Secretários estaduais dizem sim à cloroquina doada pelos EUA, mas não para Covid-19

Em nota, o grupo pede que a opção fique a cargo das secretárias de saúde que utilizarão o medicamento para portadores de doenças em que a hidroxicloroquina é indicada em bula.

Jornal GGN – Os secretários de Saúde estaduais defendem, junto ao Ministério da Saúde, que as 3 milhões de doses de hidrocloroquina doadas pelos Estados Unidos e por empresas farmacêuticas sejam usadas sim, mas para as doenças previstas em bula, e não para a Covid-19. As doações chegaram em caixas de 100 comprimidos e agora é preciso definir como serão fracionadas, distribuídas e, muito importante, utilizadas. O certo é que os secretários não querem utilizar um medicamento sem eficácia comprovada no tratamento do coronavírus.

O presidente do Conass, conselho de secretários estaduais de Saúde, Carlos Lula, declarou à Folha que o ministério tem o estoque e quer enviar aos estados, e os estados irão receber os medicamentos, mas não para a Covid, e sim para as outras doenças.

No entanto, a discussão não parou no uso a ser dado à hidrocloroquina, e sim ao fracionamento, que significa um novo gasto para os estados, pois os frascos são de 100 comprimidos e eles teriam que contratar farmácias de manipulação. E isso os estados não vão fazer, disse o presidente do Conass.

Em nota, o grupo pede que a opção fique a cargo das secretárias de saúde que utilizarão o medicamento para portadores de doenças em que a hidroxicloroquina é indicada em bula. Assim, não seria preciso fracionar os frascos, já que poderiam entregar a esses pacientes crônicos provisão para consumo durante três meses.

O medicamente tem indicação em bula para pacientes com malária, artrite e lúpus.

O Ministério da Saúde tem pressionado os estados para que utilizem o medicamento para a Covid-19. Isso tem gerado mal estar, já que o medicamento não tem uso indicado. Os secretários entendem que a decisão de prescrição é do médico, mas chegaram a fazer notas técnicas desaconselhando o uso.

O MS não informa se o remédio foi ou não doado pelos EUA para uso previsto em bula e, ao avisar que pretende fazer o fracionamento do remédio, também não é claro em dizer se o trabalho começou ou não e qual a previsão de entrega. A Farmanguinhos foi citada como uma possibilidade, mas ainda não recebeu nenhuma orientação até agora.

O representante do Conass defende que o remédio seja distribuído para aqueles estados que queiram utilizá-lo para os males já previstos em bula, já que o fracionamento também geraria custos para a União. Este estoque, utilizado para as doenças corretas, poderia durar até um ano.

Além do doado pelos EUA, o ministério tem um estoque grande de cloroquina. O MS informa que já foram distribuídos 4,8 milhões de comprimidos de cloroquina especificamente para a Covid-19 a estados e municípios.

Redação

3 Comentários

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  1. Bolsonaro, o especialista em saúde pública confunde a si e a população, não por negacionismo, mas devido a sua insensatez e irresponsabilidade. Pela fala de ontem em sua live, demonstra que sua preocupação não é de cura, solução, mas principalmente ideológica. Reforçando sua irresponsabilidade e insensibilidade, já escolheu que as vacinas ligadas aos laboratórios chineses não prestam. Gasta tempo com discursos e defesas que não são de sua alçada ou entendimento, como esta história da cloroquina. Para piorar, após receber diagnóstico médico, inventa termos que só confundem mais, como a história de sua infecção pulmonar, chamada por ele de ¨mofo no pulmão”. Muitos notam já há tempos, uma tosse feia, mostrada repetidas vezes e segundo a imprensa ele tossiu ontem durante sua live, algumas vezes. Vamos acompanhar se seu histórico de atleta o ajuda a passar por esta.

    1. E que fique anotado que o irresponsável ainda usa sua condição de saúde, para confundir mais sobre o isolamento social, pois declarou que pegou o tal “mofo” no pulmão, não devido a covid, mas segundo ele, por ter de ficar em casa muito tempo mofando.

  2. Acabei de ler o único estudo feito, padrão ouro sobre o a aplicação da hidroxicloroquina em pacientes não hospitalizados até 4 dias após o inicio dos sintomas.

    O nome do estudo é: Hydroxychloroquine in Nonhospitalized Adults With Early COVID-19

    O endereço para o estudo é: https://www.acpjournals.org/doi/10.7326/M20-4207

    O resultado é surpreendente!

    Por dois motivos. O primeiro é que o braço do estudo que tomou a hidroxicloroquina foi sempre superior, isto é, tiveram menos sintomas em todas as medições efetuadas ao longo das 2 semanas que durou.

    E do grupo que tomou houve uma diminuição de 60% no numero de internações.

    A segunda surpresa é a conclusão do estudo: “Hydroxychloroquine did not substantially reduce symptom severity in outpatients with early, mild COVID-19.”

    Apesar de todos as medições conseguidas favoráveis ao tratamento e da redução de 60 % nas internações o estudo deu o veredicto de que o tratamento não conseguiu reduzir significativamente a severidade dos sintomas!

    Não, não precisa explicar. Eu só queria entender!

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