A crise da Polícia Federal

 

Vamos preparar um estudo sobre a situação atual da Polícia Federal, em cima de pontos que surgiram nos últimos meses:
 
As críticas ao desaparelhamento do órgão.
 
A falta de sintonia entre a PF e o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
 
As disputas entre as várias modalidades profissionais que trabalham na PF.
 
Contribuições ao tema podem ser colocadas nos comentários.
Luis Nassif

139 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. É necessário acabar com o inquérito policial

    Nassif,

    Uma das linhas de análise poderia ser a da desnecessidade do inquérito policial. Os agentes protestam há muito alegando que inquérito é um “elefante branco”, que nao serve para nada do ponto de vista da investigação policial e beneficia apenas os Delegados.

    Eu tendo a concordar. Principalmente por que os delegados geralmente defendem o inquérito sob o argumento de que os agentes estariam “com inveja” dos delegados, tomando o seu lugar.

    Diante de um conflito desses e considerando nossa herança bacharelesca, onde o cargo vale mais que a realização, eu estou quase convicto de que esta é uma briga importante – e fico do lado dos agentes.

    1. “considerando nossa herança

      “considerando nossa herança bacharelesca, onde o cargo vale mais que a realização”.

      Muito bom comentário, acho que este é o verdadeiro ranço do serviço público. Uma forma de acabar com isto aí é remunerar o servidor por comissão por desempenho, meta.

      Um exemplo bem dado está na área de vendas, o setor mais eficiente do mundo. Existem supervisores técnicos e vendedores, o supervisor quase sempre é um bacharel, o vendedor é uma pessoa arrojada para fazer negócio. O supervisor dá o suporte técnico aos clientes e orientações aos vendedores e ganha comissão das vendas de um grupo de vendedores de sua região. O vendedor ganha comissão por venda realizada. Esta forma de remuneração ajuda ambas as partes e frequentemente o vendedor que suar mais a camisa possuirá remuneração superior ao supervisor. 

      No serviço público o salário é certo e um só, sem depender da quantidade de atendimentos atendidos ao mês. Se resolver 10 problemas recebe X, resolvendo 100 problemas recebe X. Como um negócio destes pode dar certo?

    2. O que eles querem é dinheiro

      Essa história de acabar com o inquérito policial é pura balela!!!

      Enchem a boca pra dizer que o inquérito é ineficiente, burocrático e blá, blá, blá…

      E ainda culpam os delegados por isso???!!!

      Alguém já se perguntou qual a verdadeira parcela de culpa dos delegados?

      Como já foi muito bem explicado neste fórum, o delegado é responsável por coordenar a investigação e garantir, mediante análise técnico-jurídica, que as provas, na fase pré-processual, sejam colhidas sob o manto da legalidade.

      Quem são os responsáveis por ir a campo colher as provas, entrevistar testemunhas, preservar local de crime, recrutar informantes, realizar intimações, obter informações, reunir dados, fazer escutas telefônicas, relatórios, etc?

      Resposta: os agentes.

      Portanto, esquecem-se os agentes de que a propalada inutilidade do inquérito policial é resultado de sua própria ineficiência. Eles são parte do problema.

      Se acabassem com o inquérito policial hoje, nada mudaria, pois ainda teríamos que lidar com uma fase policial, pré-processual, dotada de características como “oficialiade” e “escrita”, ou seja, um amontoado de papéis que receberia um nome qualquer, mas em nada mudaria sua ineficiência.

      Vejam que o problema não é a forma (inquérito policial), mas seu conteúdo, como ele é feito e por quem ele é feito. E o inquérito policial é produzido não só pelo delegado de polícia, mas muito mais por seus agentes e também pelos escrivães.

      Portanto, a bandeira levantada pelos agentes, sobre fim do inquérito policial e a garantia de uma segurança pública mais eficiente é puro DISCURSO SINDICALISTA, PANFLETÁRIO.

      Afinal, o querem os agentes, escrivães e papiloscopistas??

      Resposta: aumento salarial e carreira única.

      Sobre aumento salarial, não há muito o que comentar. Todos queremos.

      Com relação à carreira única, vejamos o seguinte exemplo:

      O sujeito é aprovado num concurso público para escrevente judicial e é empossado. Com o passar dos anos, adquiri experiência, conclui a faculdade de Direito e começa a pensar que poderia fazer o mesmo trabalho do juiz. Então, ao invés de prestar concurso para a magistratura, o escrevente imagina que deveria alçar ao cargo de juiz independentemente de concurso.

      Na Polícia Federal existem 6 cargos distintos: delegado, perito, agente, escrivão, papiloscopista e administrativo.

      Para concorrer aos cargos de delegado e perito, o candidato deve possuir formação específica, ou seja, curso superior de Direito para o primeiro e formação superior em diversas áreas para o segundo (contabilidade, engenharia, química, computação, etc.).

      O concurso público para os cargos de agente, escrivão e papiloscopista exige do candidato formação superior inespecífica, ou seja, basta um diploma de nível superior que o sujeito está habilitado para concorrer.

      Para a carreira administrativa, o concurso exige formação em nível médio.

      Ocorre que, conforme já reconhecido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, o diploma de nível superior para os cargos de agente, escrivão e papiloscopista é apenas uma condição para ingresso contida no edital do concurso e não quer dizer que as atribuições desses cargos exigem tal formação superior.

      Mas o que acontece na Polícia Federal?

      Uma enxurrada de profissionais (administradores, contadores, bibliotecários, engenheiros, economistas, veterinários, etc.), não absorvidos pelo mercado de trabalho, vai à busca de bons salários e estabilidade proporcionada pelo serviço público.

      Porém, uma vez dentro do órgão, dizem-se desvalorizados e desmotivados. A solução para eles, de acordo com a doutrina pregada pelos sindicatos, é culpar o inquérito policial e os delegados.

      O que eles querem na verdade é tornarem-se delegados sem que sejam submetidos a novo concurso público.

      Dizem que somente a experiência profissional adquirida depois de anos é que poderia proporcionar o acesso ao cargo de delegado e reclamam que jovens inexperientes fazem concurso para serem “chefes”, referindo-se aos delegados, e que por isso a polícia vai mal.

      Esse argumento contradiz o que os próprios agentes pregam, no sentido de que a investigação deveria ser conduzida pelo Ministério Público e por isso tanto defenderam a rejeição da PEC-37.

      Só se esqueceram de uma coisa: o Ministério Público também é ocupado por muitos jovens que acabaram de sair dos bancos das faculdades, prestaram concurso público e assumiram o cargo de promotor.

      Ora, porque o promotor jovem, inexperiente, recém-empossado, poderia conduzir uma investigação, como defendem os agentes, e o delegado, nas mesmas condições, não?

      Esse exemplo é apenas parte dos argumentos falaciosos utilizados pelos sindicatos e seus asseclas.

      Sobre os temas propostos:

      Desaparelhamento do órgão. Não existe desaparelhamento da PF. Como órgão do Poder Executivo Federal, a PF está sujeita aos desmandos do governo federal no que diz respeito à administração, ao orçamento, criação e preenchimento de cargos, aumento de salários e tudo mais. Tais problemas não estão relacionados, de forma alguma, com o inquérito policial e aos delegados.

      Falta de sintonia entre a PF e o Ministro da Justiça. Não existe falta de sintonia. Os agentes, escrivães e papiloscopistas, representados por seus sindicatos, foram os únicos cargos do governo federal que não aceitaram o aumento salarial de 15% em agosto do ano passado e voltaram a rejeitar esse mesmo índice em agosto deste ano. Nenhum outro cargo teve aumento superior a isso, nem mesmo o Judiciário Federal, representado pelo Presidente do STF. O Ministro da Justiça não tem como negociar aumento superior a esse índice. Aliás, sequer é da alçada do MJ realizar tal negociação, que é conduzida exclusivamente pelo MPOG. A Presidente da República foi a público dizer que este era o aumento possível dentro das expectativas econômicas e que ninguém receberia aumento superior a esse índice. Diante disso, qual seria a margem de intervenção do MJ? Todos os cargos do executivo federal fizeram greve e ninguém conseguiu aumento superior ao índice de 15%. Por que os agentes, escrivães e papiloscopistas conseguiriam? Ah, sim, porque eles não querem aumento, eles querem reestruturação…

      Disputas internas na PF. Existe disputa pelo poder. Os sindicatos dos agentes, escrivães e papiloscopistas tem uma única meta: a carreira única. Ou seja, querem se tornar delegados sem a prévia aprovação em concurso público. Para isso, recorrem a diversas propostas, tais como reestruturação de seus cargos e fim do inquérito policial. Não há margem para isso. Em toda instituição que se preza, seja pública ou privada, existe hierarquia, ainda mais no caso de uma instituição armada. Sempre existirão os chefes e os subordinados. A PF é chefiada por delegados. Por que os agentes, escrivães e papiloscopistas querem inverter a ordem natural das coisas?

      Os sindicatos dos agentes, escrivães e papiloscopistas não foram suficientemente hábeis para conquistar junto ao governo federal as promessas que fizeram aos seus sindicalizados e então resolveram eleger um inimigo: o delegado.

      Esses sindicatos enganaram a todos dizendo que negociavam com o MPOG a propalada reestruturação, que lhe daria aumentos reais significativos em seus salários.

      Entretanto, o MPOG oficializou documento dizendo que, nas mesas de negociações, em nenhum momento foi discutido aumento salarial superior ao índice concedido a todas as demais categorias do funcionalismo público federal.

      A saída mais fácil foi escolher a via do “quanto pior melhor”. Ou seja, “se não está bom pra mim, não vai ficar bom pra ninguém”. No “beco sem saída”, os sindicatos preferem atacar a todos, ofender os delegados e o Ministro da Justiça.

      Esqueçam essa história de que querem melhorar a segurança pública, de que estão preocupados com o futuro da PF, que o inquérito policial é ineficiente e todas as outras baboseiras.

      O que essa gente quer é dinheiro!

      Duvido que se houvessem obtido os ganhos salarias almejados estariam aqui hoje preocupados com a ineficiência do inquérito policial.

      Como não conseguiram, tudo o que fazem e propagar mentiras e ofensas.

      Pra se ter uma ideia de quão profana é a pregação dessas categorias, vejam que foi postada aqui neste fórum uma matéria que trata de um roubo contra uma lotérica, onde estavam presentes 3 delegados federais, que não reagiram ao crime e preferiram acionar a polícia militar.

      Existem centenas de casos semelhantes, em que policiais, sejam delegados ou agentes, preferem não reagir a um crime por entenderem que as circunstâncias não são propícias, inclusive para proteger suas próprias vidas e de terceiros.

      Entretanto, tudo o que fazem é usar este exemplo como forma de ofender e denegrir a imagem de autoridades policiais.

      Pessoalmente, eu torço para que acabe o inquérito policial. Ao menos isso serviria para demonstrar aos oportunistas que estavam errados.

      Com o fim do inquérito policial, continuaria a existir uma fase policial, pré-processual, dirigida por uma pessoa tecnicamente apta, que hoje é o delegado de polícia, e a colheita de provas continuaria sendo realizada por outras pessoas e tudo permaneceria como “dantes no quartel de Abrantes”, até que enxergassem – quem sabe – que o problema, neste caso, está na ineficiência nas pessoas e não dos meios.

      1. E voce Julio, o que voce

        E voce Julio, o que voce quer? Ser chamado de EXCELENCIA e ganhar igual a um oficial da ABIN  ou auditor da receita federal, funções para as quais se exigem nível superior sem ser bacharel em direito? Voces não tem competencoa para galgar outro nível de tabela salarial acima dessas e de outras tantas carreiras? Voce fala e defende os peritos como se fossem dotados de grande conhecimento técnico mas desconhece que até o início dos anos 90 eles eram sumariamente ignorados e só foram alçados à condição de nível superior com a ajuda da FENAPEF? Voce sabia que o auditor contábil, após passar para peerito na sua área, faz laudos periciais de todas as outras áreas, inclusive de engenharia, farmácia e bioquímica, ambiental…dentros outros tantos e voce quer dizer que os cinco meses de academia lhes deu TODO os ramos do conhecimento? Balela é o que voces defendem e medo é o que voces tem, pois se acabarem com o IPL, voces vão ficar sem função definida, ou será que serão chefes de coisa nenhuma? Por falar em concurso, quando voces quiserem ser chamados de EXCELENCIAS, prestem concursos para Juiz ou Promotor e não peguar carona ou trem-da-alegria da forma como fizeram… ou voce acha que o governo federal apoiou voces por que adoram suas atividades? Há sim, um claro toma-lá-da-cá entre o executivo, capitaneado pelo advogado do Daniel Dantas, mais popularmente conhecido pelo nome de Zé Cardoso e Ministro da Justiça(????) desse país!!!!!

      2. “Alguém já se perguntou qual

        “Alguém já se perguntou qual a verdadeira parcela de culpa dos delegados?”

        Eu pergunto Julio Nogarolli, e respondo. A culpa é 100% dos delegados, pois os mesmos sabem perfeitamente que o inquérito policial, da forma como é feito hoje não serve para praticamente nada, que possui um índice de eficiência menor de 5% e que todo o procedimento realizado no mesmo terá que ser refeito na justiça, para ter validade. Então qual a finalidade do mesmo? Eu respondo também, justificar a existência de uma cargo (delegado) produz e é responsável por uma trabalho (Inquérito) com eficiência menor que 5%. A culpa então seria dos subordinados, que não fazem o trabalho direito? Só pode ser piada. Quem é o responsável pela peça (IPL) deve ser responsável também pelo fracasso da mesma. O raciocínio do Júlio é semelhante ao do Hitler, ou seja, se a Alemanha estava no “buraco” a culpa era dos judeus, não dos alemães. Como diz a Dilma, não adianta tergiversar, o inquérito é uma piada com peça investigativa, pois o mesmo é ridicularmente burocratizado e o mesmo deveria ser extinto, porém como poderiam os delegados admitirem isso? Seria difícil, pois nesse caso teriam que fazer o verdadeiro trabalho policial, nas ruas, indo aos locais de crime imediatamente, mais entendo que seria difícil ter que sair do ar-condicionado.

  2. É necessário acabar com o inquérito policial

    Nassif,

    Uma das linhas de análise poderia ser a da desnecessidade do inquérito policial. Os agentes protestam há muito alegando que inquérito é um “elefante branco”, que nao serve para nada do ponto de vista da investigação policial e beneficia apenas os Delegados.

    Eu tendo a concordar. Principalmente por que os delegados geralmente defendem o inquérito sob o argumento de que os agentes estariam “com inveja” dos delegados, tomando o seu lugar.

    Diante de um conflito desses e considerando nossa herança bacharelesca, onde o cargo vale mais que a realização, eu estou quase convicto de que esta é uma briga importante – e fico do lado dos agentes.

    1. E qual seria a solução?
       
      Os

      E qual seria a solução?

       

      Os agentes auferem as provas e ai? Vão testemunhar em juízo sobre o que viram/fizeram 2 anos depois?

      Acho que todo procedimento deve ter um condutor, um líder, não só nos inquéritos e nos processos, mas na vida mesmo.

      Acabar com os inquéritos e fazer o que no lugar? Não consigui entender ainda.

       

      Um ponto interessante é essa “crise entre a PF e o Ministro da Justiça”.   Acho espuria quando um órgão “independente” tem tanta dependencia politica/economica/funcional(ascensao na carreira) com um poder. (MP nao foge à regra, seus chefes, os “gerais” sao colocados la pelo chefe do executivo).

       

       

      A crise na verdade é a normalidade, em que os pobres são punidos, mas os ricos, estes sequer podem ser investigados (castelo de areia, satiagraha – exemplos bons disso)

      1. A mediação necessária dos delegados, até que as coisas mudem…

        tiita que completar o raciocínio neste ótimo debate, pegando um gancho daqui…

        Vamos aprofundar um pouco mais:

        Primeiro erro comum: associar autonomia funcional com independência política! Nenhum órgão estatal goza ou deve gozer de independência política…

        São coisas distintas, e os países que aprenderam a lidar melhor com suas polícias e o combate a criminalidade (violenta ou não) já entenderam isto: Nestas polícias, o comando ou é subordinado a corrente política que governa, ou está frontalmente e propositalmente no campo oposto, e não é incomum a eleição para chefes de polícia, como nos EEUU…

        O freio e contrapeso não é funcional, é político!

        Isto que dizer que estas sociedades amadureceram para um ponto interessante: Sabem os interesses que movem os policiais (mormente as cúpulas), mas vigiam a ação e o resultado, isto é: Não importa o que move a polícia para combater o crime, mas se ela o faz com respeito às regras, e se responde da mesma forma quando se trata de perseguir (lato sensu) as outras facções ou grupos de interesse.

        Em suma, o interesse privado pouco importa, se não colidir com o interesse público…Não é um processo fácil, e a ação da Metropol junto com Camerton e Murdoch revela as dificuldades, mas outra vez, os grupos rivais conseguem trazer à tona os fatos para impor o controle e a punição…

        No exemplo ruim: não interessa se o policial tem interesse em prender o estuprador de sua esposa, mas se a sua ação está dentro das regras que não violem os direitos do acusado!!!

         

        Outro erro: associar a presença do delegado de polícia a um resto autoritário…Não é só isto, embora em alguns casos, também seja…Na estrutura judicial-policial de hoje, o delegado é um mediador, um validador necessário para o que o agente faz nas ruas.

        Temos assim uma estranha contradição: investigar crimes é reportar fatos, e não interpretá-los juridicamente…Mas com a oposição entre Judiciário e Polícia, onde não raro as verdades materiais produzidas nas duas instâncias se chocam, levando a anulação dos feitos, quase sempre em detrimento da polícia e a favor do acusado, é o delegado o anteparo necessário (embora incômodo, reconheço) para dar legitimidade “jurídica” a ação policial…

        Para acabar com delegados, é preciso desjudicializar a polícia, assim como temos que desjudicializar várias instâncias de nossa vida política e social…

        Um exemplo:

        Nos EEUU, via de regra, não se precisa de uma ordem judicial para consultar dados de cartões de crédito, telefônicos, etc.

        Consulta-se, apura-se, relata-se…só então o judiciário dirá, à luz do contraditório, se a prova vale ou não, se foi colhida dentro dos aspectos constitucionais, e qual o destino das provas descartadas, assim como só na presença do abuso, ou da suspeita de, é que se instala os processos administrativos de punição dos maus policiais, e não como acontece aqui, quando a má conduta é presumida na lai garantista, que acaba por garantir mais a impunidade que a proteção do cidadão…

        Na base deste debate, embora com natureza um pouco diferente, está a anulação das provas da Operação Satiagraha e a ajuda da ABIN para a coleta de provas…o garantismo funcionando como bill de impunidade, principalmente para aqueles que podem pagar por bons conselhos e habeas corpus com supressão de instância…

         

        Então, o delegado acaba por ser um biombo de proteção a ação do policial, pois imagine se no caso citado aí em cima, a pemba cantasse direto no lombo dos agentes…Foi a liderança do Protógenes, e sua “legitimidade jurídica” que possibilitou ir tão longe, embora tenham morrido na praia…

        1. E a eficácia?

          Não tem como defender o IPL, com seus ridículos 8% de eficiência. Não existe nada no mundo que seja tão ruim e ineficiente quanto o sistema policial daqui, com seu inútil inquérito policial. No mais, delegados não são proteção nem para eles mesmos, quanto mais para os subordinados.

           

          Delegados da PF testemunham assalto e ligam pra PM

          A câmera de vigilância de uma casa lotérica na Rua Acre, no Centro do Rio, flagrou não somente a ação de um assaltante: na fila de clientes, havia três delegados da Polícia Federal.

          Os delegados Praxíteles Praxedes e Rafael Potsch Andreata, conversavam e foram chamados pelo também delegado Rodolfo Martins Faleiros Diniz, que os alertou sobre a presença do bandido.

          Delegado da PF Praxíteles Praxedes

          Delegado da PF Praxíteles Praxedes

          Os três saíram de fininho. O delegado Faleiros foi designado, em julho desse ano, para ser o substituto eventual do Corregedor Regional da Superintendência Regional de Polícia Federal no Rio.

          O delegado Andreata é o diretor regional da Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) do Rio e o delegado Praxedes ficou conhecido durante as investigações sobre o “Mensalão”, em 2005.

          Delegado da PF Rafael Potsch Andreata

          Delegado da PF Rafael Potsch Andreata

          Os três alegaram que não reagiram e não tentaram prender o assaltante porque estavam desarmados e afirmaram que ligaram para o 190 comunicando o crime à Polícia Militar.

          As imagens foram divulgadas pelo proprietário da loteria, na esperança de que alguém reconhecesse o criminoso – que já assaltou seu estabelecimento cinco vezes. De janeiro a setembro, o comerciante já perdeu duas funcionárias, que pediram demissão traumatizadas com as constantes ações do bandido.

          Quem reconhecer o assaltante ou tiver qualquer informação que auxilie nas identificação, localização e prisão dele pode ligar para o Disque-Denúncia através do número 2253-1177. Não é preciso se identificar.

           

           

          1. Mas eles não são seguranças

            Mas eles não são seguranças da loterica e não tinham obrigação de reagir.

            Preferiria que eles reagissem e trocassem tiros com o bandido e que alguem se ferisse ?

            Ou lutado corporalmente com o bandido, ja que, como disseram, estavam desarmados ?

          2.  
            Sinto muito te decepcionar

             

            Sinto muito te decepcionar , mas como policiais, os delegados tinham obrigação de agir, muito mais q qq segurança privado. Policial é policial 24h por dia, em qualquer situação, princalmente três contra um!

             

          3. Como já foi escrito abaixo,

            Como já foi escrito abaixo, tinham sim, a obrigação de agir. O mais engraçado é que um deles, se não me engano, é corregedor. Tenho certeza que se este corregedor pegasse 3 policiais federais (não delegados) na mesma situação, aplicaria todo o saco de maldades previsto no código disciplinar.

          4. Eles ganham em torno de 20

            Eles ganham em torno de 20 mil por mês e recebem pelo menos 4 meses de treinamento, incluindo praticarem centenas de tiros e artes marcias. Estvam em 3 contra 1. Quem deveria reagir então, um segurança com uma 38 e sem treinamento de tiro? Tenha dó….escolherão a profissão errada…

        2. O bom é que os delegados se

          O bom é que os delegados se acham os reis da cocada-preta…biombo…boa piada. O mundo inteiro rejeita essa figura do tal delegado biombo e vem voce com essa piada. As polícias do mundo inteiro não tem delegados e muito menos inquérito policial. 

          Pra voce ficar mais informada, procure saber quem são e o que fizeram todos os componentes da equipe do super-delegado Protógenes e depois diga quem são os verdadeiros responsáveis pelas investigações…

          1. Amigo, amigo, amigo….

            Meu filho, olhe o comentário de titia, respire fundo, leia…entenda…

            Eu não concordo com esta situação, eu apenas a descrevi, inclusive para dizer que se queremos uma polícia desjudicializada, inserida em um estmanto jurídico que dê a polícia o que é seu como atribuição, e aos outros órgãos também (judiciário e MP), é preciso mudar a natureza da função do chefe administrativo das unidades policias…e disse, neste contexto, que todas as policias têm cargos semelhantes(administrtivamente), o que não existe por lá, você tem razão, e eu talvez tenha me expressado mal, é delegado como guardião “jurídico” (ou biombo) da investigação…

            No Brasil, eu disse, com esta esquizofrenia institucional, o cargo de delegado como está é ainda justificável, ou necessário, é só isto…

            Leia devagar…respire

      2. E qual seria a solução?

        Prezado JoselitoSN,

         

        Uma proposta de solução:

         

        Ao receber uma notícia-crime (poderia ser por distribuição), uma equipe policial se deslocaria até a localidade onde ocorreram os fatos e realizaria a entrevista dos envolvidos ou iniciaria a investigação. Essa equipe poderia ser formada por quaisquer policiais, pois todos têm fé-pública. Ao final da diligência a equipe faria um relatório com os dados obtidos, com fotos, gravações, filmagens e o que mais fosse necessário. Esse resultado seria enviado via E-Proc diretamente ao MP. Essa equipe seria responsável pela condução de todo o procedimento. Quaisquer novas providências seriam requisitadas diretamente à equipe responsável.

         

        As equipes de análise seriam responsáveis por toda a operação policial, atuando diretamente junto ao Judiciário e ao MP. As solicitações às operadoras de telemática e telefonia seriam feitas diretamente pelo policial que está investigando. Os coordenadores das operações trabalhariam efetivamente na investigação. A decisão sobre conveniência/oportunidade de determinada ação seriam tomadas pela equipe que está realizando a diligência. Os relatórios parciais e o relatório final das operações não necessitariam de uma representação encaminhando esses relatórios. Na deflagração das operações, o responsável pelas ações das equipes de busca e apreensão e prisão seria um policial da unidade onde foi desenvolvido o trabalho, que participou da investigação e conhece suas peculiaridades e não um superior hierárquico que veio de uma unidade longínqua, somente para a deflagração, sem nenhuma noção do caso.

         

        Além disso, muitos policiais, cujo talento está desperdiçado na papelada burocrática, poderiam retornar à investigação. A produção da PF aumentaria consideravelmente.

         

        Um pouco mais ágil, não? 

        1. c’est la meme chose.

          Tudo isto, meu filho, com o tempo, e com as diversas alterações fáticas que a realidade impõe, se tranformaria em um….ops, inquérito, como outro nome…O MP já tem PIC, procedimento invetsigativo criminal, é só escolher o seu…Não é o nome, mas a etapa pré-processual que se impõe, porque juízes e promotores não QUEREM traze a judicância para a “ponta”…

          E não precisa ser gênio para descobrir que com a natureza do nosso Estado, seletivo, excludente, segregador e violento, a polícia e o outro nome que você tver vão continuar a existir para garantir privilégios e surrupiar direitos…

    2. Titia compreende a

      Titia compreende a preocupação embutida no comentário, mas veja;

      Não adianta tentarmos copiar modelos, como o estadunidense, o francês ou o canadense…Há boas referências, mas que cedem ante a presença de nossa cultura e de nossa História…

      De todo jeito, há pontos em comum em todas atividades de persecução-policial-judicial ao redor do mundo:

      Sempre há uma instância pré-judicial, de instrução, inquisitorial, ou seja, onde a ação do Estado prevalece sobre a defesa do cidadão, que ainda não é réu…E aí, nesta instância, pouco importa se é delegado, xerife, comissário, capitão ou inspetor geral de polícia…Os conflitos de cadeia hierárquica e inter-institucional (polícia X promotoria, polícia X juiz, juiz X promotor) são comuns e até desejáveis, se considerarmos a necessidade de vigilância e freio de um sobre o outro…

      O que dá estabilidade e eficácia ao funcionamento da polícia é a forma como a sociedade encara a sua ação, e como esta sociedade valora cada tipo de crime ou bem jurídico tutelado…

      Uma taxa de homicídios de 50 mil ano não é um acaso, ou um descuido…é uma escolha nossa e do Estado que nos representa…

      O fato de termos quase a totalidade de presos como pobres e pretos idem…

      A escolha em se resolver muito mais rápido os crimes patrimoniais é outra escolha…

      Estas contradições repercutem nas estruturas policiais, e na percepção que cada grupo que a integra tem de si e dos demais.

      O resto é perfumaria…Com ou sem inquérito, como ou sem delegado…

  3. PF (1)

    1. Operação com nome grego pode ser feita a quilo, mini, pequena ou grande.

    2. Prisão tem que ter fartas provas sempre: se não, o juiz não emite, de jeito nenhum, mandado de prisão

    3. Podem estar ocorrendo “operações” de maquiagem, pequenas, com um ou dois mandados de busca, baseados em fraquíssimas suspeitas, sem apreender nada nem prender ninguém; por isto, o número de operações anual poderia se manter linear” – poderia haver ordens para as descentralizadas, do tipo “façam tantas operações até o fim do ano” e, aproximadamente, se manteria o total de operações anuais para o governo não incomodar a PF. Mantém? Contemos:

    2010 / 2011 / 2012 / 2013
    0270 / 0246 / 0289 / 0151 operações

    [fonte: http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas > clicar em cada ano e anotar os totais]

    Número total de operações se mantém sempre constante! Interessante!

    4. É impossível “maquiar” prisões. O juiz simplesmente não emite o mandado de prisão: pode espernear, pode vir ordem administrativa do DG ou do MJ ou do Papa, para tirar a liberdade de alguém, o juiz não se arrisca sem fartas provas

    5. Adivinha onde “escorre” a maquiagem e aparece a verdade que o DPF pode estar querendo esconder a todos custo: no total de prisões.

    6. Prisões, que jamais podem ser maquiadas, 
    caíram de 2700 para 700 desde 2010.
    2734 prisoes em 2010; 2089 prisões em 2011; 1660 prisões em 2012; 786 prisões em 2013. 

    2010 / 2011 / 2012 / 2013
    2734 / 2089 / 1660 / 786 prisões

    [fonte: http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas > clicar em cada ano e anotar os totais]

     

    7. Operações podem e talvez sejam maquiadas para engrossar o caldo (várias operações às pressas, com qualquer inquérito pequeno, somente com dois ou três mandados de busca e nome grego para aparecer nas estatísticas, ordem de alguém superior); 

    8. Prisões precisam de fartas provas e trabalho policial efetivo, de primeira linha, longo e detalhista, e não podem ser maquiadas. 

    Simples de entender? 

    Prisão não pode ser maquiada, operação poderia para manter os “índices”. 

    Prisões caíram 4 vezes, de 2700 para 700 desde 2010. 

    A PF está sucateada, o combate à corrupção está sendo desincentivado pelo governo.
    É uma visão, uma opinião particular e pessoal, como cidadão, a respeito do problema. Concordam?

    Artigo que complementa e explica este texto:

    http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/40810

  4. As causas supervenientes…

    Como toda estrutura policial, a PF não escapará às contradições da sociedade na qual está inserida…E como tal, vai influenciar de volta, como causa e efeito, esta sociedade e seus costumes.

    Antes que os mais apressados vociferem que há aparatos policiais neutros politicamente, ou seja, que não obedecem ou não se envergam as pressões externas, é bom dizer: isto não existe. Nem FBI, nem Metropol (Scotland Yard), nem Gendarmerie, Carabineri…

    Todas, com nível de comprometimento maior ou menor, apontam seus esforços às demandas específicas de grupos e estratos sociais que se fazem representar politicamente nos governos e dentro do Estado, ou nos grupos de oposição institucional a estes governos.

    Em algum momento, no governo Lula, havia a disposição de construir uma polícia federal mais profissional, e menos sujeitas a estas pressões.

    Neste grupo, havia os ingênuos, que imaginavam que esta construção livraria a polícia de toda e qualquer ingerência, havia os cínicos, que imaginavam poder controlar este processo em proveito próprio, e claro, havia os pragmáticos, com noção bem elaborada dos limites e possibilidades que a realidade impunha.

    Como em toda instituição, não é possível determinar em que momento ingênuos viram cínicos, estes viram pragmáticos ou vice-versa.

    Mas titia suspeita que o episódio Daniel Dantas foi um momento de grave inflexão, ou melhor, foi a “crossroad” do governo Lula, sua política de segurança pública, sua formulação de conceitos de relação jurídico institucional com a MPF e corte superiores…

    Ali o Estado brasileiro, e não só a Polícia, poderia começar sua guinada para abandonar a secular promiscuidade entre problemas privados e demandas públicas no que tange o tema polícia, que desde 1808, quando a intendência geral de polícia, ancestral comum da PM e das polícias civis(nascida no Rio de Janeiro) surgiu para dar conta dos escravos que ameaçavam a paz dos libertos (e proprietários)…

    Infelizmente, o resultado deste momento encruzilhada da era Lula e daniel dantas repercute até hoje, e chicoteia nosso lombo…

    Não foi possível colocar mais freios no MPF, no STF, nas relações estranhas e conflitos de interesses entre servidores públicos (procuradores gerais e juizes superiores) que viravam advogados, e de réus que viravam seus clientes, de advogados que viraram servidores públicos (juízes superiores)…

    A PF veio de roldão, destroçada nesta enxurrada.

    O desmonte material é detalhe, e as lutas corporativas são apenas ingredientes acessórios na disputa pelo controle do poder de intimidar as facções políticas rivais…

    Se o Congresso tivesse tido a coragem cívica de barrar o partido do ministério público, ratificando na PEC 37 o que a CRFB já diz, poderíamos ter outro momento decisivo, ou pior, tivemos…outro momento onde a ação policial foi jogada outra vez no lixo…

    Depois de 35 anos de CRFB, ainda atordoados com esta coisa chamada Democracia, não sabemos ainda responder: Polícia para quê, polícia para quem?

    1. Sim

      Concordo, lembro que o trio Veja-Gilmar Mendes-Demóstenes veio com aquela coisa do audio sem grampos que resultou na CPI dos Grampos(sic, Daniel Dantas) cujo objetivo era evitar puliça pegando no pé deles, mas a CIA pode bisolhotar tudo de cabo a rabo que é muito chique

  5. Agentes X Delegados/Peritos

    Nassif, as cisões internas da PF, grosso modo, podem ser resumidas a Agentes X Delegados/Peritos.

    Os Agentes querem mais democracia, reclamam (em alguns casos com justa razão…) da soberba dos Delegados, e em sua maioria lutam por uma carreira única, com ciclo completo – o modelo de polícia hoje vigente nos EUA e maior parte da Europa. 

    Também reclamam  -com justíssima razão – que no Brasil não se valoriza antiguidade e conhecimento, um bacharel presta concurso e já vai chefiar uma delegacia, com zero de experiência, chefiando policiais com 20, 30 anos de experiência.

    Os Delegados se dividem em 3 grupos: os anti-petistas, os neutros, que só querem trabalhar em paz e com indepencência (são a maioria) e os políticos, que adoram um holofote e só vivem pensando em promoções e frequentar os corredores do Poder…

    Os Peritos se alinham aos Delegados, mas a questão é mais salarial que outra coisa. Querem, em sua maioria, fazer seu trabalho em paz, sem intereferências. Dentre os Peritos estão alguns dos profissionais mais apurados tecnicamente que já vi na minha vida, caras com mestrado no exterior em engenharia, explosivos, armamento, eletrônica, computação…

    O ambiente de trabalho na Polícia Federal é nocivo à saúde, deletério. Você leva muitos anos e muitos tombos pra descobrir em quem pode confiar ou não. Entre os Delegados a situação é pior, pois os 3 grupos que citei acima vivem se degladiando, pulando um na jugular do outro. O assédio moral é comum. Quem não tem fibra não aguenta, por isso muita gente pula fora e presta concurso pra outras áreas.

  6. Preocupações legítimas, mas cuidado com os corporativismos

    Caro Nassif,

    As preocupações com a PF são legítimas, mas precisamos tomar cuidado para não sermos manipulados por  corporativismos. Explico: faz muitos anos que tenho acompanhado inúmeros pleitos de carreiras onde, invariavelmente, demanda-se melhor estrutura. No começo, confesso, sempre aderi e cheguei a me entusiasmar com o espírito público que norteava os movimentos.

    Na prática, todavia, tem acontecido o seguinte: muitas reclamações com “sucateamento”, “desaparelhamento” e frases de efeito como “A quem interessa o sucateamento da XXX ou YYY” (ao gosto do sindicalista de plantão), sendo que o detalhe mais importante é que tais reivindicações estão sempre acompanhadas de pedidos de aumento salarial.

    Ocorre que, uma vez concedido o aumento, as manifestações contra o sucateamento, desaparelhamento e etc. são simplesmente esquecidas, isso até a próxima negociação salarial.

    Veja bem: acredito que  muitas coisas devem melhorar, no entanto, não confio na  maioria dos interlocutores desses movimentos. Eles me provaram que estão mais interessados no privado do que no público!

    Como disse, é bom examinar bem a pauta de reivindicações e a história dos requerentes para identificar se realmente há preocupação com a instituição ou se é apenas mais um pleito para ter mais grana no bolso!

    Se for para ter mais dinheiro no bolso, sem problemas, mas que isso não fique escamoteado no meio de outros pleitos que contarão com o apoio de boa parte da população (que comprará, como de praxe, gato por lebre). Só quero sinceridade!

    Cordiais saudações e parabéns pelo blog!

    1. Grana no bolso de quem…………..

      Me desculpe, mas não entendi bem a opinião no que diz respeito à aumento salarial, grana no bolso, a qual você se refere que os verdadeiros investigadores, verdadeiros policiais, da CARREIRA POLICIAL, conforme previsto na CF88, art. 144, todos de NÍVEL SUPERIOR em DIVERSAS ÁREAS  de graduação, conforme exigido no edital do concurso público estão pleiteando. O que os VERDADEIROS INVESTIGADORES POLICIAIS querem do governo, é o reconhecimento previsto em Lei e na Constituição Federal de 1988. Fato este, que foi omitido nas sua opinião tendenciosa. Hoje os Agentes, Escrivães e Papiloscopistas são tratados com desprezo pela Direção Geral, pelo MJ e pelo Governo Federal, que fazem vista grossa para não corrigirem a distorção e a trava salarial IMPOSTA por determinado cargo da CARREIRA POLICIAL, que visa manter seu status no Departamento de Polícia Federal, sem se importar com o crescimento do órgão e com o bem da sociedade. Cumpram e façam cumprir as Leis já previstas para os merecidos cargos e apoiem a reestruturação dos que fazem a PF funcionar. 

    2. Crise na PF

      Bom, até entendo a posição de pessoas, de observar a crise interna da Polícia como sendo mais uma briga corporativista que busca tão somente uma negociação salarial. Para quem vê de longe é isso mesmo que parece. Mas toda essa crise que assola essa instiutição vai muito além desse teor corporativista, porque chama a um debate muito maior, que passa pelo modelo de segurança pública do país. E pelo menos quanto a isso acredito ser consenso que o modelo atual esteja completamente falido. Os números da violência estão aí para demonstrar essa falência.

      Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, os chamados EPAS, estão em negociação com o governo há 04 anos em busca do reconhecimento em lei das atribuições que já exercem no dia-a-dia. Diferente de outros órgãos a Polícia Federal não tem uma lei orgânica que estabeleça suas atividades e que dê segurança jurídica a suas ações. Hoje a única lei que baliza as atividades da PF  é a Constituição Federal em seu artigo 144 parágrafo primeiro, quando afirma que a Polícia Federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União é estruturado em carreira. Frise-se a singularidade da palavra carreira, o que demonstra que seria carreira única, o que na prática não acontece. No órgão temos diferentes cargos policiais, os agentes, escrivães, papiloscopistas, delegados e peritos. A forma como esses cargos surgiram tem relação direta com a estrutura do estado brasileiro que tradicionalmente sempre valorizou demais os bacharéis de direito em detrimento das demais carreiras. Por uma questão histórico cultural estabeleceu-se que no modelo de polícia brasileira deveria haver uma autoridade, de caráter personalista, que seria o garantidor da ação da mesma. Criaram então a figura do delegado, bacharel em direito, que comandaria os demais policiais. Até 1996 não havia muita crise nessa relação porque era exigido nível superior apenas para os cargos de delegado e peritos, ficando os demais cargos como sendo de nível médio. Acontece que a partir de 1996 o governo passou a exigir nível superior para todos os cargos policiais da Polícia Federal.

      E aí começa a crise. Pessoas de nível superior nas mais diversas áreas oxigenando o órgão com diferentes visões e capacitações começaram a trabalhar na PF. O choque com o modelo arcaico, onde havia um bacharel de direito que tudo decidia e os demais que apenas executavam foi inevitável. Não a toa, aquela Polícia Federal que se limitava a atuar na repressão à drogas, migração e passaporte passou a ter uma atuação nas mais diversas áreas, como crime financeiro, crimes eleitorais, crimes contra a administração pública. Com certeza essa melhora na eficiência tem relação direta com a incrementação de seu material humano, pela diversidade de formação.

      A briga dos EPAs é para conseguir uma lei que reestruture a carreira, delimitando espaço de atuação de cada um dos cargos.O modelo arcaico  está provocando um problema sério de gestão no órgão. Isso porque estabeleceu-se culturalmente que caberia somente aos delegados a gestão do órgão. Independente da área, a chefia sempre deve ser exercida pelo delegado. Mesmo em áreas meramente administrativas, em que não há inquérito policial, como por exemplo área de logística, recursos humanos, a chefia fica restrita aos delegados. Independente de terem outros cargos com nível superior em administração, contabilidade, economia. O que temos hoje na Polícia Federal é um imenso material humano subaproveitado, um desperdício de capacidade operacional que busque a melhor eficiência na prestação do serviço.

      Não é interesse dos delegados entretanto mudar o status quo. Sem lei nenhuma que regulamente toda a estrutura do órgão, o que vale é como está hoje, em que tudo, absolutamente tudo em nível de gestão fica com o cargo de delegado. Essa luta interna EPASx Delegados transformou a Polícia Federal numa verdadeira Faixa de Gaza. Um lado querendo espaço de poder outro querendo manter o seu espaço. No meio dessa guerra um ministro da justiça omisso, que por interesse escuso ou não simplesmente não arbitra.

      Por isso afirmo, a briga dos EPAs não é tão somente uma briga por salário. Querem o reconhecimento em lei daquilo que já lhe é exigido para prestação de concurso, o  reconhecimento do nível superior de suas atividades. Querem debater a estrutura do estado no que diz respeito à segurança pública. Não é só pelos 20 centavos.

       

       

       

      1. O melhor argumento!

        Cara Senhora,

         

        Que explendido o seu argumento! Agora se prepare que vai chover delegado corporativista com dedo enriste na sua cara  pois, tudo que vem deles é apenas para destruir qualquer avanço na PF! Não tem problema: guerra é guerra.

    3. Re:

      Prezado Angelo Giorgio Uccello,

       

      Evidentemente, a questão salarial é um ponto de destaque na reivindicação doa agentes federais. Mas não se limita a isso. 

       

      Perceba que estamos tentando ver reconhecidas nossas atribuições, que já são desenvolvidas. Pretendemos uma reestruturação na carreira, de forma a manter o policial motivado pela ascenção profissional.

       

      Também propusemos um debate acerca de um modelo de investigação mais eficiente e menos burocrático.

       

      E o desaparelhamento e sucateamento estão sendo cobrados e continuarão sendo, principalmente com as operações policiais que, inevitavelmente, virão após o fim desse desânimo.

       

      Acredite, a maioria dos policiais federais ama o que faz, mas está desmotivada pela desvalorização, cortes de orçamento e falta de pessoal. Essa insafisfação é tão grande que um policial deixa a PF a cada dia. Isso sem falar no assustador número de suicídios e afastamentos por doenças psíquicas. 

       

  7. Carreira Única

    Nassif, um dos maiores problemas da Polícia Federal está na divisão em castas de seus quadros funcionais.

    Para a atividade policial é fundamental que o profissional, para chegar aos quadros de chefia do órgão policial, passe pela experiência que a vivência na atividade fim vem a lhe conferir. Assim é nas mais avançadas Instituições Policiais do mundo. 

    O atual modelo de estrutura funcional do DPF reflete e reforça uma dicotomia existente na estrutura social, pessoas sem nenhuma experiência na atividade policial, serão alçadas aos cargos de chefia, principalmente nas delegacias fronteiriças, bastando para isso a aprovação em concurso público, que não avalia a experiência policial, nem mesmo conhecimentos em ciências policiais, mas tão somente o conhecimento jurídico. Nossas faculdades de Direito não formam policiais, formam juristas. 

    Precisamos avançar na valorização dos conhecimentos em Ciências Policiais e dos profissionais que efetivamente desempenham as atividades investigativas, no âmbito da Polícia Judiciária, e de segurança no âmbito da Polícia Administrativa.

    A carreira única, uma única porta de entrada, irá valorizar o conhecimento policial adquirido no decorrer da carreira, policiais experientes comandarão a instituição, caso considerem necessário o conhecimento jurídico, que seja requisito para ingresso ou avanço na carreira, ou para desempenhar determinadas atividades, mas, valorizado na mesma proporção que outros conhecimentos indubitavelmente necessários à obtenção da prova criminal ou prevenção da criminalidade, como informática, ciências sociais etc.

    Acabariam as divergências entre categorias e teríamos um fortalecimento do órgão, refletindo na eficiência da prestação de serviços à comunidade. 

  8. Remoção a criterio da Administração

    Caro Nassif,

    Algo que não é comentado, mas que é um escandalo dentro do proprio departamento são as centenas de remoções a criterio da administração e troca das chefias, com custas ao estado, durante os ultimos anos.  Cada remoção destes delegados é em torno de uma a tres ajudas de custo, uma ajuda de custo corresponde a uma remuneração.A remuneração inicial de um delegado corresponde ha 12000 reais.

    Não são raros os casos destes servidores antes de assumir suas novas lotações ganharem ordens de missão de 2 a 3 meses nestas lotações. Cada mes de missão corresponde a diarias que somam mais de 5.000 reais.

    E um dispositivo tido como legal. Mas os gastos ao Departamento por causa deste criterio não formalizado e não objetivo chegam a ser milionarios. Houve por parte de alguns estados a solicitação por parte do MPF de esclarecimento destes gastos, mas nunca vem a mídia.

  9. Sucateamento administrativo

    Nassif,

    Um dos principais problemas, pouco lembrado durante as discussões, é o sucateamento da área administrativa da Polícia Federal. Em um efetivo de 14 mil servidores, apenas 17% são servidores administrativos (área meio), o que dá 4 policiais para cada administrativo. Para efeito de comparação, no FBI, a proporção é inversa: lá são 2 administrativos para cada policial.

    A receita adotada pela Polícia Federal resulta em desvio de função: sem contar com servidores administrativos, a Direção do órgão desloca delegados, peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas de suas atividade policiais para postos de trabalho administrativos, mesmo quando esses profissionais não possuem o know hoe necessário para a função e com remunerações até 5 vezes superior! O resultado é que a sociedade deixa de contar com policiais na linha de frente do combate ao crime e paga mais caro pela atividade meio.

    Quando não desvia policiais de função, o departamento recorre a precarização do trabalho por meio da terceirização de atividades, expondo dados sensíveis a funcionários despreparados e mal-remunerados. Não por acaso a PF tem de lidar sistematicamente com falhas de sistemas e vazamentos de informações.

    O SINPECPF, sindicato que representa a categoria administrativa, tem produzido farta documentação sobre o problema. Separo aqui alguns links interessantes para leitura:

    Para entender os problemas da PF – uma analogia com a seleção brasileirahttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4325&ano_atual=2013 Saúde: Prevenir problemas psicológicos é melhor que remediá-loshttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4324&ano_atual=2013 SINPECPF questiona critérios de recrutamento para Divisão de Comunicaçãohttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4194&ano_atual=2013 Até quando o nome da PF será manchado por manchetes negativas?http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4187&ano_atual=2013 Um basta à inversão de papeis na PFhttp://www.sinpecpf.org.br/vozdofiliado/noticia.php?id=1638&ano_atual=2013 Ministro quer consenso para fechar pacote de reivindicações da PFhttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4051&ano_atual=2012 No aniversário da PF: presente indigesto e muito pouco a comemorarhttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3945&ano_atual=2012 R$ 200 – o preço da insegurança na imigração brasileirahttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3934&ano_atual=2012 SINPECPF denuncia: caminhão tombado no Acre era conduzido por terceirizadohttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3934&ano_atual=2012 SINPECPF denuncia desvio de função de policiais para autoridades competenteshttp://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3841&ano_atual=2011 

    1. Repostagem dos links

      Retransmito os links que ficaram desconfigurados na postagem anterior.

      Para entender os problemas da PF – uma analogia com a seleção brasileira

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4325&ano_atual=2013

      Saúde: Prevenir problemas psicológicos é melhor que remediá-los

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4324&ano_atual=2013

      SINPECPF questiona critérios de recrutamento para Divisão de Comunicação

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4194&ano_atual=2013

      Até quando o nome da PF será manchado por manchetes negativas?

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4187&ano_atual=2013

      Um basta à inversão de papeis na PF

      http://www.sinpecpf.org.br/vozdofiliado/noticia.php?id=1638&ano_atual=2013

      Ministro quer consenso para fechar pacote de reivindicações da PF

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/4051&ano_atual=2012

      No aniversário da PF: presente indigesto e muito pouco a comemorar

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3945&ano_atual=2012

      R$ 200 – o preço da insegurança na imigração brasileira

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3934&ano_atual=2012

      SINPECPF denuncia: caminhão tombado no Acre era conduzido por terceirizado

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3934&ano_atual=2012

      SINPECPF denuncia desvio de função de policiais para autoridades competentes

      http://www.sinpecpf.org.br/noticias/noticias/3841&ano_atual=2011

  10. Vamos parar de complicar um

    Vamos parar de complicar um assunto simples.

    Quer que a polícia evolua? qualquer polícia? Acabe com o cargo de delegado! PONTO!

     

    Todo mundo sabe que esse é o problema e é este cargo que gera todas as distorções. Já já tem lobby de delegado para equiparar com salário de juiz.

    Basicamente a guerra é com o mundo jurídico. Eles tem que perder uma mas estou esperando há 40 anos pra ver.

    1. Não tem como defender o IPL,

      Não tem como defender o IPL, com seus ridículos 8% de eficiência. Não existe nada no mundo que seja tão ruim e ineficiente quanto o sistema policial daqui, com seu inútil inquérito policial.

      1. Tirem o bode da sala…

        Meninos, não é o inquérito que é uma aberração, a Polícia é uma aberração no Brasil, desde que nasceu, como titia já disse, em 1808, com a intendência geral de polícia, encarregada de caçar pretos vadios ou fujões…

        É isto…falar em ineficiência do IPL é ingenuidade (ou má-fé)…

        A juíza Accioly foi morta e em menos de dois anos, o primeiro acusado já foi julgado, eu disse, JULGADO, o IPL tramitou em menos de 60 dias…

        O IPL tem eficiência SELETIVA. Como toda a ação policial do Estado brasileiro…

        Se não for o IPL, a instância policial pré-processual que o suceder fará o mesm triste papel…Sem debater isto, vai parecer mesmo só uma briga de vaidades e grana…

        1. Morgana

          Concordo apenas em parte… Afinal, o Inquérito Policial é burocrático, inquisitorial e cartorário, o que maximiza a ineficiência da polícia brasileira. Basta uma rápida comparação com os modelos de investigação de países desenvolvidos, pra percebermos que o Inquérito Policial realmente faz as vezes dessa nossa polícia ineficiente. Assista a algum “reality show” na tv a cabo, daqueles que mostram a polícia americana investigando, que entenderá do que estou falando…

          Quando acontece um crime de repercussão no Brasil, a polícia diz à imprensa que “já abriu inquérito”. Ora, estamos tão acostumados com essa expressão, que os leigos mal sabem que isso não significa ABSOLUTAMENTE NADA. Quando a Polícia diz que “abriu inquérito”, significa apenas que ELA AINDA NÃO TEM NADA….

          Convenhamos… os Policiais Federais trabalham diretamente com isso, e entendem do “riscado”. Generalizar as causas, é muito bom pra quem NÃO quer encontrar a solução. Lógico que a causa não é única, mas já é um bom começo.

    2. Só quem sabe da realidade da

      Só quem sabe da realidade da PF é quem trabalha dentro e que realmente “carregando o piano”.  A população em geral não sabe e não quer saber da atual guerra e afundamento do órgão. Não há como evoluir em segurança pública quando há um moleque de 24 anos que acabou de entrar para polícia e querer chefiar homens com decadas de experiencia! Não há como desvendar crimes com esse tal Inquerito aberration! E só mais uma informação: todos os inqueritos são manipuláveis!

    3. Só quem sabe da realidade da

      Só quem sabe da realidade da PF é quem trabalha dentro e que realmente “carregando o piano”.  A população em geral não sabe e não quer saber da atual guerra e afundamento do órgão. Não há como evoluir em segurança pública quando há um moleque de 24 anos que acabou de entrar para polícia e querer chefiar homens com decadas de experiencia! Não há como desvendar crimes com esse tal Inquerito aberration! E só mais uma informação: todos os inqueritos são manipuláveis!

      1. Exatamente.
        O problema não se

        Exatamente.

        O problema não se resolve mundando o comando ou com uma canetada.

        O tempo da reforma já passou e o cargo de Delegado, o inquérito… enfim, todo mundo já sabe o que tem que ser feito mas ninguém banca o desgaste político da mundança.

        Ninguém banca e nem é assunto… que nem as 40 horas semanais de jornada. O PT não abraçou, não é assunto, hehehe.

  11. É mesmo inacreditável. Na

    É mesmo inacreditável. Na época do Paulo Lacerda a PF tornou-se uma instituição eficiente e correta, que investigava a tudo e a todos, de qualquer partido. Agora é um corpo sem comando onde quem parece que dá as cartas é a banda podre tucana.

    Como se pode imaginar que delegados invadam o escritória da presidencia da república em SP, sem que o ministro da justiça saiba? Mas nem podemos botar a culpa no Zé Cardoso. A esculhambação começou já no segundo mandato do Lula, ou melhor na reeleição. É só lembrar da parceria pig/delagado Bruno.

    Algo me diz que o Dantas tem algo a ver com isso.

  12. Desvalorização
    Sou APF, meu salário líquido é algo em torno de 5,5 mil reais, um bom salário. Estou lotado a 2mil quilômetros de minha família, na fronteira com o Paraguai, minha jornada de trabalho já chegou 16 horas por dia, trabalho nos finais de semana e feriados. Constantemente somos recebidos a tiros por traficantes e contrabandistas. Já fiz várias vigilâncias, passar a noite em claro acompanhando entrega de drogas. Fazemos ações infiltrados e outras que colocam a nossa vida em risco.
    Um fiscal da ANCINE recebe 13 mil reais, não estou dizendo que não é uma função importante, são importantes sim, mas será que a Polícia Federal não é? Estamos brigando para que o governo reconheça que somos nível superior, mas insistem em dizer que os engenheiros, contadores, advogados, administradores exercem uma função de nível médio, só precisamos ter nível superior pra ingresso no departamento. Estamos queimando nossos diplomas e saindo da PF. Que Deus salve o Brasil porque nós desistimos. Forte Abraço.

    1. Comparar com salários maiores

      Comparar com salários maiores é mais fácil não é mesmo…

      Por que não comparar então com salários menores, existem professores, nível superior evidente, que ganham 1.500,00 reais.

      1. Poxa Daniel

        Prezado Daniel,

        Mas você não acha, independente de comparações salariais, os 5 mil e poucos não é pouco para a atividade desenhpenhada pelos APF?

        1. É uma questão muito

          É uma questão muito complicada Klaus, aonde cada um vai defender seus próprios interesses.

          Ora, há estados aonda delegados ganham menos do que isso, imagine então os agentes.

          Utilizando o mesmo argumento, não é muito pior o caso de um professor ganhar 1.500,00 ?

          E ai, como é que fica, se o dinheiro vem do mesmo lugar ?

          Sinceramente eu não creio que seja prioridade do Estado brasileiro aumentar o salários dos agentes da Policia Federal. Muito menos uma equiparação com delegados ou mesmo com quem quer que ganhe 13 mil reais. Seria absurdo um aumento desse porte nas atuais circunstâncias. Mas claro que respeito a luta corporativa da categoria a favor de um aumento salarial. Mas no mérito, sou contra.

      2. Caro Daniel

        Caro Daniel Quireza,

        Professores realmente devem ganhar bem. Contudo, lembro que Professor não corre altíssimo corre risco de vida, não trabalha na fronteira com a Colômbia, não combate narco-traficantes internacionais e criminosos milionários de colarinho branco…

        E não vai ser um cidadão que aceita ganhar “1500 conto”, que vai ser capaz de desmontar um esquema tipo “Mensalão” da vida…

        Por outro lado, Professor pode ter vários empregos. E os BONS professores realmente recebem salários altíssimos em colégios particulares, cursinhos pré-vestibulares e nas FGVs da vida…. 

        Afinal, a grosso modo, um guarda municipal está para um professor municipal, assim como um agente federal está para um professor de Universidade Federal. AS comparações precisam ser adequadas, pra evitar essa hipocrisia (como a que aparece em seu comentário).

        Como o senhor pode ver, se a comparação com salários maiores “”é fácil””, a comparação com salários menores, é RIDÍCULA.

        Ninguém consegue ter uma Scotand Yard pagando o preço de uma “Polícia Militar do Piauí”. Sejamos razoáveis…

    2. Considero que o salário justo

      Considero que o salário justo está mais próximo do 5 do que do 13.

      O problema é que a PF passou a exigir curso superior em qualquer coisa pra ser agente. Agente precisa de curso superior?

      A insatisfaão salarial vem daí. Lógico que considero insuficiente 5k mas acho que não se pode reclamar de trabalhar longe muito menos exigir mais dinheiro por isso. Não entrou sabendo?

      Depois não existe progressão na carreira. Esse para mim é o principal fator. E voltamos ao ponto em que abordei abaixo, com o cargo de Delegado e outros, não tem como reformar nada, só remendar.

      1. Um segurança no Senado entra

        Um segurança no Senado entra como nível médio ganhando R$ 14 mil mensais. Logo, é justa a reivindicação dos agentes da policia federal.

        Na sua opinião, o cidadão é obrigado a se conformar com os riscos da atividade policial e, ao mesmo tempo, aceitar um aspone ganhando quase o triplo para

        fazer a segurança do renam calheiros. 

        É brincadeira.

        1. Justa uma ova.Querer

          Justa uma ova. O salário está sim defasado mas, como disse em outro comentário, é bem próximo do que vcs ganham hoje.

          Querer comparar qualquer quadro do senado com qualquer coisa é malandragem intelectual.

          Não é assim que vc vai conseguir convencer uma só pessoa.

          Policial ganha pouco em TODO O MUNDO. Vamos equiparar a PF daqui com a dos EUA? Vc vai ficar surpreso…

          Vai descobrir que HOJE vc já ganha o mesmo ou perto.

           

          12. How much are FBI Special Agents paid?
          Special Agent trainees at the FBI Academy are paid as GS-10, step 1 ($43,441) plus the Quantico, VA locality adjustment (17.50%) during their time at the FBI Academy. This equates to $51,043 on an annualized basis (or $1,963 per each two-week pay period). 

          Newly assigned Special Agents are paid as GS-10, step 1 ($43,441) plus locality pay and availability pay. Locality pay (which ranges from 12.5% to 28.7% of base salary depending upon office assignment) is additional compensation to account for differences in the labor market between different areas. Availability pay is a 25% increase in adjusted salary (base salary + locality pay) for all Special Agents due to their requirement to average a 50-hour work week over the course of the year. Thus, with the locality and availability pay adjustments, new Special Agents in their first Field Offices earn between $61,100 and $69,900, depending upon the region of the country to which they are assigned.

          New Special Agents assigned to certain designated high-cost offices (New York, San Francisco, Los Angeles, San Diego, Washington D.C., Boston and Newark) may also be paid a one-time relocation bonus of approximately $22,000 to help offset higher real estate and living costs. In order to qualify for the relocation bonus, new Special Agents must be assigned to one of the designated high-cost offices and they must be moving from a lower cost area to a different geographical area with a higher cost of living. 

          For example, a new Agent assigned to Washington, D.C. would make a base salary of $43,441 (GS-10, step 1 on the Law Enforcement Officers’ salary table) + locality pay of $7,602 (based on Washington, D.C.’s locality adjustment of 17.5%) + availability pay of $12,761 (25% of base + locality) for a total salary of $63,804 their first year. If the new Special Agent qualified for the relocation bonus (e.g., moving from Atlanta to Washington, D.C.), they would also receive a one-time payment of approximately $22,000. 

          1. Apesar da sua tabela ser

            Apesar da sua tabela ser correta, ela erra em somente mencionar o salario DURANTE  o periodo de academia, e o primeiro ano probatorio.

            A media salarial de um Special Agent com 5 anos gira em torno de 85-90 mil ao ano. Divida isso por 12 meses no ano, e o SALARIO BASE (sem os bonus adicionais que todos tem como linguas, especializacoes, etc) e’  de uns 7-8 mil mensais.

            A grande diferenca e’ que o plano de saude nao sai do bolso do agente, como e’ no Brasil, entre outras coisas que nao sao incluidas no pacote salarial porque sao fornecidas pelo departamento.

             

          2. Então delegado ganha muito ou não é policial?

            Que interessante seu comentário, logicamente baseado em informações deturpadas. Aposto que vc é delegado e/ou não tem a mínima noção do que esta falando.

            Levando em consideração as informações que você prestou, um delegado de policia federal que ganha R$ 23.000,00 (no final do aumento dado pelo governo) ganha muito para o padrão mundial ou ele não é policial. Ou você acha que somente delegado de policia federal deve ser bem remunerado.

            Fico feliz que não é você quem decide sobre o salário dos outros servidores do DPF.

             

            Um Abraço,

          3. Malandro, o sr. não deve ser.

            Malandro, o sr. não deve ser. Apenas desinformado e ignorante. Não integro os quadros da PF. Logo, não sou movido por corporativismos.

            Qual a finalidade de citar a remuneração da turma do FBI? Não viaja, cara. Vamos discutir a nossa realidade.

            A grande distorção do serviço público é o abismo salarial entre determinadas carreiras.

            Retorno ao exemplo do segurança do senado que ingressa como nível médio. Desonestidade intelectual é querer comparar as atribuições de um agente

            de polícia federal (nível superior) e um mero guardinha no congresso. Procure se informar e veja que a polícia civil do DF esta na frente da PF.

          4. Sr. Athos,
            Seu comentário foi

            Sr. Athos,

            Seu comentário foi absolutamente PARCIAL. Afinal, o senhor OMITIU – MALICIOSAMENTE – a parte final do artigo em inglês, onde diz que o Agente Especial do FBI chega ao final de carreira recebendo o padrão GS-15, com remuneração de US$ 130.000 anuais. 

            Isso equivale, no câmbio atual,  a um salário acima de R$26mil MENSAIS.

            Impressionante como algumas pessoas usam da mentira, quando NÃO possuem argumentos…

      2. “Justo”… pra terceiro mundo

        Instituições policiais de países desenvolvidos são TODAS de nível superior… Agentes do FBI, DEA, Scotland Yard, Deutsches Bundespolizei….

        A polícia de Nova York passou por uma reforma na década de 1980. Aumetaram o salário e passaram a exigir nível superior para todos os policiais. Os índices de criminalidade caíram abruptamente, bem como a corrupção policial… é por isso que hoje os policiais de lá são chamados de “The New York´s Finest” (“os melhores de Nova York”).

        Infelizmente temos que conviver com a mentalidade de pessoas como Athos (do comentário acima)… Um pensamento absolutamente retrógrado e “terceiro mundista”, baseado naquela velha polícia do “doutor e seus jagunços”… Sabe onde os agentes NÃO são nível superior? Bolívia, Nigéria, Moçambique, Paraguai, etc…

        Essa mentalidade também vem da velha cultura tupiniquim de corrupção e”não cumprimento de leis”… Às elites brasileiras não interessa uma polícia de Primeiro Mundo. Preferem o velho “guardinha”, semi-analfabeto, truiculento e que persegue só “pobres e pretos”… e que se vendem por um “guaraná”. É por isso que até hoje temos essa estrutura policial ultrapassada na república das bananas…. 

        A carreira de Agente Federal virou nível superior em 1996 (e foi BEM remunerada de 1996 até meados de 2007). Atraiu mão de obra bem qualificada para seus quadros. Resultado? Milhares de corruptos presos INCLUINDO OS “PEIXES GRAÚDOS” (Deputados, Desembargadores, Ministros e criminosos de alto poder aquisitivo)…. Mas AQUELA Polícia Federal de 10 anos atrás incomodava os poderosos…. É por isso que hoje estão tentando acabar com ela.

         

         

         

         

  13. Crise na PF

    Bom, até entendo a posição de pessoas, de observarem a crise interna da Polícia Federal como sendo mais uma briga corporativista que busca tão somente uma negociação salarial. Para quem vê de longe é isso mesmo que parece. Mas toda essa crise que assola essa instiutição vai muito além desse teor corporativista, porque chama a um debate muito maior, que passa pelo modelo de segurança pública do país. E pelo menos quanto a isso acredito ser consenso que o modelo atual esteja completamente falido. Os números da violência estão aí para demonstrar essa falência.

    Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, os chamados EPAS, estão em negociação com o governo há 04 anos em busca do reconhecimento em lei das atribuições que já exercem no dia-a-dia. Diferente de outros órgãos a Polícia Federal não tem uma lei orgânica que estabeleça suas atividades e que dê segurança jurídica a suas ações. Hoje a única lei que baliza as atividades da PF  é a Constituição Federal em seu artigo 144 parágrafo primeiro, quando afirma que a Polícia Federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União é estruturado em carreira. Frise-se a singularidade da palavra carreira, o que demonstra que seria carreira única, o que na prática não acontece. No órgão temos diferentes cargos policiais, os agentes, escrivães, papiloscopistas, delegados e peritos. A forma como esses cargos surgiram tem relação direta com a estrutura do estado brasileiro que tradicionalmente sempre valorizou demais os bacharéis de direito em detrimento das demais carreiras. Por uma questão histórico cultural estabeleceu-se que no modelo de polícia brasileira deveria haver uma autoridade, de caráter personalista, que seria o garantidor da ação da mesma. Criaram então a figura do delegado, bacharel em direito, que comandaria os demais policiais. Até 1996 não havia muita crise nessa relação porque era exigido nível superior apenas para os cargos de delegado e peritos, ficando os demais cargos como sendo de nível médio. Acontece que a partir de 1996 o governo passou a exigir nível superior para todos os cargos policiais da Polícia Federal.

    E aí começa a crise. Pessoas de nível superior nas mais diversas áreas oxigenando o órgão com diferentes visões e capacitações começaram a trabalhar na PF. O choque com o modelo arcaico, onde havia um bacharel de direito que tudo decidia e os demais que apenas executavam foi inevitável. Não a toa, aquela Polícia Federal que se limitava a atuar na repressão à drogas, migração e passaporte passou a ter uma atuação nas mais diversas áreas, como crime financeiro, crimes eleitorais, crimes contra a administração pública. Com certeza essa melhora na eficiência tem relação direta com a incrementação de seu material humano, pela diversidade de formação.

    A briga dos EPAs é para conseguir uma lei que reestruture a carreira, delimitando espaço de atuação de cada um dos cargos.O modelo arcaico  está provocando um problema sério de gestão no órgão. Isso porque estabeleceu-se culturalmente que caberia somente aos delegados a gestão do mesmo. Independente da área, a chefia sempre deve ser exercida pelo delegado. Mesmo em áreas meramente administrativas, em que não há inquérito policial, como por exemplo área de logística, recursos humanos, a chefia fica restrita aos delegados. Independente de terem outros cargos com nível superior em administração, contabilidade, economia. O que temos hoje na Polícia Federal é um imenso material humano subaproveitado, um desperdício de capacidade operacional que busque a melhor eficiência na prestação do serviço.

    Não é interesse dos delegados entretanto mudar o status quo. Sem lei nenhuma que regulamente toda a estrutura do órgão, o que vale é como está hoje, em que tudo, absolutamente tudo em nível de gestão fica com o cargo de delegado. Essa luta interna EPASx Delegados transformou a Polícia Federal numa verdadeira Faixa de Gaza. Um lado querendo espaço de poder outro querendo manter o seu espaço. No meio dessa guerra um ministro da justiça omisso, que por interesse escuso ou não simplesmente não arbitra.

    Por isso afirmo, a briga dos EPAs não é tão somente uma briga por salário. Querem o reconhecimento em lei daquilo que já lhe é exigido para prestação de concurso, o  reconhecimento do nível superior de suas atividades. Querem debater a estrutura do estado no que diz respeito a segurança pública. Não é só pelos 20 centavos.

     

  14. Parabenizo a iniciativa e sugiro

    Que seja feita uma revisão do sistema como um todo.  Razões de ser, problemas e sugestões de racionalização do sistema, envolvendo outras carreiras, como a policia rodoviária federal e a ABIN, por exemplo.

  15. A CRISE NA POLICIA FEDERAL

    Assunto da maior importancia no senário nacional e pouquíssimo discutido. Desde sempre a PF foi dominada pelos seus senhores feudais, os ditos delegados de polícia, que nos seus primórdios eram chefiados por profissionais das forças armadas que por sua vez eram chefiados pelos ministros das forças armadas que respondiam a uma ditadura militar e nesse aspecto e momento histórico, a PF tinha uma feição e atuação claramente militar como aparelho repressor do Estado e náo da Justiça.

    Com a derrocada dos anos de chumbo, pasmem, a PF continuou chefiada pelos militares e os delegados, por osmose, passaram a manter o mesmo comportamento dos chefes militares, sem uso da farda, mas a mesma arrogancia e despreparo para o trato da segurança pública, coisa que até os dias de hoje nenhum governo ou políticos se empenharam em fazer.

    Feita essa pequena introdução histórica, se faz necesário lançar luzes sobre o conceito e modelo de segurança pública estabelecido no Brasil, onde constatamos que cada estado federado dispõe de duas polícias,m nenhum delas de ciclo completo, vale dizer, uma, a PM, faz o policiamento ostensivo e a outra, a PC, faz o policiamento repressivo e é exatamente aí que começam as distorções de funções, gastando-se muito dinheiro para a manutenção de duas estruturas, CONCORRENTES e subservientes aos chefes políticos, até de ambito municipal. Já no ambito federal, temos a PF, polícia de ciclo completo vez que tanto atua ostensiva quanto repressivamente. Ou seja, o que vale para os estados federados não vale para a União.

    O que hoje se observa nessas estruturas é que são onerosas e ineficientes pois seus gestores, delegados nas polícias judiciárias e oficiais nas polícias militares, náo se valem de qualificações específicas para as áreas meio, mas apemas e tão somente pelo que lhes conferem os concursos, ou seja, bacharéis em direito no caso dos delegados e formação superior no casos dos oficiais, o que, na visão deles, lhes dá condições plenas de exercer quaisquer atividades de comando, ainda que não disponham de nenhuma experiencia na área de atuação.  Aqui, nesse particular, o que se prepondera é o bacharelismo exarcebado e por isso a INEFICIENCIA é reinante. Chegamos ao absurdo de constatar que os senhores delegados de polícia querem ser trados como se EXCELENCIAS fossem, aos moldes dos Juízes e Promotores. Seria risível se não fosse comico que em outras polícias do mundo os chefes de polícias quisessem receber o mesmo tratamento dispensado a um JUIZ DE DIREITO, por exemplo, mas no Brasil isso foi possível e fundamentado em lei.

    No caso específico da POLÍCIA FEDERAL, onde trabalho por mais de 20 anos, com formação em economia, direito e relações internacionais, sou solenemente impedido de comandar as atividades para as quais disponho de formaçao academica exatamente porque não sou BACHAREL EM DIREITO concursado para delegado de polícia federal. Então, assistimos delegados e peritos chefiando todos os setores, como se deles fossem exclusivos, inclusive o setor do CANILe, isso, éo resultado de uma ação orquestrada pelos delegados para que assumam o controle total e completo da instituição, descuindando-se daquilo que é a sua ATIVIDADE FIM, que é defender os serviços, bens e interesses da UNIÃO. Esqueceram-se, ditas autoridades policiais, do cumprimento do seu mister.

    Internamente, a PF vive a sua maior crise cujo deslinde será pago por toda a sociedade, pois a instituição, como resta evidente, já se politizou o suficiente para, na troca de favores, receber do atual governo todo o poder para atingir seus devaneios, deixar de investigar a maior mazela do estado brasileiro que [e a CORRUPÇÃO. Isso mesmo, a PF está aparelhada pelo governo o qual exerce total controle sobre suas atividades, direcionando-lhe as atividades e interferindo, criminosamente, na sua independencia funcional. O ex- Diretor-Geral, Luiz Fernando Correia, inaugurou essa fase de subserviencia e aparelahmento do órgão e o seu sucessor, inábil para o cargo, aceitou dar continuidade ao desmonte da PF, numa ação clara e inequívoca do Ministro da Justiça no sentido de colocar cabresto no órgão não deixando dúvidas quanto a sua política de dividir e enfraquecer para controlar.

    Essas mazelas internas da PF estão conduzindo-a ao seu ocaso funcional, pois a pretexto de manter a hierarquia e disciplina, pricinpalmente salarial,  interpondo-se a qualquer regulamentação das atividades meio e fim e que contemplem TODAS AS CARREIRAS E NÃO SOMENTE OS DELEGADOS e seus satélites (peritos),  e não tardará o tempo e o momento de não haver mais o chamado ponto de retorno. O futuro da POLÍCIA FEDERAL, é de responsabilidade total de seus gestores atuais e não deveria estar na vontade do governo federal. Outras polícias civil Brasil afora estão se unindo para exigir reconhecimento e melhores condições de trabalho enquanto a PF caminha para o abismo institucional.

    O Brasil precisa de uma instituição forte e com autonomia funcional e financeira para não se submter aos governos de ocasião. Precisamos resgatar a POLÍCIA FEDERAL se desejarmos ter um aliado do ESTADO e não do GOVERNO. A sociedade precisa de mobilizar para mudar esse modelo de segurança pública, que é pago por todos todos, coletivamente, mas que só favorece aos mais abastados economicamente e aos detentores do poder político.  

     

     

     

  16. A Polícia Federal que queremos!

    Afinal, quem são os “PRIMEIROS GARANTIDORES” do direito à segurança do cidadão?

    OS DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL FUJÕES?

    Dois erros: policial não assumir sua função pública, e, não andar armado!

    Prevaricação e omissão podem estar presentes!

    Absurdos em cima de Absurdos!

    Vejam o vídeo  (http://globotv.globo.com/infoglobo/o-globo/t/veja-tambem/v/flagrante-de-assalto-a-casa-loterica-no-centro/2815365/) e constatem a vergonha nacional para a Polícia Federal, para a Nação, para a Constituição Federal (que deixaram de cumprir) e para o Povo Brasileiro, que [ainda] tem a PF como referência como credibilidade de órgão policial brasileiro.

    Aqui o “DEVER-PODER” daqueles delegados de polícia federal fujões!

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL

    CAPÍTULO III
    DA SEGURANÇA PÚBLICA

    Art. 144. A SEGURANÇA PÚBLICA, DEVER DO ESTADO, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, ATRAVÉS DOS SEGUINTES ÓRGÃOS:

    I – POLÍCIA FEDERAL; (todos os grifos nossos).

    CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941).

    CAPÍTULO II

    DA PRISÃO EM FLAGRANTE

    Art. 301. Qualquer do povo poderá e as AUTORIDADES POLICIAIS e seus agentes DEVERÃO PRENDER quem quer que seja encontrado EM FLAGRANTE delito. (grifos nosso).

    http://robertatrindade.com.br/?p=14896

    Este fato acima é apenas um caso emblemático da “configuração” que se deu e se dá à Polícia Federal.

    Mas, aqui, vamos discorrer a questão da segurança pública, por estar a Polícia Federal inserida no contexto geral.

    Na verdade, a “Crise da Polícia Federal” é a crise da segurança pública brasileira!

    Ela se torna mais visível na polícia federal por dois aspectos: o seu corpo funcional, atraído pelo salário satisfatório da década passada, está foi forjado por um excelente material humano, especialmente nos cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas, por serem profissionais de altíssima capacidade, e, com a característica de serem multidisciplinares, já que estes cargos tem profissionais egressos de todas as áreas do conhecimento humano.

    Assim, formou-se uma massa critica que, com os salários aviltados, e, após a greve de 2012, que durou 72 dias, muitos destes problemas da segurança pública, especialmente a maneira formal de conduzir a investigação policial e, a falta de estrutura da polícia federal como de ciclo completo, fatores que impedem o crescimento profissional e de carreira, afloraram com uma conscientização política do “fracasso” que é a Polícia Federal.

    Desta forma, tudo se desmoronou na Polícia Federal, e, esta situação, que não é exclusiva desse órgão, é apenas um aperitivo do que pode ocorrer nas Polícias Militares e Civis.

    Portanto a “Crise na Polícia Federal” tem dois elementos que precisam ser resolvidos com urgência.

    No entanto, um deles é preeminente e pode servir como elemento apaziguador para o resurgimento de uma PF mais moderna e eficaz, e paradigmática para as demais polícias: a reestruturação da Carreira Policial Federal e a Estruturação do órgão, ou, em definitivo, que p Governo Federal, assuma uma postura de buscar uma solução criando órgãos paralelos que faça com que as diversas funções da policia federal seja efetivamente realizadas, um a criação de dois órgãos, como vez com o IBAMA e o Instituto Chico Mendes.

  17. crise é oportunidade “da coisa” ficar pior do que lhes parece…

    em meio a crise da Polícia Federal mais o arcaico sistema despachante político-jurídico de complicadíssimas complicações sistêmicas de ordem vetorial anabolizante no capítulo institucional das competências e das sinergias entre Polícia Federal, MP, PL no Congresso a gosto dos partidos e políticos de programa e mais a glorificada fiel na balança: a “biruta aérea” da opinião pública forjada pela grande mídia de falência anunciada, por ora, refém publieditorial escandalosa dos interesses negociais das megacorporações e dos poderosos lobbies da elite de mando… o pensamento bublanskiano do dia útil poderá contribuir para a melhor condução e o aprimoramento dos negócios de Estado, no que tange a segurança nacional, ao crime organizado global e aos ilícitos de modo geral:

    como pensara o tarimbado “profissa” investigador policial Bublanski na reunião com o “carreirista político” procurador do MP, que era o responsável preliminar pelo inquérito criminal que envolvia uma série de assassinatos relacionados com tráfico de mulheres, armas, drogas em meio a segredos políticos e constitucionais da pasta top secret de segurança máxima do Estado (está óbvio, espero, que refere-se ao Estado gelado sueco e não ao Estado brasileiro, por ora, nas mãos kafkianas do lulopetismo de braços dados com megeras cortesãs e os rebentos bastardos do cristão-novo mestre da arte da pregação e doutrina, o escolástico Padre Vieira):

    “Bublanski deu de ombros. Sua missão era elucidar crimes, e não administrar escândalos.”

    Isto, é bom de se esclarecer, acontece na neutra pra boi dormir “humanitária” social-democrata paraíso gelado da política de bem estar social, a Suécia e é puro malte de ficção da moderna literatura policial sueca.

    (e num é que já está ficando suave nave suave… postar “comments que podem salvar a lavoura arcaica” no velho novo blog comprado pelos portuga)

  18. A crise da Polícia Federal

    Bom, até entendo a posição de pessoas, de observarem a crise interna da Polícia Federal como sendo mais uma briga corporativista que busca tão somente uma negociação salarial. Para quem vê de longe é isso mesmo que parece. Mas toda essa crise que assola essa instiutição vai muito além desse teor corporativista, porque chama a um debate muito maior, que passa pelo modelo de segurança pública do país. E pelo menos quanto a isso acredito ser consenso que o modelo atual esteja completamente falido. Os números da violência estão aí para demonstrar essa falência.

    Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, os chamados EPAS, estão em negociação com o governo há 04 anos em busca do reconhecimento em lei das atribuições que já exercem no dia-a-dia. Diferente de outros órgãos a Polícia Federal não tem uma lei orgânica que estabeleça suas atividades e que dê segurança jurídica a suas ações. Hoje a única lei que baliza as atividades da PF  é a Constituição Federal em seu artigo 144 parágrafo primeiro, quando afirma que a Polícia Federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União é estruturado em carreira. Frise-se a singularidade da palavra carreira, o que demonstra que seria carreira única, o que na prática não acontece. No órgão temos diferentes cargos policiais, os agentes, escrivães, papiloscopistas, delegados e peritos. A forma como esses cargos surgiram tem relação direta com a estrutura do estado brasileiro que tradicionalmente sempre valorizou demais os bacharéis de direito em detrimento das demais carreiras. Por uma questão histórico cultural estabeleceu-se que no modelo de polícia brasileira deveria haver uma autoridade, de caráter personalista, que seria o garantidor da ação da mesma. Criaram então a figura do delegado, bacharel em direito, que comandaria os demais policiais. Até 1996 não havia muita crise nessa relação porque era exigido nível superior apenas para os cargos de delegado e peritos, ficando os demais cargos como sendo de nível médio. Acontece que a partir de 1996 o governo passou a exigir nível superior para todos os cargos policiais da Polícia Federal.

    E aí começa a crise. Pessoas de nível superior nas mais diversas áreas oxigenando o órgão com diferentes visões e capacitações começaram a trabalhar na PF. O choque com o modelo arcaico, onde havia um bacharel de direito que tudo decidia e os demais que apenas executavam foi inevitável. Não a toa, aquela Polícia Federal que se limitava a atuar na repressão à drogas, migração e passaporte passou a ter uma atuação nas mais diversas áreas, como crime financeiro, crimes eleitorais, crimes contra a administração pública. Com certeza essa melhora na eficiência tem relação direta com a incrementação de seu material humano, pela diversidade de formação.

    A briga dos EPAs é para conseguir uma lei que reestruture a carreira, delimitando espaço de atuação de cada um dos cargos.O modelo arcaico  está provocando um problema sério de gestão no órgão. Isso porque estabeleceu-se culturalmente que caberia somente aos delegados a gestão do mesmo. Independente da área, a chefia sempre deve ser exercida pelo delegado. Mesmo em áreas meramente administrativas, em que não há inquérito policial, como por exemplo área de logística, recursos humanos, a chefia fica restrita aos delegados. Independente de terem outros cargos com nível superior em administração, contabilidade, economia. O que temos hoje na Polícia Federal é um imenso material humano subaproveitado, um desperdício de capacidade operacional que busque a melhor eficiência na prestação do serviço.

    Não é interesse dos delegados entretanto mudar o status quo. Sem lei nenhuma que regulamente toda a estrutura do órgão, o que vale é como está hoje, em que tudo, absolutamente tudo em nível de gestão fica com o cargo de delegado. Essa luta interna EPASx Delegados transformou a Polícia Federal numa verdadeira Faixa de Gaza. Um lado querendo espaço de poder outro querendo manter o seu espaço. No meio dessa guerra um ministro da justiça omisso, que por interesse escuso ou não simplesmente não arbitra.

    Por isso afirmo, a briga dos EPAs não é tão somente uma briga por salário. Querem o reconhecimento em lei daquilo que já lhe é exigido para prestação de concurso, o  reconhecimento do nível superior de suas atividades. Querem debater a estrutura do estado no que diz respeito a segurança pública. Não é só pelos 20 centavos.

     

  19. Equiparar as funcoes eh um despropósito

    Qualquer equiparacao funcional na administracao publica, so se justifica por Concurso. 

    Aos que defendem equiparar os técnicos e peritos aos delegados. Que tal acabar  com a hierarquia de técnicos, analistas e juizes? A de procuradores e técnicos das procuradorias nao se justificam, todos fariam seu trabalho tranquilamente sem superior hierarquico a atrapalhar suas funcoes.

    O que os peritos, tecnicos da PF e analistas do Judiciario teem que fazer, eh prestar exame para Delegado e Juiz. A posicao desses dois profissionais e  de outros com funcoes no estado  semelhantes e com estabilidade de trabalho, nao cairam do ceu, nem surgiram de reinvidicacoes sindicais, elas sao constitucionais e foram conseguidas com muito estudo e uma competicao durissima.

    Imaginem a maravilha que sería o Exercito sem a autoridade d o Capitao sobre o Tenente e do Sargento sobre o Cabo? Seguindo a mesma logica nas empresas, gerentes e diretores so servem para encher o saco. Abolir essas funcoes melhoraria muito as relacoes e a produtividade dos trabalhadores. 

     

    1. O objetivo, na verdade, nem é

      O objetivo, na verdade, nem é equiparação de funça, mas sim a GRANA advinda da mesma. É cada um defendendo seus interesses, arrumando qualquer justificativa para isso. Como eu disse éemcomentário anterior, é natural uma categoria, corporativamente defender aumento salarial, mas o restante da população, que é quem vai pagar a conta, não tem necessariamente que ser a favor de tal fato.

      1. Essa questao do dinheiro eh

        Essa questao do dinheiro eh muito importante, mas, ha um problema relevante no funcionalismo público, que eh a sensacao que comeca a dominar a cabeca de uma grande  parcela  dos concursados que, depois de passar em um Concurso, nao devem satisfacoes a ninguem.  Acho que essa eh a principal tragedia do Servico Publico do Brasil. Trabalho se quiser, se meu chefe eh um chato exigente, mando a m… e faco como quero. Essa visao tem que ser combatida com  actitudes drásticas, ela eh uma praga que desistimula os servidores que teem garra e disposicao.

        Nao confunda  essa minha avaliacao com uma contrariedade ao direito de greve, que eh uma arma fundamental para o trabalhador pleitear melhoras em seu labor. Fazer corpo mole, nao respeitar  a hierarquia e ser improdutivo provoca a demissao de qualquer trablhador, nao deveria ser diferente com o Servidor Público.

         

    2. O cargo de delegado será

      O cargo de delegado será extinto com o tempo. O cargo semelhante que vier deve ser ocupado por funcionários de carreira do orgão.

      Ninguém defende nenhuma equiparação por aqui isso é ridículo. O que se defende é o fim do cargo pura e simplesmente.

    3. Meu amigo, acho que você está

      Meu amigo, acho que você está misturando “alhos com bugalhos”. Quem disse que os técnicos querem se equiparar com os delegados? O corpo técnico da PF é composto pela carreira administrativa, que não não tem nada a haver com a carreira policial. Por outro lado, a Polícia Federal não é um orgão militar, portanto não há que se comparar com PM ou Forças Armadas. Na PF existem 5 (cinco) cargos que deveriam trabalhar de forma cooperada para o deslinde da persecução criminal. O problema é que há delegados que se acham generais e coronéis (estes sim, é que deveriam prestar concurso para tais Forças) e insistem na famigerada hierarquia. Não conseguem ver que se o trabalho fosse feito em equipe (como até era, alguns anos atrás) os resultados seriam muitíssimo mais vantajosos (para a sociedade, que paga os salários). Agora, a pergunta é, será que o Governo não vê que a PF está dividida e enfraquecida? Ou será que é justamente essa a intenção?

    4. Comparação despropositada, Neideg!

      Não adianta forçar essa comparação. Delegado NÃO existe em nenhum outro país do mundo, essa é a questão. Não adianta querer forçar comparação com Analistas do Judiciário, “Cabo” do Exército, etc…. A comparação mais verossímil seria com: DATILÓGRAFO, TELEGRAFISTA, MIMEÓGRAFO, etc…

      Mas se formos comparar com as polícias de PRIMEIRO MUNDO, vamos falar dos Agentes do FBI, Agentes da Scotland Yard… Afinal, NÃO existe “Delegado” do FBI, ou “Delegado” da Scotland Yard. Melhor ainda: Não existe exigencia específica de “bacharelado em Direito” em NENHUMA polícia do mundo.

       

    5. Visão Miope

      Vou desenhar pra você entender, ok?

      Analistas e Técnicos são cargos auxiliares nos Tribunais e no Ministérios Público. As leis orgânicas destes fazem, no máximo, uma breve menção de que existem cargos auxiliares.

      Agentes Administrativos são cargos auxiliares na Polícia Federal, instituição estruturada em carreira com os seguintes cargos: Delegados, Peritos, Agentes, Escrivães e Papiloscopistas.

      O grande problema é que os Delegados possuem uma visão miope nessa questão. Eles enxergam os outros cargos da carreira policial, exatamente como os como os juízes e procuradores enxergam os cargos auxiliares. Enfim, o que ocorre, de direito, nos ministérios publicos e nos tribunais, ocorre apenas de fato, na Policia Federal.

       

       

  20. Bacharéis em direito administrando??? Onde já se viu?

    Aí está o cerne do problema das polícias civis do Brasil, entre elas a PF. Qual o proprietário de uma grande empresa que contrataria bacharéis em direito para cuidar a administração de seus negócios? Um bacharéu em direito para cuidar da logística, outro para cuidar do RH, outro para cuidar das finanças… e é esse o resultado, muito dinheiro cosumido e pouco resultado.

  21. Eu sei é que cansei da luta

    Eu sei é que cansei da luta pela melhoria da segurança pública do país, cansei de brigas internas, cansei de remar em um barco furado que a cada dia entra mais água e afunda cada dia mais.

    Ao invéz de lutar vou gastar minhas forças estudando para sair da Polícia Federal antes que ela acabe com minha saúde e de minha família. 

    Aos colegas, que muito admiro, peço perdão pela fraqueza, mas um dia as forças se esgotam, e as minha já se foram !

    O resumo de toda discurssão é: Se a PF fosse uma empresa privada já teria falido há muito tempo !!

    PENSE NISSO…

     

    1. O grande problema que a

      O grande problema que a policia federal enfrenta atualmente decorre da exigência de formação em nível superior para prestar o concurso para funções onde ele não é necessário, quais sejam, escrivão, papiloscopista e agente. Isso fez com que muitas pessoas mal formadas, que não conseguiram um posicionamento profissional na profissão que escolheram, prestassem concurso para esses cargos. Apos assumir os cargos se acham iguais aqueles que prestaram o concurso de nível superior, que são os peritos e delegados, uma vez que são cargos que exigem formação específica e conhecimento técnico, muito diferente desses outros. Quem trabalha na PF ha algum tempo, sabe que essa exigência ao invez de melhorar a qualidade desses profissionais piorou em muito, pois a grande maioria são pessoas frustradas e desmotivadas dem decorrência da propría incompetência. Pouco trabalham, quando trabalham o fazem mal, somente reclamam e não merecem o salário que ganham. A solução seria acabar com essa exigência.

      1.  
        Nossa, brilhante solução!

         

        Nossa, brilhante solução! Retroceder ao invés de evoluir! Como não pensaram nisso antes! Ao invés de pensarmos em profissionalizar e capacitar cada vez mais nossas policias, seria melhor q os policiais da PF voltassem a ser de nível fundamental, recebendo um salário mínimo e dependendo de bico, ou coisa pior, para sobreviver. Brilhante!

         

      2. Ótimo exemplo do nível de

        Ótimo exemplo do nível de debatedores dessa classe. Na falta de argumentos para defender, sobra apenas desqualificar o adversário. Patético.

      3. Desqualificar quem argumenta

        MarcusM (ou seria “Mister “M”°) com a velha tática de tentar desqualificar as pessoas, por NÃO TER ARGUMENTOS pra rebatê-las. Patético! 

        Esqueceu de dizer que os Agentes do FBI SÃO TODOS DE NÍVEL SUPERIOR, e que lá NÃO existem delegados…

        Então  sempre aparecem com os mesmos argumentos: “Querem ser delegado sem fazer concurso”, “São soldados querendo virar oficiais”, etc…. Quando não há argumentos, a saída é desqualificar quem alega…

        Não queremos virar delegado. Queremos a EVOLUÇÃO da Polícia. 

        Delegados são Advogados, não policiais. Vejam o caso dos três delegados da PF do Rio, que fugiram ao perceber que a lotérica onde estavam estava sendo assaltada por UM único bandidinho armado…. Descobertos pela imprensa, disseram que foi uma “estratégia”. Estratégia tipo aquele desenho animado “Leão da Montanha”. 

      4. Esse texto mostra claramente,

        Esse texto mostra claramente, é um exemplo tácito, do pensamento que prepondera na gestão da Polícia Federal. O problema não é so o pensamento em si, desvirtua para o funcionamento da Polícia Federal como um todo. Resumo, não há servidores capazes (e incluo aqui os servidores administrativos)  além dos que tem o bacharelado em direito que prestaram o concurso para delegado.

        Ou seja, melhor termos pedreiros para serem comandados por engenheiros sem especialização. Meritocracia e competência não fazem parte da gestão na Polícia Federal.

        Enquanto isso, inquéritos que viram denúncias  -10%, quem dirá os que chegam a resultar em condenação.

        Triste fico por ver que boa parte da sociedade não tem noção do problema da segurança pública.

        Fácil excretar que é só questão de dinheiro, também é, ainda mais depois de 7 anos com o salário congelado. Mas são tantos os problemas que culpar somente isso pela insatisfação é covardia.

  22. Eu gostaria de poder emitir

    Eu gostaria de poder emitir minha opinião, mas estou respondendo um processo administrativo exatamente por isso. Enviei minha opinião em um canal fechado, criado para receber criticas, mas estou sendo punido por isso.. Logo, prefiro ficar calado…

     

  23. Eles querem dinheiro

    Essa história de acabar com o inquérito policial é pura balela!!!

    Enchem a boca pra dizer que o inquérito é ineficiente, burocrático e blá, blá, blá…

    E ainda culpam os delegados por isso???!!!

    Alguém já se perguntou qual a verdadeira parcela de culpa dos delegados?

    Como já foi muito bem explicado neste fórum, o delegado é responsável por coordenar a investigação e garantir, mediante análise técnico-jurídica, que as provas, na fase pré-processual, sejam colhidas sob o manto da legalidade.

    Quem são os responsáveis por ir a campo colher as provas, entrevistar testemunhas, preservar local de crime, recrutar informantes, realizar intimações, obter informações, reunir dados, fazer escutas telefônicas, relatórios, etc?

    Resposta: os agentes.

    Portanto, esquecem-se os agentes de que a propalada inutilidade do inquérito policial é resultado de sua própria ineficiência. Eles são parte do problema.

    Se acabassem com o inquérito policial hoje, nada mudaria, pois ainda teríamos que lidar com uma fase policial, pré-processual, dotada de características como “oficialiade” e “escrita”, ou seja, um amontoado de papéis que receberia um nome qualquer, mas em nada mudaria sua ineficiência.

    Vejam que o problema não é a forma (inquérito policial), mas seu conteúdo, como ele é feito e por quem ele é feito. E o inquérito policial é produzido não só pelo delegado de polícia, mas muito mais por seus agentes e também pelos escrivães.

    Portanto, a bandeira levantada pelos agentes, sobre fim do inquérito policial e a garantia de uma segurança pública mais eficiente é puro DISCURSO SINDICALISTA, PANFLETÁRIO.

    Afinal, o querem os agentes, escrivães e papiloscopistas??

    Resposta: aumento salarial e carreira única.

    Sobre aumento salarial, não há muito o que comentar. Todos queremos.

    Com relação à carreira única, vejamos o seguinte exemplo:

    O sujeito é aprovado num concurso público para escrevente judicial e é empossado. Com o passar dos anos, adquiri experiência, conclui a faculdade de Direito e começa a pensar que poderia fazer o mesmo trabalho do juiz. Então, ao invés de prestar concurso para a magistratura, o escrevente imagina que deveria alçar ao cargo de juiz independentemente de concurso.

    Na Polícia Federal existem 6 cargos distintos: delegado, perito, agente, escrivão, papiloscopista e administrativo.

    Para concorrer aos cargos de delegado e perito, o candidato deve possuir formação específica, ou seja, curso superior de Direito para o primeiro e formação superior em diversas áreas para o segundo (contabilidade, engenharia, química, computação, etc.).

    O concurso público para os cargos de agente, escrivão e papiloscopista exige do candidato formação superior inespecífica, ou seja, basta um diploma de nível superior que o sujeito está habilitado para concorrer.

    Para a carreira administrativa, o concurso exige formação em nível médio.

    Ocorre que, conforme já reconhecido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, o diploma de nível superior para os cargos de agente, escrivão e papiloscopista é apenas uma condição para ingresso contida no edital do concurso e não quer dizer que as atribuições desses cargos exigem tal formação superior.

    Mas o que acontece na Polícia Federal?

    Uma enxurrada de profissionais (administradores, contadores, bibliotecários, engenheiros, economistas, veterinários, etc.), não absorvidos pelo mercado de trabalho, vai à busca de bons salários e estabilidade proporcionada pelo serviço público.

    Porém, uma vez dentro do órgão, dizem-se desvalorizados e desmotivados. A solução para eles, de acordo com a doutrina pregada pelos sindicatos, é culpar o inquérito policial e os delegados.

    O que eles querem na verdade é tornarem-se delegados sem que sejam submetidos a novo concurso público.

    Dizem que somente a experiência profissional adquirida depois de anos é que poderia proporcionar o acesso ao cargo de delegado e reclamam que jovens inexperientes fazem concurso para serem “chefes”, referindo-se aos delegados, e que por isso a polícia vai mal.

    Esse argumento contradiz o que os próprios agentes pregam, no sentido de que a investigação deveria ser conduzida pelo Ministério Público e por isso tanto defenderam a rejeição da PEC-37.

    Só se esqueceram de uma coisa: o Ministério Público também é ocupado por muitos jovens que acabaram de sair dos bancos das faculdades, prestaram concurso público e assumiram o cargo de promotor.

    Ora, porque o promotor jovem, inexperiente, recém-empossado, poderia conduzir uma investigação, como defendem os agentes, e o delegado, nas mesmas condições, não?

    Esse exemplo é apenas parte dos argumentos falaciosos utilizados pelos sindicatos e seus asseclas.

    Sobre os temas propostos:

    Desaparelhamento do órgão. Não existe desaparelhamento da PF. Como órgão do Poder Executivo Federal, a PF está sujeita aos desmandos do governo federal no que diz respeito à administração, ao orçamento, criação e preenchimento de cargos, aumento de salários e tudo mais. Tais problemas não estão relacionados, de forma alguma, com o inquérito policial e aos delegados.

    Falta de sintonia entre a PF e o Ministro da Justiça. Não existe falta de sintonia. Os agentes, escrivães e papiloscopistas, representados por seus sindicatos, foram os únicos cargos do governo federal que não aceitaram o aumento salarial de 15% em agosto do ano passado e voltaram a rejeitar esse mesmo índice em agosto deste ano. Nenhum outro cargo teve aumento superior a isso, nem mesmo o Judiciário Federal, representado pelo Presidente do STF. O Ministro da Justiça não tem como negociar aumento superior a esse índice. Aliás, sequer é da alçada do MJ realizar tal negociação, que é conduzida exclusivamente pelo MPOG. A Presidente da República foi a público dizer que este era o aumento possível dentro das expectativas econômicas e que ninguém receberia aumento superior a esse índice. Diante disso, qual seria a margem de intervenção do MJ? Todos os cargos do executivo federal fizeram greve e ninguém conseguiu aumento superior ao índice de 15%. Por que os agentes, escrivães e papiloscopistas conseguiriam? Ah, sim, porque eles não querem aumento, eles querem reestruturação…

    Disputas internas na PF. Existe disputa pelo poder. Os sindicatos dos agentes, escrivães e papiloscopistas tem uma única meta: a carreira única. Ou seja, querem se tornar delegados sem a prévia aprovação em concurso público. Para isso, recorrem a diversas propostas, tais como reestruturação de seus cargos e fim do inquérito policial. Não há margem para isso. Em toda instituição que se preza, seja pública ou privada, existe hierarquia, ainda mais no caso de uma instituição armada. Sempre existirão os chefes e os subordinados. A PF é chefiada por delegados. Por que os agentes, escrivães e papiloscopistas querem inverter a ordem natural das coisas?

    Os sindicatos dos agentes, escrivães e papiloscopistas não foram suficientemente hábeis para conquistar junto ao governo federal as promessas que fizeram aos seus sindicalizados e então resolveram eleger um inimigo: o delegado.

    Esses sindicatos enganaram a todos dizendo que negociavam com o MPOG a propalada reestruturação, que lhe daria aumentos reais significativos em seus salários.

    Entretanto, o MPOG oficializou documento dizendo que, nas mesas de negociações, em nenhum momento foi discutido aumento salarial superior ao índice concedido a todas as demais categorias do funcionalismo público federal.

    A saída mais fácil foi escolher a via do “quanto pior melhor”. Ou seja, “se não está bom pra mim, não vai ficar bom pra ninguém”. No “beco sem saída”, os sindicatos preferem atacar a todos, ofender os delegados e o Ministro da Justiça.

    Esqueçam essa história de que querem melhorar a segurança pública, de que estão preocupados com o futuro da PF, que o inquérito policial é ineficiente e todas as outras baboseiras.

    O que essa gente quer é dinheiro!

    Duvido que se houvessem obtido os ganhos salarias almejados estariam aqui hoje preocupados com a ineficiência do inquérito policial.

    Como não conseguiram, tudo o que fazem e propagar mentiras e ofensas.

    Pra se ter uma ideia de quão profana é a pregação dessas categorias, vejam que foi postada aqui neste fórum uma matéria que trata de um roubo contra uma lotérica, onde estavam presentes 3 delegados federais, que não reagiram ao crime e preferiram acionar a polícia militar.

    Existem centenas de casos semelhantes, em que policiais, sejam delegados ou agentes, preferem não reagir a um crime por entenderem que as circunstâncias não são propícias, inclusive para proteger suas próprias vidas e de terceiros.

    Entretanto, tudo o que fazem é usar este exemplo como forma de ofender e denegrir a imagem de autoridades policiais.

    Pessoalmente, eu torço para que acabe o inquérito policial. Ao menos isso serviria para demonstrar aos oportunistas que estavam errados.

    Com o fim do inquérito policial, continuaria a existir uma fase policial, pré-processual, dirigida por uma pessoa tecnicamente apta, que hoje é o delegado de polícia, e a colheita de provas continuaria sendo realizada por outras pessoas e tudo permaneceria como “dantes no quartel de Abrantes”, até que enxergassem – quem sabe – que o problema, neste caso, está na ineficiência nas pessoas e não dos meios.

    1. Uma dúvida de leigo

      Caro Julio,

      Dado seu evidente conhecimento e experiência no assunto, poderia nos dizer se há outros países que tem a mesma estrutura policial que a nossa?

      E nos dizer como funciona a estrutura policial nos EUA e na França ou Inglaterra?

      Não precisamos e talvez nem devamos copiar inteiramente os sistemas de outros países, mas ter uma base de comparação é sempre boa para tornar a discussão mais racional.

       

    2. não é bem assim

      Acho que os exemplos estão um pouco mascarados. De fato a carreira única para os cargos citados seria inconstitucional. Um artifício. Só tem uma diferença.

      Policial exeerce atividade fim do órgão, atribuição constitucional desde o primeiro momento. Todas os cargos citados pelo nobre jurisconsulto são atividades meio. Assim a correta analogia seria:

      juiz – desembargador (ambos exercem a atividade fim, um serventuário valoroso exerce atividade meio)

      Promotor – procurador (ambos eercem atividade fim (técnicos e analistas exercem atividade meio)

      Policiais – Delegados (mesma atribuição constitucional, mesma missão constitucional, mesma atividade fim, carreira única como eigido pela CF)

      Entende que deturpam os fatos ao abordar o tema carreira única.

      Que fique claro. As analogias  colcoadas guardam mais identificação com cargos administrativos da PF. Os cargos policiais comportam a carreira única. Muito mais motivadora, baseada na exepriencia, especialização e meritocracia. Melhor para a sociedade sim. Mas esta é apenas uma das justas reivindicações.

    3. Caro Julio,
       
      respeito tua

      Caro Julio,

       

      respeito tua opinião quanto aos delegados, serem os titulares do inquerito policial. Afinal de contas eles são bachareis em direito, e como o inquerito versa sobre parte juridica faz sentido.

      O que não me parece muito razoável é pensar em bacharéis em direito responsáveis por áreas de administração, áreas de planejamento ou áreas operacionais. Talvez o senhor consiga me explicar o porque um bacharel em direito está na chefia da área de Tecnologia da Informação, ou na chefia do Canil, do Comando de Operações Táticas, da aviação (sendo que nesse caso existem vários policiais de todos os cargos como pilotos), dos Núcleos de Polícia Marítima, e tantos outros exemplos.

      O que se esquece neste debate todo é que enquanto há divergências  e ruptura dentro do DPF, o povo, que é no final das contas o maior interessado em ter uma polícia eficaz é quem leva o prejuízo.

      O brasil necessita de uma PF forte, mas para alguns cargos, é mais importante que seu cargo seja chamado de excelência. A Polícia Federal é tão forte quanto o seu elo mais fraco, e esse está se partindo, enfraquecendo a instituição e permitindo que mais crimes aconteças…

       

       

      1. nananinanão…

        Inquériro não é ato jurídico, é procedimento adminstrativo que manifesta a ação POLICIAL do Estado, em sentido estrito, já que o poder de polícia se manifesta de outras formas.

        Logo, meu filho, inquérito (inquirir, perguntar) quer saber e INDICIAR (indicar, apontar): o que houve, quem fez, onde, quando e por que fez…Quem vai dizer onde esta conduta se enquadra dentro do estamento jurídico e processar esta conduta é o JUDICIÁRIO, “dê-me os fatos, e saberei o direito”….

        A tituralidade da investigação pode ser , neste sentido, de qualquer agente policial que a administração pública julgar apto para tanto, considerando suas competências, experiências, habilidades, sua ficha funcional, etc…

      2. Resposta ao delegado Julio

        Caro delegado Julio,

        Infelizmente você não conhece esse orgão, e também não deve ter competência necessária para saber o que ocorre nos bastidores, ou colabora para que o DPF afunde cada vez mais na lama. 

        Vou esclarecer alguns Fatos que ocorrem e que ninguem toma providência, ou por má gestão, incompetência ou por prevaricação, e isso em todos os niveis dos chamados gestores. 

        O numero de Agentes, Escrivães e Papiloscopistas triplicou desde que eu tomei posse, e nessa leva o numero de delegados quadriplicou. havia um deficit de agentes por delegacias que seriam sanados com esses EPAS efetivados, porém, para alojar e dar função a um bando de delegados criaram um tanto de delegacias e esse efetivo não cresceu adequadamente, ao contrario diminuiu. A necessidade de criação de algumas delegacias com certeza se fez necessário, mas outras tantas so serviu para criar novas chefias sem necessidade.

        De acordo com as palavras desse delegado Julio os EPAS não tem utilidade nenhuma na policia, e não dependem deles para efetivar um inquerito, acredito que esse deve ser um dos delegados que emperram todo DPF, e que os inqueritos de sua responsabilidade não levam a nada, devido a falta de ivestigação, lembrando que investigação é ampla e abrange varias etapas, se ficar restrita a papel será nula no judiciario.

        As intromissões politicas na Policia Federal estão ocorrendo diariamente, mesmo levando informações de corrupção que ocorrem no Governo Federal em todos os ministérios, são levadas a crivo do Ministro da Justiça, Que só determina as investigações que lhe convem. Quando ha relato de investigação no ambito da policia federal sobre alguem do governo sem o conhecimento do Ministro da Justiça esse manda tirar o encarregado da investigação e o transfere ao seu bel prazer. É so ver a operação que teve Rosimere, a amante do ex presidente Lula como pivo do caso. O delegado foi transferido de São Paulo para Brasília. 

        Alem disso os Agentes que trabalharam na Operação Caixa de Pandora que tinham treinamento especial na Dip, ficaram no castigo, não foram mais empregados em operações e restritos aos treinamentos, alem de outros EPAS de NIPS espalhados pelo Brasil que foram colocados a disposição de outras delegacias. Isso implica em treinar, aprender e conhecer, e isso demora alguns anos para que estejam efetivamente prontos para trabalhar.

        O problema da Policia Federal hoje está resumido em politica, que vem instigando uma briga interna de grande vulto onde so quem tem a perder é a sociedade. E enquanto tiver interferência politica as praticas de crimes de colarinho branco praticadas pelo Governo não serão investigadas como deveriam, e digo mais, se fossem investigados todos os ministérios, seriam encontrados traços de corrupção, inclusive na propria policia federal.

         

    4. Delegado Júlio, acho que você

      Delegado Júlio, acho que você não entendeu o real motivo de nossa luta. Não é por aumento salarial, se fosse teríamos aceitado os 15%. Também não é para nos tornarmos delegados sem concurso. Não tenho formação jurídica nem pretendo ter, ou seja não quero ser delegada. Agora, quando prestei concurso para agente me foi exigido nível superior. Trabalho com análise, tenho plena convicção de que minha atividade é de nível superior, e vou continuar lutando para acabar com essa aberração. Quer dizer que minha atividade é de nível médio mas para eu poder participar do concurso preciso ter nível superior? Um pouco incoerente não? A nossa luta é tão somente o reconhecimento em lei do que já fazemos no dia-a-dia. É direito seu defender a figura do delegado e do inquérito policial. É direito meu e de meus colegas defendermos uma polícia menos jurídica e mais técnica, como é no resto do mundo. E isso passa pela valorização de todos os cargos, com a autonima de atuação de cada um em sua área. Área operacional para quem é responsável pelo trabalho de campo, área jurídica para quem for responsável por presidir o inquérito, área administrativa para a carreira de apoio, os administrativos, não policiais. Isso é a busca por melhor eficiência no serviço público. O senhor fala da incoerência da nossa luta, citando o exemplo da PEC 37. Pois na minha visão a incoerência é de vocês. Vocês não aceitam a nossa reestruturação com o argumento de que quando prestamos concurso sabíamos que era assim, que quem mandava no órgão eram os delegados e que por isso a única opção para quem  não tiver satisfeito é estudar para se tornar delegado ou sair do órgão. Eu já penso o contrário, que qualquer estrutura deve ser constantemente aperfeiçoada na busca pela eficiência. A PEC de vocês aliás, visava uma mudança na constituição, que garantisse a exclusividade da investigação. Ah, mas no caso de vocês, isso não era coorporativismo, era apenas a busca para garantir direitos da população, não é isso? Vocês a pouco tempo conseguiram, através de uma lei, a transformação do cargo de delegado em carreira jurídica. Pela sua lógica então, não seria legítimo pleitear tal transformação, pois quem não estivesse satisfeito que estudasse para se tornar promotor ou juíz. Do mais não pretendo te convencer de nada, quero apenas que você respeite a nossa luta. Enquanto não houver respeito entre os cargos, a Polícia Federal viverá este clima de guerra. E como toda guerra não há vencedores, todos perdem.

    5. É triste ver que alguns ainda

      É triste ver que alguns ainda preferem viver em 1800 ao invés de vir para 2013 e se juntar ao mundo moderno. 
      Quem é Polícial sabe que o papel do Delegado de Polícia Bacharel em direito é TOTALMENTE dispensável. 
      1 Dia sem Agente/Escrivão/Papiloscopista a Polícia para. 1 Dia sem Delegado, ninguém sentirá falta. Não soma, não agrega, não multiplica, só diminui e retroage. 

    6. Uma coisa é uma coisa, outras coisa é…

      Titia lembra de um ditado: “casa que falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão”…Parece o caso, embora o pão aqui não falte tanto, haja vista os bons salários das carreiras de delegados e demais agentes (escrivães, peritos, etc) da PF…

      O tio Julio tem razão: se não for inquérito vai ser outra instância pré-processual…Mas seus acertos param aí…Não cabe questionar o viés sindical ou de reivindicação do interlocutor para desprezar seus argumentos…Afinal, cada qual com seu interesse, e não nos parece justo arguir os do Tio Julio, que deve ter os seus…

      Aí  então que a porca torce o rabo…

      Tio Julio quer dizer que a carreira de delegado é “jurídica”, portanto se assemelha a natureza de PRESENTAÇÃO conferida a juízes, promotores e defensores…Um truque que os delegados empurraram goela adentro da sociedade para ganhar uns trocados e lustrar seus egos…

      Na verdade, todos sabemos que o delegado não PRESENTA a polícia, nem o poder policial do Estado, como o juiz PRESENTA o Estado no ato de judicar, e o promtor PRESENTA o Estado na hora de promover e oferecer denúncias, e por aí vai…

      No caso do juiz, promotor e defensor, cada um deles se confunde com o poder estatal que (re)presenta…Já o delegado é parte de uma estrutura administrativa multi-funcional…

      Esta é a enorme diferença…logo, um servidor da estrutura-meio do Judiciário, do MP ou da Defensoria não pode exercer a atividade-fim…No caso dos policiais, agentes e delegados, TODOS eles exercem a atividade-meio e fim, dependendo da instituição policial…

      Realmente, nos dias de hoje, a presença do delegado, como um servidor “em separado” na categoria policial, é sob o argumento de que ele faz a interpretação “jurídica”, e a prevenção e/ou garantia da legalidade do procedimento policial…Uma balela, porque todo servidor policial é responsável pelos seus atos, e por guardar estas prerrogativas dos investigados, e caso tomássemos a afirmação do tio Julio como verdadeira, de que é o delegado a garantia de um Inquérito dentro da lei, poderíamos dizer que quando isto não ocorresse, deveria recair excllusivamente sobre estes (delegados) a responsabilização administrativa e criminal, o que titia imagina não ser o caso…

      É preciso, justamente, desjudicializar a polícia, para que ela se limite a responder: se houve crime, quem cometeu, quando, como, por que…

      Outro argumento é que esta atividade (a do delegado), por sua natureza administrativa (e não judicial, embora seja revalidada judicialmente) pode ser revista, avocada, anulada, alterada a bem do interesse da administração pública e da investigação, quando isto é impossível nos atis judicantes, ou seja, os atos próprios (atividade-fim)de um juiz ou de um promotor não estão subordinados a nenhuma escala hierárquica administrativa…

      É como se defendéssemos que professoras não pudessem oferecer toda sua experiência no magistério aos cargos de direção das unidades escolares até que cheguem no topo de suas carreiras, como secretárias ou ministras de estado da educação.

      Fato semelhante acontece com auditores, fiscais, analistas ambientais, todos aqueles que exercem o poder administrativo de polícia (lato sensu) do Estado…Alguém imagina um concurso exclusivo para delegado da receita ou secretário executivo do ministério?

      Desprezar as possibilidades de promover e valorizar a carreira construída com correção, eficiência, dedicação é um tremendo desperdício, ainda mais quando para substituir por uma noção(equivocada) de necessidade de “saber jurídico”, onde este não é fundamental, nem premissa indispensável para atuar, haja vista que para responder as perguntas do Inquérito não é preciso ser versado nas útlimas modas do direito alemão…

      Nem vamos considerar as injustiças e assimetrais salariais e o potencial de desagregação que acarretam, e que já estamos vendo aqui…

       

    7. O texto é aparentemente bem

      O texto é aparentemente bem escrito, mas, como todo bom demagogo, se utiliza de falsas verdades para expor seus argumentos fantasiosos. Vamos por partes, mas tentarei ser breve.

      1- Ao tentar justificar a figura do delegado e seu inquérito policial, o senhor fala que a culpa então é dos agentes, pois são eles a colher a prova e que assim ela é contaminada e má colhida por falta de habilidade dos mesmos. Inúmeras vezes, as provas colhidas pelos agentes perdem a essência durante a “análise” da autoridade policial que não percebe a nuance do que é lhe é dito ou visto na investigação pois não foi ele quem a colheu, está mais preocupado em colher depoimentos do que analisar fatos ou provas. Num sistema policial correto, usado no mundo todo, essas provas são colhidas DIRETAMENTE pelo policial ainda durante o calor dos fatos, evitando assim contaminações e atravessadores.  já no brasil, a excessiva burocracia faz com demorem meses (ou anos) até que se chegue ao desfecho do caso. Com o fim da burocracia ou extinção do inquérito policial, este risco também seria eliminado.

      2- Fala que o ataque ao inquérito policial e sua inutilidade é mera panfletagem sindical. Na verdade, o que verdadeiros policiais querem é debater o modelo usado até hoje no brasil que se mostrou falho e excessivamente burocrático. Até hoje, não vi nenhuma “entidade sindical” dos delegados (civis ou federais) apresentar qualquer proposta de modernização do inquérito policial ou propostas que visem a melhorias da segurança pública no todo, como a desmilitarização das polícias; pelo contrário, só visam “fortalecê-los” em busca de mais poder, como PECs37, lei 12.830/13 e similares. Devem achar que está tudo bem na segurança pública e que moramos na suíça, pena que não é o que mostram as estatísticas de resolução de crimes, apenas 07% são resolvidos, o resto 93% é arquivado.

      3- Quanto ao fato de que os Agentes, Escrivães e Papiloscopistas buscam o santo graal de saltar de “escrevente judicial” para “juiz”, não poderia estar mais equivocado. Não querem os EPAS (vamos chamá-los doravante assim) se tornar carreiras jurídicas policiais pelo simples fato de que tal aberração NÃO EXISTE nas polícias. Policial é policial e jurista é jurista, não dá pra ser as duas coisas. O que buscamos é a valorização da atividade policial – o nosso fim – e o término da burocracia na polícia. quanto a qualidade das provas, está mais que provado que EPAS – assim como a maioria dos policiais civis e militares – tem a a plena capacidade de as colher com absoluta competência, vide milhares de operações e Boletins de ocorrência que são produzidos e conduzidos por estes diariamente por estes brasil afora. Carreira única policial é o futuro, e dele não se escapa.

      4- Argumenta ainda que os profissionais ao entrarem no DPF como EPAS são como “refugos” do mercado de trabalho, pois entram na polícia buscando salários que não encontraram na iniciativa privada. Que absurdo! Policiais, principalmente os EPAS (cvivis e federais) e militares, entram na polícia POR VOCAÇÃO E VONTADE! claro que salário é importante, mas a satisifação pessoal é muito maior do que isso! Ou delegados tentaram a prova do DPF apenas pelo salário? (estou tentado a pensar assim, tendo em vista os recentes acontecimentos, mas enfim.) Este pensamento também poderia ser usado contra delegados; afinal, é a “carreira jurídica(?)” de mais fácil ingresso: as provas são infinitamente menos elaboradas, não tem fase oral (ainda), não requer prática jurídica, etc Talvez por serem considerados a “série B” dos cargos jurídicos(?) que delegados tenham tanta vergonha de serem policiais e saiam desarmados na rua…

      5- Ainda, esquece-se o autor do texto que Promotores de justiça e Membros do MPF necessitam de prática jurídica de 03 anos como requisito de ingresso em seus cargos. Além disso, ainda há a escola de formação, muitas vezes superior ao curso de 03 meses da ANP para o cargo de delegado. Sem contar que o MP não sai “chefe” da formação, sai promotor substituto, o que é bem diferente.

      6- quanto ao índice dfe 15.8%, o fato de que o EPAS não o aceitaram se deu basicamente por  não recebermos como as demais categorias similares a nossa, como ancine, abin etc. Se houvesse reestruturação salarial ao nível destas, talvez aceitassemos os 15.8%. quanto ao fato de que o índice foi geral e aceito por todos, é um a FALÁCIA, pois os próprios delegados federais obtiveram o índice de 26% para sua classe inicial. ISTO DENTRO DO MESMO ÓRGÃO! Qual o motovo?

      7- Por fim, concordo com o autor quando fala que realmente vai sempre haver uma fase pre-processual (que prefiro chamar de “FASE INVESTIGATIVA”) escrita e conduzida hierarquicamente. Porém, com chefes alçados a essa condição por mérito e não por sorte e uma investigação muito mais dinâmica, rápida, desbrucratizada e EFETIVA. É assim nos demais países desenvolvidos, e é esta nossa proposta. Ajudará – e muito – a acabar com as maiores pragas que assolam nosso país: CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE.

    8. Do alto do pedestal, bostejou!

      A sentelha da discórdia está em pessoas como esta, que ainda se diz ser um policial. Nassif, não precisa fazer nenhuma pesquisa para saber o porque da discórdia na PF. Basta ler texto escritos como este assinado por VOSSA EXCELÊNCIA, que do alto do seu pedestal bostejou!  Agora explique-me, com trabalhar com um cara desses? 

    9. crise na Polícia Federal

      Senhor nome ficticio Julio Nogarolli, pois creio que não teve coragem de postar com seu nome, o senhor deveria analisar o seguinte, se é o Delegado o responsável por conduzir o inquérito, e acha que esta ocorrendo erro na investigação e não o corrige, seria no mínimo conivente, se são tão ENTENDIDOS  no assunto, que conduzam seus próprios e irrelevantes inquéritos e investigações, já que são os donos da investigação, mas não o fazem por não saberem, só sabem sentar atrás de uma mesa e esperar cair no colo o trabalho alheio,  ocorre que sem o escrivão para proceder a todo o inquérito o douto não consegue nem iniciar o cabeçalho, no seu caso seria mais produtivo ir PROCURAR UMA LOTÉRICA, mas não esqueça de levar sua arma…..desculpe esqueci que a grande maioria não sabe usar…., só para seu conhecimento dentro do Órgão POLICIA  FEDERAL, existem muitos AGENTES, ESCRIVÃES E PAPILOSCOPISTAS, que tem o que acho o referido cidadão não tem…DOUTORADO…e nem por isso quiseram ser DELEGADOS, PERITOS….curso de DIREITO, 80% dos integrantes da classe dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas o tem……o responsável pelo inquerito é o Delegado, quem relata é ele, sendo assim quem é o responsável??????quem é que conduz, e se acha que a investigação não esta a contento que peça novas investigações…..E quem pensa em dinheiro é a classe que fica pensando unicamente em si próprio, na sua familia….no EU….o “resto” não precisa COMER, BOTAR FILHO NA ESCOLA, TER VIDA SOCIAL…..só os poderosos donos do inquérito tem esse direito, e porque será que queriam a aprovação da PEC 37,…… pela sua análise, os PERITOS são outra classe sem valor, pois segundo o senhor com suas palavras disse: UMA ENXURRADA DE PROFISSIONAIS (ADMINISTRADORES,ENGENHEIROS, CONTADORES,ECONOMISTAS etc) NÃO ABSORVIDOS PELO MERCADO DE TRABALHO………Se contradizendo ao que escreveu anteriormente, ou Vª Sª  não dintingue cursos superiores….e antes que me esqueça, os delegados foram agraciados com 26% de aumento para os delegados de 3ª classe …ou estou enganado….26% e 15% são indíces diferentes……quem esta mentindo????? voce sabe em quantos países no mundo existe o Inquérito Policial?????? tenha dó….fuiiiiiii

      1. Senhor nome fictício

        Senhor nome fictício Barros,

        Infelizmente, a realidade de 90% dos agentes, por exemplo, é do tipo que vai fazer uma diligência e o resultado é o seguinte: “Fumo, não encontremo e vortemo”.

        Ganham muito bem pelo que fazem.

        Não me ofendo com suas palavras, porque a carapuça não serve para mim.

        Só para registrar, o fato de os delegados de 3ª classe terem obtido um percentual de 26 de aumento reflete tão somente o resultado da negociação realizada pela entidade de classe.

        O mesmo percentual foi oferecido para todos os cargos. Mas a Fenapeste negou, assim como vem negando todo e qualquer acordo com o governo federal.

         

        1. Seguindo sua lógica

          Seguindo sua lógica generalista, 99% dos delegados são do tipo que assinam o trabalho feito pelos outros, praticando plágio intelectual. Tão inúteis quanto o IPL.

    10. reestruturação…

      Realmente, a busca pela reestruturação é “dinheiro” – aumento salarial. É provável que ao menos os que defenderam/defendem carreira única queiram ser delegados, alguns até já são via concurso. Eu, particularmente não pretendo se quer fazer o curso de direito. Nada contra os delegados e entendo que têm suas atribuições, a questão é que deveriam ser mais ativos e tornar o inquérito uma ferramenta mais produtiva que quantitativa e essa atribuição e responsabilidade é exclusiva dos delegados.

      A argumentação falaciosa e o paralelismo criado no texto não se apresentam fundamentados, pois se continuarmos no raciocínio queremos ser ministros, presidentes…. A questão de uma ou outra categoria não ter aceitado ou ter aceitado os percentuais de aumento em nada altera as solicitações de reestruturação.

      É provável que a argumentação e visão retrógrada (não apenas do Julio Nogarolli) utilizada quando se fala dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas se fundamentem porque antes (1988) a seleção era com provas de nível médio. Antes disso, ainda, muitos peritos e delegados nem o concurso fizeram. De lá para cá já surgiram as agência reguladoras, a Abin dentre outras.

      O trabalho passou a ser complexo, mesmo assim no momento de caracterizar o Agente este é visto como um executor de diligências e cumprimento de mandados… Os escrivães como “digitadores” – como se estivéssemos na época da máquina de escrever -,  quanto aos Papiloscopistas é como se estes apenas “pegassem” as digitais. Não são dados os créditos aos trabalhos, vejam-se os autos circunstanciados, de fato, infelizmente, as decisões estão no âmbito do Judiciário, os delegados até mandam ou acham que mandam na PF e PC, pelo menos têm os cargos de chefia, mas vejam onde está o trabalho final do Mensalão do PT – muito trabalho empurrado por seis votos.

      Naturalmente, com pouco exercício mental será possível ver que houve uma enorme complexidade nos trabalhos: interceptações; identificação de vítimas em acidentes aéreos, diligências em aeroportos, rede de dados… No entanto, não se trata apenas disso devemos ver que são mais de cinco anos sem reajuste salarial o que “corroí” o poder aquisitivo.

      Já temos até uma Constituição e o governo não é militar… o tempo passou…  

  24. É importante frisar que o que

    É importante frisar que o que os Agentes Federais reivindicam para seus salários não é aumento, mas somente reajuste e reposição das perdas dos últimos 7 anos. Essa tentativa de dar um aspecto mercenário á categoria nada mais é que uma nuvem de fumaça que se joga para descritibilizar a categoria de agentes, que estão questionando o atual sistema de segurança, incomodando aqueles que preferem que tudo continue assim. O fato de tudo já ser assim há algum tempo, exemplo o inquérito herança do Império ,é argumento suficiente para que não seja questionado? O fato de delegados sempre estarem a frente nas chefias também é inquestionável na PF , o que não está definido constitucionalmente, mesmo muitos não mostrando nenhuma competência e liderança para tanto?

    Os agentes Federais querem discutir novos modelos de investigação. Não querem ser delegados, que também é outa nuvem de fumaça, num desespero de falta de argumentos, mais uma vez querendo descretibilizar aqueles que não vêem hierarquia funcional como submissaõ. Enquanto delegados lutaram pela PEC 37, nós não só NÃO apoiamos ,como lutamos contra. Assim como eles ganharam a aprovação da lei das excelências e a possível quebra do teto de salário do executivo no futuro, com um pulo em seus ganhos, os agentes federais querem um reajuste e participar de lutas, nas quais nossos posicionamento será diverso ao deles, não por questões salariais,mas simplesmente por que a hierarquia funcional não nos obrigará a pensar como eles, pois os interesses deles, em sua maioria só a eles servem, como lutar por ser chamados de excelências.Queremos reajuste e  discutir um modelo de investigação e segurança pública melhor. Se isto é ruim ou mal digam suas consciências.

  25. A Crise na Polícia Fedral

    ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A RECENTE GREVE DOS ESCRIVÃES,

    AGENTES E PAPILOSCOPISTAS POLICIAS FEDERAIS

     

    A greve na polícia federal realizada recentemente por escrivães, agentes e papiloscopistas (também chamados de EPA’s), já é motivo de um cisma dentro do próprio DPF, e isso devido à falta de apoio dos delegados de polícia federal ao pleito, que é o de ter uma carreira reestruturada em Lei e remunerada adequadamente, como outras tantas do Executivo.

    O impedimento às negociações, mais uma vez, se fixou no absurdo ideológico de um servidor ocupante de um cargo, não poder perceber como salário final  (após no mínimo 15 anos de trabalho) o que o ocupante de outro cargo da mesma carreira ganha quando ingressa no serviço público, sendo unanimidade dentre os delegados, que se trata apenas de HIERARQUIA embasada em LEGALIDADE. Um verdadeiro conto de fadas.

    Por sua vez, quando consultados individualmente, os delegados se manifestarem solidários ao movimento, mas, quando representados por sua Associação (ADPF – Associação dos Delegados de Polícia Federal), minam e destroem sistematicamente qualquer tentativa de negociação ou acordo, em que não seja respeitado o que já passaram a chamar dentro do órgão de “trava salarial”, termo até bem próprio, eis que impede, metodicamente, qualquer melhoria salarial em favor dos EPA’s, tirando a possibilidade de suas esposas e filhos tere um sustento mais digno, estudarem em escolas melhores e darem uma qualidade de vida não igual, mas parecida como a que eles (delegados) dão à seus próprios filhos.  

    O QUE VEM A SER A PROPOSTA DE  REESTRUTURAÇÃO

    A reestruturação, para quem não sabe, se baseia em se consolidar em Lei uma compilação de atribuições já exercidas pelos EPA’s e que não se encontram regulamentadas em nenhum lugar do universo jurídico, e que crescem cada vez mais em número e complexidade. Tal fato se dá em razão da imposição, por parte da Administração do DPF, ao cumprimento de Portarias e Instruções que tem como embasamento de suas validades outra portaria,  a Portaria do MPOG  de nº 523/89 Editada pelo então Ministro do Orçamento Planejamento e Gestão, e que traz como anexos, documento, certamente elaborado pelo DPF, onde são enumeradas quais seriam as características  e as ATRIBUIÇÕES de cada cargo dentro da estrutura do Órgão, e suas classificações (Níveis superior e médio).

    O Sr. Ministro, quando aprovou a Portaria nº 523/89,  o fez com fundamento no art. 87, inciso II, da Constituição Federal de 1988, que prevê: “Art. 87 – Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos (…) II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos”.

    Na redação do texto da referida portaria, verificamos sem esforço, que o Senhor Ministro, certamente orientado por sua assessoria jurídica, ao dar publicidade ao texto legal, e para não ir além daquilo que a Constituição Federal lhe assegurara quanto à sua competência funcional, inseriu na mesma apenas a expressão “aprovar”, mas restringindo sua chancela somente às “características das classes”, e que vem a ser exatamente, quais seriam as de nível superior e médio e suas tipicidades funcionais  (primeira parte do ANEXO – CARACTERÍSTICAS:),  não mencionando a Portaria, nada que diga respeito a ATRIBUIÇÕES , sagazmente insertas sob o manto de um tópico denominado “DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES” e que vem a compor a segunda parte do ANEXO publicado com a portaria.

    Contudo, de forma indevida e imprópria, os anexos trazem em seu corpo, redigido em linguagem pobre e subjetiva (e isso numa época em que o País respirava, legalidade, direitos e democracia – Promulgação da C.F. de 1988) algumas expressões descabidas e impróprias ao contexto, eis que nela estão elencadas quais seriam as ATRIBUIÇÕES dos cargos, o que á Luz da Legislação recém criada (CF),  só poderia ocorrer através de Lei ou Decreto.  

    O Ministro, através de seu ato, ainda que de forma indireta, criou “lei”, que sob essa forma, sequer deveria existir, algo inequivocamente fora do normal, da razão e sem previsão Legal, mas, que na interpretação da Direção do DPF, vem sendo referenciada como DISPOSITIVO LEGAL e servindo de amparo a um sem-número de Instruções, Orientações, Portarias e Normativos.

    INTRUÇÕES NORMATIVAS EDITADAS POR PERÍODOS

    Instruções Normativas  criadas de 1979 a 1993

    42    Instruções em 15 ANOS

    Instruções Normativas  criadas de 1994 a 2004

    108  Instruções em 10 ANOS

    Instruções Normativas  criadas de 2004 a 2012

    245  Instruções em 09 ANOS

     

    ORIENTAÇÕES NORMATIVAS POR PERÍODOS

    Orientações Normativas  criadas de 1993 a 2008

    27    Orientações em 15 ANOS

      Orientações Normativas  criadas de 2008 a 2012

    22    Orientações em 05 ANOS

    A Constituição Federal de 1988, no seu art. 5º, inciso II, diz: “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude da lei”, e não existe em nosso ordenamento, Lei que sirva de encaixe ao disposto na Portaria nº 523/89 e que poderia balizar, à título de pretexto, sua possível regulamentação.  Assim, temos ocupantes de cargos integrantes de uma carreira que hoje de nível superior e de Estado, que é a carreira Policial Federal (ESCRIVÃES, AGENTES e PAPILOSCOPISTAS), sem que no arcabouço jurídico brasileiro exista Lei ou Decreto que defina ou regulamente suas atribuições.

    E não para por ai, a Portaria do MPOG nº 523/89 vai muito além, conferindo ainda às autoridades ditas hierarquicamente superiores (Delegados) a função de definir quais sejam as atividades a serem exercidas ou não por outros servidores integrantes da mesma linha funcional, sendo sabido que entre ocupantes de uma mesma carreira (e à luz do nosso Direito Administrativo), não existe hierarquia, e sim subordinação administrativa aos ocupantes dos cargos de chefia, desde que devidamente instituídos.

    O que o Sr. Ministro de Estado textualmente não fez, e isso para não infligir o dispositivo constitucional que não permitia a criação de atribuições para cargos públicos através de portaria,  as autoridades policiais dentro do DPF vem fazendo,  interpretando que a Portaria Ministerial permite sim, que ocupantes de um cargo da mesma carreira (delegados) –  que diga-se de passagem é única (Art. 144 da CF) –  criem obrigações funcionais e atribuições para outros servidores.

    Não é necessário ser um lente ou um jurista de renome para verificar que da forma que fora publicada, a Portaria Ministerial viola ainda os Princípios da Razoabilidade, da equivalência e do tratamento igualitário, eis que individualmente, e somente à luz da mesma, teria a “autoridade superior”, o condão de definir também quais seriam as atribuições individuais de um servidor policial, o que pode se observar na parte final de seu texto  “…executarem outras tarefas que lhe foram atribuídas”.

    A forma nada “técnica” como as ATRIBUIÇÕES dos cargos estão dispostas e definidas na Portaria nº 523/1989 publicada pelo MPOG – que na verdade apenas faz menção ao anexo, certamente confeccionado pelo DPF e encaminhado para publicação – trazem resquícios de um militarismo ditatorial que dominou a Polícia Federal desde os anos 60, época em que os delegados ainda eram nomeados, e abusos como torturas, perseguições e outras atrocidades administrativas eram consideradas “normais” e toleradas, resquícios estes que podem ser vistos ainda hoje em nosso nada prosaico Regime Disciplinar (Decreto 59.310/66 e Lei. 4.878/65 – H. Castelo Branco), deixado ao DPF como herança da revolução de 1964, e que de forma quase inacreditável, vem sendo aplicado até hoje dentro do DPF, e com pulso bem forte, muitas vezes até em desacordo com a própria Lei nº 8.112/90, que é o atual Regime Jurídico Único dos servidores civis da União, ficando a aplicação de ambos dispositivos, condicionada ao entendimento das Corregedorias do DPF, que de forma totalmente desunificada, decidem singularmente se abrandam ou recrudescem quando da aplicação de sanções administrativas, muitas vezes julgando e apenando de forma diferenciada infrações disciplinares com condutas similares.

    Explanadas estas questões sobre o que representa o movimento de REESTRUTURAÇÃO, suas aspirações e voltando ao raciocínio acerca dos trabalhos realizados no DPF, temos a figura do delegado num ponto, e no outro extremo desta mesma reta, a do EPF (escrivão), no meio está o Agente, o Papiloscopista e o Perito todos flutuando sobre o tão “precioso” INQUÉRITO POLICIAL.  Contudo, se um IPL for analisado friamente por qualquer um com a mínima noção do que ele realmente é, atribuiria hoje ao escrivão (EPF), basicamente, a função de apor carimbos, lavrar os termos de movimentação (recebimento, conclusão, certidão, data e remessa), digitar oitivas e fazer apreensões, mais nada, sendo exceção à regra a guarda provisória de materiais apreendidos.

    Pelo mesmo prisma, os Agentes (APF) teriam sua participação restrita a um universo que compreenderia apenas a confecção de relatórios, informações e conhecimentos, além de promoverem escutas, degravações e participarem de atividades de repressão a crimes contra a União, além de fazerem seguranças pessoais e orgânicas,  já os Papiloscopistas (PPF), apenas a confecção de Laudos Papiloscópicos.

    São estas as atribuições que qualquer servidor ou integrante de outro Órgão da Administração direta ou indireta diria ter esses policiais, quando lessem um Inquérito Policial, contudo, essas três categorias realizam centenas de outras atividades dentro do órgão (Passportes, controle de produtos químicos, fiscalização bancária, patrulhamento marítimo, controle de depósitos, controle de armas – SINARM – SISTEMA NACIONAL DE ARMAS, alimentam o SINPRO – SISTEMA NACIONAL DE PROCEDIMENTOS, controle de imigração e muitas outras tarefas, todas regidas  e regulamentadas por leis e decretos que tem que ser conhecidos pelos servidores que as executasm, e que não são os Delegados). No DPF é anátema dizer que até a um ano ou dois, quase que 100% de tudo que era encartado nos autos e que as ilustres autoridades policiais grafavam como sendo fruto de seu intelecto, já vinha pronto para que assinassem (com raras exceções), e segundo conta, muitos sequer leram o que assinaram.  Na atual (RE)estrutura do DPF isso acabou, não é mais aceitável pelos EPA’s a gestão e a adoção de “políticas de segurança” dentro do DPF apenas pelos senhores delegados, eis que os quadros funcionais do DPF, após 1996, vem sendo formados por uma massa pensante de profissionais de altíssima capacidade e dos mais diversos segmentos acadêmicos (EPA’s  com mestrados, doutorados e pós-doutorados), e não mais por servidores e nível médio, o que elevou e muito, a qualidade dos serviços prestados pelo DPF   à sociedade. Os resultados desse desapego que antes existia por essa arte (política) por parte dos EPA’s, estava era provocando a morte lenta e agonizante do Órgão, que aomque parece e lamentavelmente, ainda se encontra amordaçado, controlado e vigiado exatamente pelas pessoas que mais o temem, e que não veem interesse nenhum em fortalecer e dar independência à Polícia Federal (inamovibilidade da Direção Geral com eleição por voto da categoria com escolha em lista tríplice, autonomia financeira, desvinculação do Ministério da Justiça – afinal o DPF  e a polícia JUDICIÁRIA  da União –  e independência funcional).   Se estas medidas fossem adotadas, através de Lei, o País colheria mais frutos do que poderia imaginar, e digo apenas isso… Considerando que as pessoas que estão lendo esse singelo arrazoado, sabem exatamente do que falo.

    Por este prisma e face aos novos modelos investigativos adotados em praticamente todo o mundo, entendemos o por que de estarem os Delegados, não acreditando na implantação de um modelo como o descrito acima,  lutando de forma titânica numa batalha pelo tão almejado espaço no Universo Jurídico, já meio que como segunda opção, sabendo como as coisas tenderão a ficar daqui a alguns anos (fim do IPL), e tem sido difícil para os integrantes desse cargo  sustentar a importância de seu trabalho nesse diminuto universo da persecução criminal, pois  pouco colaboram na formação da prova judicial, não existindo para tais personagens (face aos requisitos de modernidade, celeridade e transparência nas investigações) nenhum papel num Estado moderno, inclusivo e desenvolvido, o que é o desejo de todas as pessoas que possuem a visão de um Brasil livre de mecanismos corruptíveis e com estruturas mais enxutas e eficientes.

    Assim, pode-se afirmar, sem sombra de dúvidas, que o Departamento de Polícia Federal nunca mais será o mesmo, pois as mudanças tanto almejadas pelos EPA’s  e que com certeza propiciarão um melhor funcionamento do Órgão, na verdade são a exteriorização de concepções voltadas à modernidade, eficiência, proatividade e transparência, já bem definidas nas mentes daqueles servidores e com certeza, representam também o desejo  de uma nação cansada de tantos escândalos e  de impunidades.

  26. No FBI existe uma gama quase
    No FBI existe uma gama quase infindável de cargos e setores, para cuidar das também inúmeras atribuições da instituição. Para tanto, é necessário que se possua uma equipe diversificada de profissionais dedicadas exclusivamente a suas áreas de especialidade para fazer toda a engrenagem rodar. Superficialmente falando, existe então em sua estrutura duas carreiras básicas a se seguir: a Special Agent career (carreira de agente especial) e a Proffessional Staff carreer (carreira de equipe de profissionais).  Dito isso, esclareço: os únicos considerados Policiais Federais nessa estrutura, são os Agentes Especiais, que devem possuir uma das seguintes formações: Contabilidade, Ciências da Computação/ Tecnologia da Informação, Línguas, Direito ou áreas “diversas”. Eles dão preferências para as seguintes áreas de experiência, consideradas “críticas”:  Contabilidade, Finanças, Engenharias, Ciências da Computação, Proficiências em línguas estrangeiras, Experiência em Inteligência, Experiência em Direito, Experiência em investigação, Experiência Militar, Matérias Científicas (Física, Química, Biologia etc), Experiências Diversas. As outras carreiras são de suporte a esses policiais. Caso reste alguma dúvida, vou explicar pontos que possam ficar dúbios: as carreiras conhecidas como Investigative Specialist (Especialista em Investigação) e Surveilance Specialists (Especialistas de Vigilância) são meramente homens e mulheres contratados para fornecer suporte às investigações realizadas. Eles possuem treinamento na NA – National Academy (academia nacional do FBI), mas não possuem poder de polícia e sequer possuem porte de arma funcional (apesar de certamente andarem armados, visto que qualquer cidadão americano possui autorização para tal, quiçá um servidor de campo do FBI).  Nos EUA existem códigos para designação dos “poderes” que o emprego possui. Os Agentes Especiais são considerados 1811 job series, enquanto os Especialistas em Investigação e Vigilância são considerados 1810 job series, o que faz deles investigadores sem poder de polícia. Além desses, também são treinados na NA os Language Analysts (Analistas Linguísticos), os Intelligence Analysts (Analistas de Inteligência) e, obviamente, os Agentes Especiais. Todos os outros especialistas são treinados na sua lotação, quando começam a trabalhar lá.  E, por fim, o último cargo que poderia gerar dúvidas, seria a FBI Police (Polícia do FBI). Eles são um tipo de policiais que realizam basicamente o serviço que os vigilantes do DPF realizam, com algumas atribuições a mais. São servidores do órgão e tem poder de polícia enquanto estiverem empregados em seus locais de lotação, basicamente são responsáveis pela segurança orgânica das bases do FBI.  Finalizando, trago alguns dados para reflexão. O FBI emprega atualmente 30.485 pessoas, sendo 12.492 Agentes Especiais e 17.993 profissionais de suporte de uma grande variedade de campos para cumprir todas as missões da instituição. Dentre esses profissionais, eles possuem um cargo ao qual gostaria de chamar a atenção. São os pertencentes à Business Management Carreer  (Carreira de Gestão de Negócios). Nos EUA, o FBI é encarado como um “negócio” devido à quantidade de pessoal, e necessidades administrativas, logísticas e gerenciais que possuem. Sendo assim, eles contratam administradores e profissionais especializados em tudo relacionado a essas gerências, desde recursos humanos, passando por finanças, gerência de instalações e até especialistas jurídicos para cuidar da parte legal, área diversa da formação da maior parte dos Agentes Especiais. Além disso, também contratam profissionais de administração em campos como segurança e gestão de registros.  Os valores salariais do FBI são baseados em uma tabela do governo, que a aplica para grande parte das carreiras do serviço público americano. A tabela aplicada ao FBI é a chamada GS – General Schedule (Tabela Geral) e pode ser visualizada no seguinte link: http://www.opm.gov/oca/12tables/pdf/gs.pdf  A título de exemplo, os Agentes Especiais se localizam, assim que ingressam no órgão na GS-10, passo 1. Essa tabela se refere a ganhos anuais. Sendo assim, temos o Agente Especial recebendo um salário inicial igual a $45.771,00 por ano. Esse de maneira alguma é o salário final dos agentes, vez que o governo americano paga também um adicional de localidade de acordo com o custo de vida da região onde os servidores moram (independente de ser Agente Especial ou outro cargo, todos recebem essa complementação) que varia de 12,5% a 28,7%. Além disso, praticamente todos os Agentes Especiais recebem um adicional de compensações para horas extras trabalhadas, adicional de periculosidade, adicional de disponibilidade e outros benefícios.  Independente disso gostaria de chamar a atenção ao salário base. De acordo com as tabelas salariais, percebemos que os Analistas de Inteligência tem um salário inicial localizado no GS 7 ($33.979,00 anuais). Mas caso esse analista possua um mestrado, o salário passa para o GS 9 ($41.563,00 anuais). Sem cargo de supervisão, eles chegam a GS 14 ($84.697,00 anuais) no fim de carreira, enquanto o Agente Especial chega a GS 13 ($71.674,00 anuais). Ambos podem avançar a GS 15 ($99.628,00 anuais) com cargos de supervisão, gerência ou executivos. Lembrando que a carreira de Analista de Inteligência é comparável a um cargo administrativo.  Um último dado relativo a salário é o da carreira dos Applied Science, Engineering & Technology (ASE&T) (Ciências Aplicadas, Engenharia & Tecnologia), que muitos consideram o correspondente aos nossos Peritos da Polícia Federal. Dentro da carreira deles, existem quinze especialidades e o salário de cada uma varia um pouco entre si. De maneira geral, os temos entre o GS 7 ($33.979,00 anuais) e GS 13 ($71.674,00 anuais) sem os adicionais de supervisão. No final dos cálculos, teremos os Agentes Especiais ganhando mais que as outras classes devido a alguns adicionais que elas não recebem, mas essa diferença é quase irrisória. Mas certamente isso não causa qualquer tipo de indisposição ou desrespeito de uma classe para com a outra. Muito pelo contrário, todas se sentem igualmente valorizadas (uma vez que a variação entre o “GS” de cada uma é mínima), cada uma em seu campo de especialidade. Fonte: http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/40654

  27. Nível Superior

    Caro Nassif,

    Em 1996 foi entrou em vigência uma lei que transformava os cargos de agente, escrivães e papiloscopistas em nível superior. Antes desta data, a PF já apresentava bons trabalhos, porém após este marco, a PF se transformou numa máquina extremamente eficiente no combate a todos os tipos de crime, buscando provas cada vez mais robustas e tendo em seus quadros pessoas extremamente qualificadas.

    O que ocorre é que, de 1996 até 2012, os agentes, escrivães e papiloscopistas, realizavam suas atribuições, sendo estas de nível superior, porém tais atribuições jamais foram reconhecidas em lei.

    O que ocorre hoje, é que os agentes, escrivães e papiloscopistas buscam reconhecimento de suas atribuições em lei, as quais sempre exerceram quase de forma clandestina. Porém o reconhecimento destas atribuições mexem com o brio de algumas categorias que se julgam e vendem a balela de que são superiores intelectualmente.

    Agora, se fizerem uma grande análise dos trabalhos passados, alguns Cases de Sucesso  da Polícia Federal, verão que grande parte, senão a grande maioria deles, foram realizados por agentes, escrivães e papiloscopistas da PF mas quem levou os méritos foi o delegado que deu a entrevista e que teve participação as vezes mínima no processo.

    Existem delegados competentes e trabalhadores, peritos competentes e trabalhadores, porém a maioria dos trabalhos da Polícia Federal é fruto das atividades realizadas pelos competentes e trabalhadores agentes, escrivães e papiloscopistas da PF.

    Tal fato é fácil verificar pois a PF sumiu dos noticiários. A gente via e ouvia falar de Operações da PF diariamente, ocupandos quase sempre mais de um bloco do Jornal Nacional e outros. E agora?

    Estão querendo reduzir novamente os agentes, escrivães e papiloscopistas da PF para nível médio. O crime somente se arma, melhora suas mazelas, busca novas tecnologias, novos meior de comunicação, novas técnicas para desviar os recursos e no sentido totalmente contrário, estão querendo reduzir quem realmente combate o crime de nível superior para nível médio, uma vez que seriam massas de manobras mais fáceis. Menos conhecimento, menor nível intelectual se transforma numa polícia menos questionadora, uma polícia enfraquecida que só interessa aos criminosos.

    Uma pena… as vezes um adeus a gloria Polícia Federal.

  28. Daniel Dantas para Chefe da PF

    Como tem todas as Instituições Públicas nas mãos,  sugiro o nome de Daniel Valente Dantas para chefiar a Polícia Federal do Brasil.

    Ele dá um jeito de acabar com a crise.

     

  29. O TRISTE RETRATO DO DELEGADO DE POLÍCIA
    Segundo o lexicógrafo Aurélio, delegado é aquele que é autorizado por outrem a representá-lo, ou seja, é a pessoa que recebeu uma delegação cujas funções e atribuições não lhe são próprias. Comparável significação encontramos no direito romano onde a investigação foi estruturada em um processo chamado “inquisitio”, isto é, trabalhos investigatórios para se apurar as circunstâncias do crime e localizar o criminoso. Tratava-se de uma delegação de poderes feita pelo magistrado à própria vítima ou parentes, que se transformavam em investigantes e acusadores. Nascia, assim, a figura do delegado de polícia. Portanto, o atual vocábulo “delegado” guarda sentido absolutamente análogo aos procedimentos adotado pelos antigos romanos, entretanto o ente designado pela citada palavra sofreu uma significativa transformação.
    Fazendo-se uma análise acurada do trabalho executado pelo delegado de polícia, torna-se evidente tratar-se de um simples intermediário da investigação penal em razão de ele próprio, o delegado, jamais participar diretamente das citadas investigações, salvo raríssimas exceções, posto que as suas tarefas prendem-se tão-somente à compilação de provas ou indícios perquiridos por outros policiais. Dessa forma, a maioria dos delegados de polícia não sai de seu gabinete para buscar elementos elucidativos do fato ilícito a ser investigado ou para capturar o criminoso, portanto trata-se de um policial atípico que trabalha estritamente entre quatro paredes, fato gerador de grande perplexidade em policiais estrangeiros, haja vista ser inconciliável a investigação, que requer buscas incessantes por evidências do acontecimento ilegítimo, com as atividades puramente burocráticas e sedentárias exercidas pelo delegado.
    Como se vê, é desnecessário ser especialista para se reconhecer um verdadeiro paradoxo nas atribuições do delegado de polícia. Mas o contra-senso não para por ai, isto é, sabendo-se que realmente a investigação não é realizada pelo delegado e sim pelos policiais que vão a campo efetuar a investigação, os treinamentos e especializações deveriam ser direcionados a esses policiais que realmente investigam, mas não é isso que acontece, no instante no qual surge a oportunidade de realização de aprimoramento através de cursos, na maioria das vezes quem vai fazê-lo é o delegado que nunca coloca em prática o que aprendeu, incrementando a ineficácia policial com o consequente dano à sociedade.
    Ao que parece, os delegados sempre aspiraram exercer a tão sonhada “atividade jurista”, mas policial-jurista faz sentido? Isso soa como um desvario. Afinal, não é o policial quem deve esclarecer uma infração penal? Por outro lado, juristas não são os profissionais que lidam com a ciência jurídica, cujas tarefas associam-se à sistematização do ordenamento jurídico? Realmente, não tem cabimento essa distorcida concepção jurista para a polícia, o policial deveria ter o foco centrado nas técnicas de investigação e prevenção ao crime, em lugar de divagar no exercício de seu trabalho. A pretensão de ser policial-jurista é uma clara ofensa à lógica, mas os delegados nunca desistiram dessa quimera, concentrando as suas forças no Poder Legislativo a fim de modificar a norma legal em proveito próprio. Já na Constituição Federal de 1988 foi inserido o termo “polícia judiciária”, inexistente na CF de 1967, nessa expressão o verbete “judiciária” é impróprio para designar atividades policiais. Vejamos a definição de De Plácido e Silva, para a palavra JUDICIÁRIO, em seu Vocabulário Jurídico, Ed. Forense 11a Edição:
    “Derivado do latim ‘judiciarius’, adjetivamente é empregado o vocábulo, na linguagem forense, para designar tudo que se refere à justiça ou ao juiz. Substantivamente, é usado para designar um dos poderes públicos, a que se comete autoridade para administrar a justiça.” Portanto, as autoridades policiais conseguiram inserir esse termo inepto na nossa Constituição Federal. Assim, a utopia permeia os devaneios da categoria que sempre lutou com persistência a fim de atingir as suas cobiças corporativistas. Para isso, o caminho mais curto, segundo eles próprios, é através do parlamento, dessa forma, hoje no Congresso Nacional há vários parlamentares-delegados (ou delegados-parlamentares) que tentam legislar em benefício da própria categoria ou procuram convencer os demais congressistas a apoiarem as suas idéias. Dentre esses intentos está o recente Projeto de Lei da Câmara (PLC) 132 que tramitou rapidamente no CN e teve várias manifestações contrárias, uma delas é originária do mestre Wendell Beetoven Ribeiro Agra, promotor de Justiça (MPRN), especialista em Direito Processual Civil e mestrando em Segurança Pública, vejamos suas razões: “O PLC 132, como um todo, representa um retrocesso, na medida em que consolida um instrumento obsoleto como o inquérito policial como o principal meio de investigação policial, favorecendo ainda o bacharelismo ao privilegiar uma classe de policiais civis (os delegados) em detrimento das demais (agentes, escrivães peritos e papiloscopistas), criando uma espécie de “magistratura policial”. Nesse contexto, o indiciamento é mais uma burocracia inútil que, agora, ganha o potencial de repercutir negativamente na persecução penal, sem trazer, em contrapartida, qualquer garantia adicional ao investigado.” Apesar dos significativos apelos de autoridade especialistas no assunto, contrários a esse disparate, em 20 de junho de 2012 o PLC 132 transformou-se na Lei 12.830.
    Consagrando o bacharelismo, o relator do citado PLC 132 foi o senador Humberto Costa (PT/PE) cujo Assessor é o delegado de Polícia Federal Adilson Batista Bezerra, portanto, não por acaso encontra-se inserido no aludido “parecer” as premissas corporativistas defendidas por delegados e suas associações, segundo as quais “o inquérito policial é uma garantia do cidadão”. Evidentemente, essa assertiva é um sofisma, trata-se de argumento falso para induzir a erro, até porque o instituto do indiciamento é uma inculpação travestida de relatório, com repercussão social equivalente a uma punição em razão de a sociedade passar a rejeitar o “indiciado”, considerando-o culpado das imputações antes mesmo do julgamento. Lembramos a notícia publicada pela mídia em 24/05/2007 onde o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acusa a Polícia Federal de “canalhice”. A reação do Ministro foi motivada pela informação, vazada de inquérito que corria na Polícia Federal, segundo a qual o seu nome teria aparecido em uma suposta lista da PF entre os acusados de receber “benefícios” da empresa Gautama – apontada como a coordenadora do esquema de fraudes em licitações públicas desmontado pela Operação Navalha. Depois esclareceu-se que o “Gilmar Mendes” mencionado na suposta lista é um homônimo do ministro – que se chama Gilmar de Melo Mendes e seria engenheiro civil em Sergipe. Mas a moral do Ministro já estava abalada. Desse modo, fica evidente que o delegado da Polícia Federal não respeitou sequer as garantias do Ministro do Supremo Tribunal Federal, conclui-se portanto, que muito menos respeitará as garantias do cidadão comum. Fatos como esse se vê constantemente no “Jornal Nacional” e outras mídias, onde trechos de monitoramento telefônico efetuados pelas Polícias Federal e Civis são publicados antes mesmos de confirmada ou analisada a culpabilidade dos envolvidos. Assim sendo, um sem números cidadãos são expostos pela polícia à execração popular e depois declarados inocentes pela justiça. Portanto, o inquérito policial é o avesso da garantia individual pelo fato de propiciar o abuso da autoridade policial.
    Ao que parece, os delegados de polícia têm um desejo desmesurável pelo poder, desse modo, prevalecendo-se da grande corrupção e ilicitudes que pairam no meio político, cujo maior repressor tem sido o Ministério Público, razão pela qual muitos parlamentares são adversos ou inimigos do MP, as “autoridades policiais” apresentaram a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, através do deputado-delegado Lourival Mendes (PT do B-MA), que propunha exclusividade na investigação criminal para eles próprios, ou seja, o propósito dos delegados é eliminar a possibilidade de que quaisquer outros órgãos possam ter as prerrogativas de efetuarem investigação criminal, tornando essa tarefa privativa de delegados de polícia. O conteúdo da PEC 37 é bastante agradável para muitos parlamentares que passaram a apoiar de pronto essa emenda constitucional porque estavam diante da efetiva possibilidade de redenção criminal para os políticos corruptos, isto é, iria prevalecer a impunidade em razão do fácil e grande poder de controle das polícias exercidos pelos governadores, ministro da justiça e até por políticos do “baixo clero”. Dessa forma poder-se-ia infligir um tapa-boca no Ministério Público contra a sua brilhante luta em desfavor da devassidão política. De fato, alguns dias antes do projeto ir à votação, as pesquisas indicavam a sua aprovação iminente e por ampla maioria. Entretanto, inesperadamente, conforme palavras do delegado-deputado Lourival Mendes, autor da PEC 37, “aconteceu um acidente de percurso”, isto é, eclodiram intensas manifestações populares de descontentamento de norte a sul do País, como não se via há anos no Brasil. O povo estava indignado com uma sucessão de patifaria política. Uma das reivindicações das ruas exigia a extinção da PEC 37, a rotulada “PEC DA IMPUNIDADE”. Ainda houve uma manobra do presidente da Câmara do Deputados, Henrique Alves, na tentativa de iludir o povo, tirando a mencionada PEC da pauta de votação sob as alegações de que queria ouvir as bases, mas pressionado pelas fortes manifestações de ruas, retrocedeu. Assim, a Câmara dos Deputados derrubou essa malfadada PEC 37, por 430 votos a 9 (e 2 abstenções). Venceu o povo brasileiro que nem sempre é representado de forma digna, até porque a lógica natural aponta para a adesão e alianças direcionadas ao combate à criminalidade, em lugar do corpotarivismo. Enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, são 17 diferentes agências responsáveis pela investigação criminal; aqui no Brasil os delegados pretendiam ficar exclusivamente só e somente só eles com essa tarefa. Trata-se de fato enigmático, até porque não queriam obter um direito, até porque esse mesmo direito sempre lhes pertenceu, o que eles buscavam era eliminar todos os concorrentes desse direito. Há quem diga que por trás dessa pretensão havia intenções tenebrosas.
    Puro egoísmo, os delegados baniram os ensinamentos básicos provenientes da sabedoria popular: “a união faz a força”; “uma andorinha só não faz verão”; “juntos venceremos”, para lutarem por um incompreensível exclusivismo, sem consideração aos interesses da sociedade. Portanto, em lugar de buscarem a união com os demais órgãos responsáveis pela persecução penal, a fim de aprimorar a eficiência no combate à criminalidade e melhorar o nosso País, eles, os delegados, passaram a hostilizar principalmente o Ministério Público e divulgar enganosas afirmações para confundir a sociedade. As associações e sindicatos de delegados de todo o país e seus asseclas uniram-se para convencer à população sobre os “benefícios” da PEC 37, tamanha era a ânsia que as suas argumentações passaram a fugir dos parâmetros da civilidade e urbanidade, culminando com a publicação de uma charge, divulgada pela Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), em que ridiculariza a figura do Ministério Público associando-a ao próprio demônio. Essa charge, denegrindo de forma maliciosa e irresponsável tão respeitável entidade, repercute como insanidade dos dirigentes da ADPF. Também entraram na mira dos delegados de Polícia Federal os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, os reconhecidos Agentes Federais, apenas por posicionarem-se contrários à PEC 37, a quem a ADPF insidiosamente acusou de “querer ser delegado sem concurso”. Maldade plena.
    Na verdade, os Agentes Federais têm lutado pela modificação da sistemática de ingresso na Polícia Federal e pelo primor na estrutura do Órgão que necessita de inúmeras correções, portanto não poderiam apoiar a insensata proposta dos delegados que penalizaria a sociedade. Nos elementos constitutivos da Polícia Federal existem claros erros que comprometem a eficiência e produtividade da corporação. Vejamos um deles, uma clara deformação no arcabouço da polícia brasileira: os delegados, ao iniciarem em suas atividades profissionais, imediatamente depois do curso de formação, entram na instituição na condição de chefe de experientes policiais, isto é, trata-se de delegados com experiência zero, por conseguinte sem os necessários conhecimentos e habilidades adquiridos em função da prática policial, os quais são designados para dirigir e comandar experimentados policiais, em óbvia inversão de valores e agressão aos princípios da razoabilidade e da experimentação profissional. De cara já se vê algo errado, até porque, no caso da Polícia Federal, todos os policiais têm formação de nível superior com diplomas de renomadas universidades e treinamento profissionalizante. Esse disparate fica bem evidenciado ao compararmos a nossa polícia com as polícias da Europa e Estados Unidos, onde o ingresso na corporação ocorre na classe inicial, sobrevindo uma gradativa evolução, em razão do tempo de serviço, do mérito pessoal e da aptidão profissional, na qual qualquer integrante pode galgar o topo da hierarquia. Portanto, nesses países, os chefes de polícia efetivamente têm experiência policial porque exerceram todas as etapas e segmentos funcionais, adquirindo assim habilidade prática no exercício do ofício policial, ao contrário do que aqui ocorre. Eis uma das razões da ineficácia da polícia brasileira onde menos de oito por cento dos assassinatos são esclarecidos, ou seja, mais de noventa e dois por cento (92%) dos homicídios ficam impunes e os assassinos sequer são identificados. É uma estatística assustadora. Essa estatística está associada à estrutura policial em que não prestigia a motivação profissional, isto é, as forças propulsoras da ação. Ao desconsiderar o mérito individual do policial, joga-se no lixo os princípios da motivação que é o fator determinante para que as pessoas ofereçam o melhor de si. Quem perde é o povo que assiste o aumento da criminalidade e não sabe o porquê.
    Quanto à PEC 37, a principal argumentação dos delegados repousa na suposta legalidade, mas há fortes controvérsias e teses convincentes, oriundas de grandes juristas, contrárias a citada argumentação. Contudo, independentemente dessa questão, a lei suprema de uma nação deve conter as diretrizes segundo as quais a sociedade deva ter uma vida digna e justa, portanto ao reformá-la, espera-se que essa modificação evolua para diretrizes que propicie uma qualidade de vida melhor, em lugar de retroagir, na contra-mão dessa premissa, tal qual a PEC 37 onde o que já era ruim ficaria péssimo.
    Como vimos, os delegados de polícia, ao longo desses anos, têm-se organizado para alcançar os seus objetivos corporativistas. Para isso adotam expedientes dos mais variados, um deles é a mencionada candidatura a cargos eletivos para o Congresso Nacional onde, como foi dito, existem vários delegados exercendo mandato de deputado federal, um deles é o deputado-delegado Alexandre Silveira de Oliveira (PPS/MG), autor de outra Proposta de Emenda Constitucional não menos disparatada e em causa própria, trata-se da PEC 293 que pleiteia para os delegados de polícia, afora uma carreira de natureza jurídica, inamovibilidade e vitaliciedade, ou seja, as garantias de juízes. Essa proposição é um absurdo contrário à razão e ao bom senso. Se análogo dispositivo for inserido em nossa Carta Magna, a administração da polícia tornar-se-á inviável, impedindo que chefes de polícia, secretários de segurança públicas e gestores de polícia procedam o remanejamento de delegados para atender claros de lotação ou necessidade sociais específicas. Por outro lado, mesmo não tendo as garantias inerentes aos juízes, não são raros os abusos de poder por parte dos delegados, entretanto se essas garantias lhes for outorgada certamente esses abusos serão incontroláveis. Juízes e membros do Ministério Públicos, estes sim os verdadeiros juristas, são constitucionalmente impedidos de exercer atividade político-partidária, os delegados não.
    Não bastasse a infiltração de delegados no Congresso Nacional, o Departamento de Polícia Federal dispõe uma divisão chamada “Assistência Parlamentar”, a famigerada ASPAR, ligada diretamente à direção-geral do órgão, ou seja, trata-se de pelo menos um delegado que exerce as suas atividades tão-somente no Congresso Nacional. Mas qual a tarefa desse delegado? Ninguém sabe, ao menos não há uma descrição detalhada de suas atribuições no organograma da instituição, tratando-se, essa omissão, de infração à nossa CF em seu art.37. Há quem diga que as suas rotinas são gerir “inquéritos auriculares” perante os congressistas. Na verdade é incompreensível o fato da Polícia Federal designar um delegado para estabelecer-se no CN sob a égide da estrutura do DPF. Por mais imaginação que tenhamos, é muito difícil, senão impossível, associar as atividades de polícia às funções puramente legislativa exercidas por deputados e senadores. Há bem pouco tempo, o assessor parlamentar do DPF era nada menos do que o presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal, dando margem à conclusão segundo a qual a ASPAR/DPF tem finalidade corporativista.
    Portanto, além da função do delegado se sobrepor à de intermediário da investigação policial, acontecimento que extrapola os limites da coerência, os atos dessa categoria em proveito próprio não são nada republicanos e, efetivamente, ameaçam a persecução penal.

  30. CARTA ABERTA AO MINISTÉRIO PÚBLICO

    Senhores Membros do Ministério Público (Estadual e Federal), venho através desta para alertá-los sobre o perigo que corre a Segurança Pública no Brasil. Os delegados Federais, estaduais e os políticos estão unidos e não descansarão enquanto não aniquilarem seu poder-dever na condução da investigação criminal no Brasil. Após a carta cidadã de 1988 que conferiram tais poderes ao MP, os delegados federais e estaduais uniram-se para sobreporem aos poderes ministeriais, acentuando-se tal intento depois do “Boom” midiático da PF após o ano de 2003. Os delegados se aproveitando do trabalho dos verdadeiros investigadores (Agentes) passaram a utilizar a mídia através das entrevistas e reportagens para se promoverem politicamente, bem como, na utilização do lobby da “pasta azul” com os políticos. Chegaram a ocupar 18 das 27 Secretarias Estaduais de Segurança Pública, SENASP, DEPEN, ABIN, etc. Temos hoje aproximadamente 40 delegado/deputados no Congresso Nacional e pela lógica corporativista esse número tende a aumentar. Em razão da atuação autônoma e independente do Ministério Público principalmente no combate a corrupção, os políticos corruptos se alinharam a “República dos Delegados” criando um rolo compressor que só não se concluiu na votação da PEC 37, em razão do acaso dos protestos populares (vide PL 132). O MP renasceu das cinzas depois da derrubada popular da PEC 37 e precisa sair da zona de conforto para assumir seu verdadeiro papel. O Ministério Público precisa assumir de vez a instrução e condução das investigações criminais no Brasil aos moldes dos países do 1º mundo e lutar pela extinção do Inquérito Policial criando a figura do Promotor de Instrução Criminal. A polícia não precisa de “juridiquês”, pois nos modelos de investigação dos países desenvolvidos como o exemplo do FBI, a CIÊNCIA POLICIAL é específica e multidisciplinar com um único objetivo de buscar o “dado negado” para produção do conhecimento e provas. O Brasil tem hoje um dos piores índices do mundo na elucidação de crimes, pois a polícia judiciária (judiciária a partir de 1988) é um enorme cartório perdido em montanhas de papéis inúteis com; despachos, portarias, oitivas, carimbos, indiciamentos, etc. repetindo os mesmos ritos na justiça, perdendo o princípio da oportunidade e eficiência da investigação. Com a cobrança de nível superior aos Agentes de Polícia (Engenheiros, Médicos, Físicos, etc.), os delegados passaram a serem verdadeiros “despachantes judiciais” com seus relatórios de IPL baseados no CTRL+C e CTRL+V dos relatórios dos investigadores de campo que acarretaram nas grandes operações, no qual foram utilizadas para promoção pessoal dos delegados com o um único objetivo de alcançar privilégios e poder. Os delegados almejam em seus próximos passos a busca da independência funcional (PEC 293) para não sofrerem controle externo, e plano para conquista da autonomia administrativa e financeira nos moldes do MP, acontece que se essas ações se materializarem será um perigo para a democracia e a própria segurança nacional, pois em país nenhum do mundo temos uma polícia independente dos poderes, embora a polícia seja a “longa manus” da justiça ela também é um grupo armado que exerce o uso legal da força, tornando assim sua autonomia temerária. A FEDERAÇÃO NACIONAL DOS POLÍCIAS FEDERAIS, que lutou incansavelmente ao lado do Ministério Público contra a PEC da impunidade, espera seu apoio para construção de um modelo eficaz de segurança pública para o Brasil. Dentre todas as mudanças que necessitam a Segurança Pública brasileira (desmilitarização e unificação das polícias, ciclo completo de polícia, carreira única etc.) a extinção dessa peça inquisitorial, administrativa e dispensável do século XIX é o primeiro passo para; cessar a sede de poder desse cargo que não existe em país nenhum do planeta, dar celeridade e eficiência às investigações, acabar com a ingerência política nas investigações, valorizar e motivar o policial acabando com a corrupção e a impunidade.
     

  31. Crônicas de uma morte anunciada.

    Caro Jornalista,

    A Polícia Federal está morrendo, é um órgão em falência.

    Em quase 13 anos de órgão, nunca presenciei um momento tão ruim dentro do DPF. Não há união, não há esperança e não há futuro. Estamos esquecidos, e somos perseguidos. A retaliação do Governo Federal contra as operações do DPF nos últimos anos é visível, estamos amordaçados e esquecidos no fundo da geladeira.

    Nosso Ministro é ausente e indiferente, aparenta estar muito confortável assistindo o DPF definhar. Nosso Diretor Geral, bom, esse ninguém nunca viu e ouviu, a gente só ouve falar. Um plano bem orquestrado.

    Os últimos cortes do Governo no orçamento da Polícia Federal chegaram para pregar os últimos pregos no caixão do DPF. O mesmo acontece com nossos colegas do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, que também estão sucateados e esquecidos. A Segurança pública federal não é e nunca foi um dos objetivos deste Governo. Já somos o maior consumidor de Crack do mundo, e em um país onde o porte e a venda de armas são restritos mais de 35 mil brasileiros são mortos com armas de fogo todos os anos. A Corrupção é generalizada em TODOS os cantos do Governo Federal.

    Há um plano muito grande para acabar com o combate ao tráfico de armas, drogas, com o descaminho, com o contrabando e deixar a corrupção se alastrar.

    Somos um órgão em processo de extinção.

    Precisamos de você.

    Por favor, nos ajude.

    Att
     

    1. Má gestão na PF

      PF compra helicóptero de R$ 29 milhões, mas não tem quem pilote

      12/09/2013

       

      Fonte: Correio Braziliense

      Adquirido nos EUA pela Polícia Federal, o Agusta Westland AW139 nunca levantou voo em missões oficiais. A supermáquina voadora veio do Rio de Janeiro para Brasília na segunda-feira, mas enferruja no Brasil desde maio do ano passado. É que a PF não tem ninguém habilitado a guiá-la nem a fazer manutenção

      Helicóptero comprado no ano passado pela Polícia Federal ainda não entrou em atividade por falta de piloto e de contrato de manutenção

       

      Um ano e quatro meses após a Polícia Federal (PF) assinar contrato no valor de R$ 28,9 milhões para a aquisição de um helicóptero biturbinado de grande porte, a aeronave modelo AgustaWestland AW 139, que deveria ser utilizada em missões policiais, ainda não entrou em operação. A PF sequer sabe quando começará a usar o equipamento que, na segunda-feira, foi transferido para Brasília. Até agora, não há nenhum contrato de manutenção firmado nem pilotos com cursos específicos para comandar esse tipo de modelo.

      O helicóptero chegou ao Brasil em maio deste ano, dentro do prazo contratual para a entrega. Ficou parado no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo. Entre os agentes da corporação, ganhou o apelido de “paralelepípedo” porque não sai do lugar. A Polícia Federal alega que o aparelho ainda não foi recebido oficialmente, portanto, não é responsável por não colocá-lo em operação, apesar de todo o investimento já feito. Questionada, a PF empurrou o problema para a empresa Synergy Aerospace Corp, responsável pela venda.

      “A transferência da aeronave para a PF ocorre somente após o procedimento oficial de recebimento, atendidos inúmeros aspectos legais e contratuais. A empresa é obrigada a obter, por exemplo, certificados com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o que demorou para ocorrer, fazendo com que o prazo previsto em contrato de entrega de 12 meses após a assinatura  não fosse obedecido pela empresa”, alegou. No entanto, o Correio verificou que o equipamento de prefixo PRHFV já foi registrado na Agência de Aviação Civil (Anac) como sendo de propriedade da administração pública direta federal.

      “No período em que o helicóptero permaneceu no Rio de Janeiro, bem como em São Paulo para atendimento das exigências da autoridade reguladora da aviação civil no Brasil, ele não pertencia oficialmente à PF, sendo de inteira responsabilidade da empresa, o que afasta a afirmação de que a aeronave não alçava voo por inexistência de contrato de manutenção ou de pilotos da PF”, afirma a Polícia Federal.

      O Correio fotografou a chegada do helicóptero na segunda-feira. É possível perceber o logotipo da Polícia Federal na aeronave. “Embora possua certificado de aeronavegabilidade e certificado de matrícula, inclusive já em nome da Polícia Federal, ambos expedidos pela ANAC, o processo de recebimento oficial da aeronave pelo órgão iniciou-se hoje (10/09/2013), com o voo de aceitação e recebimento”, justificou a PF.

      Para a aeronave começar a participar de operações, é necessário um contrato de manutenção. Normalmente, quando equipamentos desse tipo são comprados pelo serviço público, o contrato de aquisição é feito de maneira casada com o de manutenção. Não foi o que aconteceu com o AgustaWestland. A Polícia Federal utiliza o argumento de que só poderia fazer o contrato de manutenção após o recebimento oficial da aeronave. “Pelo fatos expostos, a Polícia Federal assinará contrato de manutenção somente após o recebimento oficial da aeronave. Deve-se esclarecer que a instituição é impedida legalmente de pagar pela manutenção de um bem que oficialmente ainda não lhe pertence.”

      Longa espera
      Especialista em aviação ouvido pelo Correio informou que, geralmente, os contratos de manutenção são feitos logo na assinatura do contrato. “Há vários casos em que a manutenção é casada com a aquisição. Sempre é assim. É normal. Agora, vão perder mais tempo para licitar esse novo contrato. Coloque, no mínimo, mais seis meses de espera”, atesta.

      A PF reconheceu que os pilotos precisam passar por um curso específico. De acordo com a corporação, o treinamento só pode ser concluído em um mês. “Quanto ao treinamento, a PF já possui pilotos com habilidades para conduzir helicópteros. O treinamento voltado especificamente para pilotar esse tipo de modelo tem período de duração aproximado de um mês e requer o pronto emprego da aeronave, uma vez que ela possui características próprias pela sua utilização policial, o que a distingue de outras de uso civil.”

      O Correio ouviu um piloto com mais de 30 anos de experiência. “Para comandar um AW 139, o piloto tem que ter experiência em aeronaves de médio e grande portes. Quem pilota um helicóptero Esquilo, por exemplo, não é apto a comandar um AW. É como pular de uma bicicleta para um Lamborghini (carro esportivo de luxo italiano).”

      A assessoria de imprensa da PF informou que, até agora, só foram pagos 40% do valor total do contrato. Os 60% restantes serão quitados após o recebimento. “Todos os itens contratuais precisarão ser checados por uma comissão formada por servidores da Coordenação de Aviação Operacional (CAOP) e da Coordenação de Administração (COAD) da PF a partir de hoje (segunda-feira), procedimento que, geralmente, dura alguns dias. Esse procedimento é uma espécie de ‘check list’ para confirmar se a empresa atendeu todos os requisitos listados no contrato de compra e venda”, salientou.

      O Departamento de Polícia Federal assinou o contrato número 14/2012 em 14 de maio do ano passado. O pregão presencial ocorreu em 16 de dezembro de 2011. A aeronave é utilizada normalmente para transporte de pessoas e equipamentos. É bastante usada para levar funcionários às plataformas de petróleo em alto-mar.

      A empresa Synergy e a Anac foram procuradas para falar sobre o assunto, mas, até o fechamento desta edição, não se pronunciaram.

      “A Polícia Federal assinará contrato de manutenção somente após o recebimento oficial da aeronave. A instituição é impedida legalmente de pagar pela manutenção de um bem que oficialmente ainda não lhe pertence”
      Trecho da nota da Polícia Federal sobre a falta de contrato de manutenção da aeronave

      Ficha técnica
      Modelo: AgustaWestland AW 139

      Motor: Biturbina

      Capacidade: 15 pessoas

      Peso máximo de decolagem: 6.800 kg

      Velocidade máxima: 310 km/h

      Autonomia: 1.250 km

      Altitude máxima de operação: 20 mil pés

      Essa notícia foi lida 122 vez(es) desde 12/09/2013

       

       

  32. Por uma PF mais eficiente e menos manipulada pela política

    Caro Nassif,

    Obrigado pelo espaço destinado a este importante debate.

    Eis meus comentários:

     

    *As críticas ao desaparelhamento do órgão.

     

    Quanto ao desaparelhamento da Polícia Federal, entendo que as críticas não residem exatamente na falta de material de trabalho. Vários fatores melhoraram bastantes nos últimos anos. Duas aeronaves modernas foram adquiridas, apesar de ficarem mais no solo do que em operações. O Instituto Nacional de Criminalística foi modernizado. Viaturas, coletes balísticos e armamento são modernos. Entretanto, a falta de perspectiva de uma carreira que não cria mecanismos de incentivo ao policial federal tem ocasionado a evasão em massa do órgão.

    Cerca de 200 policiais federais deixam o órgão por ano ainda em condições de efetivo trabalho policial.

    Por favor, se alguém que deixou o DPF recentemente ler o post, escreva sua impressão sobre o assunto.

     

    *A falta de sintonia entre a PF e o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

     

    “Caso a PF funcionasse como a PRF eu faria a reestruração do órgão. O problema é que na PF há os delegados”.

    Esta frase foi proferida pelo Sr. Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante reunião com a Federação Nacional dos Policiais Federais em 2012. Tal afirmação, para muitos servidores, representou a certidão de óbito da PF. Desconheço os motivos do governo em preterir a saúde organizacional do órgão, com a plena definição das atribuições das carreiras em lei, dos agentes, escrivães e papiloscopistas. A tal sonhada reestruturação da carreira.

    O que fica perceptível é o claro objetivo de enfraquecer a instituição responsável por uma sensação inédita no povo brasileiro: a esperança de um país menos corrupto.

     

    *As disputas entre as várias modalidades profissionais que trabalham na PF.

     

    A luta dos agentes, escrivães e papiloscopistas mudou faz tempo. Não conheço quem defenda o fim do cargo de delegado ou do inquérito policial. Contudo, um modelo moderno de investigação criminal inexoravelmente eliminaria esta escada longa e cansativa que é o inquérito policial. Uma peça meramente administrativa e que consiste em escutar versões de investigados acompanhados de seus advogados e que fatalmente serão repetidas ou negadas em juízo, durante o processo penal. E esta versão, a feita perante o juiz, é que terá valor. É do conhecimento do mundo mineral (como escreveria Mino Carta) que a efetividade do inquérito no combate à criminalidade e à impunidade é pífia. Salvo os casos de flagrante delito, a porcentagem de casos solucionados e que geram denúncia do Ministério Público é trágica.

    Defender que esta estrutura é necessária equivale a acreditar que o sujeito, somente por ser bacharel em direito, tem poderes divinos para escrever um relatório e apontar qual o crime foi cometido.

    Como fica difícil defender tal tese, a discussão sempre é desvirtuada para o campo da remuneração ou da teoria do caos.

    O que os agentes federais querem é uma Polícia Federal verdadeiramente eficiente e menos suscetível a interesses políticos.

  33. A crise da Polícia Federal

     

    Caro Nassif,

     

    Eu penso que o tema deveria abordar duas questões que, no meu entender, são divisores de águas na questão do desmantelamento da Polícia Federal.
    A primeiro diz respeito à grande, se não a maior, virtude do seu líder-mor Luiz Inácio Lula da Silva: O RANCOR. Não seria dificil para o Nobre Jornalista, partindo da base de dados e informações disponíveis e que você tem acesso, levantar o destino dos “infiéis” ao pensamento do grande líder. Você vai ficar assombrado!

    – Mas o tema é sobre a PF.

    – Perfeito. E quem foi mais infiel aos propósitos dos mensaleiros que a Polícia Federal, esbanjando competência, inteligência e precisão nos inquérido – que nem sempre é assim – que levaram a condenação dos Josés Jenoino e Dirceu.

    – Feriu de morte o Lula. Tomou o troco!

    O segunda questão é simples, mas é mais complexa. Se não vejamos: Por que, sendo a Polícia Federal uma instituição de Estado e não de governo, ela é subordinada e administrada pelo executivo? Essas interferências descabidas e rancorosas que desmantelam uma instituição de Estado como a PF não estariam neutralizadas caso a mesma estivesse subordinada e administrada pelo Ministério Público Federal?

    Taí o mote,

    Boa Sorte.

  34. O “Porquê” da PF estar em crise

    Sou Agente de Policia Federal, tenho 45 anos, e sete de polícia. Sou formado em Engenharia Civil pela UFRJ e tenho uma experiencia profissional prévia de 15 anos de trabalho em algumas áreas, inclusive gerenciamento de Recursos Humanos.

    Atendo aos requisitos de uma polícia moderna e multidisciplinar, tipo FBI ou outra qualquer de 1º mundo.

    Agora vem a explicação da crise da PF: Tenho uma filha de 10 anos de idade, que está estudando e brincando muito com as amigas.

    Em cerca de 12 anos ela estará com 22 anos de idade e poderá estar formada em qualquer faculdade, sem ter tido, sequer , alguma experiencia profissional, pois não precisará trabalhar para custear seus estudos pois o farei com maior prazer.

    Assim que terminar a faculdade de Direito, ela fará um cursinho preparatório e poderá passar para o concurso de DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL.

    Até ai tudo bem, porém ai nasce a crise da PF.

    Pasmem ! Se eu estiver vivo até lá e ainda na ativa,  ela será minha chefe, independentemente se ela tiver alguma experiência de vida ou profissional e terá a seu dispor um grupo de AGENTES/ ESCRIVÃES/ PAPILOSCOPISTAS / ADMINISTRATIVOS, com formações diversas e vasta experiencia profissional e de vida.

    Comandará algumas das operações midiáticas da PF, tendo sempre ao seu comando uma gama de servidores que fazem, entendem, tem experiência, e sempre fizeram tal trabalho.

    Ela terá, também a opotunidade de chegar a algumas funções de chefias que só DELEGADOS conseguem, diga-se de passagem a maioria das funções de chefia do órgão.

    Tudo isso em detrimento dos outros profissionais ocupantes de outros cargos como AGENTE, ESCRIVÃO , PAPILOSCOPISTA e ADMINISTRATIVOS, independente se estes estiverem uma vasta experiência de vida e profissional, não importa, são cargos sem futuro dentro do órgão.

    É por este motivo, prezado Nassif, pela falta de oportunidade/futuro e desperdício total de toda a experiêcia prévia e adquirida por seu funcionários durante anos de trabalho, que a PF está em crise.

     

  35. Crise na PF

                Creio que já deve ser perceptível ao senhor, dado o volume de comentários realizados até o presente momento, o tamanho da crise em que se encontra a Polícia Federal. Minha colaboração será sucinta, abordando rapidamente alguns pontos e citando fontes de consultas em sites para maior aprofundamento das questões abordadas. Inicialmente, uma boa introdução ao assunto está contemplada na matéria abaixo indicada.

     

    http://www.iveniohermes.com/operacao-76-velas-o-enfraquecimento-da-policia-federal/

     

    O Inquérito Policial

     

    O atual sistema de segurança pública, no que tange à investigação criminal, mostra-se claramente ineficiente: o inquérito policial é inócuo na efetividade de elucidação de crimes e na consequente punição de seus autores em mais de 90% dos casos. Procedimento policial administrativo criado pelo decreto imperial nº 4.824/1871, o inquérito policial é adotado atualmente em apenas três países: Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Além de sua inafastável excrescência, este instrumento caracteriza-se por suas morosidade, o que por si só corrobora com a sensação de impunidade espraiada na sociedade, e burocracia, implicando em uma equivocada alocação de recursos humanos e financeiros que poderiam ser mais bem aproveitados.

     

    http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/606/3/20768214_Hamideh%20Darban.pdf

     

    http://www.informepolicial.com/site/abre/exibe_artigo/34/Inqu%C3%A9rito%20Policial.html

     

    http://fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/39985

     

     

    Polícia Judiciária X Ciclo Completo de Polícia

     

    A Constituição Federal, no parágrafo quarto de seu artigo 144, diz que as polícias civis são “dirigidas por delegados de polícia de carreira“, enquanto que o parágrafo primeiro, que trata da Polícia Federal, traz que esta é “instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira”. Deve-se acrescentar a esta observação o fato de que as atribuições da Polícia Federal, delineadas pelos incisos do parágrafo primeiro, contemplam diversas funções além da de polícia judiciária, característica das polícias civis. Tecnicamente isto equivale a dizer que a Polícia Federal é a única polícia no Brasil de ciclo completo, i.e., exerce concomitantemente as atividades preventivas (função administrativa) e repressivas (função judiciária) de polícia.

     

    Apesar destas claras e óbvias distinções que fez o legislador constitucional, organicamente a PF está estruturada de forma IDÊNTICA às polícias civis, qual seja, em cinco cargos: agente, delegado, escrivão, papiloscopista e perito. A razão é que, por falta de outro parâmetro, resolveu-se implementar o modelo existente nas polícias civis estaduais a nível nacional. Contudo, face ao exposto, fica patente o não atendimento ao desejo expresso de nossa Carta Magna, no sentido de tratar de forma diferente diferentes órgãos de segurança pública. Ademais, e mais grave, a atual estrutura organizacional da PF representa um verdadeiro obstáculo à consecução das atribuições previstas na Constituição Federal, pois, como já visto, esta foi pensada para um determinado modelo de instituição e é aplicado a outro.

     

    http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/24827 

     

    http://www.iveniohermes.com/o-ciclo-completo-da-atividade-policial-reorganizacao-institucional/

     

     

    Defasagem remuneratória

     

    Conforme os mais diversos estudos, a profissão policial é uma das mais estressantes do mundo. Fato é que o instrumento de trabalho deste é sua própria vida. Pois bem, segundo demonstra uma análise do SINAJUS (Sindicato Nacional dos Analistas do Poder Judiciário e do Ministério Público da União), os agentes, escrivães e papiloscopistas ocupam a 104ª posição no ranking de remunerações de cargos de nível superior do Governo Federal. Deve-se ainda observar o fato de que o estudo citado é datado de abril de 2011, ou seja, anterior ao reajuste salarial aplicado no ano passado a quase toda a categoria de servidores públicos federais, tendo sido excluídos deste os cargos policiais mencionados. Desta forma, o abismo salarial atual está agravado em relação ao aqui apresentado.

    http://sinajus.org/home/noticias/trfb-ocupa-a-107%C2%AA-posicao-na-tabela-de-remuneracao-de-ns-tabela-corrigida-nos-ainda-nao-entramos-na-lista

     

    http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/38536

     

     

    Suicídios

     

    Segundo reportagem publicada semana passada pela revista Istoé, intitulada “Onda de suicídios assusta”, os cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas vêm sendo assolados por este comportamento extremo, ao ritmo de praticamente uma ocorrência por mês no último ano. É de se observar que, durante o mesmo período analisado, não houve qualquer caso destes entre os demais cargos da carreira policial federal, fato que por si só demonstra diferentes realidades vividas dentro do órgão.

     

    http://www.istoe.com.br/reportagens/321921_ONDA+DE+SUICIDIOS+ASSUSTA

     

     

    O que realmente importa?

     

    Enquanto vive-se a situação descrita acima, foi aprovada a lei nº 12.830, de junho de 2013, após forte lobby dos delegados de polícia junto ao Congresso Nacional, a qual em seu artigo 3º prevê que “o cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.” Assim, percebe-se que a “elite dirigente” do Departamento de Polícia Federal, preocupa-se em como será tratada daqui por diante, ou, em outras palavras, dá vazão à vaidade em sua forma mais mesquinha, ao passo que seus “comandados” vivem a aterradora situação descortinada nas linhas acima. Salvem as “Vossas Excelências”!!!

     

    http://www.adpf.org.br/adpf/admin/painelcontrole/materia/materia_portal.wsp?tmp.edt.materia_codigo=5599&wi.redirect=U0C9KIM5Q0L05O57OEDA#.UjMDncZLnyo

     

    http://fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/42853

  36.             Creio que já deve

                Creio que já deve ser perceptível ao senhor, dado o volume de comentários realizados até o presente momento, o tamanho da crise em que se encontra a Polícia Federal. Minha colaboração será sucinta, abordando rapidamente alguns pontos e citando fontes de consultas em sites para maior aprofundamento das questões abordadas. Inicialmente, uma boa introdução ao assunto está contemplada na matéria abaixo indicada.

     

    http://www.iveniohermes.com/operacao-76-velas-o-enfraquecimento-da-policia-federal/

     

    O Inquérito Policial

     

    O atual sistema de segurança pública, no que tange à investigação criminal, mostra-se claramente ineficiente: o inquérito policial é inócuo na efetividade de elucidação de crimes e na consequente punição de seus autores em mais de 90% dos casos. Procedimento policial administrativo criado pelo decreto imperial nº 4.824/1871, o inquérito policial é adotado atualmente em apenas três países: Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Além de sua inafastável excrescência, este instrumento caracteriza-se por suas morosidade, o que por si só corrobora com a sensação de impunidade espraiada na sociedade, e burocracia, implicando em uma equivocada alocação de recursos humanos e financeiros que poderiam ser mais bem aproveitados.

     

    http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/606/3/20768214_Hamideh%20Darban.pdf

     

    http://www.informepolicial.com/site/abre/exibe_artigo/34/Inqu%C3%A9rito%20Policial.html

     

    http://fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/39985

     

     

    Polícia Judiciária X Ciclo Completo de Polícia

     

    A Constituição Federal, no parágrafo quarto de seu artigo 144, diz que as polícias civis são “dirigidas por delegados de polícia de carreira“, enquanto que o parágrafo primeiro, que trata da Polícia Federal, traz que esta é “instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira”. Deve-se acrescentar a esta observação o fato de que as atribuições da Polícia Federal, delineadas pelos incisos do parágrafo primeiro, contemplam diversas funções além da de polícia judiciária, característica das polícias civis. Tecnicamente isto equivale a dizer que a Polícia Federal é a única polícia no Brasil de ciclo completo, i.e., exerce concomitantemente as atividades preventivas (função administrativa) e repressivas (função judiciária) de polícia.

     

    Apesar destas claras e óbvias distinções que fez o legislador constitucional, organicamente a PF está estruturada de forma IDÊNTICA às polícias civis, qual seja, em cinco cargos: agente, delegado, escrivão, papiloscopista e perito. A razão é que, por falta de outro parâmetro, resolveu-se implementar o modelo existente nas polícias civis estaduais a nível nacional. Contudo, face ao exposto, fica patente o não atendimento ao desejo expresso de nossa Carta Magna, no sentido de tratar de forma diferente diferentes órgãos de segurança pública. Ademais, e mais grave, a atual estrutura organizacional da PF representa um verdadeiro obstáculo à consecução das atribuições previstas na Constituição Federal, pois, como já visto, esta foi pensada para um determinado modelo de instituição e é aplicado a outro.

     

    http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/24827 

     

    http://www.iveniohermes.com/o-ciclo-completo-da-atividade-policial-reorganizacao-institucional/

     

     

    Defasagem remuneratória

     

    Conforme os mais diversos estudos, a profissão policial é uma das mais estressantes do mundo. Fato é que o instrumento de trabalho deste é sua própria vida. Pois bem, segundo demonstra uma análise do SINAJUS (Sindicato Nacional dos Analistas do Poder Judiciário e do Ministério Público da União), os agentes, escrivães e papiloscopistas ocupam a 104ª posição no ranking de remunerações de cargos de nível superior do Governo Federal. Deve-se ainda observar o fato de que o estudo citado é datado de abril de 2011, ou seja, anterior ao reajuste salarial aplicado no ano passado a quase toda a categoria de servidores públicos federais, tendo sido excluídos deste os cargos policiais mencionados. Desta forma, o abismo salarial atual está agravado em relação ao aqui apresentado.

    http://sinajus.org/home/noticias/trfb-ocupa-a-107%C2%AA-posicao-na-tabela-de-remuneracao-de-ns-tabela-corrigida-nos-ainda-nao-entramos-na-lista

     

    http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/38536

     

     

    Suicídios

     

    Segundo reportagem publicada semana passada pela revista Istoé, intitulada “Onda de suicídios assusta”, os cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas vêm sendo assolados por este comportamento extremo, ao ritmo de praticamente uma ocorrência por mês no último ano. É de se observar que, durante o mesmo período analisado, não houve qualquer caso destes entre os demais cargos da carreira policial federal, fato que por si só demonstra diferentes realidades vividas dentro do órgão.

     

    http://www.istoe.com.br/reportagens/321921_ONDA+DE+SUICIDIOS+ASSUSTA

     

     

    O que realmente importa?

     

    Enquanto vive-se a situação descrita acima, foi aprovada a lei nº 12.830, de junho de 2013, após forte lobby dos delegados de polícia junto ao Congresso Nacional, a qual em seu artigo 3º prevê que “o cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.” Assim, percebe-se que a “elite dirigente” do Departamento de Polícia Federal, preocupa-se em como será tratada daqui por diante, ou, em outras palavras, dá vazão à vaidade em sua forma mais mesquinha, ao passo que seus “comandados” vivem a aterradora situação descortinada nas linhas acima. Salvem as “Vossas Excelências”!!!

     

    http://www.adpf.org.br/adpf/admin/painelcontrole/materia/materia_portal.wsp?tmp.edt.materia_codigo=5599&wi.redirect=U0C9KIM5Q0L05O57OEDA#.UjMDncZLnyo

     

    http://fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/42853

  37. Crise na policia federal

    Caro Nassif

     

    Agradeço o espaço para tratar de assunto tão importante para toda a sociedade.

     

    Sou agente de polícia federal há oito anos e, mesmo com pouco tempo de casa posso transmitir algumas situações que fomentaram a crise que vivemos em nossa polícia federal.

    Antes de entrar no DPF trabalhei na Petrobrás, Infraero, IBGE, Correios, fui oficial de justiça e professor da rede pública estadual.  Todos esses meus antigos empregadores possuem problemas organizacionais, problemas na gestão mas em TODOS eles existe um ponto em comum. Os chefes, os gestores, salvo os de indicação política (mas às vezes até estes) para chegar a condição de chefe passou por cargos, funções intermediárias, eram em sua grande maioria funcionário de carreira, cientes, vividos nas situações que envolvem o dia a dia do trabalho. No DPF costumamos dizer que é o único órgão da administração pública federal que se faz CONCURSO PARA CHEFE. Vou dar um exemplo. Temos um setor de imigração onde diversos agentes, escrvães e papiloscopistas trabalham durante anos, vivendo  a rotina dotrabalho de imigração e sua legislação cheia de nuances e normativos. Uma pessoa faz concurso para delegado entra na policia e vai para o setor de imigração e somente por ser delegado assume a chefia do setor de imigração somente por ser delegado. Aqueles profissionais altamente treinados, por mais competentes que sejam, na atual situação que passa o DPF, nunca poderão assumir os cargos de chefia, fora ter que receber ordens de alguém que não conhece nada sobre o trabalho.

    Esse problema se estende para os grupos táticos, setor de segurança privada, setor de armas, químicos, portos, aeroportos, fronteira (por isso a gestão dos problemas com crimes transfronteiriços está com tantos problemas).

    Outro exemplo recente, a visita do papa ao Brasil. Os agentes mais experinetes do Brasil  em segurança de dignitários foram preteridos por delegados menos experientes ou sem nenhuma experiencia.

    O que me deixa mais triste é ver excelentes policiais desmotivados mesmo amando o que fazem.

    Costumo dizer a meus colegas, pela experiencia que tenho por ter trabalhado em tantos lugares, que o DPF foio local que os servidores mais compromissados de todo o serviço público. Trabalhei com dezena de policiais que faziam muito mais do que o necessário para chegar ao fim de uma invetigação, abdicando de horas com a família para se dedicar ao trabalho, trabalho aos finais de semana, mudando férias em prol de uma investigação, e vibrando com tudo, com os resultados. E chegamos ao quadro atual, desanimo, descrença e depressao assolam os corredores de nossa policia.

     

    e porque? Porque tudo isso? Devido a visão mesquinha e tacanha de um cargo – os delegados

    A CF é clara em dizer que no DPF temos uma carreira a qual é composta de vários cargos.

    desde 96 o acesso a todos os cargos policiais é exigido o nível superior mas isso não se transmite às atribuições dos cargos. Há uma força para deixar tudo nas mãos dos delegados, com o apoio do atual governo.

    Delegados e peritos possuem exatamente a mesma remuneração, em todos os níveis e porque? Pois ambos são cargos de nível superior e como a carreira é única… O raciocínio é direto. Mas e os outros cargos, desta mesma carreira, que também para assumí-los é exigido o nível superior, desde 1996, porque recebem somente a metade? Porque se tivermos policiais destes cargos, competentes e especialistas em determinada área, estes policias nunca terão funções de chefia enquanto que qualquer imbecil, incompetente, ignorante do assunto se for delegado poderá tranquilamente, logo após tomar posse no cargo, assumir qualquer chefia no país. Que país é esse que aceita tal absurdo? Enquanto temos três delegados fugindo de um assalto em uma loteria no rio (fato que não dará em nada), policiais de verdade arriscam suas vidas diariamente, inclusive eu, na esperança que as coisas possam mudar, acreditando que podemos fazer a  diferença em nosso país.

    encerro por hora este relato para nao ficar massante a leitura já que digito em um tablet, abraços e converse com nossos representantes da FENAPEF, obrigado pelo espaço

     

    ricardo

     

    [email protected]

     

  38. Fim de ataques infundados

    Após ser agredidos de diversas formas, já que sou Delegado, resolvi escrever algumas linhas, seguindo a máxima, repetida diversas vezes, pelo professor DPF Jerry, na ANP. Era algo mais ou menos assim: “…vamos raciocinar para criar inteligência…”.
    O movimento dos EPAs é bem interessante, pois o objetivo central, no fundo, é negar a existência da figura da Autoridade Policial, ao mesmo tempo, que enaltecem o trabalho deles como sendo o responsável por todos os acertos do DPF, equanto os erros ficam a cargo dos DPFs, para que, ao fim, equiparem-se salarialmente aos DPFs, ou a diferença seja tão irrisória que eu peça para ser agente.
    Então vou considerar que estou escrevendo para leigos, para melhor entendimento, resumindo o que cada cargo faz.
    O Delegado de Polícia, ou Autoridade Policial, possui um dos maiores poderes previstos legalmente, que é simplesmente a privação da liberdade do indivíduo, o único servidor público que possui tal poder, em maiores amplitudes, é o Juiz de Direito. Logo o agente de autoridade, leia-se EPAs, não possuem tal poder, se o Delegado, simplesmente, decide lavrar, ou não, o flagrante, a decisão será dele e naquele momento é incontestável, obviamente, sujeita a homologação, ou reparaos, do Judiciário posteriormente.
    O Delegado é o resposnável em preservar a legalidade das provas colhidas ao longo da investigação, já que, ainda que possuam nível superior, o conhecimento e raciocínio jurídico dos EPAs não se aproxima do necessário, para exercer o cargo de Autoridade Policial, por isso, são agentes de autoridade. Caso clássico é quando um EPA aparece com um cidadão na sua frente e diz: Dr prendi o cidadão (nessa hora, ele te chama de Dr, porque sabe que vc quem decide). Aí depois de narrar os fatos, vc está com uma vontade de prender o agente que cometeu uma puta arbitrariedade e vc tem que arredondar as coisas, para não queimar a instituição.
    Um colega disse que o trabalho de escrivão resume-se a cinco carimbos, eu diria que, enquanto o Delegado lê, entre 50 e 500, páginas de um IPL e despacha numa folha, com 5 a 10 itens para o escrivão cumprir, este demora apenas 30 minutos para cumprir todos os itens, já que seu trabalho é mecânico. Isso não significa dizer que não reconheço o valor dos colegas escrivães, apenas que o trabalho, como eles próprios dizem, é simplesmente mecânico na sua maior parte.
    Já os agentes, em sua mairiaa, cumprem intimações, fazem informações policiais e consultam banco de dados. Vale lembrar que muitos sequer possuem senhas de banco de dados, pois, como os próprios dizem, não querem ter mais trabalho, e que a rotina diária de trbalho é incompatível com o salário que recebem, ou seja, jamais ganhariam o que ganham na iniciativa privada. Aquele Agente que faz campana, trabalha com monitoramento, é um verdadeiro farejador, esse, infelizmente, não é 20% do efetivo. Já tive e tenho oportunidade de trabalhar com agentes assim, mas, ao contrário do que a Fenapeste prega, esse policial é quase um animal em extinção. Nas passeatas pela reestruturação, confesso que até fico rindo internamente, quando vejo aqueles agentes que sequer tomariam conta do meu cachorro posando de supercop.
    Os Papiloscopistas realizam diversas atividades administrativas alimentando banco de dados, laudo mesmo, uma vez por semana. Nunca trabalharam com investigação propriamente, exceto aqueles desviados de função, mas acham que tem que ganhar igual perito, embora tenham feito concurso para outro cargo. E acreditam também que sabem mais que Delegados.
    A vida não é justa, nem é fácil. O Brasil não é o FBI, não há carreira única, aqui tb Juiz não é eleito pelo povo, faz concurso. Quer fazer trem da alegria e não ouvir mais nada, não adianta ficar com cara de chorão quando escuta a verdade.
    Agora, de fato, os EPAs estão sofrendo em termos de inflação, outras carreiras como a ABIN, tiveram aumentos substanciais no período (sim, tiveram), mas eram cargos que sequer eram reconhecidos. Logo não se pode considerar em número absolutos o aumento que receberam. Vcs estão defasados, mas não são e nunca serão delegados, exceto, por concurso, nunca ninguém mentiu sobre isso, salvo a FENAPEF…kkkkkk
    Quer ganhar mais, fortaleza sua instituição, para de se enganar no espelho, achando que tem mais conhecimento que o Delegado, que o inquérito não vale nada ( quer criar o procedimento digital policial é? Se dermos dez IPLs de Fazendária para ler, vão demorar um mês, se der um de DELEFIN, pedirão demissão). Faça sua parte, deixe de ouvir o discurso que inflama a briga, porque isso é interessante para o governo e para os dirigentes Fenapenianos. Desculpem, perto de eleição o governo não está preocupado com greve, ele agradece, a miopia é algo sem igual no DPF. Na PC, os agentes e escrivães tomam termo, fazem relatório, trabalham muito mais que os EPAs da PF, nem por isso, vejo os Delegados serem contestados como na PF, lá cada um sabe o seu lugar, não se encontrou brigue, por melhorias, mas não negue o óbvio.

    1. Lamento

      Confesso que esperava um texto de mais qualidade. Eu, sinceramente, teria vergonha de me identificar como delegado e escrever tamanha demonstração de desprezo pelas demais carreiras da PF. E ainda tem coragem de confessar o costume de arredondar ocorrências. Leia-se prevaricação. 

       

       

       

    2. Sensacional! Gostaria de

      Sensacional! Gostaria de agradecer ao delta que escreveu esta “pérola”. Com este texto, acredito que ele fez mais pelos EPA’s que todos os outros comentários juntos. Sua arrogância demonstra ao público externo qual é o verdadeiro clima (assédio constante) existente dentro do DPF hoje. Enfim, o nível de argumentação exposto por ele é auto explicativo.

    3. Re: fim de ataques infundados

      Prezados,

       

      O que acontece na PF é que, desde 1996, apesar da exigência de nível superior, diárias de nível superior e desempenho das mais diversas atribuições complexas, os agentes federais (incluídos APFs, EPFs e PPFs) têm sido remunerados com base na tabela de nível médio e não tiveram as atribuições que desempenham efetivamente atribuídas. Essas atribuições complexas que são desenvolvidas, são, na verdade, atribuições dos delegados.

      Essa briga interna transcende a questão salarial. Os agentes estão propondo a sua visão de uma mudança para melhorar a PF. 

      Ocorre que o inquérito policial, ao invés de prender os criminosos, acaba “prendendo” delegados e escrivães num cipoal burocrático de pouca eficácia. E esses policiais são, em sua grande maioria, excelentes profissionais. Mas, da forma como são obrigados a prestar o seu serviço, são um desperdício de talento. Da mesma forma que é lamentável que um escrivão de polícia federal, com o treinamento e a capacidade que tem, esteja limitado a utilizar “5 carimbos”, é triste ver um profissional do gabarito de um delegado federal trabalhando como despachante, determinado diligências protelativas e empurrando inquéritos com a barriga. Não tenho nenhuma dúvida que qualquer delegado produziria muito mais para a elucidação de crimes se fosse a campo, se investigasse. O mesmo vale para o escrivão.

      Os papiloscopistas policiais federais, se fizerem somente o que consta em seu rol de atribuições, também estão subaproveitados. Afinal são policiais e têm grande capacidade de trabalhar na atividade fim da PF, como fazem com extrema competência os papiloscopistas com quem tive o prazer de ombrear. Os agentes, limitados pelas atuais atribuições, igualmente são desperdiçados. O serviço de plantão é um exemplo de limitação intelectual imposta a um cargo de nível superior.

      Já ouvi de vários delegados amigos meus que “se todos ganhassem igual, eu queria ser agente”. Evidente! Eles fizeram concurso para serem policiais, mas, por própria vontade deles (ou de sua associação) estão se afastando da atividade policial para se tornarem “carreira jurídica”. 

      Pensem em uma PF com equipes de investigação, onde uma equipe, ao receber a comunicação de um crime, fosse ao local do fato, interrogasse os envolvidos, identificasse suspeitos, realizasse as perícias necessárias, filmagens, fotografias, confeccionasse o relatório da diligência (afinal TODOS os cargos da PF têm fé-pública) e, ao retornar à sua unidade, enviasse diretamente ao MP o resultado. Não seria um pouco mais inteligente, lógico e ágil que o inquérito policial? Os investigadores não seriam mais úteis? Não se sentiriam mais úteis? 

      Pensem numa PF em que os chefes de equipes nas deflagrações de operações sejam policiais que efetivamente participaram da investigação e não um chefe que veio de uma unidade longínqua e, além de não conhecer os alvos ou a investigação, sequer sabe o caminho do hotel até a delegacia.

      Pensem numa PF em que o coordenador de um operação de inteligência tenha participado das investigações, implantado as interceptações, ouvido os alvos, “entrado na mente” dos criminosos, feito vigilâncias, levantamento de locais, apreensões de cargas de drogas e prisões de envolvidos, e não somente encaminhado os relatórios dos investigadores para o MP e Justiça através de uma representação. 

      Pensem em uma PF em que o MP ache interessante intimar o coordenador da operação de inteligência para ser ouvido como testemunha de acusação, pois sabe que ele conhece os fatos, os alvos e os detalhes da investigação.

      Pensem em um PF onde os serviços administrativos sejam prestados por servidores administrativos concursados, liberando milhares de policiais para atuarem em sua atividade finalística. Pensem em um cargo administrativo semelhante ao oficial-escrevente, sem treinamento policial, para exercer as funções do escrivão.

      Pensem em uma PF moderna, ágil e efetiva.

      Ou assistam ao marasmo e ao êxodo de excelentes profissionais, em busca de melhores oportunidades.

       

      Enfim, não se trata de querer ser delegado. Se trata de valorização e justiça. E de uma proposta para melhorar a PF.

       

    4. MENTIRAS….

      Caríssimo delegado, uma frase interessante que disse **” “Caso clássico é quando um EPA aparece com um cidadão na sua frente e diz: Dr prendi o cidadão (nessa hora, ele te chama de Dr, porque sabe que vc quem decide)” Isso é uma grande mentira, pois atualmente os EPAs não mais os chamam de doutores, mesmo sabendo que vocês gostariam que os chamasse, pois sabemos claramente que não são doutores nenhum, passaram longe de um curso de doutorado e que fez foi somente 04 meses de academia policial e se acham no tem o direito de usurpar a palavra de DOUTOR, dos grandes doutres ideologicamente formados por universidades no mundo a a fora.

       

      Sobre o Inquérito Policial, você sabe, e todos que estaõ no sistema policial sabem que quem manda realmente é o Ministério Público, pois vocês ficam com um inquérito policial de 20 páginas durante 05 anos e quando relatam o MP tem que intevir e pedir a chamada “cota” que é simplesmente o complemento de diligências e a partir daí praticamente assume a titularidade. Mentira também que o EPF é algo mecânico e que APF, é aquilo e que PPF faz só um laudo, etc. Tudo mentira. Acontece que alguns de vocês enquanto delegado tentam tolher atuações desses cargos que são realmente os cargos iguais ao FBI, multidiciplinar e assim acabando com a Polícia Federal, existem profissionais realmente doutores, mestres, e de grande valia intelectual que poderia servir muito bem a sociedade, digo a sociedade, porque um EPA serve a sociedade e não a figura do delegado, pois se service apenas a essa figura, a PF já teria acabado muito tempo, não existiria essas mega operações, e não seria nem sombra da PF de hoje. Pois você sabe muito bem que não é o delegado que fica na escuta, não é ele que oficia, nada disso, ele apenas assina documentos prontos e somente isso. É um salário de 22.000,00 reais para apenas assinarem documentos prontos, apenas um intermediador entre os policiais e o Ministério público Federal, no FBI e várias outras polícias não existem esse intermediador que por muitas vezes só atrapalha. 

      Poderiamos aqui expor muitas verdades quanto o sistema interno, onde vocês querem uma hierarquia de forma interesante, não uma hierarquia intelectual, hierarquia de liderança, a qual quem ganha é a sociedade. Vocês querem uma hierarquia de GENERAL para SOLDADO. Pulando várias etapas de uma hierarquia funcional, caro falso colega, e de forma nenhuma doutor, onde funcionaria isso? Um local só de generais e soldados.

       

      Um dia a sociedade vai descobrir que essa função de intermediador é um dos problemas graves da segurança pública, a qual está no caos, mas sociedade ainda não acordou. Essa vaidade de um cargo se achar que é o suprasumo da segurança pública está nos levando, todos para dentro de um abismo de insegurança, essa função junto com o IPL é um dos responsáveis pela nossa insegurança e quando a sociedade descobrir isso, esse cargo será o primeiro a ser extinto.

       

    5. O trabalho do EPF se resume a

      O trabalho do EPF se resume a 5 carimbos? O EPF demora meia hora para atender o seu mister? O trabalho do EPF é mecânico? Colega, se é que posso te chamar assim,  sorte sua que não trabalha na mesma delegacia que eu; aliás, sorte a minha, que não tenho o desprazer de conviver com uma pessoa tão sem respeito pelo trabalho alheio. Você bem sabe que o que escreveu não é verdade, se não sabe, tem os olhos tapados ou não quer enxergar.

    6. O trabalho do EPF se resume a

      O trabalho do EPF se resume a 5 carimbos? O EPF demora meia hora para atender o seu mister? O trabalho do EPF é mecânico? Colega, se é que posso te chamar assim,  sorte sua que não trabalha na mesma delegacia que eu; aliás, sorte a minha, que não tenho o desprazer de conviver com uma pessoa tão sem respeito pelo trabalho alheio. Você bem sabe que o que escreveu não é verdade, se não sabe, tem os olhos tapados ou não quer enxergar.

    7. Delegado de meia-tigela

      Ao contrário desse delegado, com “d” minúsculo mesmo, me identifico. Esse artigo só vem confirmar o quadro de assédio moral pelo qual passa todos os Agentes, Escrivães e Papiloscopistas na Polícia Federal. Esse Delegado de meia-tigela, pelo visto é um prevaricador, pois segundo ele mesmo afirmou: “Aí depois de narrar os fatos, vc está com uma vontade de prender o agente que cometeu uma puta arbitrariedade e vc tem que arredondar as coisas, para não queimar a instituição. Como assim, arrendondar as coisas, será que ele pensa que tem todo esse poder. O funcionário público só pode fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de Lei. O poder discricionário do Agente Público vem delimitado pela Lei. Ao meu ver essa sua afirmação tem que ser apurada administrativa ou penalmente.

    8. Anonimato
      É realmente decepcionante estar trabalhando em um órgão onde servidora de determinado cargo se acham muito superiores que os demais, apenas acham pois não os são. E o pior de tudo se escondem, não tem coragem de se identificar, mostrar a cara mesmo. Eu não omito meu nome e olha que com o atrás que tenho sou única no país. Não me escondo atrás de um codinome parte tecer críticas, críticas ao sistema, críticas ao governo, críticas ao modelo arcaico de investigação, que NÃO FUNCIONA MESMO NÃO ADIANTA FINGIR QUE FUNCIONA, críticas ao DPF e assédio sofrido por nós.
      Muita vaidade no cargo de delegado eperito
      Delegado identifique-se.

    9. Senhor Doutor, Vossa

      Senhor Doutor, Vossa Excelência Delegado, parece que Vossa Excelência disse que costuma mascarar situações de prisão ilegal e arbitrária para não “queimar” a instituição, não é possível, acho que entendi errado, pois o Grandioso Delegado  que, de acordo com a ADPF, é o primeiro garantidor dos direitos do cidadão, nunca iria permitir tamanha ilegalidade.

      Quanto ao fato de que o movimento dos EPAS pretende negar a existência da figura da Autoridade Policial, isso também não é verdade né Doutor, pelo contrário, o que ocorre é que os Delegados é que querem se transformar em “Autoridade Juridica”. Os EPAS querem apenas a adoção de um sistema de carreira única, conforme já está previsto para a Polícia Federal no artigo 144 da Constituição Federal. Os EPAS também não querem ser Delegados, como Vossa Excelência disse, mas querem ser policiais em uma insituição forte que valorize todos os seus servidores.

      Provavelmente o senhor tem razão quando diz que existem muitos policiais acomodados que fogem de trabalho, mas isso não é exclusivo dos cargos de Agentes, Escrivães e Papiloscopistas, tal situação existe também, é díficil de acreditar, entre os Delegados e Peritos, entre os quais, muitos Doutores demoram horas para lavrar flagrantes de situações extremamente simples, muitas vezes perdidos em meio à burocracia que os EPAS são tão criticados por combater. Por outro lado, tal situação, de servidores acomodados, não é exclusividade da Polícia, mas um mal que atinge todo o serviço público, talvez, no caso específico da Polícia Federal, a reformulação do sistema, com a criação de um ambiente mais propício ao crescimento profissional dos policiais possa amenizar o problema.

      Por fim, talvez o Senhor tenha razão, talvez as Policias Civis dos estados sejam um modelo a ser seguido, claro, são instituições extremamente confiáveis e eficientes, lá cada um sabe o seu lugar. Bem ilustrativo esse comentário de Vossa Excelência.

    10. Resposta a “Vossa Excelencia”

      Alem de tudo que foi dito por outros colegas, gostaria de perguntar a Vossa  Excelencia qual a logica por exemplo de colocar policiais(?) delegados recém formados na Academia de Policias (e as vezes recem saidos do banco das faculdades de direito) para chefiar Delegacias de locais extremamente sensiveis como as fronteiras? estas “autoridades” muitas vezes estao no seu primeiro emprego (e que emprego???) e vaõ administrar pessoas, patrimonio publico, etc. Será que o contribuinte, se soubesse, se a ele fosse dada a ciência deste absurdo que é este modelo de policia que “Vossa Excelencia” defende concordaria? duvido. Na verdade vcs defendem seus privilegios dentro do DPF sem se importar com resultados, com o absurdo que é este modelo de policia que traz resultados pifios apesar da quantidade de dinheiro DO CONTRIBUINTE (eu, vc, nossas familias…..) investido em diarias, vtrs, pessoal (quantos terceirizados!!!) e no final o monstrengo chamada IPL não resultar em nada, indo mais de 95% para o arquivo. A criminalidade agradece “Excelencia”. Não é a toa que o MP a cada dia toma mais o espaço da policia, vide o GAECO. No dia que tudo isto vier a tona seremos chamados de parasitas pelo povo, e nao estamos mesmo muito longe disto e isto graças a luta dos Delegados pra manter o sistema do jeito que esta pois o importante é ser chamado de excelencia,  o importante e continuar investigando com instauraçoes de IPL’s que duram anos, tomando tempo de quem quer realmente trabalhar para no final ir para o lixo.

      De um policial que tem muita vontade de trabalhar, se sentir util mas nao consegue.

    11. O texto, de um delegado
      O texto, de um delegado anônimo, é uma obra prima de interpretação da segurança pública no Brasil.

      O sujeito, um desconhecido delegado (“policial” ou “jurista”?) que não se identifica, foi magistral em sua análise do caos que domina a Polícia Federal. Inteligente – não é à toa que deseja ser tratado por “doutor” e “excelência” -, ele usou de um artifício interessante, a metalinguagem, para descrever a arrogância, o preconceito e o desinteresse pelo serviço público eficiente que predomina na mente do autor com o objetivo de apresentar o pensamento de muitos em sua categoria (há outras pérolas do tipo nas redes sociais), sem entrar em conflito com os mesmos, ou seja, obliquamente. Assim, falou a verdade nas entrelinhas do discurso cínico, tomando para si, mesmo que anonimamente, o ônus de representar negativamente os colegas que têm o mesmo pensamento.
       Parabéns, delegado anônimo, realmente você conseguiu mostrar aos leigos por que os EPAs da Polícia Federal estão desmotivados, insatisfeitos, preocupados com os rumos da segurança pública no Brasil.
       O pensamento acerca da importância dos delegados e o desprezo pelos policiais não-delegados revela-se pedante ao extremo. Não à toa que a segurança pública no Brasil seja realmente um caos.

  39. Dados objetivos contra a interpretação subjetiva

    Delegados são vocacionados no Direito; não são vocacionados a gerir.

    Em nenhuma empresa o diploma de bacharel em Direito vocaciona especificamente e explicitamente para gerir.

    Nas maiores e mais bem geridas empresas, o bacharel em Direito via de regra atua no setor jurídico, bastante específico.

    Grandes e bem sucedidas empresas possuem os mais experientes administradores ou gestores.

    O DPF é uma grande empresa: possui muitos funcionários e abrangência nacional, com orçamento enorme.

    Componentes do setor jurídico do DPF, que deveriam cuidar de inquéritos, são os mesmos que também administram setores não jurídicos, sem nenhum inquérito:

    – enormes orçamentos;

    – grande quantitativo de equipamentos;

    – muitos equipamentos sofisticados;

    – enorme contingente de servidores;

    – planejamentos estratégicos desde a revisão das metas até como atingi-las com maior eficiência (menor gasto);

    – preparação e execução de grandes eventos não jurídicos;

    – todas as tarefas e desafios que uma grande empresa naturalmente possui.

     

    Mas o DPF não é gerido por gestores especialistas e experientes. É gerido pelos integrantes do departamento jurídico, pelos mesmos que deveriam atuar em inquéritos, dentro da área jurídica.

     

    Por este problema basal, a semelhança do DPF com grandes empresas fse restringe apenas ao tamanho, mas não na eficiência da gestão.

    Os exemplos atuais são:

    – aeronave VANT (veículo aéreo não tripulado) foi comprado e pago há muito tempo. Jamais voou. Houve grande perda de capital nesta tarefa. Foi gerida por um delegado com menos experiência do que outros servidores relacionados à área, que por algum motivo se afastou dos inquéritos e de seu setor jurídico específico.

    – Nada voa no DPF:

    — Helicópteros não voam;

    — Jatos sem manutenção ficam parados;

    — Se não voam helicópteros e jatos, nem veículos não tripulados, nada mais voa.

    Estes setores não jurídicos – e a própria chefia geral do DPF – foram geridas por delegados com menos experiência do que outros servidores relacionados à área, que por algum motivo se afastaram dos inquéritos e de seu setor jurídico específico.

    – Todas as várias centenas de caminhonetes ostensivas compradas para o DPF em todo o país vieram com tudo, menos o pneu correto: a única parte que faz tocar no chão toda a tecnologia da caminhonete, veio com metade da espessura, ou “pneus de bicicleta”, no jargão policial – totalmente fora da especificação do fabricante.

    – Na semana que a caminhonete chegou, derrapou na estrada com delegado e agentes dentro.

    – Todos os pneus foram trocados o mais rapidamente possível.

    – Novo gasto desnecessário.

    Esta ação não afeita à área jurídica foi idealizada e gerida por um delegado fora de sua atuação-fim, os inquéritos, com menos experiência do que outros servidores relacionados à área que possuem mais experiência em automóveis ostensivos. Por algum motivo, o delegado que geriu esta e todas as compras se afastou dos inquéritos e de seu setor jurídico específico.

    Sempre com a anuência da chefia geral da PF. A chefia geral da PF, como em uma grande empresa, também precisa de um gestor experiente e profissional – mas se encontra sendo gerida por integrantes do setor jurídico da PF, se afastando dos inquéritos e inibindo a ascenção dos trabalhadores mais experientes e mais afeitos à gestão.

    – O DPF pagou caro por um rede própria e exclusiva para ter se próprio rádio.

    – Não tentou dividir os custos; não tentou usar redes existentes. apostou alto em um rede própria.

    – A aposta foi caríssima e infeliz:

    – Com efetivo pequeno de dez mil homens, os rádios não são utilizados no DPF como é nas demais polícias: é preciso antes posicionar as antenas nas regiões em que haverá atuação dos policiais e, evidententemente, as antenas móveis somente funcinam em metade das operações em média: todo policial leva seu celular caso preise pedir socorro ou se comunicar.

    Como os policiais agora estão parando de ajudar com compensações no âmbito pessoal as má gestões generalizadas, oriundas daqueles não especialistas em gestão que deveriam estar cuidando de inquéritos, o DPF parou de se comunicar.

    E o policial parou de receber ao final do mês, em sua fatura, ligações que deveriam ser pagas pela empresa, por motivo de trabalho. O problema é que literalmente o DPF parou de se comunicar com esta decisão, haja vista que a caríssima “operadora de rádio” particular que a PF quis montar não ganhou território e, pior, parou no meio do caminho – isto é, enormes quantias de dinheiro já foram gastos.

    Esta ação não afeita à área jurídica foi idealizada e gerida por um especialista na área jurídica, um delegado fora de sua atuação-fim – os inquéritos -, com o agravante de ter menos experiência do que outros servidores relacionados à área – por exemplo, agentes de polícia federal engenheiros que possuem mais experiência de departamento e mais experiência em telecomunicações.

     

    Em jargão americano, cortando a enrolação, mal traduzindo a direta expressão “cut the crap”, A gestão do DPF é basicamente do tipo “esquenta-banco”: o especialista em Direito, delegado que não deseja atuar com tantos inquéritos esquenta a cadeira de alguma das centenas de chefias existentes no DPF, como grande empresa que é.

    O Núcleo de Segurança de Dignitários de São Paulo possui policiais federais que fizeram a segurança de 80% de todos os chefes de Estado do mundo. No Rio de Janeiro, que recebe tanto ou mais chefes de Estado os policiais federais possuem a mesma larga experiência, passando pelos detalhes de:

    – como gerenciar a escolta aérea efetuada por um ou mais helicópteros, de dentro ou fora da PF (de fora da PF desde que há muito tempo os helicópteros da PF, e nenhum tipo de aeronave na PF, voa, infelizmente): desde combinar horário e trajeto, comunicar mudanças de trajeto até o agrdecimento final pelo apoio prestado, sutileza que pode facilitar os próximos acompanhamentos; além é claro, do gerenciamento efetivo das reais situações de ataque aos chefes de Estado e Ministros, desde o pequeno roubo, relativamente comum, ao raro mas sempre presente possível ataque político ou terrorista; via planejamento prévio e comunicação constante; ao mesmo tempo que:

    – gerencia, da mesma maneira acima citada, a escolta por várias motos, de qualquer órgão, também necessitando cumprir vários protocolos, para quando aparecer a ameaça desde o pequeno roubo ao ataque direcionado; passando pela gentileza e estímulo para futuros trabalhos;

    – é preciso dizer que há város etceteras, sendo um setor onde cada experiência conta: onde ficar perto do chefe de estado para melhor protegê-lo das pessoas no entorno; o que fazer nas milhares de situações inusitadas que vão preencher a memória de cada experiente policial federal em atuação: porta emperrou; tipos de estacionamentos, os dois Papas que já vieram – diferenças no comportamento; grandes eventos em uma mesma cidade; gerenciamento de relacionamento com demais policiais federais em campo com outros chefes de estado; falta de comunicação e plano B; fuga; prevenção de assalto, ligar ou não giroflex, em favela proceder diferente em qual aspecto – não é possível citar milhares de experiências sempre entrando na memória e experiência do policial federal atuando em cada dia.

     

    Neste setor também se encontra o gestor especialista em Direito, delegado, fora de seus inquéritos, dentro de setor não jurídico.

    O especialista esquenta o banco nos setores não jurídicos, como o setor especializado em segurança de Minsitros e Chefes de Estado.

    Esquenta o banco pois não possui memória extensa de solução de problemas típicos de campo, adquirido durante décadas de trabalho. Os problemas aparecem, e a memória… não aparece.

     

    Como diriam os americanos ou ingleses, que não gostam de enrolação, principalmente nos negócios: não adianta mostrar apenas “cursos” teóricos operacionais ou papelada que não exprime a real experiência de décadas de atuação em campo. O indivíduo tem experiência? Não tem? Então libera a chefia para quem realmente pode solucionar problemas utilizando seu conhecimento efetivo.

     

    Rio de Janeiro e São Paulo possuem os maiores Núcleos de Segurança de Dignitários.

     

    Tudo ocorre com a anuência da chefia geral da PF. A chefia geral da PF, como em uma grande empresa, também precisa de um gestor experiente e profissional – mas se encontra sendo gerida invariavelmente por especialistas em Direito, integrantes do setor jurídico da PF, se afastando dos inquéritos e inibindo a ascenção dos trabalhadores tanto os mais experientes quanto os mais afeitos à gestão de grandes empresas.

     

    O problema de colocar especialistas em Direito fora dos setores jurídicos para gerir toda uma grande empresa não se limita a estremecer a esfera da tecnologia ou do mau gasto de orçamento, como exemplificado com aeronaves em geral, rádios, viaturas.

     

    As prisões caíram 4 vezes desde 2010.

     

    Como é divulgado pelos próprios policiais federais, as prisões caem de 2700 para 700 desde 2010 (fonte: http://www.dpf.gov.br).

     

    Os próprios policiais federais fizeram uma conta simples, que também pode aqui ser verificada: havendo 1400 delegados dentro da Polícia Federal; tendo ocorrido apenas 700 prisões em 2013, resta o indicador de que cada delegado da Polícia Federal efetuou apenas meia prisão durante todo o ano.

     

    Este, agora, é um indicador de produção, para quem não estava se contentando com as falhas com as tecnologias (nada voa no DPF; carros derrapavam; rádios não funcionam, segurança de ministros e gerenciamentos de grandes eventos operacionais não possuem chefes experientes).

     

    Aparece neste momento outro grande problema da gestão por especialistas em Direito, delegados.

     

    Especialistas em Direito não são, via de regra, afeiçoados com números tanto quanto são afeiçoados com interpretação de textos.

     

    Dentro de seus setores jurídicos, de seus inquéritos, esta capacidade de interpretação pode ser útil – desde que busque a interpretação que o legislador quis dar, e não que o especialista em Direito prefere que ocorra, mal utilizando os artifícios e habilidades da hermenêutica.

     

    Na gestão de grandes empresas é preciso ser objetivo e menos interpretativo.

     

    Fatos realmente vão ocorrer, e uma interpretação equivocada, tendenciosa ou subjetiva pode até agradar ou apaziguar os ânimos momentaneamente, mas em algum momento a verdade aparecerá, sendo impossível esconder a verdade com artifícios e habilidades da hermenêutica mal utilizada, em longos textos ou frases de efeito midiáticas.

     

    Naturalmente a gestão do DPF não quer enxergar os números.

     

    Em exercício da hermenêutica, o gestor especialista em Direito coloca a culpa em todo mundo, menos no DPF ou na sua gestão, no que diz respeito à queda de quatro vezes o número total de prisões do DPF.

     

    Ou para explicar porque cada delegado efetua meia prisão durante todo o ano, e ainda assim há várias centenas de delegados sem inquéritos ou com menos inquéritos.

     

    Os policiais federais sempre aguentaram, sob o manto da propalada “hierarquia”, que uma operação elaborada por uma equipe completa de policiais, por muito tempo, fosse deflagrada em um dia, prestando contas para a sociedade, aparecendo na legenda da entrevista, ao invés do termo genérico “policial federal” – abrangente e respeitoso com todos os trabalhadores da equipe -, aparecendo, na verdade, sempre o termo específico “delegado de polícia federal”. Sob o manto da hierarquia esta ferramenta de marketing e publicidade fazia aparecer para a sociedade somente e sempre um cargo específico, “delegado de polícia federal”, quando a população poderia muito bem ler “policial federal” durante a entrevista no único dia de prestação de contas para a sociedade.

     

    Esta ferramenta de marketing e publicidade traz status para o cargo de delegado e esconde os demais cargos que trabalharam todos os vários meses nas melhores operações.

     

    Os policiais federais enxergaram a ferramenta de propaganda e marketing escondida sob o nome de “hierarquia”, de focalização de todo o trabalho e status para apenas um cargo e, naturalmente, se cansaram de alimentar este sistema de focalização de status sem homenagear todos os cargos participantes dos grupos de trabalho em torno das melhores operações.

     

    Cada vez mais, os policiais atuam conforme suas formais e reais atribuições.

     

    Policiais federais da nova – se existir – PF terão que prestar contas para a sociedade como “policiais federais”, e não em disputa de cargos por legendas nas entrevistas: fazendo com que o incansável sistema de propaganda e marketing dê valor a todos os cargos policiais federais que trabalharam na operação, sem privilegiar quem assina os relatórios elaborados pelos agentes que, inclusive são chamado para depor junto aos juízes, por conhecerem mais da operação do que quem assina os relatórios pelo formalismo do código brasileiro.

     

    “Policiais Federais” deve aparecer em toda prestação de contas para a sociedade, sem privilegiar um cargo especifíco em ferramenta estratégica de marketing disfarçada de hierarquia.

     

    É no único dia de prestação de contas para a sociedade que o contribuinte se alivia, dizendo: “estes caras – os policiais federais, e não somente o delegado de policia federal, como comumente aparece – merecem ser pagos pelos meus impostos” , único momento em que o cidadão valoriza o cargo público.

     

    enquanto os delegados quiserem usar esta ferramenta ostensiva de direcionamento da prestação de contas para a sociedade focando somente no cargo de delegados, sem privilegiar o “policial federal”, genericamente, como uma grande família unida, os especialistas em Direito estarão sendo, também, maus gestores de recursos humanos: como não era de esperar muita sofisticação de cargos que deveriam se ater aos inquéritos, sem experiência ou especialização em RH.

     

    Os recursos humanos mal geridos fizeram, de alguma maneira, despencar 4 vezes o número de prisões, de 2700 para 700.

     

    Um juiz somente emite um mandado de prisão com fartas provas oriundas de operações bem documentadas e bem realizadas.

     

    Por isto, o número total de prisões mostra a verdade sobre a tentativa de combate ao crime e à corrupção.

     

    O número total de operações pode incluir operações grandes e bem documentadas tanto quanto operações pequenas e pouco documentadas. As operações pouco documentadas, feitas às pressas, no entanto, não conseguirão convencer e embasar um juzi suficientemente para que ele emita um mandado de prisão.

     

    Por isto, atestar que o número de prisões vem caindo quatro vezes desde 2010 é indicador direto da perda contínua de qualidade das operações em curso no DPF.

     

    O DPF precisa deixar todos os delegados trabalhando em setores que possuem inquéritos, não somente para poder aumentar a estatística de meia prisão por delegado em 2013, mas também para deixar em cada área o melhor especialista gerir a grande empresa, com suas centenas de chefias, tecnologias, recursos humanos e relações de trabalho, que é o DPF.

     

    Este texto procurou apresentar fatos e números objetivos:

    – problemas reais e noticiados com as tecnologias;

    –VANT (notícia: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1158211-sem-manutencao-aviao-antitrafico-nao-voa-desde-janeiro.shtml);

    –Helicópteros “paralelepípedos” (notícia: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/09/12/interna_brasil,387748/pf-compra-helicoptero-de-r-29-milhoes-mas-nao-tem-quem-pilote.shtml

    –)

    –Demais problemas tecnológicos: rádio (notícia – no terceiro parágrafo: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/283301_GURGEL+DENUNCIADO+DE+NOVO);

    – curriculum dos verdadeiros especialistas tanto em segurança de dignitários quanto em organização e gerenciamento de grandes eventos não jurídicos, policiais federais não delegados tendo tido contato pessoal com 80% de todos os Chefes de Estado do mundo, em comparação com o curriculum não especializado dos chefes especialistas em Direito que ali ficam na sala de chefia sem inquéritos;

    – entrevistas da polícia federal privilegiam a legenda especificando o cargo “delegado de policia federal”, ao invés de apenas “policial federal”, como deveria ser, homenageando a todos os integrantes das grandes operações, como uma única família.

    – queda de 4 vezes o total de prisões desde 2010 (fonte: http://www.dpf.gov.br), de 2700 para 700;

     

    para evitar depender do uso da hermenêutica ou interpretação subjetiva, com grandes tratados tirados de poucos dados objetivos, o que é útil nos setores jurídicos, mas na gestão de grandes e multi-milionárias empresa como o DPF, pode levar a conclusões previamente planejadas, sem tentar se manter objetiva e próxima da realidade dos fatos e dados.

     

    Porque é a realidade dos fatos e dados que vai nos confrontar amanhã, e já confrontam hoje, com quatro vezes a queda das prisões e nada mais voando no DPF, faltando apenas os grandes eventos trazerem mais fatos como o ocorrido com o Papa no planejamento sem experiência na área operacional e centenas de chefias do DPF.

     

    O DPF e suas centenas de chefias preicsam de chefia por experiência e aptidão, não por cargo como é hoje.

     

    Obrigado pela atenção e, por favor, confirmem cada um pessoalmente os dados aqui apresentados, para que cada um dos leitores verifique e ateste a veracidade das informações – sem a necessidade de interpretações subjetivas como ocorrem nas gestões por especialistas em inquérito e em Direito ou em depoimentos de especialistas em hermenêutica.

     

  40. Correção

    Caro moderador do GGN, peço a gentileza de que você substitua a minha postagem intitulada “dados objetivos contra a interpretação subjetiva” pela postagem mais completa e atualizada enviada ontem à noite, intitulada “dados objetivos na frente da interpretação subjetiva”  

    Mudanças importantes foram efetuadas no texto, tornando-o mais completo, mais didático e sem erros de grafia: além de conter ainda mais fatos e dados objetivos sobre a PF. 

    Desde já, agradeço pela postagem da versão mais completa e revisada do texto,

    Atenciosamente,

    Josué Carvalho. 

  41. Um adeus à Polícia Federal

    Desde muito se discute se esse modelo de segurança pública, especificamente na esfera federal, é o `correto` ou `mais eficiente`. As disputas entre os cargos da Polícia Federal chega a ter uma face medonha, que ultrapassa os temas de atribuições e salariais, chegando até o nível pessoal.

    Os delegados argumentam que um cargo só deva conduzir as investigações, e que todos os outros devem auxiliá-lo nessa empreitada. Quando confrontados com o argumento de que o legislador constitucional deu tratamento especial e diferenciado ao remeter à estrutura da Polícia Federal (ver atr. 144 da CF que di z que a Polícia Federal é estruturada em Carreira, no singular), tentando aproximá-la do modelo norte-americano do FBI, os delegados desconversam ou dizem que no FBI também uma carreira só investiga e as outras a auxiliam.

    Quando confrontados com os números da ineficiência do Inquérito Policial e sua dispensabilidade, dizem que a legislação e normas (ou as `regras`) do Brasil são assim e que em muitos países é até elogiado esse modelo brasileiro (embora eu particularmente nunca tenha visto tal tipo de elogio).

    Quando confrontados com a ideia de carreira única, dizem que nem todos podem ser `caciques`, que tem que ter quem manda e quem é mandado.

    O problema central é exatamente esse. O responsável pela investigação NUNCA deveria repassar sua responsabilidade para um terceiro.

    Explico.

    No modelo americano do FBI, realmente são os Special Agents (não vou nem debater nomenclatura dos cargos entre português e inglês) os maiores responsáveis pela investigação federal e existem outros cargos que os auxiliam. Só que são cargos de o utras carreiras, e au xiliam no sentido técnico do termo. São, entre outras, perícias, exames laboratoriais e operações táticas ostensivas, trabalhos pontuais que permeiam a investigação e a complementam. É só entrar no próprio site do FBI(http://www.fbi.gov/) que se vê claramente as diferentes carreiras do órgão e como as atribuições diferem. 

    Nenhum Special Agent determina, ordena ou requisita que outro cargo faça a investigação para ele. É ele mesmo que vai para as ruas e realiza a diligência. A requisição que faz a outros cargos é referente a questões técnicas que ele não tem atribuição ou conhecimento para realizar. 

    E é por isso que o modelo brasileiro é tão falho e ineficiente. O policial que realmente tem contato com a investigação de rua não é o responsável pela mesma. Pior, o responsável pela investigação não vai às ruas investigar. Ele elabora o relatório baseado no que ouve e lê de terceiros. Seu contato com a investigação chega a ser mais superficial que do agente que realmente a realiza. Salv o raras exceções, o responsável não vai fazer vigilância, não faz a interceptação telefônica, não vai até a casa e conhece os arredores da vizinhança do alvo, não observa os trejeitos e hábitos do alvo, não conhece o tipo de relação que ele tem com outras pessoas, nem detalhes de sua vida pessoal. 

    Ele recebe esses dados prontos e faz o esforço de estabelecer o nexo entre eles, porém não tem o contato necessário para perceber todos os detalhes. Daí sua superficialidade. No momento de realizar o relatório do inquérito, muitos detalhes importantes são perdidos ou passados despercebidos porque o responsável não esteve presente para notar essas nuanças e avaliar sua importância na apuração. Seu conhecimento da investigação nunca será pleno e, logo, nunca superará d e forma relevante o índice de cerca de 5% de soluç ão (sim, apenas 5% dos inquéritos levam a processos penais).

    E por quê? Qual o motivo da falta de interesse em ir atrás pessoalmente dessas informações, como os Special Agents fazem?

    Talvez a explicação esteja no fato de que a maioria dos delegados estão tão sedentos em poder mandar que se contentam apenas com isso. Mandam outros realizarem a investigação. Numa ânsia de serem como Juízes, procuram insistentemente uma carreira jurídica exatamente para poderem se desprender do trabalho policial sem perder o status de `ser polícia`; um tipo de polícia e xótica em que o trabalho policial em si é realizado por outro. Muito diferente dos Special Agents que estão sempre em campo realizando as diligências.

    Isso pode ser observado no fato de que diversos delegados constantemente realizam concursos para Juízes e Procuradores. Logicamente não se pode dizer que o trabalho desses cargos se reduz a isso, ou que essa é a intenção de todos os delegados; e evidentemente o subsídio mais alto é um atrativo. Inclusive esse é um fato observado em muitos colegas ex-Agentes que realizam o concurso de delegado: querem ser polícia recebendo mais. Claro, quem não quer. Porém é também fato que vários assimilam essa ideologia de almejarem trajetórias nos moldes dos citados Juizes e Procuradores e `mandarem` mais.

    Vale lembrar que esses citados cargos exigem em seu processo seletivo experiência na área de atuação, coisa que inexiste no concurso de delegado. E realmente não precisa existir, desde que o investigador aprenda a fazer o seu trabalho nas ruas e não apenas no gabinete.

    Em qualquer modelo eficiente de polícia, o policial aprende a ser policial nas ruas e sua experiência é o principal recurso humano que ele tem. Quer ser o responsável pela investigação? Louvável, eu aplaudo, mas seja inteiramente responsável e faça o `trabalho braçal` também, pois é ele que o qualifica como policial. Se o policial investiga e o Ministério Público denunci a, então é hora de assumir a responsabilidade e dar cabo da inves tigação em todos os seus aspectos.

    Mas também já ouvi delegados dizerem: `são muitos IPLs, não dá pra aprofundar em todos`. Realmente não dá se cada vez mais existir essa intermediação. Se todo policial de todos os cargos fosse responsável por um número determinado de investigações, isso seria possível. É assim que funciona em outros modelos mais eficientes: o policial recebe a denúncia do superior e realiza a investigação. É matemática simples: é muito mais eficiente 20.000 policiais dividirem 100.000 investigações que 2.000 pegarem as mesmas 100.000 e colocarem os outros 18.000 para auxiliá-los. A resposta não é aumentar quem manda os outros fazerem, é colocar todos para fazer.

    Isso leva a outra questão: com certeza nenhum Special Agent novato entra mandando em nenhum outro cargo de investigação. O modelo correto, e lógico até, é o novato entrar e aprender o trabalho com o mais antigo, que servirá de tutor do novato.

    E novamente, no exemplo do FBI, não é um Intelligence Analyst que vai ensinar o Special Agent, mas sim um Special Agent mais antigo. Se dois cargos fazem o mesmo trabalho, ou o `auxiliar` tem que ensinar os detalhes importantes esse trabalho, então há algo errado com a estrutura.

    No DPF, infelizmente, isso acontece com muita freqüência, especialmente em lugares onde a rotatividade dos servidores é alta. Quantas vezes o Delegado novato tem que pergunt ar ao Agente antigo, com experiência na área, qual sua sugestão, o que ele acha que deveria ser feito. Quantas vezes chega a perguntar `onde que eu assino`, ou `o que eu escrevo aqui` em procedimentos de Polícia Administrativa. É incabível pensar que o Delegado novato tem qualquer tipo de capacitação (excluíndo-se, claro, conhecimentos prévios específicos) que o qualifique para conhecer mais sobre determinado crime que um Agente experiente, que está há anos trabalhando nessa linha de investigação. E ainda assim, esses novatos se consideram superiores hierárquicos e insistem em chamar os outros de auxiliares a ponto de acharem inadmissível que um Agente experiente seja melhor remunerado que um Delegado novato, embora os dois cargos sejam de nível superior e tenham o mesmo tempo de academia.

    Claro, os delegados dirão que o Agente nunca faz tudo que o Delegado faz, mas o contrário sim, afinal o IPL é cheio de detalhes burocráticos e formalidades legais que apenas os Delegados podem cumprir. Mas para que? Se podem fazer tudo que o Agente faz, então por que não o fazem? Por que tem que ordenar que outro faça o trabalho de fato para ele e apenas reúne as informações e as compila? Por que não seguir a tendência mundial que se mostra mais eficaz? Que tipo de policial é esse que prefere não fazer o trabalho realmente policial? 

    Outro tópico correlato que é bizarro na estrutura da Polícia Federal: qual a explicação para um servidor formado em Direito ser mais indicado para assumir uma chefia de uma Diretoria de Logística ou de Gestão de Pessoal que um formado em A dministração? Que um formado em Comunicação Social para ser chefe da Divisão de Comunicação Social? Que um formado em Psicologia para ser chefe de Recursos Humanos? Que um formado em Relações Internacionais para ser chefe da Coordenação de Cooperação Internacional?! Que um formado em Sistemas de Informação para ser chefe da Coordenação de Tecnologia da Informação????!!!! Todas essas chefias são ocupadas por Delegados, os quais nitidamente não possuem as mesmas qualificações citadas acima (novamente salvo raras exceções). Defendem com unhas e dentes a manutenção do sistema inquisitório do IPL e vários estão desviados dessa função.

    Infelizmente só consigo enxergar o motivo explicitado acima para justificar tudo isso: a sede de poder mandar. Enquanto os responsáveis pela investigação criminal pensarem assim, o modelo brasileiro e a estrutura da Polícia Federal continuarão a ser ineficientes. 

    Sei que existem Delegados que discordam do modelo atual e também gostariam que as coisas fossem diferentes ou que ao menos dão o melhor de si para serem os mais eficientes possíveis dados a estrutura e o sistema. Porém, tristemente, são a minúscula minoria.

    Sempre busquei o DPF com uma visão muito diferente da que tenho hoje, uma primeira visão bem mais otimista e até ingênua. E em pouco tempo, meu ímpeto e esperanças referente ao órgão, ao trabalho e ao sistema forem esmorecendo a ponto de quase serem obliterados. E isso me deixa com muito pesar, pois sempre sonhei em ser Policial Federal e contribuir para a segurança pública do país. 

    Porém, sinto que chega próxima a hora de procurar outra carreira; uma em que as coisas façam um pouco mais de sentido.

  42. A QUEM INTERESSA UMA POLÍCIA FEDERAL DESVALORIZADA?

    Eram meados de julho do ano de 2008 quando a Polícia Federal, após quatro anos de investigação, prendia o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o empresário Naji Nahas, todos acusados de desvio de verbas públicas e crimes financeiros, em uma operação batizada como Satiagraha.

    Naquele momento, a polícia federal gozava de um prestígio popular ímpar, indiscutível, vez que protagonizava dezenas de operações de repercussão nacional e da mais alta relevância política e social.

    O então Diretor-Geral era o Delegado Federal Luiz Fernando Corrêa, ex-secretário nacional de segurança pública, agente federal por 14 anos e um dos principais idealizadores da polêmica  Força Nacional de Segurança Pública – juntamente com o ex-ministro da justiça Márcio Thomaz Bastos -, criada em 2004 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Coincidência ou não, posteriormente à deflagração da Satiagraha, a Polícia Federal do Brasil começou a ruir, palco de cortes orçamentários sucessivos , brigas internas entre categorias e, sobretudo, problemas relacionados à gestão.

    Gestão, aliás, tem sido um dos principais entraves vividos pelos escrivães, papiloscopistas e agentes – EPAs – nos últimos anos na polícia federal, que denunciam, entre outras coisas, indiscriminado favorecimento à categoria dos Delegados de Polícia, quais sejam: Cursos de mestrado apenas para os Delegados, elaboração de edital menosprezando as categorias de não delegados, destituição dos EPAs de praticamente todas as chefias do órgão – sobretudo as de caráter operacional -, apoio à perseguição de sindicalistas ligados aos EPAs, política de remoção que favorece especialmente delegados, não reconhecimento do nível superior das demais categorias bem como a falta de empenho do mesmo reconhecimento nas demais esferas de governo, envio preferencial de Delegados para cursos no exterior – inclusive os de caráter operacional – , remoções com ajuda de custo para delegados dirigentes, falta de empenho na contratação de servidores administrativos e, principalmente, desvio de função.

    Atualmente, por exemplo, o quinto escalão das principais chefias administrativas do órgão são chefiadas por delegados de polícia, sem contar os setores eminentemente operacionais e técnicos, como a Coordenação de Operações táticas, a Coordenação de Aviação Operacional e a Coordenação de Tecnologia da Informação, a despeito da conhecida carência desses mesmos servidores em delegacias e postos de fronteira.

    Aliado a isso, está a descarada prevalência pelo governo pelas demais carreiras de estado de nível superior, entre elas algumas com funções congêneres a dos policiais federais EPAs, que obtiveram, nos últimos anos, significativa reestruturação de suas carreiras para um patamar muito superior, chegando a perceber em alguns casos quase o dobro de um subsídio de um agente em início de carreira – vide Agência Brasileira de Inteligência – ABIN.

    O que se carece esclarecer, ao contrario daquilo apresentado exaustivamente pela grande imprensa escrita e falada, é que os policias federais agentes, escrivães e papiloscopistas não estão pleiteando reajuste de salário, mas sim, o devido realinhamento do patamar salarial ao qual pertencem, mediante edital de concurso e lei federal específica – LEI Nº 9.266, DE 15 DE MARÇO DE 1996 -, atribuindo aos profissionais policiais abnegados a condição de nível superior e a complexidade e importância das suas atribuições.

    A verdade é que de todas as reivindicações dos agentes, escrivães e papiloscopistas da polícia federal – reestruturação salarial e saída do Diretor-Geral Leandro Daiello – , NENHUMA delas SEQUER chegou a ser discutida pelo governo, o que leva a crer o quão desprestigiada está perante a ele.

    Ninguém parece querer avocar para si a responsabilidade de democratizar a PF, dividindo funções e reconhecendo o valor de todos os integrantes da CARREIRA Policial Federal, realocando os seus servidores na medida das suas atribuições, independente de pertencer à categoria A ou B, ou em nome da falsa hierarquia e disciplina propagada pela categoria dominante.

    O resultado desta política de esvaziamento da PF, além de uma estrutura desmotivada, sucateada e desvalorizada, é a grande evasão de servidores para outros órgãos, relações internas altamente estremecidas, alto índice de suicídio – no último ano um suicídio ao mês – e, por último, deflagração de uma das principais greves da história da polícia federal, com quase 70% de adesão. 

    Afinal, a que interessa uma Polícia Federal desvalorizada?

  43. Prezado colega delegado,
     
    Eu

    Prezado colega delegado,

     

    Eu gostaria de saber  o porquê nenhum delegado explica o motivo de ocuparem todas as outras chefias que não são de Polícia Judiciária ?

    Sua argumentação não entra nesta seara , assim como a de outros delegados ?

    O que está sendo falado aqui é sobre a crise instalada , a qual vivemos e este problema é unanime .

    Que os delegados fiquem com os IPLs,  apesar de não concordar, pois é ineficiente e em outros países a investigação não é judicializada como no Brasil, mas porque tem delegado chefiando o CAOP, o CTI, a DLOG, etc…..?

     

  44. A carreira de Delegado de Polícia é jurídica?

     

              Os Delegados de Polícia, de todo o país, pleiteiam que sua carreira torne-se Jurídica. Entretanto, todas as carreiras jurídicas existentes hoje, estão direitamente atreladas ao judiciário. Seja Juiz de Direito, Juiz Federal, Promotor Público, Procurador da República e Defensores Públicos da União ou dos Estados. A carreira de Delegado é policial, uma carreira típica de estado, portanto pertence ao Poder Executivo. Cabe a Polícia exclusivamene executar a lei. Como será, ter uma carreira que pertence ao  Executivo, com status de Carreira Jurídica? Outrossim, é dever do Delegado de Polícia, conduzir as investigações após a consumação do crime ou do flagrante delito, encaminhando o resultado destas investigações ao Ministério Público, nada mais. Ou seja, traduzindo para o bom português, o Delegado de Polícia faz um trabalho parecido com o de Policiais Militares. Quando estes, realizam o Boletim de Ocorrência, num acidente de trânsito, fazendo a apuração “inicial” dos fatos.  
             Ocorre que a Burocracia no Brasil, faz com que muitas vezes estes IPLs (Inquéritos Policiais), começados nas Delegacias de Polícia, fiquem indo e vindo incansavelmente da justiça para a Delegacia e vice-versa. Isto, em razão de terem sido mal trabalhados desde o início, quando foram lavrados. Além do que as montanhas de papéis que se acumulam nestas Delegacias, restrigem até o espaço para a circulação de seus funcionários. Aliás, é preciso saber que, somente 4 % destes inquéritos chegam a elucidação dos fatos, e consequente prisão dos criminosos que os cometeram. Então: Fica a pergunta no ar: Deve a carreira de Delegado de Polícia tornar-se uma carreira jurídica? Ou ao invés disso, investir-se mais na Polícia, seja em recursos humanos, equipamentos e viaturas, para que esta aumente sua eficácia em elucidar os crimes que apura, ou prosseguir com este modelo arcaico que nos deparamos hoje expressado pelo eterno círculo vicioso, Delegado, Inquérito Policial, Promotoria, Justiça e de novo Delegado de Polícia?                  
            O Delegado, não  estará presente no tribunal para discutir as circunstâncias em que o crime foi praticado, não irá decidir, ou influir no destino do réu. Se lá estiver, será ouvido como parte na fase de instrução do processo, caso seja requisitado pelo juiz ou promotor do processo. O Delegado apenas relata por escrito os fatos que ocorreram, não é testemunha ocular do crime. O que o Delegado conhece da parte autora do crime, são as informações que lhes foram trazidas pelos Policiais que efetivaram a investigação, que colheram nos bancos de dados da Polícia, ou na própria cena do crime, as informações que lhe são relatadas por estes, ou testemunhas do crime, que lhe foram trazidas após a consumação do crime ou do flagrante delito.
          Caso a PEC 240 seja aprovada, será um Trem da Alegria, com Delegados de Polícia passando a  ganhar 92,25 % dos vencimentos de um Juiz do Supremo Tribunal Federal. Será um prêmio, a quem obtem  parcos resultados, (apenas 4% dos inquéritos que presidem, alcançam resultados). Senhores leitores, isto que lhes relato, é para pensarmos  e refletirmos. Nós, o povo brasileiro, não desejamos um ESTADO POLICIALESCO e uma Polícia Política.
              É preciso que haja uma reformulação das Policias Civil, Militar, Federal, e Já! Para que atendam os anseios da população brasileira que manifestou-se nas ruas por um combate mais efetivo contra a criminalidade e corrupção. E tudo isto, claro, sob a supervisão dos Ministérios Públicos Estaduais e Federal.

    x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

    Constituição Federal DE 1988 diz em seu artigo 220.
    Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
    § 1º – Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
    § 2º – É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

     

  45. Aspectos Relevantes

    Como de costume, quando da manifestação de seus representantes, o “nobre delegado anônimo”, no comentário intitulado “Fim de ataques infundados”, aborda aspectos que aparentam, numa primeira leitura ou no caso do leitor não ter intimidade com o assunto, certa lógica. Contudo, as considerações são tendenciosas e omitem vários detalhes. Dizer que só 20% dos agentes faz a diferença é algo com o qual até concordo, mas e os seus colegas, qual o percentual que faz a diferença, quantos fazem ou já fizeram polícia? Não me venha dizer que fazer flagrante é fazer polícia, eu falo de investigar e prender, de ter peito para representar pela prisão preventiva de um figurão, de um servidor ou até mesmo de um policial corrupto? Quantos? Vou pedir menos, qual o percentual dos seus colegas já representou por uma simples prisão temporária? Não é só a PF que é movimentada por um pequeno percentual de seus servidores, todos os órgãos são assim, e todos os cargos, inclusive o seu. A situação chegou a tal ponto que agora nem esses 20% de abnegados quer trabalhar.

    Dizer que só os delegados tem capacidade para entender de crime finenceiro é outra soberba, mais uma vez supervaloriza a questão jurídica. Como agente já trabalhei em operações de lavagem de dinheiro e crimes financeiros, se você não tiver uma equipe multidisciplinar, com integrantes que detenham conhecimento do sistema financeiro nacional, algo de economia e tributação, seus conhecimentos jurídicos não servirão para nada.

    Outra deturpação é querer botar a PF como congênere das polícias civis estaduais, nós não somos iguais a elas, não quero dizer que somos melhores ou piores, não é isso, somos diferentes, pois ao contrário delas não somos apenas polícia judiciária, temos também as atribuições de polícia administrativa. Interessante que esses mesmos delegados que renegam essa condição da PF (polícia administrativa) não abrem mão de chefiar seus respectivos setores. Ainda sim, e apesar da diferença, ao contrário do que afirma o “nobre delegado anônimo”, estes colegas das polícias estaduais estão descontentes sim. A ficha também está caindo lá, apesar de fazerem parte de uma unidade de polícia judiciária, basta ver a greve dos agentes e escrivães que ocorre agora em Goiás, o movimento “cumpra-se a lei” dos policiais da PC do Rio de Janeiro e vários movimentos paredistas em PC’s do nordeste. A comprovação dessa diferença está no artigo 144 da CF, no qual ao referir-se às polícias, no caso da federal, parágrafo 1°, dispõem dois incisos de polícia administrativa ( (Inc. II e III) e dois de polícia judiciária (I e IV) e ao abordar as polícias civis estaduais (art 4°) coloca que serão dirigidas por delegados de carreira, o que não fez com a PF, pois esta possui os dois ramos policiais o judiciário e o administrativo e é estruturada em carreira.

    Afirma também que para ganharmos mais temos que trabalhar para fortalecer a instituição, ora bolas, foi exatamente isso que fizemos, principalmente no período de 1998 a 2010, até o Lula usava o nome da PF para dizer que prendia os corruptos, fizemos isso que você está pedindo sim, o bolo cesceu e ficamos sem fatia nenhuma, só você e seus pares tem espaço dentro do órgão e ainda transbordam para outros, para levar a competência do trabalho de todos os cargos, mas que só vocês querem aparecer como responsáveis. Quando entrei no DPF, há 17 anos atrás, o chefe do aeroporto de Guarulhos era um agente. O órgão cresceu, ganhou respeito, mas o nosso espaço que já não era grande diminuiu.

    A verdade é que o modelo de segurança pública no Brasil não funciona, um dos motivos disso, como bem disse o ex-chefe da Polícia de Nova York William Bratton é que que as polícias brasileiras são divididas em castas, nos casos das polícias civis (estaduais e federal) há o cargo de delegado, que se sobrepõm aos demais e no caso das polícias militares os oficiais acima dos praças. O que está ocorrendo hoje na PF é a implosão desse modelo, o que já está se repetindo em outras polícias. A prova da falência do nosso modelo é a entrevista do Governador de Minas Gerais Antonio Anastasia à Veja desta semana, ele afirma que a saúde e a educação se resolvem com dinheiro, basta dotar as referidas pastas com os recursos necessários que os gestores vão dar um jeito, mas com a sehurança pública isso não ocorre, segundo ele o problema só vem piorando e ninguém sabe o que fazer.

    De fato está havendo um sucateamento da PF, em parte pela ação do governo, talvez por conta de um alinhamento com interesses de nossas elites, com representantes no judiciário no parlamento e no executivo, que temem as ações da PF que tanto incomodaram no passado, em parte pela incompetência dos gestores da PF, contudo, o fator mais relevante para o travamento do órgão é sem dúvida a insatisfação dos chamados EPA’s com a atual estrutura que não valoriza e não motiva esses policiais a desenvolverem os seus trabalhos.

     

  46. Elefante branco

    Modelo de investigação criminal brasileiro é ineficiente

     

    Por Josias Fernandes Alves

    Após a Lei 12.830, que dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelos delegados, representantes da classe e dirigentes das polícias civis e Polícia Federal têm se ocupado de tema de extrema relevância para a segurança pública: a forma de tratamento a ser dispensada aos ocupantes do cargo.

    Sancionada em 20 de junho, cinco dias antes da rejeição pela PEC 37, que restringia o poder do Ministério Público (MP) e garantia o monopólio da investigação aos delegados, a lei assegurou antigo pleito da categoria. Estabeleceu que as funções de Polícia Judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de “natureza jurídica”.

    Previu também que “ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais”.

    A lei também definiu que o cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo “tratamento protocolar” que recebem magistrados, membros da Defensoria Pública, do MP e advogados. Foi uma espécie de prêmio de consolação, depois da inesperada reprovação da chamada “PEC da impunidade”, atropelada pelas manifestações de rua.

    Delegados também comemoraram a conquista de outro anseio da categoria: o tratamento de “Vossa Excelência”. Em 2007, o sindicato dos delegados do Distrito Federal já reivindicava a distinção. No ano passado, o corregedor e alguns outros delegados federais em Minas Gerais também tentaram emplacar o pronome, sob o argumento que o tratamento já era praxe na Polícia Civil.

    Na ocasião, até um delegado da PF mineira, em despacho interno, classificou a medida como “vaidades herdadas do período monárquico”. Após a repercussão negativa, o então superintendente recuou da decisão, invocando as regras gramaticais do “Manual de Redação da Presidência”.

    Há poucos dias, o novo chefe da Corregedoria da PF em Minas Gerais chamou o feito à ordem e orientou os servidores a adotarem a nova forma de tratamento nos modelos de comunicação oficial, agora com fundamento na nova lei. No cotidiano, a maioria de delegados já se dispensa o tratamento de “doutor”, independente de título acadêmico. Alguns se ofendem quando não são bajulados com o salamaleque, comum nos palácios da Justiça.

    Antes mesmo do status de excelência, as relações de delegados com os demais servidores de órgão policiais já eram pautadas pela soberba e autoritarismo. O “código de ética” da associação nacional de delegados da PF, por exemplo, considera como conduta a ser evitada pelos seus filiados “promiscuir-se com subordinado hierárquico, dentro ou fora de suas funções”.

    O veto do parágrafo que previa a condução da investigação criminal de acordo com o “livre convencimento técnico-jurídico” do delegado tirou um pouco do entusiasmo, mas não chegou a comprometer a pretensão de suas excelências. A lei manteve o indiciamento, como ato privativo do delegado de polícia, por ato fundamentado, mediante “análise técnico-jurídica do fato”. Foram-se os anéis, ficaram os dedos.

    A ação em prol do enfraquecimento do MP, para alguns políticos, teve razões inconfessáveis. Para os delegados, que ainda alimentam o sonho de equiparação salarial com magistrados e promotores, os motivos foram meramente corporativista$. Viúvas da PEC 37 ainda lamentam a derrota. O superintendente da PF em São Paulo falou em risco de um quadro de “instabilidade jurídica” no sistema de investigação criminal.

    Na maioria dos países, investigação criminal é atividade típica de polícia. No Brasil, assumiu natureza jurídica, por força da lei. No ano passado, em Roma, a ex-inspetora geral da Polícia Nacional da França, formada em artes clássicas, com mestrado em grego e latim, foi eleita presidente da Interpol, por representantes das polícias de 170 países.

    O Brasil é um dos poucos países do mundo onde existe o burocrático, ineficiente e arcaico inquérito policial, representado pela figura do elefante branco, que tem sido mostrado nas ruas, em manifestações de sindicatos dos policiais federais. Mas prevaleceu o lobby dos bacharéis de direito, da “polícia de juristas”.

    No entanto, vários estudos apontam outras prioridades que deveriam ser a principal preocupação de suas excelências, gestores das polícias e condutores das investigações. De acordo com “Mapa da violência 2013”, que compilou os dados mais recentes sobre o número de vítimas de homicídios no Brasil, em quatro anos (2008 a 2011), 206 mil pessoas foram assassinadas no País.

    O relatório também cita pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Criminalística, em 2011, que revelou o baixíssimo índice de elucidação dos crimes de homicídio no país, que varia entre 5% e 8%. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 65%; na França, de 80% e no Reino Unido chega a 90%.

    Dados sobre inquéritos policiais e termos circunstanciados pendentes revelam a situação de falência do nosso modelo de investigação criminal. O último cômputo divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, no estudo “MP – Um retrato”, atualizado até abril de 2013, mostrou que dos 5,3 milhões de casos criminais enviados pela polícia ao MP, nos estados e no Distrito Federal, 648 mil (12%) foram arquivados e apenas 589 mil (11%) resultaram em oferecimento de denúncia.

    As investigações ainda sem solução, incluindo todos os tipos de crimes, chegam a 4,1 milhões (77%). Em relação aos crimes contra a vida, dos 468 mil inquéritos em instaurados, 25 mil (5,3%) foram arquivados e 35 mil (7%) tinham elementos para embasar denúncias pelo MP.

    No âmbito do Ministério Público Federal (MPF), que recebe a maioria dos procedimentos da Polícia Federal, o diagnóstico do CNPM também é assustador. Dos 361 mil casos recebidos, 27 mil (7%) foram arquivados e apenas 12 mil (3%) resultaram em denúncias oferecidas à Justiça.

    Se considerados apenas os crimes contra a vida, os números são ainda mais pífios. Dos 1.833 inquéritos recebidos, 114 (6,2%) foram arquivados e só 39 (2%) serviram para embasar denúncias. Nada menos que 1.680 ainda estão pendentes.

    O estudo não informa os percentuais de inquéritos já relatados e dos que se encontram na situação mais comum: o infinito vai e vem, com meros despachos protelatórios e pedidos de dilação de prazo para conclusão. Na PF, muitos deles se arrastam por anos a fio. Alguns vagam por mais de uma década, como fantasmas que assombram vítimas e testemunhas, brindando os criminosos com a prescrição.

    São os inquéritos “pingue-pongue”, na expressão cunhada pelo professor Michel Misse, do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflitos e Violência Urbana da UFRJ. Ele coordenou o estudo acadêmico “O inquérito policial no Brasil: uma pesquisa empírica”, realizado e cinco capitais e publicado pela Federação Nacional dos Policiais Federais.

    A pesquisa demonstrou o que todos já sabem: o inquérito é instrumento ineficiente do procedimento investigatório, com baixíssimas taxas de elucidação de crimes, que gera burocracia e contradições entre opiniões policiais e jurídicas e sofre interferências políticas.

    Pela importância dada à excrescência do emprego do pronome de tratamento para os delegados, com o perdão do trocadilho, fica difícil imaginar patamares de excelência para nosso sistema de investigação criminal, de modo a reverter os vergonhosos índices de violência e criminalidade.

     

    Josias Fernandes Alves é agente de Polícia Federal, formado em Direito e Jornalismo

    Revista Consultor Jurídico, 30 de julho de 2013

    Fonte: http://www.conjur.com.br/2013-jul-30/josias-alves-modelo-investigacao-criminal-brasileiro-ineficiente

  47. Números da PF não vão caber embaixo do tapete

    -Dados objetivos caminham na frente da interpretação subjetiva

    Delegados são vocacionados no Direito; não são vocacionados a gerir.

    Em nenhuma empresa o diploma de bacharel em Direito vocaciona especificamente e explicitamente para gerir.

    Nas maiores e mais bem geridas empresas, o bacharel em Direito via de regra atua no setor jurídico, bastante específico.

    As grandes e bem sucedidas empresas possuem os mais experientes administradores ou gestores.

    Não é diferente no DPF, que também é uma grande empresa: possui muitos funcionários e abrangência nacional, com orçamento enorme.

    O DPF, como grande empresa, precisa administrar:

    – enormes orçamentos;

    – grande quantitativo de equipamentos;

    – grande complexidade de equipamentos sofisticados e caros;

    – grandes contratos;

    – enorme contingente de servidores;

    – planejamentos estratégicos desde a revisão das metas até como atingi-las com maior eficiência (menor gasto);

    – preparação e execução de grandes eventos não jurídicos;

    – todas as tarefas e desafios que uma grande empresa naturalmente possui.

    Mas o DPF não é gerido por gestores especialistas e experientes.

    Diferentemente de qualquer outra grande empresa, o DPF é gerido pelos integrantes do departamento jurídico, pelos mesmos que deveriam atuar em inquéritos, dentro da área jurídica.

    Devido a este erro basal, a semelhança do DPF com as grandes empresas se restringe apenas ao tamanho e volume dos negócios, mas não se equipara na hora de medir a eficiência da gestão.

    Os exemplos atuais são:

    – aeronave VANT (veículo aéreo não tripulado) foi comprado e pago há muito tempo. Jamais voou. Houve grande perda de capital nesta tarefa. Foi gerida por um delegado com menos experiência do que outros servidores relacionados à área, que por algum motivo se afastou dos inquéritos e de seu setor jurídico específico para errar na compra da aeronave não tripulada, desperdiçando grande parte do orçamento de uma só vez.

    – Não para dizer menos do que isto: nada voa no DPF:

    — Helicópteros não voam;

    — Jatos sem manutenção ficam parados;

    — Se não voam helicópteros e jatos, nem veículos não tripulados, nada voa.

    Estes setores não jurídicos – e a própria chefia geral do DPF – foram geridas por delegados com menos experiência do que outros servidores relacionados à área, que além de gerir mal o setor não jurídico, ainda se afastaram dos inquéritos e da produção habitual de seu setor jurídico específico.

    – Todas as várias centenas de caminhonetes ostensivas compradas para o DPF em todo o país vieram com tudo, menos o pneu correto – a única parte que faz tocar no chão toda a tecnologia da caminhonete -, que veio com metade da espessura, ou “pneus de bicicleta”, no jargão policial – totalmente fora da especificação do fabricante.

    – Na semana que a caminhonete chegou, derrapou na estrada com delegado e agentes dentro.

    – Todos os pneus foram trocados o mais rapidamente possível.

    – Novo gasto desnecessário.

    Esta gestão não afeita à área jurídica foi idealizada e gerida por um delegado fora de sua atuação-fim, os inquéritos, com menos experiência do que outros servidores relacionados à área que possuem mais experiência em automóveis ostensivos.

    Por algum motivo, o delegado que geriu esta e todas as compras se afastou dos inquéritos e, novamente, se afastou da própria produção de seu setor jurídico específico em que se encontram seus inquéritos.

    Sempre com a anuência da chefia geral da PF.

    A chefia geral da PF, como em uma grande empresa, também precisa de um gestor experiente e profissional.

    Mas se encontra sendo gerida por integrantes do setor jurídico da PF que,, além de deixar de produzir ao se afastar de seus inquéritos, concomitantemente impedem e inibem a ascenção do trabalhador mais experiente e mais afeito à gestão global de uma grande empresa.

    – O DPF pagou caro por um rede própria e exclusiva para ter seu próprio rádio.

    – Não tentou dividir os custos; não tentou usar redes existentes. apostou alto em um rede própria.

    – A aposta foi caríssima e infeliz:

    – Com efetivo pequeno de dez mil homens, os rádios não são utilizados no DPF como é nas demais polícias: é preciso antes posicionar as antenas nas regiões em que haverá atuação dos policiais e, evidententemente, as antenas móveis somente funcionam em metade das operações em média: todo policial leva seu celular caso precise pedir socorro ou se comunicar.

    Como os policiais agora estão parando de ajudar com compensações no âmbito pessoal as má gestões generalizadas, oriundas daqueles não especialistas em gestão que deveriam estar cuidando de inquéritos, o DPF cada vez mais pára de se comunicar.

    Em contrapartida, o policial parou de receber ao final do mês, em sua fatura, ligações que deveriam ser pagas pelo DPF, por terem sido ocasionadas por motivo de trabalho.

    O problema é que literalmente o DPF parou de se comunicar com esta decisão, haja vista que a caríssima “operadora de rádio” particular que a PF quis montar não ganhou território e, pior, parou no meio do caminho – isto é, enormes quantias de dinheiro já foram gastas.

    Esta ação não afeita à área jurídica foi idealizada e gerida por um especialista na área jurídica, um delegado fora de sua atuação-fim – os inquéritos -, com o agravante de ter menos experiência do que outros servidores relacionados à área – por exemplo, agentes de polícia federal engenheiros que possuem mais experiência de departamento e mais experiência em telecomunicações.

    Em jargão americano, cortando a enrolação, mal traduzindo a direta expressão “cut the crap”,  a gestão do DPF é basicamente do tipo “esquenta-banco”: o especialista em Direito, delegado que não deseja atuar com tantos inquéritos, esquenta a cadeira de cada uma das centenas de chefias existentes no DPF, grande empresa que é.

    O problema é que uma grande empresa como também é o DPF precisa de decisões profissionais de gestão: parar de jogar dinheiro no ralo; acompanhar a mudança do combate ao crime; acompanhar a tendência contábil de se rastrear bens obtidos por lavagem de dinheiro; gerir as intermináveis novas tecnologias; sem perder-se de seu planejamento estratégico (sem comprar por comprar, fora de propósitos).

    O Núcleo de Segurança de Dignitários de São Paulo possui policiais federais que fizeram a segurança de 80% de todos os chefes de Estado do mundo.

    No Rio de Janeiro, que recebe tanto ou mais chefes de Estado do que em São Paulo, os policiais federais possuem a mesma larga experiência, que abrange conhecer os infindáveis e sempre aprendendo detalhes de:

    – como gerenciar a escolta aérea efetuada por um ou mais helicópteros, de dentro ou fora da PF (de fora da PF desde que há muito tempo os helicópteros da PF, e nenhum tipo de aeronave na PF, voa, infelizmente): combinar horário e trajeto, comunicar mudanças de trajeto, efetuar agradecimento final pelo apoio prestado, sutileza que pode facilitar os próximos acompanhamentos; além é claro, do gerenciamento efetivo das reais situações de ataque aos chefes de Estado e Ministros, desde o pequeno roubo, relativamente comum, ao raro mas sempre presente possível ataque político ou terrorista; via planejamento prévio e comunicação constante; ao mesmo tempo que:

    – gerencia, da mesma maneira acima citada, a escolta por várias motos, de qualquer órgão, também necessitando cumprir vários protocolos, para quando aparecer a ameaça desde o pequeno roubo ao ataque direcionado; passando pela gentileza e estímulo para futuros trabalhos;

    – é preciso dizer que há vários etceteras, sendo a segurança de Chefes de Estado dos variados países um setor em que cada experiência conta: saber em que posição ficar a pé, perto do chefe de estado, para melhor protegê-lo das pessoas no entorno; o que fazer nas milhares de situações inusitadas, nas exceções, que vão preencher a memória de cada experiente policial federal em atuação: porta emperrou; tipos de estacionamentos, os dois Papas que já vieram – diferenças no comportamento; grandes eventos em uma mesma cidade; gerenciamento de relacionamento com demais policiais federais em campo com outros chefes de estado; relacionamento com GSI; falta de comunicação e plano B; fuga; prevenção de assalto, ligar ou não giroflex, em favela proceder diferente em qual aspecto: não é possível citar milhares de experiências que em cada nova operação acumulam na memória e experiência do policial federal em campo.

    No setor que protege em campo os Chefes de Estado também se encontra na cadeira de chefe o especialista em Direito, delegado, fora de seus inquéritos, dentro de setor não jurídico.

    O especialista em Direito, delegado, esquenta o banco pois não possui memória com milhares de soluções práticas e imediatas de problemas típicos de campo, adquirido durante décadas de trabalho.

    Para o gestor especialista em Direito, delegado, os problemas aparecem, e a memória… não aparece.

    Como diriam os americanos ou ingleses, que não gostam de enrolação, principalmente nos negócios: não adianta mostrar apenas “cursos” teóricos operacionais ou papelada que não exprime a real experiência de décadas de atuação em campo.

    O indivíduo tem experiência? Não tem?

    Então libera a chefia para quem realmente pode solucionar problemas utilizando seu efetivo. e prático extenso conhecimento, que já vem junto com a própria admiração dos demais colegas, dando ainda mais uma camada de gestão: a facilidade da aceitação imediata das ordens do colega realmente e efetivamente mais experiente.

    Situação que o especialista em Direito, delegado, não consegue substituir – além de abandonar um bom punhado de inquéritos emquanto ocupa a cadeira de um setor no qual não possui experiência, fora da área jurídica específica.

    Rio de Janeiro e São Paulo possuem os maiores Núcleos de Segurança de Dignitários.

     

    Tudo ocorre com a anuência da chefia geral da PF.

    A chefia geral da PF, como em uma grande empresa, também precisa de um gestor experiente e profissional – mas se encontra sendo gerida invariavelmente por especialistas em Direito delegados, originariamente integrantes do setor jurídico da PF. Delegados que, aidiconalmente, automaticamente se afastam dos seus inquéritos, ao mesmo tempo que  ocupam, impedem e inibem a ascenção dos trabalhadores tanto os mais experientes quanto os mais afeitos à gestão da grande empresa que também é o DPF.

    O problema de colocar especialistas em Direito fora dos setores jurídicos para gerir toda uma grande empresa não se limita a estremecer a esfera da tecnologia ou do mau gasto de orçamento, como exemplificado com aeronaves em geral, rádios, viaturas.

    Não é possível dizer de maneira menos surpreendente que:

    As prisões efetuadas pelo DPF caíram 4 vezes desde 2010.

    Como é divulgado pelos próprios policiais federais nas redes, as prisões caíram de 2700 para apenas 700 prisões desde 2010 (fonte: http://www.dpf.gov.br).

    Os próprios policiais federais fizeram uma conta simples, que também pode aqui ser verificada:

    Havendo 1400 delegados dentro da Polícia Federal; ao mesmo tempo que ocorreram somente 700 prisões em 2013, não dá para não criar o indicador de produtividade de que:  

    Cada delegado da Polícia Federal efetuou apenas meia prisão durante todo o ano.

    Este, agora, é um indicador de produção, para quem não estava se contentando com as falhas com as tecnologias (nada voa no DPF; carros derrapavam; rádios não funcionam, segurança de ministros e gerenciamentos de grandes eventos operacionais não possuem chefes experientes com memória prática).

    Aparece neste momento outro grande problema da gestão por especialistas em Direito, delegados: ao mesmo tempo que eles ocupam, impedem, inibem a ascenção de especialistas realmente experientes e capacitados em cada uma das centenas de chefias do DPF incluindo a chefia máxima, que precisa de gestão especializada e não jurídica; este especialistas em Direito, delegados, saindo de seus setores jurídicos, abandonam seus inquéritos, deixando vir à tona estatísticas como esta, em que todos os delegados da PF conseguiram apenas efetuar meia prisão cada em 2013.

    O abandono dos inquéritos por parte das várias centenas de delegados que ocupam setores não jurídicos, incluindo todas as cadeiras de chefias, que impedem a gestão profissional pelo especialista correspondente na respectiva área não jurídica; é problema com dupla conseqüência no DPF: permite que os delegados consigam produzir apenas meia prisão cada; ao mesmo tempo que impede que os verdadeiros especialistas não jurídicos atuem nas centenas de chefias não jurídicas.

    Pior ainda é o fenômeno da interpretação subjetiva invadindo as chefias não jurídicas. A gestão profissional precisa basear-se em dados objetivos e em números para tomar as melhores e mais objetivas decisões, comprometendo as variadas partes da grande empresa que é o DPF.

    Ocorre que especialistas em Direito não são, via de regra, afeiçoados com números tanto quanto são afeiçoados com interpretação de textos.

    Dentro de seus setores jurídicos, de seus inquéritos, esta capacidade de interpretação é útil – desde que busque a interpretação que o legislador quis dar, e não a interpretação que o especialista em Direito prefere que ocorra, mal utilizando os artifícios e habilidades da hermenêutica.

    Na gestão de grandes empresas, diferentemente, é preciso ser objetivo e menos interpretativo. Não se deve forçar interpretações subjetivas baseando-se em poucos dados objetivos; ao contrário, os dados objetivos devem falar por si só, com pouca ou nenhuma interpretação, já bastando as incertezas sobre o futuro e a abrangência de atuação das grandes empresas para dificultar a tomada de decisões.

    Não se deve somar a estas dificuldades a possibilidade de gestores especialistas em interpretação e hermenêutica deixarem de ver silogismos e falsos raciocínios em longos textos interpretativos de poucos dados objetivos. Uma empresa pode ir toda por água abaixo com uma decisão longa e interpretativa que não permite ver dentro de seu infindável conjunto de aparentes lógicas falsos raciocínios, levando a decisões aparentemente corretas, mas internamente erradas, com falsas premissas ou interpretações muito alongadas.

    Em grandes decisões, como ocorre todo mês nas centenas de chefias das grandes empresas, como também é o DPF, os dados objetivos mais do que nunca devem falar por si só e pautar as maiores e principalmente as mais caras decisões.

    Os desdobramentos das decisões e dos negócios realmente vão ocorrer, e uma interpretação equivocada, tendenciosa ou subjetiva pode até agradar ou apaziguar os ânimos momentaneamente, mas em algum momento a verdade aparecerá, sendo impossível esconder a verdade com artifícios e habilidades da hermenêutica mal utilizada, em longos textos ou frases de efeito midiáticas.

    Naturalmente atual gestão do DPF, tomada por especialistas em Direito, os delegados, prefere não enxergar os números e fatos objetivos; optando por interpretações subjetivas e otimismo – não menos subjetivo.

    Em exercício da hermenêutica, o gestor especialista em Direito coloca a culpa em todo mundo, menos no DPF ou na sua gestão, no que diz respeito à queda de quatro vezes o número total de prisões do DPF.

    Ou para explicar porque cada delegado efetua meia prisão durante todo o ano, e ainda assim há várias centenas de delegados sem inquéritos ou com menos inquéritos do que poderiam.

    Um subproduto da capacidade hermenêutica utilizada indevidamente na gestão de dados objetivos que deveriam permear as maiores e mais caras decisões no DPF, é o pequeno sistema de propaganda e marketing criado para privilegiar especificamente e exclusivamente o cargo de delegado no dia da entrevista e prestação de contas para a sociedade, logo após terminada as grandes operações que envolvem todos os cargos policiais federais durante vários meses – sistema de propaganda e marketing oculto sob diferente denominação, dizendo-se tratar-se de “hierarquia”.

    Os policiais federais sempre aguentaram, sob o manto da propalada “hierarquia”, que uma operação elaborada por uma equipe completa de policiais por muito tempo, ao ser deflagrada em um único dia – prestando contas para a sociedade – retratasse na legenda da entrevista policial, ao invés do termo genérico “policial federal” – abrangente e respeitoso com todos os trabalhadores da equipe -, retratasse na verdade sempre o termo específico “delegado de polícia federal”.

    Sob o manto da hierarquia esta ferramenta de marketing e publicidade fazia aparecer para a sociedade somente e sempre um cargo específico, “delegado de polícia federal”, privilegiando um cargo apenas, quando a população poderia estar lendo apenas “policial federal” durante a entrevista no único dia de prestação de contas para a sociedade, homenagenado toda a equipe de policiais federais de todos os cargos, como uma única família “policial federal”.

    Esta ferramenta de marketing e propaganda traz status para o cargo de delegado e esconde os demais cargos que trabalharam todos os vários meses nas melhores operações.

    Os policiais federais enxergaram a ferramenta de propaganda e marketing escondida sob o nome de “hierarquia”.

    Com a descoberta os policiais federais naturalmente se cansaram de alimentar este sistema de focalização de status em um único cargo, sem homenagear todos os cargos participantes dos grupos de trabalho em torno das melhores operações.

    Cada vez mais, os policiais atuam conforme suas formais e reais atribuições, e nada mais de maneira informal ou não prevista em lei e atribuições.

    O policiais federais da nova – se esta existir – PF terão a obrigação de prestar contas para a sociedade como “policiais federais”, eliminando toda e qualquer disputa de cargos por mais espaço nas legendas das entrevistas para a sociedade: fazendo com que o incansável sistema de propaganda e marketing dê valor a todos os cargos policiais federais que trabalharam na operação, sem privilegiar quem assina os relatórios elaborados pelos agentes que, inclusive, agentes estes que são chamados com exclusividade para depor junto aos juízes, por conhecerem mais da operação do que o cargo que assina os relatórios pelo simples formalismo do código brasileiro.

    “Policiais Federais”, “Policial Federal” é o termo familiar e representativo da união dentro do DPF, que deve aparecer em toda prestação de contas para a sociedade, sem privilegiar um cargo especifíco, sem ferramenta estratégica de marketing disfarçada de hierarquia.

    É no único dia de prestação de contas para a sociedade que o contribuinte se alivia, dizendo: “estes caras – os policiais federais, e não somente o delegado de policia federal, como comumente aparece – merecem ser pagos pelos meus impostos” , único momento em que o cidadão valoriza o cargo público. Nos demais momentos, a operação é secreta e não pode aparecer.

    Enquanto os delegados quiserem usar esta ferramenta ostensiva de direcionamento da prestação de contas para a sociedade focando somente no cargo de delegados, sem privilegiar o “policial federal” genericamente, como uma grande família unida, os especialistas em Direito estarão sendo, também, maus gestores de recursos humanos: não era de esperar muita sofisticação na gestão de RH sendo elaborada por cargo que deveria se ater aos seus inquéritos, sem possuir experiência ou especialização em RH.

    A falta de gestão especializada e moderna de RH fez rapidamente transparecer a ferramenta de propaganda e marketing disfarçada de hierarquia. E os policiais componentes da estrutura de RH diexaram, então, de alimentar este ostensivo sistema de valorização de um único cargo nas entrevistas e nas prestações de contas da sociedade.

    É consequência desta má gestão de recursos humanos o despencar de 4 vezes o número de prisões, de 2700 para 700 prisões, no DPF, desde 2010.

    Como as prisões estão diretamente relacionadas à qualidade real e ao farto embasamento das provas obtidas durante toda a execução das operações, a queda  de quatro vezes no número total de prisões reflete a tão grande quanto queda real da qualidade das operações do DPF.

    O conceito é muito simples: um juiz somente se permite emitir um mandado de prisão quando tiver fartas provas oriundas de operações bem documentadas e bem realizadas.

    Pode implorar, até mesmo o Papa pedir, que o juiz não vai emitir uma ordem de prisão sem contundentes provas que corroborem e justifiquem este pedido.

    Por isto, o número total de prisões mostra a verdade sobre a qualidade real da tentativa de combate ao crime e à corrupção por parte do DPF.

    O número total de operações pode incluir operações grandes e bem documentadas tanto quanto operações pequenas e pouco documentadas. As operações pouco documentadas, feitas às pressas, no entanto, não conseguirão convencer e embasar suficientemente um juiz para que ele emita o importante e cheio de requisitos mandado de prisão.

    Por isto, atestar que o número de prisões vem caindo quatro vezes desde 2010 é indicador direto da perda contínua de qualidade das operações em curso no DPF.

    Mais este fato é motivo adicional para que o DPF precise urgentemente deixar todos os delegados trabalhando em setores que possuem inquéritos, não somente para poder aumentar a estatística de meia prisão por delegado em 2013, mas também para deixar em cada área o melhor especialista gerir a grande empresa, com suas centenas de chefias, tecnologias, recursos humanos e relações de trabalho, que é o DPF.

    Este texto procurou invariavelmente apresentar fatos e números objetivos:

    – problemas reais e noticiados com as tecnologias;

    –VANT (notícia: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1158211-sem-manutencao-aviao-antitrafico-nao-voa-desde-janeiro.shtml);

    –Helicópteros “paralelepípedos” parados (notícia: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/09/12/interna_brasil,387748/pf-compra-helicoptero-de-r-29-milhoes-mas-nao-tem-quem-pilote.shtml

    –)

    –Demais problemas tecnológicos: rádio (notícia – no terceiro parágrafo: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/283301_GURGEL+DENUNCIADO+DE+NOVO);

    – curriculum dos verdadeiros especialistas tanto em segurança de dignitários quanto em organização e gerenciamento de grandes eventos não jurídicos, policiais federais não delegados tendo tido contato pessoal com 80% de todos os Chefes de Estado do mundo, em comparação com o curriculum – confiram, perguntem – não especializado dos chefes especialistas em Direito que ali ficam na sala de chefia ocupando a cadeira sem inquéritos;

    – entrevistas da polícia federal – no Jornal Nacional, nas demais emissoras, jornais e revistas – privilegiam a legenda especificando o cargo “delegado de policia federal”, ao invés de apenas “policial federal”, como deveria ser, homenageando a todos os integrantes das grandes operações, como uma única família, dentro de sistema de propaganda e marketing alimentado pelo cargo de delegado, maior beneficiário e interessado.

    – queda de 4 vezes o total de prisões desde 2010 (fonte: http://www.dpf.gov.br), de 2700 para 700;

    Estes foram os dados e fatos objetivos trazido neste documento informativo.

    A farta e variada amostra de fatos e dados diretos e objetivos possui a intenção primária de evitar depender do uso da hermenêutica ou interpretação subjetiva, evitando incorrer no risco desnecessário e erro de elaborar grandes tratados tirados de poucos dados objetivos, o que é útil nos setores jurídicos, mas na gestão de grandes e multi-milionárias empresas, como também é o DPF, frequentemente induzem e levam a se estabelecer e difundir conclusões previamente arquitetadas e propositalmente distanciadas da aceitação direta dos dados e fatos claros e objetivos.

    É a realidade dos fatos e dados – e não a ficção de interpretações subjetivas – que vai nos confrontar amanhã e, já agora, nos confrontam hoje: com quatro vezes a queda das prisões e nada mais voando no DPF sendo uma realidade imediata; com um futuro de grandes eventos trazendo mais fatos como o ocorrido com o Papa, por falta de planejamento,  envolvendo as centenas de chefias operacionais ocupadas sem experiência pelos delegados que simultaneamente deixam de dar prosseguimento a toda sua quota natural de inquéritos.

    O DPF e suas centenas de chefias preicsam de chefia por experiência e aptidão, não por cargo como é hoje.

    Obrigado pela atenção e, por favor, confirmem pessoalmente cada um dos dados aqui apresentados, para que cada um dos leitores verifique e ateste a veracidade das informações – sem a necessidade de interpretações ou malabarismos subjetivos como ocorrem nas gestões tomadas por especialistas em inquérito e em Direito ou em depoimentos de especialistas em hermenêutica, fora de seu setor jurídico de atuação-.

  48. As recentes manifestações

    As recentes manifestações populares em todo o Brasil reacenderam o debate sobre o papel de nossas forças policiais. Muitas manchetes de jornais e opiniões de especialistas destacaram a desmilitarização da polícia como tema central.

    Na verdade, essa questão é apenas a ponta do iceberg. Somente uma abordagem abrangente, a partir de uma visão global e sistêmica do problema, poderá resultar em uma melhoria efetiva da estrutura policial brasileira. Entre outros pontos, três merecem destaque como símbolos de nosso atraso, na comparação com as principais polícias do mundo:

    1) A polícia brasileira é a única que investiga por meio de um procedimento burocrático, inquisitivo e ineficiente: o inquérito policial. Enquanto nos outros países a polícia procura implantar medidas para agilizar e integrar o ciclo de investigação, no Brasil insistimos num instrumento que anda na contramão da moderna técnica de investigação por apresentar baixíssimos resultados na elucidação de crimes e na produção de provas materiais e periciais. Ademais, pela rigidez de seus procedimentos, o inquérito policial contribui para afastar os policiais das ruas e as ruas dos policiais, já que exigências cartorárias acabam prevalecendo sobre o escopo do trabalho investigativo.

    2) O Brasil também é o único país em que a chefia da investigação policial é reservada a uma determinada categoria profissional. Enquanto aqui limitamos o acesso, a gerência e a inteligência policiais aos bacharéis em Direito, a polícia nos demais países do mundo recruta profissionais com formação em diferentes especializações. Isso porque o combate ao crime organizado, em mundo baseado no conhecimento, precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar. O FBI, a polícia federal americana, por exemplo, seleciona profissionais de diversas áreas, como: Contabilidade, Finanças, Línguas Estrangeiras, Direito, Ciências, Informáticas, etc.

    3) No Brasil não temos uma carreira policial, mas sim diferentes unidades policiais (civis e militares) integradas por comandantes e comandados. Essas estruturas, centralizadoras e pouco flexíveis, não possibilitam o desenvolvimento dos trabalhadores do setor, pois, na contramão dos princípios da administração moderna, não permitem que o talento e o mérito sejam reconhecidos. Além disso, contribuem para a ineficiência, a corrupção e a desmotivação funcional, já que a falta de perspectivas profissionais resulta em baixa qualidade na prestação de serviços à sociedade. Do ponto de vista gerencial, destaca-se a falta de sinergia entre as nossas forças policiais, já que o modelo atual estimula a competição, o retrabalho e o aumento de custos decorrentes da separação das atividades de polícia judiciária (Polícia Civil) e de polícia ostensiva (Polícia Militar).

    Em resumo, o Brasil precisa reorganizar o seu sistema policial, adotando princípios testados e aprovados em outros países do mundo. Não é possível que os nossos indicadores de desempenho sejam mantidos nos patamares atuais. Afinal, basta comparar o índice de elucidação dos crimes de homicídio no Brasil, de menos de 8%, com o de outros países (90% no Reino Unido, 80% na França e 65% nos Estados Unidos), para se verificar a ineficiência do nosso sistema policial. Como consequência deletéria deste quadro, temos que a quase certeza da impunidade leva ao aumento da violência e da criminalidade no País.

    Vale destacar ainda que, em quase todo o mundo, a polícia possui uma estrutura de ciclo completo, isto é, que concentra numa mesma corporação policial as atividades de prevenção aos delitos, de investigação policial e de polícia judiciária. Além disso, a atividade policial é exercida por civis, os quais ingressam na carreira para realizar funções de policiamento ostensivo e, com o passar do tempo, podem se desenvolver atuando em cargos de investigação e, posteriormente, alcançando cargos de direção na mesma polícia.

    Infelizmente ainda estamos muito distantes destas práticas modernas de fazer polícia. Existem, inclusive, muitas propostas em debate no Congresso caminhando no sentido contrário, ou seja, aprofundando o modelo atual. Há pouco tempo foi aprovada a Lei nº 12.830/13, e se tentou aprovar a PEC 37, o que só não aconteceu pela pressão exercida pelo Ministério Público e pelas manifestações populares contra a proposta. No entanto, outras emendas em trâmite tentam afastar, cada vez mais, a polícia de suas funções típicas, por meio de projetos que representam o interesse de grupos e não os da sociedade brasileira.

    Pode-se concluir afirmando que o dever de casa é imenso para que tenhamos no Brasil uma força policial compatível com os desafios do século XXI. Mas, com a mobilização e a participação de todos, é possível vislumbrar um futuro melhor. Quando teremos uma polícia de Estado e não de governos. Quando teremos uma maior integração entre a Polícia, o Ministério Público e a Justiça. Quando, enfim, teremos os direitos de cidadania consagrados como fundamentos do Estado Democrático de Direito, inscritos em nossa Constituição Federais, verdadeiramente respeitados e protegidos.
     

  49. imparcialidade

    o unico problema que vejo nos casos noticiados na TV é que fica claro a perceguição politica de alguns agentes publicos os casos que só por si seria uma bela investigação acaba por um completo teatro e pura apresentação para a midia informando de uma forma erronia e em muitas vezes inflamando a população para atos de baderna não vejo  as mesma atitudes em outros casos que tramitão na justiça e na PF acaba sujando outros servidores tão brilhantes que tem na instituição toda e qualquer ação que se misture que atos partidarios acaba pior que os investigados por se tratar de perseguição politica como deixar uma pessoa investigar atos de um partido se ele mesmo declara que é completamente contra o mesmo, coloquem quem é imparcial na integra e depois vamos pensar se tudo que foi apurado tem a real pureza dos fatos.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador