Vencedores do Nobel dizem que ciência dos EUA corre perigo

Jornal GGN – A crise de gestão pela qual vêm passando os EUA (Estados Unidos), com cortes forçados no orçamento pela falta de acordo no Congresso, é apenas um dos problemas para o avanço científico. Na segunda-feira (7), pouco depois do anúncio de que seriam agraciados com o Nobel de medicina, os três vencedores criticaram a constante baixa nos investimentos em ciência, que representa “desafios sem precedentes” e resulta em um cenário de “desânimo” entre jovens cientistas.

O neurocientista de origem alemã Thomas Suedhof disse que o futuro pode reservar menos oportunidades para jovens cientistas, justamente pela falta de recursos e investimentos em ciência. James Rothman, da Universidade de Yale, afirma que está impressionado com a dificuldade em conseguir financiamento para pesquisa atualmente. “É muito, muito mais difícil para um jovem cientista começar hoje”, disse, em coletiva de imprensa, citando como exemplo o orçamento reduzido para o NIH (National Institutes of Health), o maior financiador de pesquisa dos EUA.

O NIH investe cerca de US$ 31 milhões anuais, um repasse maior do que os feitos por qualquer outro governo a pesquisadores. Contudo, as restrições orçamentais mantiveram o financiamento estagnado ao longo dos últimos anos o que, na prática, significa menos dinheiro quando se leva em conta a inflação. Além disso, funcionários do NIH afirmam que a concorrência por financiamentos também aumentou, o que leva a um abastecimento de 16% a 17% de projetos, quando a meta da organização era de pelo menos 30%.

Dois norte-americanos e um alemão-americano levam Nobel de medicina

Rothman disse ainda que se sentia especialmente preocupado com o financiamento para a ciência muito antes dos cortes orçamentais provocados pela crise recente entre o governo Obama e o Congresso, principalmente por conta da pressão dos republicanos, que são contra o Obamacare, a reforma da saúde promovida pelo presidente dos EUA. Refletindo sobre suas próprias origens como cientista, Rothman questionou se ele mesmo teria sido capaz de fazer as mesmas descobertas nas circunstâncias atuais .

“Eu realmente estou muito preocupado de que não teria sido [capaz]. Hoje, vejo enormes oportunidades e ainda o desânimo que os jovens cientistas no país sentem, e é algo em que precisamos prestar atenção se quisermos manter este país como o grande líder do mundo competitivo que tem sido”, afirmou.

Redação

9 Comentários

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  1. Desânimo entre os jovens

    Desânimo entre os jovens cientistas americanos? Então vamos mandá-los para o Brasil: Sol, sombra, caipirinha, moças bonitas, rapazes sarados, futebol, carnaval, tudo isso temos,além de nossa cordialidade. Salários? Bem, quem pode ter tudo isso, não precisa de muito dinheiro, né mesmo?

      1. só dinheiro para pesquisa?…

        O Brasil tem certos elementos sedutores de curto prazo, mas não tem algo que faz a diferença e que, por conta disso, jamais será capaz de realmente seduzir gente como os europeus, por exemplo: qualidade de vida.

        Eu diria que até um indiano poderia se escandalizar a tal ponto com a nossa violência urbana, que rapidamente seria estimulado a deixar o Brasil.

        No pique atual, quem sabe daqui a vinte anos, quando o Estado-social na Europa estiver destroçado (e apenas pelo fato dele vir a estar destroçado), possamos atrair o que eles produzem nas suas excelentes escolas; escolas que não temos, como também não temos a mínima idéia se um dia as teremos.

        Não é só dinheiro para pesquisa que falta.

        As jornadas de junho deveriam ter deixado isso bem claro na cabeça dos nossos agentes políticos (inclusive dos que se dizem de esquerda).

        1. [ No pique atual, quem sabe

          [ No pique atual, quem sabe daqui a vinte anos, quando o Estado-social na Europa estiver destroçado (e apenas pelo fato dele vir a estar destroçado)}

           

          Também acho que o Brasil só ficará melhor se quando a desgraça dos  outros for bem profunda e bem mesmo, coisa pouca não adianta, isso se não entrar na desgraç também.

  2. Olha Helio, eu acharia ótimo

    Olha Helio, eu acharia ótimo mas o Brasil antes tem que se decidir.

    QUER PESQUISAR O QUE?

    Quer ser bom no que?

    Não da pra ser bom em tudo e enquanto não decidirmos no que queremos ser, não contratamos ninguém e quem for contratado se perderá na falta de enfase do Governo em quase todas as direções possíveis da ciência.

    Quer ser bom em Nano? Grafeno? Ótimo, solta a verba, contrate,… faça a opção!

  3. Athos, é verdade o que tu

    Athos, é verdade o que tu afirmas, é preciso se decidir para onde a nossa ciência quer olhar.

    Já, André LB, veja que os USA, a Inglaterra, a França, todos receberam cientistas de outras nacionalidades para alavancar suas ciências. Os USA e a Inglaterra, levaram os melhores cientistas Indianos, isso sem falar dos judeus alemães quepor causas conhecidas, debandaram em direção da América, para salvarem suas vidas. Temos sim que abrir espaços para outras inteligências para formularmos um campo cientifico rico para o nosso Brasil. Aqui, cabem todos detodos o cantos do planeta, só não cabem em nossanação xenofobos, retrogados, quinta colunas, não patriotas, racistasentreoutros, esses nós dispensamos.

    1. Digamos que esse podem levar

      Digamos que esse podem levar daqui, formar e depois manda esse de volta com tudo pago e mantendo esse com dinheiro nosso para que depois esse produza paper só para a turma de lá entender, no mais puro inglês. Há negócio melhor do este? Veja bem, não estou falando do cara publicar, mas depois disto fazer uma versão em língua nativa e disponibilizar para os mortais. Quando cito isso, a turma fica ofendida por achar que português é lingua para imbecil e além disso por aqui só tem idiota que nada entenderá do que ele faz.

    2.   Helio, concordo com todos

        Helio, concordo com todos os comentaristas (coisa rara), inclusive com você. Apenas acho que falta o que o Athos definiu bem, um foco – QUALQUER foco. E dinheiro pesado nele.

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