Os verdadeiros motivos da crise na emissão de passaportes

Jornal GGN – Conforme denunciado por uma blogueira do GGN, a Casa da Moeda do Brasil (CMB) está tendo dificuldades para confeccionar passaportes. De acordo com Mayaranger, a justificativa de que o atraso se deve à quebra de uma máquina que faz a perfuração a laser do número do passaporte é mentirosa.

O motivo do transtorno pode ser outro: a Casa da Moeda está sem estoque das capas dos passaportes. Segundo a denúncia, com a diminuição da procura pelo documento devido à alta do dólar, a CMB reduziu as encomendas das capas, vendidas normalmente pela empresa Fedrigoni, que venceu licitação para prestar o serviço.

A empresa, no entanto, é apenas uma fornecedora. As capas são trazidas da Ásia, já confeccionadas. Os chips que são acoplados aos livretos dos passaportes também têm a mesma origem.

Durante o período em que as encomendas foram paralisadas, o fornecedor asiático mudou o modelo do chip. Só que o modelo novo ainda não foi homologado pela Polícia Federal.

A dependência do fornecedor asiático, no entanto, não se justifica. Em 2012, a Casa da Moeda assinou um acordo com uma empresa brasileira de semicondutores para a produção dos chips em território nacional. Mayaranger afirma que a tecnologia está pronta. Além disso, a CMB tem maquinário próprio para confeccionar as capas, mas esses equipamentos ainda nem saíram das caixas.

A blogueira acusa a Fedrigoni de “dominar” a Casa da Moeda por meio de licitações dirigidas. Por pressão da empresa é que a CMB continuaria importando as capas com o chip asiático, mesmo dispondo dos meios de produzi-las em instalações próprias, com componente nacional.

A assessoria de imprensa da Casa da Moeda se manifestou sobre o caso. Disse que enfrentou dois problemas distintos na fabricação dos passaportes. O primeiro começou no final de abril, quando se registrou uma variação de demanda entre o segundo semestre de 2015 e o início de 2016 que afetou o planejamento das aquisições e contribuiu para a redução dos estoques das capas. Essa situação, de acordo com a assessoria, já foi solucionada.

O outro problema realmente estaria relacionado à quebra de uma máquina que faz a perfuração a laser do número dos passaportes, que levou a interrupção temporária da produção. “Trata-se de um equipamento importado, sofisticado e específico para impressão de item de segurança. A peça veio da Alemanha e foi entregue na sexta-feira. O equipamento ainda passa por ajustes, mas a nossa produção já foi retomada”, informou a assessoria.

A Casa da Moeda disse que o chip produzido no Brasil pela empresa Ceitec ainda está em fase de certificação internacional e só depois de concluído esse processo é que poderá dar início à etapa de homologação, testes em aeroportos, fabricação de lote piloto etc. A CMB também nega que possua equipamentos próprios para confeccionar as capas.

Para atender à demanda acumulada, a Casa da Moeda fez uma série especial de passaportes sem as numerações perfuradas a laser. De acordo com a assessoria, os demais itens de segurança são suficientes.  Mas a Federação Nacional dos Policiais Federais teme que a medida crie uma oportunidade para falsários e aqueça o mercado negro.

Leia também: Passaportes sem item de segurança podem ser falsificados

A Casa da Moeda e a mentira sobre a crise da emissão de passaportes

Redação

7 Comentários

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  1. enquanto isso a pf aproveita e cria o fura fila!

    é só o cidadão pagar um extra, e sai mais rápido!

    vida de bacana é um conforto só.

  2. A passos céleres para fim da

    A passos céleres para fim da fila das republicas…

    A caminho de nos tornarmos a MAIOR REPUBLIQUETA DO MUNDO!

    Governada por corruptos!

  3. Sabe de nada, inocente!

    Isso aí é comportamento padrão dos bicudos. No HCSP, se vc mostrar o cartão do plano privado, rapidinho sua tomografia é realizada. (Porta 2).. O resto da galera do SUS que fiquem na fila da Porta 1..

  4. Que guinada o país está

    Que guinada o país está sofrendo = na era Lula, parecia que TODOS seriam iguais, teriam chances iguais [ o mais visível foram os milhões formados graças aos programas de bolso do governo. Minha cunhada é uma das que conseguiu se formar graças ao FIES] e em poucos anos está cada vez mais escancarado que haverá um serviço decente, mais caro, e o outro, pra quem não tiver o dinheiro. Me lembra a cena de abertura do filme Mississippi em chamas, em que mostrava um bebedouro pros brancos – lindo – e pros não brancos [ colored], todo velho, quase destruído. 

     

     

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