Lista de Livros: Bíblia Sagrada – Livros Proféticos

Seleção de Doney

Lista de Livros: Bíblia Sagrada – Livros Proféticos

Editora: Paulus

ISBN: Bíblia do Peregrino (BPe) – 978-85-349-2005-6 / Bíblia de Jerusalém (BJ) – 978-85-349-4282-9 / Bíblia Pastoral (BPa) 978-85-349-0228-1

Tradução, introdução e notas (BPa): Ivo Storniolo e Euclides Martins Balancin

Tradução (BPe): Ivo Storniolo e José Bortolini

Notas (BPe): Luís Alonso Schökel

Opinião: N/A

Páginas: BPe – 629 / BJ – 456 / BPa – 273

Livros Proféticos: Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel; Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

“Ai daqueles que procuram esconder-se de Javé

para ocultar seus próprios projetos.

Agem nas trevas, dizendo:

“Quem nos vê? Quem nos conhece?”

Que desatino! Como se o barro

se considerasse oleiro,

como se a obra dissesse daquele que a fez:

“Ele não me fez”,

como se o vaso dissesse do oleiro:

“Ele não me entende”.”

(Is 29,15-16 – BPa / BPe)

*

“Porque o tolo diz tolices e seu coração pratica a iniquidade,

agindo impiedosamente e proferindo disparates contra Deus,

deixando o faminto sem comer

e sem água o sedento.

Quanto ao trapaceiro, perversas são as suas trapaças,

faz tramas indignas, a fim de arruinar os pobres com palavras mentirosas

e os indigentes que defendem o próprio direito.

Quanto ao nobre, nobres são os seus desígnios;

firme se mantém ele na sua nobreza.”

(Is 32,6-8 – BJ / BPa)

*

“Quem procede com justiça,

quem fala com retidão e recusa o lucro da opressão;

quem sacode a mão recusando o suborno,

e tapa seus ouvidos a propostas sanguinárias;

quem fecha os olhos

para não se comprazer no mal.

Esse vai morar nas alturas:

fortaleza sobre a rocha será o seu refúgio,

com abundância de pão e reserva de água.”

(Is 33,15-16 – BPe / BPa)

*

“Vejam: o Senhor Javé chega com poder,

e com seu braço lhe assegura o domínio.

Ele traz consigo o prêmio,

e sua recompensa o precede.

Como um pastor ele cuida do rebanho,

e com seu braço o reúne;

leva os cordeirinhos no colo

e conduz mansamente as ovelhas que amamentam.

Quem mediu toda a água do mar na concha da mão?

Quem mediu a palmos o tamanho do céu?

Quem mediu numa vasilha o pó da terra?

Quem pesou as montanhas na balança

e as colinas nos seus pratos?

Quem dirigiu o espírito de Javé,

ou, como conselheiro, o instruiu?

A quem pediu conselho para se instruir,

para lhe ensinar o caminho da justiça,

para lhe ensinar a ciência

e lhe indicar o caminho da inteligência?

Para ele as nações não passam de uma gota que cai do balde,

e não valem mais que poeira num prato da balança.

As ilhas pesam tanto como um grão de areia.

O Líbano não bastaria para lenha,

e suas feras não bastariam para um só holocausto.

Todas as nações são como nada diante dele,

não passam de coisa vã e irreal.

Com quem vocês poderão comparar Deus?

Que figura podem arrumar para representá-lo?

 

Vocês não sabem? Nunca ouviram falar?

Não lhes foi avisado desde o começo?

Não o compreendestes desde a fundação do mundo?

Javé se assenta sobre o círculo da terra,

e seus habitantes parecem bando de gafanhotos.

Ele desdobra o céu como toldo,

e o estende como tenda que sirva para morar.

Ele reduz a nada os poderosos

e aniquila os governantes da terra.

Mal foram plantados, mal foram semeados,

mal o seu tronco deita raízes,

já o sopro de Deus cai sobre eles e eles se secam;

a tempestade os leva como a palha.

Mal foram plantados, mal foram semeados,

mal o seu caule deita raízes,

já o sopro de Deus cai sobre eles e eles se secam;

a tempestade os leva como a palha.

Vocês, por acaso, podem me comparar com alguém

que se pareça de verdade comigo? – pergunta o Santo.

Ergam os olhos para o céu e observem:

quem criou estes astros?¹

Aquele que organiza e põe em marcha o exército das estrelas,

chamando cada uma pelo nome.

Tão grande é o seu poder e tão firme é a sua força,

que nenhuma delas deixa de se apresentar.”

(Is 40,10-18.21-26 – BPa / BJ / BPe)

1: Os astros constituem o “exército dos céus” (cf. 34,4; Dt 17,3; 2Rs 17,16; Jr 8,2 etc.). eram divinizados na Babilônia, onde este oráculo foi escrito. (BJ)

*

“Eu, Iahweh, sou o primeiro,

e com os últimos ainda estarei.”

(Is 41,4 – BJ)

*

“Ai daquele que, sendo apenas um vaso de barro,

se atreve a discutir com o seu criador!

Por acaso a argila vai dizer ao oleiro:

“Que é isso que você está fazendo?

Essa vasilha não tem cabo?”

Ai daquele que diz para o seu pai:

“O que você está pondo no mundo?”,

ou para uma mulher: “Porque você está dando à luz?”

Assim diz Javé,

o Santo de Israel, seu artífice:

Vocês querem, por acaso,

saber as coisas futuras a respeito de meus filhos

e me dar ordens a respeito da obra de minhas mãos?”

(Is 45,9-11 – BPa / BPe / BJ)

*

“Procurai Iahweh enquanto ele se deixa encontrar,

invocai-o enquanto está perto.

Que o perverso abandone seu caminho,

e o homem mau seus planos.

Cada um volte para o nosso Deus e ele terá compaixão;

volte para o nosso Deus, pois ele perdoa com generosidade.

Com efeito, os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,

e os vossos caminhos não são os meus caminhos,

oráculo de Iahweh.

Tanto quanto o céu está acima da terra,

assim os meus caminhos estão acima dos vossos caminhos,

e os meus projetos estão acima dos vossos projetos.

Da mesma forma como a chuva e a neve descem do céu

e para lá não voltam, sem antes terem regado a terra,

tornando-a fecunda e fazendo-a germinar,

dando semente ao semeador e pão ao que come,

assim acontece com a palavra que sai da minha boca:

ela não volta para mim sem fruto;

antes, ela cumpre a minha vontade

e assegura o êxito da missão para a qual a enviei.”

(Is 55,6-11 – BJ / BPa / BPe)

*

     “‘Senhor Javé! Tu fizeste o céu e a terra com teu grande poder e com teu braço estendido. Para ti nada é impossível. Tu praticas o amor para com milhares, mas também castigas a maldade dos pais nas costas dos filhos que vêm depois deles. Deus grande e poderoso, teu nome é Javé dos exércitos. Grande em projetos e poderoso em ações, teus olhos estão abertos sobre a conduta dos homens, para dar a cada um conforme a conduta deles e conforme o que merecem suas ações.”

(Jr 32,17-19 – BPa)

*

Javé arrasou sem piedade

Em sua ira, Javé escureceu a cidade de Sião.

Do céu atirou no chão o esplendor de Israel!

No dia da sua ira, esqueceu-se do apoio de seus pés.

O Senhor arrasou sem piedade todas as moradas de Jacó;

em seu furor, destruiu as fortalezas da capital de Judá;

lançou por terra, desonrados, o reino e os chefes.

No ardor da sua ira abateu toda a força de Israel;

cruzou os braços quando o inimigo atacava;

ardeu contra Jacó como fogo flamejante,

consumindo tudo ao redor.

Como inimigo, disparou suas flechas, puxando com a direita;

como invasor destruiu a flor da juventude,

e nas tendas de Sião derramou como fogo seu furor.

O Senhor se comportou como inimigo, destruindo Israel:

Demoliu todos os seus palácios e derrubou suas fortalezas,

e na capital de Judá multiplicou o choro e o gemido.

Como ladrão, invadiu-lhe a morada, arrasou o lugar da assembleia;

Javé fez cair no esquecimento sábados e festas em Sião;

indignado e furioso, rejeitou rei e sacerdote.

O Senhor rejeitou seu próprio altar, desprezou seu santuário;

entregou na mão do inimigo as muralhas dos seus palácios;

gritaram no Templo de Iahweh como num dia de festa!

Javé decidiu arrasar as muralhas de Sião:

esticou o fio de prumo e não retirou sua mão destruidora;

a muralha e a torre se lamentavam desmoronando juntas.

Derrubou por terra as portas, quebrou as fechaduras;

seu rei e chefes estavam entre os pagãos:

não havia Lei, e os profetas já não recebiam visão de Javé.

Os anciãos de Sião sentam no chão silenciosos,

jogam poeira na cabeça, vestidos de luto;

as jovens de Jerusalém humilham a cabeça até o chão.

Em lágrimas consomem-se meus olhos,

minhas entranhas fervem;

minha bílis se derrama pelo chão,

por causa da ruína da capital do meu povo,

enquanto crianças e bebês desfalecem pelas ruas da cidade.

Perguntavam a suas mães: “Onde há pão e vinho?”

Enquanto desfaleciam, como os feridos, pelas ruas da cidade,

ou davam o último suspiro, no colo de suas mães.

Quem se iguala, quem se assemelha a você, cidade de Jerusalém?

Quem te poderá salvar e consolar-te, virgem, filha de Sião?

A sua derrota é tão imensa quanto o mar: quem vai curá-la?

Seus profetas lhe falaram de visões falsas e mentirosas;

e tuas culpas não denunciavam para mudar seu destino,

Só lhe revelaram visões falsas, sedutoras.

Os que vão pelo caminho esfregam a mão ao ver-te,

assobiam e balançam a cabeça, vaiando Jerusalém:

“É essa a tal cidade formosa, alegria de toda a terra?”

Todos os seus inimigos caçoam de você às gargalhadas;

assobiam, rangem os dentes, e vão dizendo: “Acabamos com ela!

Esse é o dia que a gente esperava; conseguimos e já vimos”.

Javé realizou o seu projeto, cumpriu a sua palavra,

decretada desde os dias antigos: destruiu sem compaixão,

exaltou o adversário, dando ao inimigo o gozo da vitória.

Grite de coração ao Senhor, ó muralha da capital de Sião;

derrame torrentes de lágrimas, dia e noite;

você não deve parar de chorar, nem descansar seus olhos.

Levante-se e grite na noite, quando começam as trocas da guarda,

derrame como água o seu coração diante do Senhor;

levante para ele as mãos, pela vida de seus filhinhos

que desfalecem de fome pelas esquinas da cidade.

“Olha, Javé, e considera: a quem já trataste assim?

Quando as mulheres comeram seus próprios filhos, os bebês que levam ao colo?

Quando assassinaram sacerdotes e profetas no Templo do Senhor?

Velhos e jovens jazem por terra nas ruas;

meus jovens e minhas jovens caíram ao fio da espada.

No dia da tua ira, tu mataste, sem piedade os imolaste.

Convocaste, como para uma festa, os terrores que me cercam.

No dia da ira de Javé não houve quem fugisse ou escapasse.

Todos aqueles que eu criei e alimentei, o inimigo aniquilou.”

 

Javé é minha herança

Eu sou alguém que provou a miséria, sob a vara da sua ira.

Porque ele me conduziu e me fez andar nas trevas e não na luz.

Ele volve e revolve contra mim a sua mão, o dia todo.

Consumiu minha carne e minha pele, quebrou meus ossos.

Ao meu redor levantou um cerco de veneno e amargura,

Me confinou nas trevas, como os que morreram há muito tempo.

Cercou-me com muro sem saída, e acorrentado, me prendeu.

Por mais que eu grite por socorro ele abafa minha oração.

Murou meus caminhos com pedras lavradas, obstruiu meu caminho.

Ele foi para mim como urso de tocaia, um leão de emboscada.

Fechou-me o caminho para me despedaçar e me deixou inerte.

Disparou seu arco, fez de mim o alvo de suas flechas.

Cravou-me nas entranhas as flechas tiradas de sua aljava.

Eu me tornei uma piada para todos os povos, a gozação de todo o dia.

Encheu meu estômago de amargura, embriagou-me de fel.

Ele quebrou meus dentes com cascalho, alimentou-me de cinza.

Arrancou a paz do meu espírito, e nem me lembro da felicidade.

Eu digo: “Acabaram minhas forças e minha esperança em Javé”.

Olha minha aflição e minha amargura, o fel que me envenena.

Guardo triste essa lembrança e me sinto abatido.

Mas existe alguma coisa que eu lembro e me dá esperança:

o amor de Javé não acaba jamais e sua compaixão não se esgota.

Pelo contrário, renovam-se a cada manhã: “Como é grande a tua fidelidade!”

Digo a mim mesmo: “Javé é minha herança”, por isso nele espero.

Javé é bom para os que nele confiam e o procuram.

É bom esperar em silêncio a salvação de Javé.

É bom para o homem suportar o jugo desde a juventude.

Que esteja sozinho e calado, quando cai sobre ele a desgraça;

que ponha sua boca no pó: talvez haja esperança;

que entregue a face a quem o fere até fartar-se de insultos,

porque o Senhor não rejeita para sempre.

Embora ele castigue, se compadecerá com grande amor,

porque não se alegra afligindo e fazendo sofrer os homens.

Esmagar sob os pés todos os prisioneiros da terra,

negar o direito ao pobre diante do Altíssimo,

lesar um homem no processo: o Senhor não aprova essas coisas.

Quem mandou que acontecesse, se não foi o Senhor que ordenou?

Não é o Senhor quem dispõe que aconteça o bem e o mal?

Por que se queixa um ser vivo, um homem que vive apesar de seus pecados?

Examinemos e revisemos nossa conduta e voltemos ao Senhor.

Elevemos nosso coração e nossas mãos para o Deus que está nos céus.

Nós pecamos, fomos rebeldes, e tu não nos perdoaste.

Envolto em ira, tu nos perseguiste e mataste sem piedade.

Tu te cercaste de uma nuvem para que nossas súplicas não te alcancem.

Fizeste de nós o desprezo e o lixo das nações.

Todos os nossos inimigos riem de nós.

Assaltam-nos terrores e espantos, desgraças e fracassos.

Derramo rios de lágrimas pela destruição da capital do meu povo.

Meus olhos se diluem sem trégua nem descanso,

até que Javé apareça no céu e me veja.

Os olhos me doem de chorar pelas jovens da minha cidade.

Os que me odeiam sem razão caçaram-me como pássaro.

Jogaram-me vivo na fossa e puseram uma pedra em cima.

Subiu água até meu pescoço, e eu pensei: “Estou perdido!”

Do mais profundo da fossa invoquei teu nome, ó Javé.

Ouve a minha voz, não feches o ouvido ao meu apelo.

Tu vieste na hora em que eu chamei, e respondeste: “Não tenha medo”.

Tu te encarregaste de defender a minha causa e resgatar a minha vida.

Tu viste, Javé, que sofro injustiça: julga a minha causa.

Viste toda a sua vingança, todas as suas maquinações contra mim.

Ouviste, Javé, como me insultam e tramam minha desgraça,

o que dizem e pensam contra mim continuamente.

Vigia todos os movimentos deles: eu sou objeto de suas piadas.

Tu lhes pagarás, Javé, como suas obras merecem.

Dá-lhes um coração endurecido e sobre eles caia a tua maldição.

Persegue-os com ira e arrasa-os debaixo do céu.

 

Está cumprida a pena

Ai! Como o ouro puro perdeu o brilho!

Esparramaram-se as pedras sagradas pelas esquinas das ruas.

Os nobres filhos de Sião, que valiam seu peso em ouro,

São agora tratados como potes de barro, trabalho de oleiro.

Até os lobos dão o peito para amamentar os filhotes;

só esta cidade é mãe desalmada, como avestruz do deserto.¹

De pura sede, a língua dos bebês gruda no céu da boca;

as crianças pedem pão, e ninguém lhes dá.

Os que comiam iguarias estão caindo de fome pelas ruas;

quem cresceu vestido de púrpura está encolhido no lixo.

O pecado desta cidade foi de certo maior que o de Sodoma,

pois Sodoma foi arrasada num instante, sem mãos humanas.

Seus jovens eram mais limpos que a neve, mais brancos que o leite;

eram mais rosados que o coral, com veias de azul-safira.

Hoje estão mais negros que o carvão, e na rua ninguém os reconhece;

a pele enrugada sobre os ossos, seca como lenha.

Mais felizes os que morreram pela espada do que os mortos pela fome;

Aqueles foram apunhalados e perderam o sangue;

estes caíram por falta de alimento.

As mãos de mulheres delicadas cozinham seus próprios filhos;

são eles o alimento delas na ruína da capital do meu povo.

Javé libertou o seu ódio, derramou o ardor de sua cólera,

acendeu uma fogueira em Sião que devorou até os alicerces.

Mas nunca os reis da terra ou qualquer cidadão acreditariam

que um inimigo ou invasor pudesse entrar pelas portas de Jerusalém.

Foi pelos erros dos profetas e pelos crimes dos sacerdotes

que derramaram sangue inocente dentro da cidade.

Vagavam como cegos pelas ruas, cobertos de sangue:

ninguém podia tocar em suas roupas.

“Para trás!”, gritavam, “estou impuro! Para trás! Não me toquem”.

Iam errantes como fugitivos que não recebem asilo.²

Javé os espalhou e já não cuida deles.

Não há mais respeito para o sacerdote, nem compaixão com os velhos.

Nossos olhos se consomem esperando socorro em vão:

esperamos, vigilantes, um povo incapaz de salvar.

Não podíamos andar em nossas ruas porque espreitavam nossos passos.

Nosso fim se aproximava, o término de nossos dias.

Nossos perseguidores eram mais velozes que as águias do céu;

sobre os montes corriam atrás de nós

e punham armadilhas no deserto.

O ungido de Javé, que era nosso alento, caiu preso na armadilha.

Aquele de quem dizíamos: “À sua sombra viveremos entre os povos”.

Vibre de alegria e faça festa, capital de Edom, que habita em Hus,

pois você também terá o seu cálice: se embriagará e ficará nua.

Está cumprida a sua pena, capital de Sião; você não continuará no exílio;

ele castigará sua falta, capital de Edom, e seu pecado aparecerá.”

(Lm 2-4 – BPa / BPe / BJ)

1: A crueldade do avestruz é imagem proverbial: Jó, 39,13. (BPe)

2: O sangue contamina e os torna intocáveis. Os sacerdotes pervertem radicalmente sua função e têm de vagar como os leprosos de Lv 13,45 e os cegos de Is 59,10. (BPe)

*

“E todas as árvores do campo saberão que eu, Javé,

humilho a árvore elevada e elevo a árvore humilde,

seco a árvore verde e reverdeço a árvore seca.

Eu, Javé, o digo e o faço.”

(Ez 17,24-25 – BPe / BPa)

*

“Por acaso eu sinto prazer com a morte do injusto?

– oráculo do Senhor Javé.

O que eu quero é que ele se converta

dos seus maus caminhos e viva.”

(Ez 18,23 – BPa)

*

“Não é em razão de nossas obras justas que expomos diante de ti as nossas súplicas, mas em razão de tuas muitas misericórdias.”

(Dn 9,18 – BJ)

*

“Qual é o Deus que perdoa o pecado como tu

e que absolve a culpa ao resto de sua herança?

Não manterá para sempre a sua ira,

pois ama a misericórdia;

voltará a compadecer-se;

destruirá nossas culpas,

lançará ao fundo do mar

todos os nossos pecados.

Assim serás fiel a Jacó e leal a Abraão,

conforme no passado prometeste

aos nossos pais.”

(Mq 7,18-20 – BPe) 

Redação

4 Comentários

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  1. Caro Doney, jornal GGN e blog

    Caro Doney, jornal GGN e blog do Nassif : Na boa.

    Aqui não é lugar pra isso.

    Ou estamos todos convertidos ou pervertidos.

    Vcs não irão mudar nenhum dos lados.

    Abraços !

    1. Sistema das Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria – J.

      Sistema das Contradições Econômicas ou Filosofia da Miséria – J.P. Proudhon (Tomo I)

           “Obrigar-me ao devotamento é me assassinar! Deus! Não conheço Deus, é mais um misticismo. Comecem por riscar esta palavra de seus discursos se quiserem que os escute, pois, três mil anos de experiência me ensinaram que qualquer um que fale de Deus deseja minha liberdade ou minha bolsa.”

      *

           “Deus, que a fé apresenta como um pai terno e mestre prudente, nos entrega à fatalidade de nossas concepções incompletas; cava o fosso sob nossos pés; ele nos faz caminhar como cegos e depois, a cada queda, nos pune como celerados. Que digo? Parece que seja apesar dele que, no fim, totalmente contundidos pela viagem, reconhecemos nossos caminhos, como se fosse ofender sua glória nos tornarmos, pelas provas que ele nos impõe, mais inteligentes e mais livres. (…) Certamente, creio ter provado que o abandono da providência não nos justifica, mas, qualquer que seja nosso crime, não somos culpados diante dela e, se há um ser que, antes de nós e mais que nós, tenha merecido o inferno, é realmente necessário que o diga: É Deus.”

    2. Crítica da filosofia do direito de Hegel – Karl Marx

      Crítica da filosofia do direito de Hegel – Karl Marx

           “Na Alemanha, a crítica da religião está, no essencial, terminada; e a crítica da religião é o pressuposto de toda a crítica.

           O homem, que na realidade fantástica do céu, onde procurava um super-homem, encontrou apenas o reflexo de si mesmo, já não será tentado a encontrar apenas a aparência de si, o inumano, lá onde procura e tem de procurar sua autêntica realidade.

           Este é o fundamento da crítica irreligiosa: o homem faz a religião, a religião não faz o homem. E a religião é de fato a autoconsciência e o autossentimento do homem, que ou ainda não conquistou a si mesmo ou já se perdeu novamente. Mas o homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a sociedade. Esse Estado e essa sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são ummundo invertido.

            A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração, assim como o espírito de estados de coisas embrutecidos. Ela é o ópio do povo.

            A supressão da religião como felicidade ilusória do povo é a exigência da sua felicidade real. A exigência de que abandonem as ilusões acerca de uma condição é a exigência de que abandonem uma condição que necessita de ilusões. A crítica da religião é, pois, em germe, acrítica do vale de lágrimas, cuja auréola é a religião.

           A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem suporte grilhões desprovidos de fantasias ou consolo, mas para que se desvencilhe deles e a flor viva desabroche. A crítica da religião desengana o homem a fim de que ele pense, aja, configure a sua realidade como um homem desenganado, que chegou à razão, a fim de que ele gire em torno de si mesmo, em torno de seu verdadeiro sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não gira em torno de si mesmo.

            Portanto, a tarefa da história, depois de desaparecido o além da verdade, é estabelecer averdade do aquém. A tarefa imediata da filosofia, que está a serviço da história, é, depois de desmascarada a forma sagrada da autoalienação humana, desmascarar a autoalienação nas suasformas não sagradas. A crítica do céu transforma-se, assim, na crítica da terra, a crítica da religião, na crítica do direito, a crítica da teologia, na crítica da política.”

    3. Deus e o Estado – Mikhail Bakunin

      Deus e o Estado – Mikhail Bakunin

           “A Bíblia, que é um livro muito interessante, e aqui e ali muito profundo, quando o consideramos como uma das mais antigas manifestações da sabedoria e da fantasia humanas, exprime esta verdade, de maneira muito ingénua, em seu mito do pecado original. Jeová, que, de todos os bons deuses adorados pelos homens, foi certamente o mais ciumento, o mais vaidoso, o mais feroz, o mais injusto, o mais sanguinário, o mais despótico e o maior inimigo da dignidade e da liberdade humanas, Jeová acabava de criar Adão e Eva, não se sabe por qual capricho, talvez para ter novos escravos. Ele pôs generosamente à disposição deles toda a terra, com todos os seus frutos e todos os seus animais, e impôs um único limite a este completo gozo: proibiu-os expressamente de tocar os frutos da árvore de ciência. Ele queria, pois, que o homem, privado de toda consciência de si mesmo, permanecesse um eterno animal, sempre de quatro patas diante do Deus “vivo”, seu criador e seu senhor. Mas eis que chega Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestiais; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência.

           Conhece-se o resto. O bom Deus, cuja presciência, constituindo uma das divinas faculdades, deveria tê-lo advertido do que aconteceria, pôs-se em terrível e ridículo furor: amaldiçoou Satã, o homem e o mundo criados por ele próprio, ferindo-se, por assim dizer, em sua própria criação, como fazem as crianças quando se põem em cólera; e não contente em atingir nossos ancestrais, naquele momento ele os amaldiçoou em todas as suas gerações futuras, inocentes do crime cometido por seus ancestrais. Nossos teólogos católicos e protestantes acham isto muito profundo e justo, precisamente porque é monstruosamente iníquo e absurdo. Depois, lembrando-se de que ele não era somente um Deus de vingança e cólera, mais ainda, um Deus de amor, após ter atormentado a existência de alguns bilhões de pobres seres humanos e tê-los condenado a um eterno inferno, sentiu piedade e para salvá-los, para reconciliar seu amor eterno e divino com sua cólera eterna e divina, sempre ávida de vítimas e de sangue, ele enviou ao mundo, como uma vítima expiatória, seu filho único, a fim de que ele fosse morto pelos homens. Isto é denominado mistério da Redenção, base de todas as religiões cristãs.”

      (…)

           “Deus sendo tudo, o mundo real e o homem não são nada. Deus sendo a verdade, a justiça, o bem, o belo, a força e a vida, o homem é a mentira, a iniquidade, o mal, a feiura, a impotência e a morte. Deus sendo o senhor, o homem é o escravo. (…)

           Eles dizem de uma só vez: Deus é a liberdade do homem, Deus é a dignidade, a justiça, a igualdade, a fraternidade, a prosperidade dos homens, sem se preocupar com a lógica fatal, em virtude da qual, se Deus existe, ele é necessariamente o senhor eterno, supremo, absoluto, e se este senhor existe, o homem é escravo; se ele é escravo, não há justiça, nem igualdade, nem fraternidade, nem prosperidade possível. De nada adiantará, contrariamente ao bom senso e a todas as experiências da história, eles representarem seu Deus animado do mais doce amor pela liberdade humana: um senhor, por mais que ele faça e por mais liberal que queira se mostrar, jamais deixa de ser, por isso, um senhor. Sua existência implica necessariamente a escravidão de tudo o que se encontra debaixo dele. Assim, se Deus existisse, só haveria para ele um único meio de servir à liberdade humana; seria o de cessar de existir.”

      (…)

           “Ao nos falarem de Deus, eles creem, eles querem nos educar, nos emancipar, nos enobrecer e, ao contrário, eles nos esmagam e nos aviltam. Com o nome de Deus, eles imaginam poder estabelecer a fraternidade entre os homens, e, ao contrário, criam o orgulho, o desprezo; semeiam a discórdia, o ódio, a guerra; fundam a escravidão. Isto porque, com Deus, vêm os diferentes graus de inspiração divina; a humanidade se divide em homens muito inspirados, menos inspirados, não inspirados. Todos são igualmente nulos diante de Deus, é verdade; mas comparados uns aos outros, uns são maiores do que os outros; não somente pelo fato, o que não seria nada, visto que uma desigualdade de fato se perde por si mesma na coletividade, quando ela não se pode agarrar a nenhuma ficção ou instituição legal; mas pelo direito divino da inspiração: o que constitui logo em seguida uma desigualdade fixa, constante, petrificada. Os mais inspirados devem ser escutados e obedecidos pelos menos inspirados, pelos não inspirados. Eis o princípio da autoridade bem estabelecido, e com ele as duas instituições fundamentais da escravidão: a Igreja e o Estado.”

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