Prefeitos devem conversar com Temer sobre mudanças no Mais Médicos

Encontro na sede da Confederação Nacional de Municípios deverá incluir  estratégia para garantir atendimento à população, com a saída dos médicos cubanos 
 
Foto: Agência Brasil/Elza Fiúza
 
Jornal GGN – Prefeitos, membros da Confederação Nacional de Municípios (CNM), se reúnem na tarde desta terça-feira (19) com o presidente Michel Temer, em Brasília, no Encontro dos Municípios Brasileiros – Avanços da Pauta Municipalista, na sede da Confederação.
 
A principal pauta deverá ser a mudança no Programa Mais Médicos com a saída dos profissionais cubanos. Na última semana, o governo Cubano anunciou o fim do acordo no Programa em razão de “declarações ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito Jair Bolsonaro feitas estritamente sobre o contrato com Cuba. O militar da reserva disse que “expulsaria” os profissionais da saúde que vieram do país, além de questionar a qualificação dos médicos propondo a revalidação do diploma. Para completar, num tom que remonta às tensões da guerra fria, disse que sua decisão seria baseada no fato de os médicos cubanos serem tratados como escravos pelo governo de Cuba. 
 
Um dia após o anúncio do governo Cubano a CNM divulgou uma nota ressaltando que, de acordo com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), atualmente 8.500 médicos cubanos atuam na Estratégia Saúde da Família e na Saúde Indígena. 
 
“Esses profissionais estão distribuídos em 2.885 Municípios, sendo a maioria nas áreas mais vulneráveis, como o norte do país, o semiárido nordestino, as cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), as terras indígenas e as periferias de grandes centros urbanos. Entre os 1.575 Municípios que possuem somente médico cubano do Programa, 80% possuem menos de 20 mil habitantes. Dessa forma, a saída desses médicos sem a garantia de outros profissionais pode gerar a desassistência básica de saúde a mais de 28 milhões de pessoas”, completa a organização em nota.  
 
A entidade protocolou, ainda, um ofício na Embaixada de Cuba, solicitando a permanência dos médicos cubanos até o final do ano e a abertura de negociação com a confederação e o governo brasileiro para encontrarem uma alternativa para garantir o atendimento à população.
 
 
Redação

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