Quem foi Allan Kardec, o descobridor da Ciência Espírita?, por Marcos Villas-Bôas

Quem foi Allan Kardec, o descobridor da Ciência Espírita?

por Marcos Villas-Bôas

Na ciência, um aspecto importante é verificar quem utiliza cada argumento. Pessoas de moral e intelectualidade mais elevadas, com grande conhecimento teórico e experiência prática em determinado tema, são mais “autorizadas” a falar sobre ele e, portanto, há um peso argumentativo em seu favor, o que não significa, é claro, sempre estarem certas. Daí surgiu, na retórica, a expressão “argumento de autoridade”, que pode ter mais ou menos conteúdo a depender da forma como articulado.

Qualquer um pode emitir opinião sobre qualquer tema, pois todos têm livre-arbítrio, direito de opinião. Na ciência, contudo, o conhecimento é mais técnico, exige método e respeito às normas daquele sistema, ainda que seja possível e até louvável, em benefício do progresso, tentar quebrá-lo, quando se dispuser de ferramentas para isso.

Considerando que um dos objetivos deste blog é analisar, antes de tudo, se faz sentido falar numa Ciência Espírita, se Espíritos existem, se estudá-la tem alguma relevância para nós, seres humanos, é essencial compreender a sua história, como ela surgiu.

Os fenômenos espirituais são conhecidos desde a Antiguidade. Há plena menção a eles entre as sociedades mais elevadas que já existiram na Terra, como os egípcios antigos, os gregos antigos, os celtas e assim por diante. A filosofia budista e outras orientais dão conta da existência de Espíritos e creem na reencarnação, de modo que o tema não foi obviamente criado por Allan Kardec.

Diz-se que Kardec é o “codificador” da doutrina espírita, porém ele é muito mais do que isso, tendo em vista que não apenas pôs o conhecimento no papel, ideia que costuma ser transmitida pelo verbo “codificar”.

Kardec observou, experimentou, estudou muitas obras que já tratavam do tema e realizou interpretações sob os métodos dedutivo e indutivo, empregando a metodologia científica comum à sua época. Ele sistematizou conhecimento sobre os Espíritos e suas relações com os encarnados, mas também o construiu.

A falsa ideia de que Kardec apenas colocou no papel o que Espíritos contaram para ele transmite uma ideia errada e que gera uma porção de problemas, pois muitos concluem que ele era simplesmente um escolhido para redigir o que os anjos lhe ditavam, mas, como aponta nos livros, Kardec precisou pesquisar ao longo de anos sobre o tema, valendo-se de comunicações obtidas por diferentes médiuns, em distintos lugares, com inúmeros Espíritos e de diferentes níveis de evolução.

Ele fez o que qualquer investigador científico sério faz: pesquisou profundamente, interpretou, organizou ideias e, somente depois, as verteu no papel. Entender a sua vida e o seu trabalho, ainda que de forma breve, é, portanto, resgatar o histórico do descobrimento da Ciência Espírita pelos seres humanos na Terra, o que diz muito sobre como os Espíritos e suas relações com os encarnados devem ser estudados.   

O nascimento dele se deu com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, no ano de 1804, em Lyon, na França, filho de uma respeitosa família de juristas. Aos 11 ou 12 anos, foi levado para estudar em Yverdon, na Suíça, na instituição que vinha se tornando a mais célebre da Europa, visitada pela realeza e por intelectuais.

Tratava-se do instituto de Johann Heinrich Pestalozzi, pedagogo que ficou extremamente renomado e influenciou reformas educacionais em vários países da Europa.

A inteligência de Rivail logo se destacou dentre os demais, apesar de que os alunos de Pestalozzi tinham, em regra, bom nível. A conexão entre ele e Pestalozzi foi tanta, que este passou a ser instrutor sub-mestre no instituto antes de completar os 18 anos, além de que há certa discussão sobre ele ter chegado a substituir Pestalozzi em eventos externos, quando este não podia ir, assim como na administração do instituto, quando o mestre suíço estava fora.

A educação de Pestalozzi ficou muito conhecida – e é amplamente estudada até hoje nos cursos de Pedagogia pelo mundo – por ser bastante prática e pautada no desenvolvimento da moralidade e da intelectualidade dos alunos, com foco no amor, na fraternidade e no desenvolvimento das faculdades naturais do indivíduo.

Pestalozzi não era religioso e, por negar os dogmas da religião, sofreu diversos ataques e problemas aconteciam dentro mesmo do instituto em Yverdon por conta de alguns mestres serem ferrenhos protestantes.

Observando aquelas dissensões e seguindo a linha do seu mestre, a excelente e “meticulosa pesquisa bibliográfica de Allan Kardec”, provavelmente o trabalho mais completo sobre ele existente em todo o mundo, que pode ser encontrado em: http://bvespirita.com/Allan%20Kardec%20-%20Meticulosa%20Pesquisa%20Biobibliografica%20-%20Volume%20I%20(Zeus%20Wantuil%20e%20Francisco%20Thiesen).pdf, indica que o jovem Rivail não era adepto de nenhuma religião, mas que tinha, já em seu âmago, o desejo de unificar as religiões e acabar com as dissensões causadas por seus adeptos, gerando uma fraternidade universal.

Não se sabe, portanto, com certeza se Rivail era ateu, como este autor já afirmou em outros textos, ou agnóstico, mas parece ser fato consensual que ele não era um religioso no sentido de ir a cultos e seguir dogmas. A sua preocupação, assim como no caso de Pestalozzi, era com a disseminação do amor entre as pessoas, da fraternidade, realizando pela educação o seu fortalecimento moral.  

O instituto de Pestalozzi tinha uma opção de curso preparatório dos alunos para se tornarem professores e há grandes chances, segundo os principais biógrafos, de Rivail tê-lo feito.

Ele retorna à França já adulto, aos 20 anos, para cursar Ciências e Letras, tornando-se mais tarde Doutor em Medicina. Profissionalmente, criou o seu próprio instituto educacional em Paris, seguindo a linha do mestre. Segundo os que o conheceram, era um homem circunspecto, compenetrado, de inteligência fora da média e respeitoso.

Além de dar aulas de matemática, química e outras disciplinas, Rivail escreveu diversas obras sobre educação que foram adotadas no seu país e influenciaram suas reformas educacionais ao longo do século XIX, contribuindo para o que a educação francesa se tornou no século XX.

Ao longo de sua vida, Rivail teve contato com o Magnetismo, uma ciência descoberta pelo também doutor em Medicina, Franz Anton Mesmer, que vinha sendo utilizada na França e na Alemanha para cura de doenças, sendo que algumas das suas técnicas foram abraçadas mais tarde pela própria Medicina e pela Psicologia. Esse foi o mais próximo a que Rivail chegou dos fenômenos ocultos antes dos 50 anos de idade.

Um ser bastante evoluído, Mesmer, assim como Rivail, era letrado em diversas ciências e conhecimentos distintos, como Teologia, Filosofia, Direito, Geologia, Física etc. O Magnetismo pode ser entendido como o próprio fluido vital manipulado, como o conjunto de técnicas curativas ou como uma ciência que estuda os fenômenos envolvidos na prática magnética.

Ao ter notícia, em 1854, dos fenômenos espirituais que vinham acontecendo na França e das reuniões realizadas em Paris, Rivail ficou muito curioso e teve uma intuição de que aquilo poderia ter algo a ver com o Magnetismo, ou seja, de acordo com seus estudos e experiência, se mesas estavam se movendo sem força visível, sem um agente identificado, deveria ser por conta do fluido magnético.

Quando foi posta a ele por um amigo a hipótese de influência de Espíritos, de seres inteligentes que não podiam ser vistos, Rivail se mostrou bem crítico a ela, mas se manteve aberto à sua análise, como deve fazer todo aquele que busca progredir ao se deparar com alguma hipótese nova e desafiadora das ideias aceitas.

Foi em 1855 que Rivail frequentou a primeira reunião mediúnica e ficou intrigado quando viu mesas que se moviam, giravam e até respondiam a perguntas sem a ação de qualquer agente conhecido. Percebendo que havia algo de “novo” ali e, provavelmente, importante para a humanidade, ele se pôs a observar e experimentar, como sempre havia feito em seus estudos, segundo ele mesmo conta.

Com espírito de pesquisador, tinha estado envolvido durante toda a sua vida com a aquisição e transmissão de conhecimento, e entendeu que havia ali algo a ser compreendido e depois explicado aos demais. Começou a frequentar diversas reuniões repetidamente e a aceitar que havia algo de inteligente por trás dos fenômenos.

Foi apenas após cerca de 1 ano de observação, experimentação e estudos dos fenômenos que Rivail começou a se convencer de que, de fato, eram Espíritos os seus causadores, até porque as próprias inteligências por trás das comunicações realizadas com eles a partir de colocações de letras sobre as mesas e, mais tarde, com a escrita por meio de médiuns psicógrafos (ou escreventes), assim se denominaram: Espíritos, seres humanos desencarnados, que vêm para essa dimensão com o nascimento e voltam para o “mundo principal”, a erraticidade, após a morte do corpo.

Rivail tinha diversas atividades à época, havia sofrido alguns reveses financeiros anos antes e, apesar da sua curiosidade e interesse, não podia dispor de tanto do seu tempo para os fenômenos espirituais.

Essa história está contada em diversas obras. Há relatos dele próprio em livros, há biografias etc. Há uma ou outra dúvida sobre mínimos detalhes, mas, no geral, concorda-se sobre o que vem sendo dito aqui, de modo que, ao contrário do que críticos tentam sustentar, Allan Kardec não era um homem crédulo, não era religioso, não era místico e não era fantasioso.

O misticismo atribuído a ele, desde o Magnetismo até o Espiritismo, se deve simplesmente ao fato de que os acusadores ignoram o conhecimento dessas ciências e, por não estarem abertos a conhecê-las, preferem atacá-lo para que o assunto seja sepultado. Tendo falecido em 1869, aos 65 anos, Kardec passou mais ou menos 80% da vida sem acreditar em Espíritos, o que apenas aconteceu porque os fatos e seus estudos não lhe permitiam outra saída. 

Entre 1855 e 1856, amigos dele, por conhecerem sua inteligência e seu talento metódico, começaram a insistir para que fizesse uma sistematização dos estudos deles todos. No total, havia cerca de 20 cadernos de anotações sobre os fenômenos.

Em uma noite entre o final de 1855 e o início de 1856, um Espírito deu uma mensagem diretamente direcionada a Rivail por meio da qual disse serem amigos de longas datas e que ele teria vivido na Gália como um druida, antes de Cristo, com o nome de Allan Kardec. Esse Espírito o encorajou a fazer o trabalho de sistematização ao qual ele estava se negando, tendo conseguido, então, convencê-lo.

A primeira obra espírita de Rivail, que preferiu publicar usando o pseudônimo de Allan Kardec, para evitar ataques mais diretos a ele e a sua esposa, foi O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857, a mais completa obra espírita, com respostas a 1.019 questões sobre praticamente todos os temas mais caros aos seres humanos e às suas relações com os Espíritos.

Com o enorme sucesso da obra e por ter claro em mente que aquele conhecimento, entendido por ele como de alta relevância científica e filosófica, precisava ser difundido, discutido, aprofundado etc., ele criou sozinho, em 1o de janeiro de 1858, a Revista Espírita, que seria publicada mensalmente até sua morte em 1869 e mesmo depois, só que por outros estudiosos.

Em 1859, foi publicado o livro O que é o Espiritismo, obra considerada por ele mesmo, na Revista Espírita, como aconselhável para iniciar os estudos sobre Espiritismo, mas quase nada lida atualmente.

Em janeiro de 1861, surgiu O Livro dos Médiuns, o mais científico de todos, aquele no qual ficaram registradas muitas das observações e experimentações de Kardec, os métodos, respostas aos críticos, tipos de médiuns e fenômenos provocados etc. É um livro fundamental para todos, pois, afinal, como ele mesmo diz, toda pessoa, exceto casos raros, é dotada de alguma mediunidade, a faculdade de manter contato, enquanto um encarnado, com os Espíritos desencarnados.

Logo após o Livro dos Médiuns, Kardec publicou, ainda em 1861, o livro “O Espiritismo na sua expressão mais simples”, que foi resumido em texto anterior publicado neste blog. É um pequeníssimo livro, mas que traz um sumário espetacular do surgimento da Ciência Espírita.

Em 1862, foi publicado o livro “Viagem Espírita em 1862”, também muito pouco conhecido e lido.

Em 1864 apenas, surgiu o Evangelho segundo o Espiritismo, edificante obra que traz interpretações dos Espíritos acerca dos ensinamentos de Jesus. Nela está o desenvolvimento da filosofia moral cristã segundo a interpretação do Espiritismo, mas que veio apenas após as suas principais obras filosófica (O Livro dos Espíritos) e científica (O Livro dos Médiuns).

Em 1865, foi publicado “O Céu e o Inferno” e, em 1868, “A Gênese”.

Quando Kardec faleceu em 1869, deixou centenas de páginas de conhecimento disponível para estudo sobre os Espíritos e suas relações com o mundo dos encarnados. Ele dedicou os últimos 15 anos da sua vida a intensos e sérios estudos sobre o tema, que, de tão intensos, eram alvo de conselhos dos Espíritos no sentido de que também descansasse, até porque sua obra apenas poderia ser concluída em encarnação posterior.

Para conhecer minimamente a Ciência Espírita e o Espiritismo, é muito importante estudar com cuidado toda a obra de Kardec, seja para criticar, seja para elogiar. Sem fazê-lo, as pessoas correm um sério risco de realizar críticas levianas e ignorantes ou de crer que entendem e praticam o Espiritismo em alta profundidade, sem que isso seja verdade.

Kardec está para a Ciência Espírita numa posição ainda mais alta do que Freud para a Psicologia e do que Einstein para a Física. É fundamental estudá-lo, mas, como toda ciência, como todo conhecimento, ele também está sempre em progresso, não havendo que se acreditar numa infalibilidade dos Espíritos ou de Kardec, como este mesmo aconselhou tantas vezes.  

É preciso se instruir com os fins de praticar o amor; conhecer cada vez mais para melhor se reformar intimamente e, assim, ajudar mais pessoas. A Ciência Espírita é base racional essencial para compreender as ferramentas do aprofundamento moral.

O grande educador Denizard Rivail, ou Allan Kardec, nos trouxe esse conhecimento para nos educar sobre as coisas invisíveis do mundo e sobre quão essencial para nosso progresso e nossa felicidade é fazermos um grande esforço pela nossa evolução moral, ligando-nos a todos os demais seres humanos, encarnados ou desencarnados, por laços de amor e fraternidade, vivendo, assim, com base na humildade e na caridade. 

Redação

38 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sugestão de próximo tema: doxa X epistesme.

    Marcos têm pautados suas histórias de fantasmas pelas críticas recebidas.

    Fica então uma sugestão para esclarecer sua ignorância, que pesquise o que é:

    1°) doxa;

    2°) epistesme.

    Ressalva: que cite o autor original, que não apenas consulte a internet!!!

  2. Falácia de autoridade espírita.

    Marcos Villas Boas tem se esforçado, passou a ler, mas continua cometendo absurdos lógicos! Escreve do que não conhece.

    Falácia de autoridade ele não conhece. Recomendo IRVIGIN, Copi. Introdução à Lógica. São Paulo: Mestre Jou, 1978.  

    Cometeu bobagem homérica – quis combater a falácia de autoridade, mas se sirviu dela para dar falsa credibilidade ao espíritismo, pois referendou-se nas bobagens de Kardec, sem entrar no mérito de como se dá ou daria os experimentos da ciência espírita.

    Ou seja, no fim as opiniões de Kardec foram falácias de autoridade que deram suporte as  mentiras espíritas.

    É muita estupidez lógica. 

     

    1. É desagradável chamar pura e

      É desagradável chamar pura e simplesmente a opinião, ou talvez fé, dos outros de “estupidez lógica”. Além, claro, de deselegante.

      Ora, se existe uma só verdade por que indicas tantos textos e autores sobre opiniões daqueles sobre um assunto abordado?

      Bastaria para o mundo lê-lo e não perdesse, como recomendads, tempo.

      Aliás, ensine-nos o que sabes e abreviemos o tempo da humanidade em interpretações, deduções, leituras.

      O denominador comum dentre as 8.745.717 (número contestável, claro) religiões, seitas, crenças, é justamente a tolerância com o que não nos é comum.

      1. Mais estupidez!

        Sua ausência de análise lógica, do que afirmei das bobagens de Marcos, revela mais estupidez.

        Ademais, qual a pesquisa e pesquisador revelou o número de religiões que citastes?

        1. Chapa, estás certo. Todos que

          Chapa, estás certo. Todos que discordam de você, e eu somente o critiquei pela grosseria, agora repetida em me chamar de estúpido, são o que adjetivares. Ponto. 

          Para regozijo de seu ego:

          CARA! TU É DEMAIS! ÉS O DETENTOR DA VERDADE !

          PÔ! O QUE A HUMANIDADE PERDEU EM NÃO TOMAR CONHECIMENTO DE TODO O SEU SABER?

          Dá licença que vou fazer as palavras cruzadas de R$1,00 que comprei no camelô.

           

           

          1. Velha estratégia espírita!

            Acusar o outro de orgulhoso, para assim ser o humilde, saltando do mundo  inferior para o superior, por ir as cruzadas com convicção da fé!

            Cruzadas, de cruz? Movimento espírita fundametalista de conversão de incrédulos? 

            O general é o Marcos Villa Boa?

  3. O Espiritismo, como religião

    O Espiritismo, como religião ou ciência,  foi a maneira encontrada pelos extraterrestres de explicar ao mundo “ocidental” questões como vida em outros Planetas, física quântica e todos os fenômenos da Natureza que a igreja católica empurrava para “os mistérios da santíssima trindade”. Esses mesmos temas sempre foram debatidos e compreendidos por milênios no Oriente que tem religiões mais “abertas” para essas questões.

  4.  Comento o primeiro

     Comento o primeiro parágrafo.

    Cientistas e acadêmicos discutem sob o pressuposto da comunicação ideal. O discurso racional, que deveria viger na comunicação ideal, exige a recusa do argumento de autoridade. Deveria valer o que é dito, a força do argumento, não a qualidade da pessoa que o enuncia ou outros elementos externos ao discurso.

    Na prática comunicativa, no entanto, não é isso que ocorre. Considerem, por exemplo, um comentário ou artigo num blog como o do Nassif no qual se discute inclusive ciência. Quantas vezes não vemos os leitores pesquisaram o Lattes do articulista, seja para reforçar ou desqualificar o argumento? Na própria academia, vigoram regras, implícitas ou explícitas, que delimitam o escopo dos argumentos aceitos como válidos por meio da seleção dos indivíduos que são autorizados a participar dessa comunidade.

    Vivemos num ambiente de informação imperfeita e racionalidade limitada. É praticamente inevitável que sigamos regras heurísticas, mas devemos estar atentos para não as confundir com justificativas racionais.

    1. Esclareço que não estou a

      Esclareço que não estou a criticar o tema do autor do artigo ou a pertinência do uso dos dados biográficos citados para a contextualização do pensamento de Allan Kardec (o que é, evidentemente, válido). Apenas procurei situar a questão do argumento de autoridade no discurso racional. Não sou censor; acho que tudo pode ser discutido.

  5. A vida de verdade.

        Não tendo alcance intelectual ,e espiritual se põe a criticar. Natural a quem mal sabe português , e lhe falam em grego. O espiritismo ,entende também os criticos ,e principalmente aos criticos com conhecimento ou dúvidas pertinentes. As dúvidas grosseiras , raivosas que exalam o odor do rancor e do ódio ,merecem do Espiritismo ,orações , e aceitação do irmão ainda na retaguarda.  

    1. Velha estratégia espírita!

      Os espíritas não entram no mérito do debate – dos argumentos apresentados!

      Sua estratégia para isso é dupla:

      1°) que lhes criticam – são denominados de raivosos, rancoros, odiosos – e eles são a vítima;

      2°) buscam com isso – naqueles que são fracos de vontade e autonomia: criar culpa e má-consciência.

      Espíritas: crianças com medo de bicho papão!

    2. Velha estratégia espírita!

      Os espíritas não entram no mérito do debate – dos argumentos apresentados!

      Sua estratégia para isso é dupla:

      1°) que lhes criticam – são denominados de raivosos, rancoros, odiosos – e eles são a vítima;

      2°) buscam com isso – naqueles que são fracos de vontade e autonomia: criar culpa e má-consciência.

      Espíritas: crianças com medo de bicho papão!

  6. Sofismas não formam uma ciência, no máximo uma filosofia

    Sofismas não tornam o espiritismo uma ciência, no máximo uma filosofia. Uma filosofia pode criar seu próprio método e provar tudo que se pretende dizer dentro da sua própria lógica. A única exigência para uma verdadeira filosofia é ser coerente dentro dos próprios argumentos, mas mesmo assim nenhuma filosofia é 100% coerente. Muitos buscaram criar uma filosofia totalmente coerente, mas sempre existe uma contradição, mas o que justamente caracteriza uma filosofia é essa busca.

    Por mais que o método científico padrão possa ser flexibilizado, sempre começa como hipótese e vai evoluindo até se tornar uma teoria. Nesse meio caminho o cientista mais do que buscar argumentos favoráveis, busca argumentos desfavoráveis, o cientista quer buscar uma prova de que sua hipótese não está correta, se não conseguir considera-se que pode estar correta, torna-se uma teoria. Mas no fim essa teoria deverá ser baseada em experimentos reproduzíveis por outros cientistas, é a reprodutibilidade. E mais do que isso, uma verdadeira teoria científica gera previsões que podem ser comprovadas, ou não, por outros cientistas, é a previsibilidade.

    Se você ignora a reprodutibilidade e cria o seu próprio “método científico”, você não está criando uma ciência, no máximo uma filosofia. Mas se o seu objetivo não é descobrir uma verdade, mas partir de algo que você acredita e caçar argumentos favoráveis, ignorando argumentos desfavoráveis, nem filosofia pode ser considerado. Esse é o modo como funcionam as teorias da conspiração, como a teoria da terra plana, que, por mais que pareça ridícula, mostra tantos argumentos logicamente encadeados que faz um observador mais ingênuo pensar se não tem fundamento.

    Mas o fato do espiritismo kardecista não ir além de uma filosofia não é nenhum demérito, pelo contrário. Mas a insistência de querer se impor como uma “ciência” só mostra que o espiritismo kardecista, como muitas outras religiões, quer ser superior as outras religiões. Uma religião pode se considerar superior por inspiração divina, a religião que Deus criou, querendo se impor com argumentos e fatos históricos forçados, e frequentemente falsos, que “demonstram” que a sua crença é a herdeira direta da “religião original”. Para se considerar superior, o kardecismo é uma religião que não quer se autodenominar religião, quer ser algo que ela não é, uma ciência, nem que para isso subverta a própria significação da palavra.

    1. beleza de comentário…

      perda de tempo a insistência com as leis físicas clássicas, estas sim afirmativas……………………….

      mas para considerações filosóficas não

      1. espero, sonho com o dia em que…………………………..

        deixarão de lado tudo que não se encaixa no antes com base no depois ( vida, morte e pós morte )

        até acho que é por isso que primeiramente elaboraram um protocolo para diagnóstico, inevitável

        ou, pior, sem se afastar do plano dos encarnados, evitando assim qualquer outra forma de expressão da consciência

        não é procurando aqui, neste plano, que encontrarão, nem os entendidos nem as leis clássicas

        tendo o aqui como referencial, nunca deixaremos de ser os defeituosos…………………mesmo esquema de qualque religião

        1. e quem diz, amigo, coisa com coisa?

          quem realmente já esteve por lá e desejou voltar para ser alvo ou vítima de protocolos para diagnósticos daqui desse plano?

          duvido que exista

    2. Desculpe, Márcio!

      Mas espíritismo tão pouco é filosofia! 

      Os silogismos aristótelicos, katianos e hegelianos não são falácias.

      Os espíritas não sabem o que é filosofia.

      1. Espero que você tenha lido

        Espero que você tenha lido meu texto inteiro, eu falei que o espiritismo poderia vir a ser uma filosofia se criasse um sistema lógico coerente. Comecei assim para ser gentil em relação ao alegado “método científico” espírita. No terceiro parágrafo eu coloquei: “Mas se o seu objetivo não é descobrir uma verdade, mas partir de algo que você acredita e caçar argumentos favoráveis, ignorando argumentos desfavoráveis, nem filosofia pode ser considerado.”

  7. Parabéns pelo texto

    Parabéns pelo texto! De maneira clara, sóbria e sucinta, você conseguiu sintetizar os pontos mais importantes da vida e da carreira de Kardec. Conhecê-los é, de fato, indispensável em se tratando de qualquer debate sério sobre a doutrina espírita.

    Uma complementação igualmente válida e enriquecedora (que fica como sugestão para um futuro artigo, quem sabe?) seria abordar a convivência próxima do professor Rivail com cientistas e intelectuais de destaque, como Léon Denis e Camille Flammarion.

  8. Insciência espírita!

    Espíritismo: religião e Igreja dos néscios! Marcos Villa Boa não entende do que escreve!

    Muitos povos acreditaram e acreditam em alma, espíritos e fantasmas (esses só espíritas)

    Contudo, a crenca em espíritos para que seja considerado essa abominação de Kardec chamada espíritismo:

                    espírito + pecado original do Antigo Testamento = espíritismo!

    Os gregos acreditavam em alma – mas na obra “Teogonia: a origem dos Deueses” de Hesíodo, não existe a ideia de pecado!

    Tampouco em Fédon e Mênon de Platão – nessas obras o corpo é mal porque sujeita a alma a suas necessidades, não deixando-lhe filosofar.

     

  9. Insciência espírita!

    Espíritismo: religião e Igreja dos néscios! Marcos Villa Boa não entende do que escreve!

    Muitos povos acreditaram e acreditam em alma, espíritos e fantasmas (esses só espíritas)

    Contudo, a crenca em espíritos para que seja considerado essa abominação de Kardec chamada espíritismo:

                    espírito + pecado original do Antigo Testamento = espíritismo!

    Os gregos acreditavam em alma – mas na obra “Teogonia: a origem dos Deueses” de Hesíodo, não existe a ideia de pecado!

    Tampouco em Fédon e Mênon de Platão – nessas obras o corpo é mal porque sujeita a alma a suas necessidades, não deixando-lhe filosofar.

     

  10. Insciência espírita!

    Espíritismo: religião e Igreja dos néscios! Marcos Villa Boa não entende do que escreve!

    Muitos povos acreditaram e acreditam em alma, espíritos e fantasmas (esses só espíritas)

    Contudo, a crenca em espíritos para que seja considerado essa abominação de Kardec chamada espíritismo:

                    espírito + pecado original do Antigo Testamento = espíritismo!

    Os gregos acreditavam em alma – mas na obra “Teogonia: a origem dos Deueses” de Hesíodo, não existe a ideia de pecado!

    Tampouco em Fédon e Mênon de Platão – nessas obras o corpo é mal porque sujeita a alma a suas necessidades, não deixando-lhe filosofar.

     

  11. Insciência espírita!

    Espíritismo: religião e Igreja dos néscios! Marcos Villa Boa não entende do que escreve!

    Muitos povos acreditaram e acreditam em alma, espíritos e fantasmas (esses só espíritas)

    Contudo, a crenca em espíritos para que seja considerado essa abominação de Kardec chamada espíritismo:

                    espírito + pecado original do Antigo Testamento = espíritismo!

    Os gregos acreditavam em alma – mas na obra “Teogonia: a origem dos Deueses” de Hesíodo, não existe a ideia de pecado!

    Tampouco em Fédon e Mênon de Platão – nessas obras o corpo é mal porque sujeita a alma a suas necessidades, não deixando-lhe filosofar.

     

  12. Mais engodo espírita!

    Nas ciências o pesquisador vale menos do que a demonstração do que afirma!

    Acima Marcos Villa boas comete falácia de autoridade

    O espíristismo é ciência porque Kardec falou.

  13. Digam que religião professam.

    As reações que vemos aqui , são reflexos do radicalismo religioso. Não aceitando o desconhecido ,e não tendo alcance necessário , vociferam . Não dá ára entrar no mérito ,porque estariamos caindo no labirinto religioso. Mas percebemos o fanatismo de alguns ,que não aceitando o desconhecido e o contraditório ,esganam e não dizem a religião que professam.

         Não se envergonhem !!!

    1. Estratégia para causar culpa!

      Fanatismo é próprio de religiões.

      O maior fanatismo da religião espírita é tentar ser ciência!

      Essa é a questão central que se debate aqui acerca das mentiras espíritas colocadas.

      Se queres saber da religião das pessoas, consultue as pesquisas decenais do IBGE.

      Ou então, retire-se para seu centro espírita.

  14. Cavalo coxinha!

    No seu último artigo, Marcos postou um vídeo de um cavalo, ou égua, coxinha! Uma mulher branca, fumando charuto.

    Sob dominio do grande Exu, era um Cavalo coxinha, pois:

    1°) branca e classe média;

    2°) sem vela preta e vermelha:

    3°) sem cachaça nem pinga:

    4°) sem tambores que causam sons que desorientam;

    5°) sem o cortejo dos outros do terreiro.

    Piada: os espíritas nunca coloraram o pé num terreiro, morrem de medo, e se sentem superior ao povão. Villas Boas parece que tem medo de bicho papão até hoje.

  15. Artigo longo e chato.
    Vou

    Artigo longo e chato.

    Vou comentar apenas um trecho:

    “A filosofia budista e outras orientais dão conta da existência de Espíritos e creem na reencarnação, de modo que o tema não foi obviamente criado por Allan Kardec.”

    A filosofia Budista rejeita a idéia de “atman”, alma, ou espírito. O conceito de “renascimento” no Budismo é, portanto, completamente diferente do conceito de “reencarnação” no espiritismo.

    Não vou entrar em detalhes, pois detesto proselitismo religioso, mas deixo um link para quem tiver curiosidade em saber:

    O Budismo e a Reencarnação

     

     

  16. misticismo como fator de atraso II

    A capacidade do cerébro humano produzir fenomenos involuntários dirigidos pelo inconsciente não é totalmente dimensionada mas com certeza vai além do esperado. A maioria dos fenomenos estudados por Alan Kardec são ações triviais do subconsciente agindo no corpo humano. Cientistas como William B. Carpenter e Michael Faraday  cunharam o termo efeito IDEOMOTOR para classificar fenomenos regidos pelo subconsciente. O psicólogo americano Ray Hyman em seus estudos concluiu que : ” pessoas honestas e inteligentes podem inconscientemente desempenhar uma atividade muscular compatível com suas expectativas ” . Um dos objetos de estudos destes cientistas foram as sessões espiritas onde concluiram que a grande maioria dos fenomenos verificados eram consequencia da ação de micromovimentos de mãos e braços dos participantes . Outro objeto de estudo é a PAREIDOLIA onde o cérebro após ação estressante passa a identificar vozes e rostos inexistentes. Os testes de pareidolia são fartos na rede e é muito fácil se enxergar vultos no ar após se submeter a uma imagem estressante. Não é dificil que vc passe a sonhar com espiritos após ter seu cérebro sugestionado pela doutrina espirita. A complexidade cerebral explica quase todas as fantasias e contos de fadas espiritas. 

    Caso fosse uma doutrina inofensiva poderia se desprezar  esta ofensiva dos espiritas. Ocorre que o espiritismo mistifica os pilares cientificos do conhecimento e contribui para formação de toda uma legião de alienados e crentes desprovidos do ceticismo que forja a verdadeira ciência. Países escandinavos  desfrutam de altissímo indice humano graças ao ceticismo e a abordagem racional do mundo, mais uma vez o Brasil vai na contra mão da razão. 

  17. Pseudociência espírita

    Um parágrafo de artigo da Wikipédia:

     

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Mesas_girantes

    O espiritismo se apresenta como “uma ciência” e, mesmo com as evidências e críticas posteriores, as mesas girantes, o tabuleiro ouija e a “brincadeira do copo” ainda são consideradas reais por kardecistas e umbandistas. Adeptos destas e de outras religiões espiritualistas acreditam que pessoas mortas se comunicavam usando as mesas girantes. No presente essa comunicação aconteceria através dos supostos fenômenos mediúnicos, principalmente os chamados de psicografia e psicofonia, expressões cunhadas por Allan Kardec, o criador da Doutrina Espírita.

     

     

  18. Indicação bibliográfica

    Estudei as obras básicas do Espiritismo durante um bom tempo mas nunca, repito NUNCA, vi qualquer registro ou evidência sobre as alegadas “(…) comunicações obtidas por diferentes médiuns, em distintos lugares, com inúmeros Espíritos e de diferentes níveis de evolução”. As mensagens reportadas no pentateuco kardequiano se limitam, fundamentalmente, a alguns países da Europa, fragilizando, por conseguinte, a tese da universalidade das comunicações. Há registros de comunicações originárias das Américas, da Ásia, da Oceania, da África??? Por que não foram replicadas nas obras da codificação??? Como fora possível, naquela época, reunir e compilar mensagens do mundo todo??? Quantos médiuns, além das irmãs Fox, participaram da codificação??? Nesse sentido, gostaria que fossem indicadas, pelos defensores dessa tese, as referências bibliográficas capazes de validar a existência dessas ‘comunicações’ universais, as quais constituem o fundamento basilar do “método científico” espírita: o suposto ‘Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos’.  Fica muito difícil sustentar uma pretensão científica sem a correspondente comprovação dos fatos e elementos constitutivos do arcabouço doutrinário espírita.

  19. Kardec veio na missão de abrir os olhos da humanidade para a verdadeira realidade que é a vida espiritual, infelizmente muitos permanecem com os olhos cerrafos como vemos aqui, lembra o ” mito da caverna, de Platão…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador