36,8% dos assassinatos de Niterói são cometidos por policiais

Enviado por Almeida

Do Esquerda Diário

A polícia é racista e assassina em toda a parte, e no estado do Rio de Janeiro, com sua política ostensiva de guerra às drogas e de terror permanente nos morros e favelas, os índices de assassinatos cometidos pela instituição policial são um escândalo em todos os municípios: os homicídios cometidos por policiais na capital fluminense em 2016 correspondem a 24,2% (463 de 1.909 casos), e no estado inteiro representaram 14,8% (925) dos 6.262 homicídios.

Já em Niterói, esse número atingiu níveis ainda mais altos: 36,8% (69) do total de 187 homicídios de Niterói foram cometidos por policiais. Esses dados são uma amostra bastante expressiva do que representa a instituição policial, um pilar do Estado que mantém a custo de muito sangue – sobretudo da população negra dos morros e favelas – a “ordem social” de desigualdade e miséria que são características do capitalismo, e mais graves em um estado onde a crise leva a mais pobreza, como é o caso do Rio.

Nos EUA, por exemplo, em que a polícia também é conhecida pelo seu racismo e sua violência extrema – que levou aos massivos protestos do movimento “Black Lives Matter” contra o assassinato de negros por policiais – encontramos um índice de 5% dos 17.250 homicídios registrados em 2016 cometidos por policiais.

Entrevistado pelo jornal O Globo, o Ignacio Cano, coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, afirmou:

“Um índice superior a 5% é um sinal de alarme. Quando passa de 10%, assume um perfil extremamente dramático, indicando um provável uso excessivo da força. Assim, o percentual de Niterói, 36,8%, pode ser considerado estratosférico. Se pensarmos que a polícia está nas ruas para proteger a vida, como é possível que, de cada três mortes, uma seja consequência de uma ação de segurança pública?”

O fato é que, diferente do que afirma Ignacio e o estado, a mídia e todos os defensores da polícia, essa instituição não existe para “proteger a vida”, mas sim para proteger a propriedade privada e calar na bala a desigualdade social criada pelo capitalismo. Sua função é matar e reprimir, e por isso na verdade não surpreende que a polícia do Rio seja tão assassina, já que a miséria é imensa e crescente.

Em Niterói, em 2015 o coronel Fernando Salema assumiu o comando do batalhão da cidade, o 12º BPM. Um assassino escolhido a dedo para levar adiante o terror nas favelas, realizando constantes operações. Ele ganhou o apelido de Salema Cobra, em referência a um sanguinário personagem do cinema interpretado por Sylvester Stallone, que dizia a criminosos “Você é a doença, eu sou a cura”. Fernando Salema mantém em sua mesa um boneco representando a si mesmo vestido como o Cobra.

Nos quinze meses de Salema à frente do batalhão, os casos de “auto de resistência” – um nome jurídico que serve para encobrir e legalizar as execuções feitas por policiais – subiram 21,1%, chegando a 86. Antes de chegar a Niterói, Salema havia implementado a mesma barbárie em São Gonçalo, quando esteve à frente do 7º BPM: em 11 meses, entre 2014 e 2015, foram 78 assassinatos cometidos pela polícia, 66% a mais que nos 11 meses anteriores.

Esse assassino tem plena consciência de seu papel e do papel da instituição que comanda, e não tem pudor de dizê-lo abertamente. Salema declarou para se explicar pelos altos índices de mortes: “Todas as mortes foram apuradas pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. Nenhuma foi considerada abusiva. Esse é o serviço da Polícia Militar. Se o órgão encarregado da apuração entende que as ações foram corretas, não cabe questionamento.” E ainda disse “os autos de resistência são um efeito colateral da repressão à marginalidade”

Salema também sabe que a impunidade é garantida aos policiais. Diferente do que ele diz, as mortes não foram apuradas até o fim. Segundo o sistema de consulta de processos do MP, há pelo menos dez inquéritos referentes a casos de 2015 que se encontram em aberto. Mesmo quando acusados formalmente, os policiais militares são julgados por tribunais militares compostos por seus pares, o que garante que a pior punição será ficar confinado ao serviço administrativo.

 

Redação

7 Comentários

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  1. 36,8….

    Esquerdopatia deve até ter tratamento, mas a cura deve ser muito difícil. Estamos falando de RJ? Onde já morreram mais de 120 país e filhos de Família, no exercício da profissão, defendendo a Sociedade? E morreram porque 40 anos de mediocres, incompetentes e miseráveis esquerdopatas pioraram em sobremaneira as condições sociais deste país, mantendo a população pobre e periférica refém de bandidos e da criminalidade. Os assassinos e assassinados são Brasileiros nascidos depois de governos pseudo-progressistas, pseudo-socializantes de FHC, Lula e Dilma . Fora todo restolho incompetente em cidades e estados como Brisolas, Arraes,Teotonios,Martas, Erundinas, Covas ou Montoros, por todo o país. O resultado é esta situação social e carnificina medievais, fruto de tanta incompetência e corrupção. E ainda querem culpar a Polícia? Quem comanda a Policia, caro Fanático Imbecil? 

    1. Quem comanda a polícia ?

      Bem , não sei !

      Há algum tempo , o jogo do bicho talvez. Hoje , o tráfico de drogas. 

      Na década de 90 , o chefe da polícia carioca Helio Luz teve que acabar com a divisão anti sequestro para conseguir acabar com os sequestros !

  2. Ta na hora dos moradores da

    Ta na hora dos moradores da périferia , reagirem.j a que  lei so serve pára ferrar as pessoas mais humildes não tem por que respeitar policia. chumbo neles.

  3. Nao perca tempo com um
    Nao perca tempo com um imbecil desse. É um provocador barato que quer aparecer. É trauma de infancia: comeram ele quando ele era criancinha e ele bota culpa no comunista. Todo desenvolvimento mental foi comprometido.

  4. 36,8% dos assassinatos de Niterói são cometidos por policiais

    Pô Nassif, não da para limitar esses comentários insultuosos e pronograficos?

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