Bolsonaro desiste de base norte-americana no Brasil, diz jornal

Proposta causou mal-estar entre governo e Alto Comando do Exército, fazendo presidente recuar pela segunda vez   
 
Militares da ativa acreditam que a proposta “emergiu por meio da influência familiar” Foto: Paola de Orte/Agência Brasil
 
Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) desistiu de prosseguir com os planos de permitir que os Estados Unidos implantem uma base militar em território brasileiro. A informação havia sido confirmada pelo próprio durante entrevista concedida na semana passada ao telejornal SBT Brasil, quando também confirmou que irá transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. 
 
Em apenas uma semana de governo, essa é a segunda vez que Bolsonaro recua. A primeira foi na decisão de subir impostos, desmentido pela equipe econômica na sexta (4). 
 
A declaração a respeito da base militar norte-americana causou mal-estar entre comandantes e oficiais Exército brasileiro, segundo apuração do jornalista Igor Gielow, na Folha de S.Paulo
 
No dia seguinte à exibição da entrevista do presidente ao SBT, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou a intenção do governo brasileiro, durante um encontro promovido pelo Grupo de Lima, bloco de países latino-americanos que monitoram a crise na Venezuela.
 
“Temos todo interesse em aumentar a cooperação com EUA em todas as áreas”, disse o chanceler a respeito do tema. Na mesma semana, em entrevista ao Estado de S.Paulo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeu, elogiou o plano.
 
Segundo a Folha, a situação de descontentamento levou Azevedo e Silva, ex-membro do colegiado do Alto Comando do Exército, formado por generais quatro estrelas e hoje na reserva, a conversar com Bolsonaro, que voltou atrás. 
 
Os militares entendem que uma base norte-americana no Brasil contraria os princípios de soberania e a Política Nacional de Defesa estabelecida na Estratégia Nacional de Defesa, aprovada em 2008 pelo então governo depois de um ano de discussões com os militares. 
 
Outro ponto não previsto pelo novo governo é que a permissão para uma base estrangeira teria que passar por autorização do Congresso Nacional e consulta no Conselho Nacional de Defesa. 
 
Os militares brasileiros avaliam, ainda, que a parceria com os EUA poderia causar uma nova corrida nos moldes da guerra fria, com a Rússia colocando em prática a proposta de instalar uma base na Venezuela. A China também poderia se sentir incentivada a buscar o mesmo tipo de acordo na região. 
 
Militares da Força Aérea Brasileira também se manifestaram contra o plano de Bolsonaro, que poderia atrapalhar o acordo mediado por ela com os americanos para o uso comercial da Base de Alcântara. 
 
Origem da proposta 
 
O cenário aponta que o governo Bolsonaro não está tão bem alinhado com o Alto Comando do Exército. Ainda, segundo a Folha, os militares acreditam que a proposta “emergiu por meio da influência familiar”, especificamente do filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), fiador na escola do Ernesto Araújo, para o cargo de ministro das Relações Exteriores, indicado pelo escritor de extrema-direita Olavo de Carvalho. 
 
Araújo é autor de artigos que elogiaram o governo de Donald Trump como capaz de resolver a suposta guerra entre o globalismo (representado pelo marxismo, segundo o chanceler) e os valores ocidentais.
 
Redação

10 Comentários

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  1. Mias uma fake news

    Fake news desmontada aqui pelo André Araújo.

    Bolsonaro não recuou nem desistiu. A coisa era só mais uma distração para a esquerda, que continua caindo.

     

    A fantasia da base militar dos EUA no Brasil, por André Araujo

     

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-fantasia-da-base-militar-dos-eua-no-brasil-por-andre-araujo

     

    https://popularresistance.org/2019-defense-budget-supports-883-overseas-bases-and-is-lethal-to-humanity/

    Acima um extenso relatório de uma ONG de observação do Pentágono sobre as dotações orçamentárias para o ano fiscal de 2019. No grupo de despesas para as bases militares dos EUA no exterior, que são 883, das quais 121 no Japão, 120 na Alemanha e 78 na Coreia do Sul.

    A implantação de uma base no exterior precisa estar designada no Orçamento a ser aprovado no Congresso dos EUA. Não há dotação para nenhuma base nova, a tendência é fechar bases e não abrir novas. Os EUA tinham ao fim da Guerra Fria 2.000 bases, fecharam mais de 1.000, na América do Sul uma grande base, a de Manta, no Equador, neste caso por exigência do então Governo de Rafael Correa.

     

    Agora, com a Câmara dos Representantes sob controle dos Democratas, uma nova base no Brasil DIFICILMENTE será aprovada.

    Portanto não basta o Secretario de Estado Mike Pompeo achar ótima uma base no Brasil, é preciso que o Congresso, as duas Casas, aprovem a dotação.

    Tudo isso apenas no aspecto do BUDGET, sem falar sobre outros fatores já mencionados como OBJETIVO, LOCALIZAÇÃO, SOBERANIA, IMUNIDADES.

    Para 2019 só o custeio das bases já existentes consumirá US$ 50, 4 bilhões, valor que está na Proposta de Orçamento para 2019.

    Hoje a lógica do Pentágono é a base naval em porta-aviões nucleares, que podem atingir qualquer lugar, sem falar nos submarinos, arma de ataque. O próprio Presidente Trump tem sugerido o fechamento de bases na Coreia do Sul para economizar dinheiro do contribuinte.

    A maioria das operações no Oriente Médio sobre o Afeganistão, Siria e Iraque partem de porta aviões e não de base em terra.

    A lógica é obvia, uma base em terra uma vez instalada não pode ser levada embora, é dinheiro enterrado, para que se tudo pode ser feito a partir de porta-aviões que sempre serão dos EUA? A lógica das bases em terra acabou e hoje a preocupação do Pentágono é fechar bases para economizar escassos recursos orçamentários.

    Assim, esse tema de base militar americana no Brasil é fora de tom, de época, de razão estratégica, é um tema apenas politico. Nesse ponto coincide a visão dos militares americanos e dos brasileiros. Políticos como Pompeo e Ernesto Araujo agitam o tema mas a lógica militar é que manda.

    Também do ponto de vista politico o tema é delicado. Base militar de um  Pais em outro sugere uma OPÇÃO COLONIAL ou por resultado de guerras como no caso das bases na Alemanha, Japão e Coreia do Sul, cuja lógica vem de um conflito anterior, a Segunda Guerra, a Guerra Fria e a Guerra  da Coreia; Uma base no Brasil só teria algum sentido se o Brasil estivesse sob ameaça de invasão, mas quem seria o invasor?

    Hoje a grande preocupação do Pentagono é a expansão territorial chinesa no Mar do Sul da China e todos os recursos vão nessa direção.

     

    1.   Sou forçado a concluir que

        Sou forçado a concluir que você leu o artigo mas não o entendeu inteiramente.

        De fato a lógica militar não recomenda a instalação de uma base aqui, mas isso não significa que não seria feita uma, mesmo que para constar (e eventual ampliação). De outro modo, qual a justificativa para uma base na Argentina? Nenhuma. Por sinal, Alcântara será, na prática, um espaço em que os americanos mandarão e desmandarão. 

        Dito isso, o que você sugere? Que NADA seja dito? De mais a mais, apontar o absurdo de sequer se vislumbrar tal coisa não impede que outros absurdos sejam apontados. É até ridículo pensar assim… nesse caso, brigar contra as “reformas” trabalhistas nos impede de defender a Amazônia? Tentar impedir a privatização da Caixa inviabiliza cobrar investigações sobre o Queiroz? Se ssim for, melhor baixar as portas do boteco Brasil em vez de reclamar seja do que for.

  2. O mau militar ou me ufano pelo Brazil

    É o nacionalismo sem visão de país. Tão acrítico que, ao se dizer nacionalista, faz o inverso. 

     

  3. Diversionismo

    Bolsonaro fala e Bolsonaro retira o que disse.

    Ou coloca o bode na sala e depois tira ou “se colar, colou” ou chama a atenção para um assunto na tentativa de esconder outros… ou não passa de um deputado do baixo (e bota baixo nisso) clero a quem a direita, a turma do capitalismo tenta nos empurar goela abaixo, totalmente inconsequente, um moleque. Mais provável é seja tudo isso junto.

    O ideal seria esclarecer o povo para que esse saiba de onde vem a desgraça quando esta lhe afligir os bolsos.

    1. De toda forma, se a tal base

      De toda forma, se a tal base militar estadunidense não for estabelecida aqui, essa celeuma já se pretou para mostrar que o presidente e seus circinstantes (familiares ou não) estão todos de costas para os EUA e com as calças arriadas. E contentes com isso.

      (***)

      Já que tem influência sobre firmas privadas de comunicação de massa (SBT, Record etc.), Bolsonaro podia pedir que reprisassem seriados como “Papai Sabe Tudo”, “A Feiticeira”, “Jeanne é um gênio”, “Viagem Ao Fundo do Mar” e outras demonstrações do puritanismo hipócrita e paranóide estadunidense, né? A classe média bolsonariana vai se sentir exultante…

  4. AINDA BEM QUE DESISTIU DESTA IMBECILIDADE…

    Está na hora de descer do palanque e perceber que as Eleições já terminaram. E que venceu. De certa forma é até uma virtude. Quem dera outros Governos recuassem das suas imbecilidades, das suas aloprações, que insistiram por ideologia, mesmo destruindo o país e sua economia. Tucanos, agora em vias de extinção, poderiam propor um novo caminho e condenar o Crime de Lesa-Pátria que fizeram a esta Nação. Crime financiado com Dinheiro Público e muito recurso a fundo perdido de BNDES. MultiNacionais Estrangeiras agradecem até hoje. Poderiam vangloriar e implantar definiticamente a real Democracia, de Plebiscitos e Referendos com Voto Facultativo. Realidade secular que construiu as maiores Democracias e melhoria de condições sociais da história da Humanidade. É muito fácil. É só abandonar Ideologias apodrecidas e dar um passo atrás. Perceber o erro, não é vergonha para ninguém. Pode ser até uma virtude.       

  5. Furo de Reportagem

    Nassif: na verdade não foi daBala quem desistiu. A ordem veio do alto comando do Pentágono. Os donos do quintal concluíram que a imagem deles sairia manchada (mais?) no globalístico episódio. Poderia emergir que desde 2005 as articulações para impor um governo segundo seus padrões (para os vassalos) nas Terras de Santa Cruz estavam em curso e só em 2014, com os dados fornecidos pelo agente-informante e (então) vicepresidente pode se materializar. Os europeus são avessos e sensíveis a esse tipo de ação, apesar de vira_e_mexe promoverem uma.

    Acontece que os sabujos da terra estavam enciumados porque os sabujos do ar já haviam levado seu quinhão, na negociação de Alcântara, em troca de uns tecotecos.

    Os sabujos das águas, depois de entregarem Angra, o submarino e as centrífugas atômicas, também beliscaram o seu, com promessa de submersos infláveis, mais apropriado ao poderio local.

    Só eles, que conspiram há quase 150 anos contra governos que se preocupam com seus locais, ainda não tinham beliscado nadica de pitiquiribas. Aquelas benesses (aos de alta patente) são café pequeno e coisicas corriqueiras.

    Então, o supimpa plano para a base bélica. A ala mais afoita queria além, que fosse a Nação imediatamente incorporada como o quinquagésimo primeiro Estado ianque, com um território no planalto central (sob a administração dos Caiados). Trump recusou, pois tiraria verba do muro mexicano.

    Aquele ministro que prendeu o SapoBarbudo em troca de sua incorporação ao novo governo, e que manja pacas de mumunhas legais do TioSan, até deu parecer favorável à implantação. Disse se sentiria mais seguro na campanha de reeducação de socialistas (e assemelhados) que, com a sábia orientação do pessoal da EstrelaAmarela (como em Varsóvia), pretende implantar. Com os marines sulistas nas cercanias isto seria fácil. Os da PraiaVermelha aplaudiram de pé, pois sonham com tal momento.

    Mas Washington não quis arriscar, pois não confia muito nos corruptos de antes e de agora (no Judiciário, no Executivo e, sobretudo, no Legislativo). Tampouco nos “carabinieris” VerdeOliva de alta patente. Se são capazes de trair os daqui, imagine os de fora.

    E numa reunião do Capitólio, nesta semana, botaram água na fervura…

  6. Sem querer desanimar…….

         O PR Capitão ( reprovado na ESAO ) e seu “01” sairam falando  em conceitos dos anos 60/70/80 , quando “Bases” eram realmente “BASES”, com todos os problemas que elas causam, em especial a extraterritorialidade, assunto que mesmo nos anos mais duros da ditadura militar já causava urticárias nos militares.

          Mas que ninguem se espante caso outra forma, diria até com uma “nova roupagem”, este assunto retorna-se , pois existe jeito de contornar a END/CND, e sem necessariamente passar pelo Congresso.

          China : Para alguns analistas militares a instalação chinesa, recem inaugurada, na Argentina ( Bajada del Agrio/Patagonia ), uma area de mais de 200 hectares cedida por 50 anos a CLTC – China Satellite Launch and Tracking Control General – Far Space Station , não se trata somente de uma unidade “cientifica”, uma vez que a CLTC é parte do PLA  ( as FFAA chinesas ), então………… 

            Detalhe: Por contrato – não é “tratado” – pesquisadores civis argentinos da CONAE podem acessar a instalação por 2 horas e 40 minutos/dia, não cumulativos e sob supervisão chinesa, só que ela funciona 24/7.

            Tem gente, muita gente, que classifica a Bajada del Agrio como uma “Base”, o que ela não é pelos conceitos antigos, mas pelos atuais………………..

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