  Catholics and Methodists Reflect Further on the Church.

     

    O encontro do Oxford Institute

    A cada cinco anos, o CMM organiza o encontro do Oxford Institute of Methodist Theological Studies que reúne teólogos metodistas e especialistas de várias disciplinas num vivaz fórum teológico. O último encontro realizou-se em Agosto de 2007 no Christ Church College de Oxford. Foi dirigida uma atenção particular às relações ecuménicas. O departamento ecuménico do Oxford Institute inclui muitos membros metodistas da Comissão de diálogo com a Igreja Católica; inclusive um membro católico dessa Comissão estava presente em 2007 como convidado ecuménico. Entre os temas debatidos no fórum figurava o intercâmbio ecuménico de dons, um argumento que tem origem na Encíclica do Papa João Paulo II Ut unum sint e que foi amplamente tratado no relatório católico-metodista de 2006, The Grace Given You in Christ.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador