Jornal GGN – Em sua tradicional live de quintas-feiras, o presidente Jair Bolsonaro negou o negacionismo praticado por ele até agora com a pandemia do novo coronavírus. Disse que nunca chamou a Covid-19 de “gripezinha”, vanglariou-se da quantidade de vacinas que terá no Brasil, mas fez novas represálias aos governadores e defendeu a abertura e funcionamento do comércio no país, sem distanciamento social.
“Eu quero aqui, rapidamente, dar uma entrada, em especial àqueles que nos criticam sem qualquer base. ‘Ah, o governo abandonou no tratamento ao covid, ah, ele é antivacina, ele falou que era uma gripezinha’. Estou esperando alguém mostrar um áudio ou um vídeo dizendo que era uma gripezinha. Estou esperando”, foi a fala introdutória do presidente.
No dia 26 de novembro do ano passado, quando o Brasil chegava a 160 mil mortos por Covid-19, Bolsonaro disse verbalmente, com diversos vídeos e áudios registrando, que “depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”.
Com a falta generalizada de vacinas em todo o país e governadores peticionado o Ministério da Saúde para o envio, o quanto antes, de mais doses necessárias para cobrir um mínimo da população entre a faixa de risco da doença, Bolsonaro elogiou que “teremos 400 milhões de doses de vacina contratadas por várias empresas”, até o final deste ano.
Mas na contramão da aparente mudança de postura nesses discursos, o presidente da República continua defendendo a livre circulação de pessoas e aglomerações, cujas medidas de restrições e lockdowns são as únicas capazes de evitar a propagação do vírus.
Sobre isso, o mandatário resolveu ler uma carta de um suposto suicida, no qual um comerciante teria criticado a impossibilidade de trabalhar pelas restrições. Após ler um trecho, expondo a suposta vítima e na contramão das recomendações de instituições internacionais sobre a abordagem pública de suicídios, e em nova disseminação de Fake News, Bolsonaro responsabilizou o lockdown por casos de suicídio no país.
“O efeito colateral do lockdown está sendo mais danoso que o próprio vírus”, disse Jair Bolsonaro, quando não há nenhum dado sobre políticas de lockdown provocarem o aumento de suicídios no Brasil. A grave acusação, contudo, foi usada pelo mandatário durante a sua live.
Em seguida, atacou os 22 governadores, que em acordo conjunto defenderam políticas de isolamento social para conter a pandemia. “Um recado aos governadores: todos nós estamos preocupados com a vida, mas uma pessoa sem salário, passando dificuldades e até mesmo com fome, pode levar a óbito”, afirmou.
E seguiu para o tom de ameaça: “O Estado que fecha o comércio tem que pagar o auxílio emergencial também”, ao se referir que o governo federal não iria repassar o recurso aos estados que aplicarem lockdown e que o auxílio ficaria à cargo das contas dos governos estaduais.
E continuou com falsas informações, acusando governos estaduais de terem usado estes repasses dos benefícios para outros gastos que não a pandemia: “Nós mandamos recursos para todo o Brasil, e recursos abundantes, tanto é que muitos governadores pagaram até folha de pagamento e colocaram em dia muitas finanças lá, e não deu certo.”
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