Genética explica porque alguns pacientes têm mais resistência à gripe aviária do que outros

Jornal GGN – Uma equipe internacional de pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, constatou que as diferenças genéticas resultam em diferentes graus de capacidade de combater a nova cepa do vírus da gripe aviária, o H7N9. Em artigo publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, a equipe relata que amostras de sangue indicam que algumas pessoas podem ser mais bem equipadas para lutar contra a gripe do que outras.

Depois de observar diferentes graus de resposta de imunidade em amostras de sangue de 52 doadores humanos, os pesquisadores analisaram um pouco mais de perto para descobrir as razões para tal resistência e se algo poderia ser feito sobre isso, como sintetizar alguma vacina ou medicamento. No estudo, eles descobriram que a diferença em um complexo de proteínas que faz parte da resposta imune foi o responsável pelos diferentes níveis de resposta à gripe.

O vírus da gripe H7N9 apareceu pela primeira vez na China em fevereiro do ano passado, provavelmente depois do contato entre seres humanos e as aves domésticas. Um total de 137 foram infectadas e 45 morreram. Antes, a cepa da gripe nunca havia sido observada em humanos. Por causa disso, as pessoas em geral não têm anticorpos prontos para combater o vírus. Algumas pessoas, no entanto, contam com um tipo de linfócito que serve como anticorpo e que geralmente se multiplica depois de o corpo enfrentar algum outro tipo de cepa da gripe.

Em muitas vezes, o resultado é um certo grau de resposta imune, o que ajuda a lutar contra o vírus. Os organismos daqueles pacientes que não têm o linfócito combatem o vírus como uma entidade externa desconhecida, o que significa uma ampla resposta, que acaba sendo muito menos eficaz na superação do vírus. Os pesquisadores observaram a existência do fator regional: pessoas nativas do Alasca e Austrália, por exemplo, tendem a não ter o linfócito e são, portanto, muito mais suscetíveis aos sintomas da nova gripe.

Os pesquisadores descobriram, mais especificamente, que 16 a 57% das pessoas no estudo (taxas que eles acreditam que corresponda aproximadamente à população em geral) tiveram algum grau de resposta imune devido aos linfócitos, alguns dos quais apareceram para responder a qualquer vírus da gripe introduzido no organismo. Isso ainda deixa uma grande parcela do público em risco por conta da doença.

Os pesquisadores estão trabalhando agora em uma vacina de células T, universal, que iria complementar a vacina de gripe normal a que as pessoas já têm acesso. A esperança é de que a vacinação possa ser desenvolvida antes do inverno no Hemisfério Norte, período em que o vírus se tornaria mais forte e de difícil combate.

Com informações do MedicalXpress.com

Redação

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