O médico Albert Schweitzer e a raiz do Ebola

Por Motta Araujo
 
 
O médico alemão Albert Schweitzer, um dos grandes benfeitores da humanidade no Seculo XX, Premio Nobel da Paz de 1952, conhecia como poucos as terriveis condições de saude publica da Africa. Schwitzer, de uma importante familia da Alsacia Lorena, largou uma posição confortavel e segura na Europa para se dedicar inteiramente aos leprosos e doentes das areas mais pobres do continente africano, morreu no Gabão onde foi enterrado. Schwietzer escreveu muitos livros onde como premonição dizia que a humanidade nasceu na Africa e no mesmo continente poderia acabar se as condições sanitarias não fossem melhoradas,  o continente poderia ser uma usina de epidemias que se espalhariam pelo mundo de forma terrivel.
 
O ebola, assim como o virus causador da AIDS, resulta das condições socio culturais e de sanidade do continente africano. O trajeto do virus vem de animais, no caso do HIV vem do macaco, do ebola vem do morcego, em contato erratico com o ser humano mas a propagação do virus vem de habitos culturais, da ausencia de hospitais e programas de controle de epidemias, da falta de infra estrutura de saude publica, de estruturas de mapeamento de doenças.
 
Ao invés de correr a hospitais, que são poucos emal equipados, a familia de provaveis contaminados esconde o doente porque não confiam nos hospitais e acreditam que lá morrerão.
 
No caso de morte, a cultura africana considera a cerimonia funeraria como extremamente importante, mais que o nascimento ou o casamento, o defunto fica em casa por dias ou uma semana, no centro da casa, enquanto os parentes comem e bebem em sua homenagem. Parentes vem do interior, a familia incorre em grandes dividas para o funeral, tal a importancia desse evento para a cultura africana. Tudo isso ajuda a propagação de virus, o proprio morto pode ser uma fonte dessa contaminação.
 
As guerras civis em alguns paises africanos, a corrupção, a falta de medicamentos e de medicos, tudo isso joga a favor do virus e de sua propagação.
 
Como sempre conta-se com o apoio e o potencial de pesquisas dos EUA para criar com rapidez a vacina para essa terrivel doença. O CDC de Atlanta é o centro mundial que controla a propagação do virus e esse controle é a base da pesquisa que já prevê a vacina contra o ebola a curto prazo.
 
Mas o problema das condições sanitaria da Africa persiste. Controlado o ebola surgirão outros virus na Africa, as condições de saude são hoje muito piores do que eram na época colonial, quando pelo menos existiam medicos e hospitais europeus na area e uma cultura de prevenção de epidemias que hoje não existe.
 
O Brasil teria um papel nesse contexto por estar no mesmo hemisferio da Africa e ter um grande acumulo de conhecimentos em doenças tropicais. A Africa precisa de todo o apoio externo possivel até para auto defesa dos demais continentes, o Brasil é hoje um dos alvos preferenciais de uma nova imigração africana e pode tambem ser vitima dessas epidemias de virus novos.
Redação

22 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Antiteses

    Por isso a ditadura cubana mandou um contigente de medicos para os locais da epidemia enquanto a democracia Norte americana mandou fuzileiros navais para os mesmos locais !

    1. Mas que besteira, cruz credo.

      Mas que besteira, cruz credo. Cubaé tem condições de salvar a Africa? Os EUA estão completamente engajados no cambate a essa epidemia e é de lá que vem a vacina, que está sendo testada, os EUA é que financiam os programas especiais da OMS contra epidemias e o centro mundial de controle do Ebola está em Atlanta. Não viva de lendas, logo vão dizer que Cuba é que salva a medicina no Brasil.

      1. Deep web

        Na internet do submundo contam que os EUA pequisam o Ebola como arma biologica e estao a ver essa oportunidade como tirar o virus da Africa e espalha~-lo pelo mundo. ]A industria de armamento lucrou um bilhao de dolares para atacar islamicos na Siria ,com uma epidemia como essa o serviço sairia mais barato, na plestina o exercito israelense está usando muniçao contaminada com uranio e Cesio ,mesmo que n-ao acerte o alvo deixa residuos de radiaç~-ao em quem estiver por perto]] foram testadas na guerra do Iraque.

         

        1. Ebola na disputa econômica/militar para domínio da região.

          Qual o papel do vírus ebola?, conhecido desde os anos 70, em ameaça mundial no século XXI numa região riquíssima em petróleo, em disputa econômica/militar para domínio da região.

          “Superpotências: ao assalto da África”
          http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EkVZkuEkyuJtecLCgk
          “Chevron espera iniciar operações de perfuração na Libéria este ano”
          http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/4583-chevron-espera-iniciar-operacoes-de-perfuracao-na-liberia-este-ano/
          “EUA enviarão até 4 mil soldados para combater ebola na Libéria”
          http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/10/eua-enviarao-ate-4-mil-soldados-para-combater-ebola-na-liberia.html

        2. Ebola na disputa econômica/militar para domínio da região.

          Qual o papel do vírus ebola?, conhecido desde os anos 70, em ameaça mundial no século XXI numa região riquíssima em petróleo, em disputa econômica/militar para domínio da região.

          “Superpotências: ao assalto da África”
          http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EkVZkuEkyuJtecLCgk
          “Chevron espera iniciar operações de perfuração na Libéria este ano”
          http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/4583-chevron-espera-iniciar-operacoes-de-perfuracao-na-liberia-este-ano/
          “EUA enviarão até 4 mil soldados para combater ebola na Libéria”
          http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/10/eua-enviarao-ate-4-mil-soldados-para-combater-ebola-na-liberia.html

  2. E ontem um senador da

    E ontem um senador da oposição, autodeclarado médico, botou a culpa na Dilma por causa desse suposto caso no Brasil, o que parece não se confirmou. Nada a estranhar. Nada a estranhar também a reação da classe média no Facebook.

    “Não deviam deixar preto da África entrar no Brasil”. “Ainda bem que Ebola é doença de preto”. E last but not least “Acho que devem sacrificar esse preto, em nome da segurança da maioria”.

    Esses são os novos tempos, Nassif? Me desculpe, mas estou extremamente pessimista com os rumos do país. Já olhou os novos parlamentares eleitos?

  3. Ebola

    Andre,

    Mandar $$$ para a África tem dois problemas-  como não é para armamentos, ninguém mandará os U$ bilhões que são necessários, e $$$ para a África, só 20% chegará ao destino pretendido, os 80% restantes vão pro bolso da turma. O misto de presidente e ditador da Guiné Equatorial ( um dos países mais atingidos pelo vírus e destacado produtor de petróleo), por exemplo, um zilionário de dezenas de bilhões de dólares, é corrupto até à medula e sempre se lixou para a sua sociedade. A casa, ou melhor, o palácio do malandro em Washington é um negócio de louco. É como funciona.

    Abaixo, matéria de ontem no site da CNN.

    A Dra. Elizabeth Cohen é doutora e não épalhaça.   

    Elizabeth Cohen says that on paper, we know how to stop Ebola.

    (CNN) — Last month, President Barack Obama declared that the world knows how to fight Ebola. Three days later, on my way into Liberia, I asked: Is he right?

    And my answer, after spending a week in Liberia, is no.

    On paper, we do know how to fight Ebola. You isolate patients and keep track of the people with whom they had close contact while they were contagious, and if those contacts get sick, isolate them and start the cycle over until the disease burns itself out.

    But knowing how to do something intellectually isn’t the same as knowing how to execute that solution. Execution requires management and control over details at a level that I don’t think we have right now.

     

    “No mes passado, BObama disse que o mundo sabia como enfrentar o Ebola. Tres dias depois, na minha ida para a Libéria, perguntei: ele está certo ?

    E a minha resposta, depois de passar uma semana na Libéria, é não.

    No papel, sabe-se como enfrentar o vírus… Mas saber intelectualmente não é o mesmo que o mundo real. A execução do processo requer completo controle em todos os detalhes, em nível que eu não creio que tenhamos no momento.” 

     

    Como se sabe, o papel aceita tudo, nele sou presidente do Bradesco. E para reconhecer uma pessoa que esteja infectada ? Até agora só ouvi asneiras.

    Como se propaga em progressão geométrica, o Ebola torna-se um perigo danado, pode estar em qq pessoa à nossa frente.

    Nenhum país está preparado (USA disse que estava e já morreu um ), os infectados identificados serão enjaulados, ninguém saberá corretamente quanto ao mortos, etc…, nenhum país ficará na frente do trem.

     

     

     

    1. Inteiramente de acordo, é a

      Inteiramente de acordo, é a elite mais corrupta do planeta e só piora. No livro The Lords of Poverty se contam os mega esquemas de DESVIO de remedios doados, leite em pó doado por organizações humanitarias, é tudo ROUBADO por essa cleptocracia, não se incomodam a minima com a morte de milhões, a mulher mais rica da Africa, Isabel dos Santos, é dona de boa parte de Portugal, filha do Presidente Jose Eduardo dos Santos de Angola, tem uma fortuna pessoal de US$3,6 bilhões, o que tem no Pais em infra estrutura foi deixado pelos portugueses.

      Medicamento doado não chega aos pobres, é revendido pelas gangues governamentais, na boa.

  4. Interessante no relato os

    Interessante no relato os hábitos culturais quando da morte. Eu me pergunto: deve-se forçar a mudança cultural? Ou esperar (quantos anos?) até que com o povo devidamente educado altere seus hábitos?

  5. Nada mais me espanta. Ontem,

    Nada mais me espanta. Ontem, assistindo um noticiário, vi a reação de médicos e enfermeiros de um hospital europeu, jogando as luvas fora e ameaçando ficar de braços cruzados diante do risco do ebola. Claro que não podemos simplesmente ignorar o alto rico que a classe corre ao tratar de casos como esse. Lembro de um filme que documentou os primeiros casos de uma gripe terrível que matou muitos profissionais da saúde no Canadá, Então, uma estrutura mínima deve ser exigida em casos fora da África. O post acima  relata algumas incríveis renúncias do Dr. Albert Schweitzer, que foi um homem totalmente abnegado e didicado à humanidade, pelo que li. Depois das grandes mudanças nos sistemas de saúde em todo o mundo, pouco sobrou para abnegação e espírito humanitário, num cenário comandado pelos negócios, dos pequenos aos hipernegócios, quase nada sobra para um olhar de compaixão.

  6. A quem interessa uma Africa de Ditadores e Guerra Civil

    Quando não deu mais para segurar as “colônias” os Imperialistas largaram os africanos e ficaram com o que intere$$a: petróleo, diamentes, minerais vários….. e a venda de armas! O comércio de armas é o mais nocivo do mundo! Não intere$$a educação, saúde, nada…..

    1. Os “imperialistas”” não

      Os “imperialistas”” não largaram”” os aricanos, foram expulsos depois de sangrentas guerras de descolonização, com altissimos custos humanos para as potencias coloniais. Portugal teve que retirar de Angola 500 mil retornados, alguns de 10 gerações na Africa, que sairam com aroupa do corpo. Nessas guerras de descolonização teve papel central a ESQUERDA pilotada por Moscou e Havana, apoando os “patriotas” que libertaram as colonias para eles mesmos.

      O problema é que quem assumiu no lugar do colonizador foram gangues de saqueadores,  infinitamente mais rapinantes que os antigos colonizadores, não construiram absolutamente nada e comeram todo o dinheiro do petroleo e diamantes, NÃO FORAM OS EUROPEUS, foram eles mesmos,  a elite negra, todos com apartamentos na Avenue Foch em Paris, como o ditador da Guiné Equatorial, Francisco Maciá, amicissimo do Lula, o pior entre os piores dos grandes ladrões africanos.

      Luanda ao tempo dos portugueses era uma joia de cidade, hoje uma grande favela, com condominios fechados (construidos pela Odebrecht) onde mura e  vive a “”elite do MPLA”, que tambem tem apartamentos em Lisboa.

      Por toda a Africa o quadro é igual. A elite governante, quase toda de “”esquerda e nacionalista”” só quer saber de roubar, o povo que se lixe, não se sabe nos ultimos 50 anos de novas estradas, hospitais, portos, hidroeletricas, tudo o que foi legado é dos colonizadores, como a gigantesca hidroeltrica de Cabora Bassa, construida por Portugal com imensos sacrificios (2.300 MW), tudo mas tudo mesmo que existe é legado dos portugueses.

      Por toda a Africa o quadro é semelhante, CAD~E OS RESULTADOS POSITIVOS DA DESCOLONIZAÇÃO?  Estão na Suiça na conta dos Maciás e das Isabéis, essa é a crua realidade, sobre a qual esqurda nada tem a dizer.

      O Governo de Angola, implantado com o apoio de Cuba, continua se apresentando como marxista, ah, ah, ah.

      1. Se eh por motivo imobiliario

        O Sr FHC tambem tem um apartamento na av. Fochs, que  ganhou apos a privataria no brasil….isso, segundo seu pensamentono coloca ao mesmo nivel dos rapinadores ditadores da africa certo?

      2. Com certeza não dá para

        Com certeza não dá para eximir as elites locais africanas, óbvio. E isso, desde a época do tráfico negreiro. No entanto, deve-se evitar minimizar o papel das “antigas” potências colonialistas, seja no passado, seja no presente, pois algumas continuam bastante ativas no continente africano e exercem importante influência econômica e militar para garantir seus interesses. Não existe dominação exterior sem a conivência e apoio de grupos do interior. Isso é elementar. Em muitos aspectos, especialmente econômicos e de acesso aos recursos minerais e energéticos, o processo de “descolonização” é somente retórico. Não há apenas uma verdade em História.

        Abraços

        PS: Os teus textos sobre a História são geralmente bons e informativos, mas muito escolares. Falta uma crítica melhor elaborada e um pouco menos de maniqueísmo e passionalidade. É preciso continuar trabalhando. Aconselho um mestrado (ou um doutorado) de pesquisa num dos bons Departamentos de História das universidades brasileiras ou norte-americanas.

  7. “O mal é que todos têm suas razões”

    Estranho, tudo isso me fez pensar no filme A Guerra dos Botões, no qual gangues de crianças se livram a toda sorte de enfrentamentos e de rancor profundo, ainda que quando se busca entender realmente os problemas, se da conta de que suas “razões” são tão rasas. 

  8. A Maldição de Cam europeia

    Depois deste desflaldar de problemas africanos e de seus impróprios hábitos sócio-culturais. Só faltou o autor do texto citar a maldição de Cam. É verdade, os povos africanos sofrem com as dificuldades evidentes, entretanto, não devemos esquecer que são jovens nações. A África saiu hà pouco mais de 50 anos do colonialismo europeu. Se o ebola se encontra em três países esquecemos que há mais 51 nações imunes. Quando se cita com um certo eurocentrismo os desastres africanos perdemos de vista os primeiro quinquênio europeu do século XX, notabilizado por duas guerras mundiais e pela gripe espanhola que somados fizeram em seu território milhões de vítimas, Afinal quem seriam os amaldiçoados?

  9. Tio avô de Sartre

    Sempre admiriei a humanidade de Schweitzer.

    Era músico renomado, professor e pastor de igreja.

    Estudou medicina tardiamente com o intuito único de servir ao povo necessitado da África.

    Era irmão do avô materno de J P Sartre.

    Sartre tinha boa impressão dele.

    Uma vida dedicada a servir à humanidade.

    Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1952.

    Merecidamente.

  10. Qual caminho a humanindade encontrará primeiro?

    Já que as condições humanas nos outros países afetam aos outros países do planeta, não seria o caso de existir um governo global para cuidar desses assuntos?

    Esse governo seria responsável por distribuir as riquezas dos países ricos e distribui-la aos países pobres.

    Mais ou menos como acontece no Brasil, onde os impostos dos que estão melhor de vida vão para os mais necessitados usando o mecanismo do Bolsa Família.

    Mas, considerando as reações no Brasil ao Bolsa Família (Bolsa Vagabundo, Bolsa Esmola entre outros apelidos menos brandos) estamos bem longe de um contrato social desses.

    Só espero que a humanidade encontre o caminho da solidariedade antes do caminho do fim.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador