A violência em Joinville e a bagunça institucional

Por Motta Araujo

A VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS – UM PROBLEMA DE POLÍCIA – A explosão de violência no estádio de futebol em Joinville trouxe à luz uma curiosa situação que ocorre nestes tempos e neste país de anomias, aversão às regras de Governo, o Brasil tem uma propensão à bagunça institucional, porque ninguém se importa com isso.

Diz-se que não havia Polícia no estádio porque o Ministério Público proibiu guardas armados dentro do Estádio.

Em que parte do planeta o Ministério Público traça estratégias de comando da Polícia de Segurança? A Polícia não tem um Chefe e acima deste um Secretário? Ministério Público aqui, nos EUA, na China ou na França não é Estado Maior de política, não determina que tropa se usa ou se deixa de usar em determinada situação e ambiente.

Perdemos completamente a noção de governança do país. ISSO É UM CAOS INSTITUCIONAL.

Os Governos já não governam porque não sabem qual é sua autoridade, o Ministério Público se arvorou em um Poder acima dos Governos a ponto de determinar como a Polícia deve operar, estamos no CAOS INSTITUCIONAL.

Quem dá segurança ao cidadão e é RESPONSÁVEL pela execução das medidas de segurança é a Policia, comandada pelo seu Chefe, este pelo Secretário de Segurança do Estado e este por sua vez pelo Governador. É uma cadeia de comando, não há Governo no mundo que funcione sem hierarquia definida.

Quem é o responsável pelos graves incidentes ocorridos no estádio em Joinville, que estão manchando PESADAMENTE a imagem do Brasil no mundo, os fatos saíram em todas os noticiários no horário nobre, QUEM RESPONDE? O Ministério Público é responsável pela segurança no estádio? Claro que não é, a responsabilidade é da Polícia mas alguém do MP mandou a Policia ficar de fora, quem é que é o responsável então? Quem dá uma ordem responde por ela ou não?

Baseado em que princípio constitucional o Ministério Público de Santa Catarina determina se pode ou não entrar guardas fardados em um estádio? Quem lhes deu esse poder? O Secretário de Segurança não fala nada, não vai ao Supremo contra esse medida?  Quem é que vai por ordem no Pais, isto aqui está um Pais sem Governo, mas será que ninguem reclama dessa enorme bagunça que o Brasil apresenta ao mundo?

Pela Constituição, a Polícia é responsabilidade do Governador. Ponto.

Ou os Governos do País assumem suas responsabilidades e enfrentam essas invasões em sua autoridade, inclusive o Governo Federal ou este será para sempre um País ingovernável. Um pouco de autoritarismo é necessário até num convento de freiras carmelitas descalças, alguns ACM estão fazendo falta.

Redação

24 Comentários

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  1. A violencia em Joinville….

    Este é um dos melhores atigo que li até hoje, ou  os governadores FEDERAL, ESTADUAL MUNICIPAL, e até o Congrasso e Senado federal toma uma providencia ou o Judiciario toma conta, bem etendido olhando só para um lado.

  2. AA ataca de apocalíptico. “ISSO É UM CAOS INSTITUCIONAL”.

    O Ministério Público não traçou estratégias para a polícia. O estádio é privado. Não é obrigação originária do Estado, através da Policia Militar, garantir a segurança e a ordem em atividades privadas.

    Segurança em estádios é responsabilidade de instituições privadas …

    oab-ba.jusbrasil.com.br/…/seguranca-em-estadios-e-responsabilidade-de-…‎

    MP sugeriu segurança particular, diz responsável pela Arena …

    há 1 dia – MP sugeriu segurança particular, diz responsável pela Arena Joinville … disse que Atlético-PR era o responsável pela segurança do estádio.

    No Japão, segurança nos estádios é feita por seguranças …

     

     

    1. Assis, por princípio voce

      Assis, por princípio voce estaria correto, mas na prática não é o que ocorre.

      Em praticamente TODOS os jogos importantes, a PM policia dentros dos estádios, é a praxe.

      O que é inadimissível é o MP constranger o Governo a não policiar o estádio.

      1. Desconhecimento

        O MP é órgão de segurança pública, garoto. Não constrangeu ninguém, agiu interativamente como deve ser feito em qualquer país minimamente civilizado.

        Ou o mocinho acha que entregar a segurança pública apenas as polícias comandadas por governos é outra coisa senão criar um governo totalitário  ?

        A participação do MP, como representante do cidadãoi, de maneira independente e sem atrelação a governo algum,  é a garantia da democracia em qualquer lugar do mundo.

        Tem neguinho que gosta mesmo de uma ditadurazinha prá chamar de sua. Haja paciência.

         

        A Polícia, o Ministério Público e a Autoridade Penitenciária devem agir interativamente em prol da segurança pública.

         

         

        http://portal.mj.gov.br/main.asp?ViewID=%7B1BFF9F1B-2ECD-4A25-9976-661FB5A66624%7D&params=itemID=%7BE16A5BBC-4A90-4C01-88A7-643B4A1DD68C%7D;&UIPartUID=%7B2868BA3C-1C72-4347-BE11-A26F70F4CB26%7D

        1. MP e Estádios

          O MP não é Segurança Pública… É Fiscal das Polícias. O MP não é preparado para ‘planejar segurança pública… O Governo é responsável pela Segurança Pública, no caso, o Estadual… O MP está estrapolando sim, quer governar sim… se o MP acha que não deve haver polícia dentro do estádio, acione o Governo Estadual… Não recomende… Isso porque na hora que dá errado, e deu agora, o MP faz exatamente o que fez: “eu não mandei nada…” E aí, quem fiscaliza isso? o MP… O MP brasileiro é mais uma jabuticaba …

      2. Voce está certo Daniel. Mas o

        Voce está certo Daniel. Mas o goveno de Santa Catarina não devia se deixar ser constrangido coisa alguma. Mandava a policia para o estádio e pronto.

        Se o MP reclamasse se disutiria essa questão na justiça, onde ficaria claro o absurdo que é se fazer segurança privada em jogos de futebol, ainda mais decisivos e envolvendo grande clubes. É só lembrar que o Morumbi é do São Paulo, São Januário do Vasco e assim por diante

  3. De fato, o Araújo está

    De fato, o Araújo está certo.

    Esse mp está passando dos limites. E ´pior é que ninguem diz nada contra o que eles fazem.

    Agora, a impressão que se tem é que esse governo federal não tem pulso para combater a violencia desse país. Não adianta dizer  que os governos estaduais são os responsaveis pela segurança nos estadios. O governo federal juntamente com o inepto ministro da justiça estão complemente perdidos no combate à violência no país.

  4. Cargos de confiança…

    Isto tudo aí está acontecendo por causa dos cargos em confiança, secretários e três cargos abaixo são cargos em confiança. Pessoas despreparadas que não sabem a função que exercem, mas dão ordem ao resto dos servidores efetivos de carreira.

    As prefeituras de Joinvile e todas as outras Brasil afora estão sofrendo isto aí. Agora a moda é o Procurador dar a ordem para o Prefeito executar.

    Na minha visão a Lei da Ficha Limpa ajudou um pouco este problema institucional, como a justiça é lenta (quase imóvel), um processo qualquer inviabiliza uma candidatura por uns 8 anos. No caso descrito é o Governador (Raimundo Colombo antes pelo PFL, Dem, agora PSD) que está sofrendo com os procuradores mordendo o calcanhar.

    E já expliquei o porquê do nome do governador não ser colocado na mídia. ACM deve estar virando do túmulo. 

  5. Para variar, os privados

    Para variar, os privados fizeram a bagunça e, agora, querem culpar o MP e a Polícia Militar. Evento particular, fechado, com cobrança de ingressos. No máximo, caberia à Polícia Militar fazer a ronda externa (pública). Aos responsáveis pelo evento particular (fechado, repito), caberia a segurança interna. Em SC a PM cobra para fazer a segurança interna de jogos de futebol, o que é ilegal. O MP, portanto, está correto. Agora, os de sempre (privados), sabendo com o que estavam lidando (rebaixamento do Vasco), “economizaram” na segurança particular, deu no que deu. Aliás, o Brasil todo sabia que o Vasco iria colocar elementos de provocação entre as torcidas, buscando o “tapetão” eou a suspensão da partida se o resultado lhe fosse desfavorável.

    Agora, alguém lembra de PM fardado e armado em boates? Ou em festas de casamento? Ou em bailes sociais?

    Ora, ora e ora: a responsabilidade total é de quem “acolheu” o jogo em Joinville.

    O resto, desculpas esfarrapadas dos de sempre.

  6. Definitivamente, os MPs estão
    Definitivamente, os MPs estão fazendo campanha pelo caos, ou seja, quanto pior melhor.

    E também passsou da hora do poder executivo, em todas as esferas, tomar as rédeas da situação.

    O responsável direto pelo incidente, na minha opinião, e o Governador, que decidiu acatar esta ordem estapafurdia do MP. Entretanto, o MP catarinense precisa ser punido.

  7. Procurar o Papa !

    Já há algum tempo, mais recrudescido após Lula,  o país virou uma bagunça. Quem manda ?

    Só no tempo da Ditadura houve realmente mando. Um mando abominável, mas houve e todos respeitaram ou piseram o rabo entre as petrnas e aceitaram as ordens emanads de um superior. Não havia greves, roubos de bancos, a mídia não incitava a desobediência como faz hoje.

    O Presidente do Senado já foi obrigado a renunciar, se envolveu com malfeitos, deu exemplos péssimos de chefe de família…..e voltou a ser Presidente do Senado e peita o Presidente da República…..que belo exemplo para os aprendizes sobre cidadânia- qunrto pior levo mais vantagem !

    Os roubos generalizados….e não punidos, pois a mídia os esconde e naltece os que lhe interessam, dando um sentimento de injustiça e que ser honesto não vale à pena, o que vale é a versão dos fatos e o que O Globo vai manchetar e a Justiça “da mídia” avalizar.

     

    A Justiça mandou gente para a cadeia; a OAB  finalmente chiou; constitucionalistas, filósofos, poetas, professores emitiram opiniões contra o absurdo poilítico-jurídico e….o Barbosão e seus deuses- asceclas  cagaram e andaram ……..Cadê respeito ?

     

    Enquanto vivermos de forma virtual, nos enganando e só reclamando ( e contraindo malefícios) nada vai mudar….e só nos resta  procurar o Papa.  Quem diria: “um argentino ser o nosso divino ídolo”.

     

  8. Que besteirol

    Na Europa inteira e até na América do Sul a segurança é privada e de responsabilidade do clube organizador. A lei brasileira 

    A lei brasileira ( 10671/03 ) também prevê, acertadamente, que a segurança aos torcedores é de inteira responsabilidade dos organizadores, como o é em qualquer evento privado e que estes organizadores devem elaborar o plano de segurança e o mesmo deve ser aprovado pelas entidades responsáveis pela segurança pública locais onde o evento se realiza, e o MP é sim uma dessas entidades, e no caso específico em questão atuou neste caso como em todos os outros de comum acordo com a PM.

    Isso para ficarmos apenas no besteirol do âmbito legal. Se partirmos para a prática, o besteirol fica maior ainda. Assim como a presença da PM não evitou as violências de manisfestaçoes pelo Brasil afora também não coíbe esse tipo de violência ocorrido em estádio pelo Brasil recentemente. Apenas para ficar no exemplo em questão, o Atlético estava jogando em Joinville justamente por estar sendo punido e proibido de jogar em Curitiba porque em um jogo recente sua torcida proporcionou o mesmíssimo espetáculo em um estádio local COM A PRESENÇA DA POLÏCIA.

    Então asolução não passa pela intimadação e repressão a esse bando de arruaceiros pela policia militar e sim pela punição exemplar aqueles que ganham dinheiro, e muito dinheiro, com a exploração da prática do futebol. Aquilo que no Brasil ainda se chama de clube, embora há muito tenham se transformado em empresas muuuuuuuuuuuuito lucrativas. Mexer no bolso desses caras, assim como foi feito na Europa é a solução para acabar com isso. Se, por exemplo, o Atlético tivesse sido punido exemplarmente num dos muitos espetáculos terríveis de violência proporcionados pela sua torcida ocorrido há poucas semanas, tivesse sido excluído da competição, rebaixado para a série B, C ou D, como ocorreu em casos na Europa, excluído de competições nacionais ou internacionais por um período, os próprios dirigentes se preocupariam em tornar o seu negócio, o espetáculo que negociam a preços caríssimos tanto com aqueles que vão ao estádio quanto com aqueles que compram o direito de assitir em casa por PPV em espetáculos seguros e de entretenimento e não em espetáculos de violência como temos visto por aí, onde uma empresa que está investindo 300 milhões de reais na reforma de seu estádio para a copa, contrata 60 ( isso mesmo, sessenta ) seguranças para fazer a segurança de um jogo de alto risco onde se sabia, haveria torcedores de ambos os participantes, sendo que o clube local, o Joinville, que disputa todos os seus jogos SEM POLÏCIA MILITAR, contrata o triplo deste número para garantir a segurança de seus torcedores, mesmo que na maioria dos casos são jogos de uma só torcida.

    No mais, sobre a atuação do MP catarinense em relação ao futebol, eu gostaria de saber quantos espetáculos como estes foram vistos quando os jogos envolviam equipes catarinenses ? Não só por isso, mas também por isso, pelo MP catarinense ter sido ativo em relação a segurança e a lisura no futebol, o pequeno estado do sul atrai hoje muitos investidores para essa atividade e tornou-se neste fim de ano o SEGUNDO estado brasileiro com maior número de participantes do campeonato brasileiro série A, perdendo apenas para São Paulo. 

     

    1. Certo, segue-se a burocracia

      Certo, segue-se a burocracia cegamente, e então numa decisão no Morumbi entre São Paulo e Corinthians, a segurança será feita pelos leões de chácara do São Paulo que é dono do estádio.

      Consta que o Chiapas iria ao jogo com a camisa do Corinthians e ficaria bem próxima a torcida tricolor. 

      1. Certo

        Com polícia militar despreparada e armada é que eu não vou.  

        Havia na Inglaterra até a década de 80 um dito que rezava que o pior lugar para se estar era em um estádio de futebol num sábado a noite. Hoje, diz-se que o lugar mais seguro da Inglaterra são as arenas de futebol. 

        Reparem que até a mudança da nomenclatura foi pensada com afinalidade de se mudar a abordagem sobre o assunto.

        Mas, fazer o que, o nobre comentarista acredita que tudo se resolverá como que por encanto, sem punição aos envolvidos e com a polícia descendo porrada nos baderneiros e em quem mais estiver por perto.

        É só mais um filhote da ditadura que aprendeu a viver desse jeito e não mudará nunca. Deus o proteja dos baderneiros e da polícia.

  9. Evento privado.

    Uma partida de futebol é evento privado. Cobra-se ingresso por isso. A Polícia Militar não fez segurança privada no Rock In (Maconha) Rio, nem em boates, nem em rodeos. Pode cuidar do entorno. Revistas e segurança no local do evento deria ser privada.

    Aí vem uma lei, o Estatuto do Torcedor – no art. 14 inciso I, e diz que a entidade desportiva detentora do mando de campo deve solicitar a presença da polícia pra garantir a segurança debtro e fora do estádio. Uma verdadeira excrecência legal. Bravo.

    O problema está na presença de “idiotas” ditos torcedores – em sua maioria, membros de “torcidas organizadas” vejam são sempre os mesmos “black blocs” do futebol – que vão ao estádio – patrocinados pelos clubes de futebol, que garantem pra eles ingressos e até viagens de graça.

    Em geral, na origem, os clubes – mandante e visitante – são responsáveis pela violência. Patrocinam a turba. A entidade promotora do Campeonato sai ilesa. Quando ela deveria cobrar dos clubes uma postura mais rigorosa (mas que moral tem a CBF e seus dirigentes?).

    No caso, o Ministério Público agiu de modo temerário – não dimensionou o potencial problema – e o comando da Polícia Militar de modo omisso. Resultado, barbárie.

    No fim é isso, o Estado só existe pra ser culpado das coisas irregulares. Houve confusão, a culpa é do Presidente, é do Governador, etc. Mas quem causa a confusão. Esse ninguém proíbe de entrar noutro evento. Assim, causou confusão hoje, amanhã não entra mais (mas como dito, esses arruaceiros são patrocinados pelos clubes – que são por isso coniventes). Basta identificar o cidadão e proibir a existência de ingresso ao portador.

  10. Como é visto este tema , nos

    Como é visto este tema , nos partidos em geral , apesar da taxa de desemprego ser pequena , a violencia tem crescimento cada vez maior ,quais politicas de segurança são adotadas, hj temos vários Estados governados por partidos diferentes mais nenhum deles tem mostrado uma solução ou caminho que funcione.

  11. E polícia só pode atuar com

    E polícia só pode atuar com suas arminhas de fogo, rojões bombásticos e colírio de pimenta?

    Santa paciência é verificar que a) MP emite ordem e; b) PM só acha que pode ser PM com armas de fogo.

    Quer dizer, guarda, sem arma, não é nada.

    Desmilitarização da Polícia, já!

  12. Chamamento ao golpe

    “Quem é que vai por ordem no Pais, isto aqui está um Pais sem Governo, mas será que ninguem reclama dessa enorme bagunça que o Brasil apresenta ao mundo?”

    Pensamento equivalente ao dos militares golpistas de 64.

  13. de 10 jogos..

    de 10 jogos da rodada, inclusive um com mais de 50 mil pessoas na Fonte Nova, não aonteceu nada e todos com a PM presente no estádios como de praxe apenas em Joinvile um Promotor decidiu inovar..

    “Criei um monstro” Fernando Lyra sobre o MP..

  14. Joinville

    DO TERRA MAGAZINE

    O Brasil é todo Joinville

    A mim não surpreendeu a violência mostrada domingo na briga entre torcedores do Atlético do Paraná e do Vasco, em Joinville (SC).

    Esse é um sentimento que vem crescendo no país há décadas, sem que a sociedade consiga, pelo menos, percebê-las progredindo, que dirá entender suas causas.

    Lembro-me nas décadas de 1970/80, percebendo o fosso social que se criava pela má distribuição de renda, enquanto a conservadora Província de São Paulo supunha proteger-se erguendo muros altos, eu pensava: não vai adiantar, o fedor passa por cima.

    O que se viu em Joinville é correlato perfeito às guerras, conflitos armados, passados e presentes.

    Desfralda-se uma bandeira de amor a uma pátria, que pode ser país, religião, clube, partido, carnes ou vegetais. Não importa. Vale a discordância.

    Combatentes são treinados, vestidos e armados para encontrarem os inimigos e matá-los. Se não o fizerem, serão eles que voltarão para casa em caixões.

    Não há o fazer prisioneiros, não há Convenções Internacionais para respeitar, campos de concentração, trégua, armistício, nada.

    Vai-se para a morte. Nos estádios, nas estradas, nas ruas desprotegidas dos bairros de classe média, nas vielas e casas onde moram famílias pobres, que naquele dia poderão perder um filho ou apenas um São Jorge no dragão.

    Isto na real. A mesma coisa no virtual das redes sociais digitais. Anônimos constroem termos para esmigalhar desafetos.

    Folhas e telas cotidianas estarrecidas – ah, estarrecidas? Já pesaram sua influência? – informam que aquele rapaz seminu, que desceu da arquibancada através de uma placa de propaganda, confessou ao pai lembrar-se apenas de ter ouvido gritos de “mata, mata, mata”.

    Pensa assim estar mostrando um absurdo. Não está. Matar não traduz completamente o que a turba queria ver acontecer.

    O mote certo aí seria: “esmigalha, esmigalha, esmigalha”, tanto o ódio envolvido. Tantas pessoas pisando sobre um corpo sendo estraçalhado. Todos querendo contribuir.

    Sim, como fazemos com os insetos. Com as formigas, por exemplo. A sola dos sapatos arrastando no chão até que pozinho nenhum possa ser visto a olho nu. Esmigalhar, esfarelar até as menores partículas possíveis. Que nem o sangue pudesse ali secar e deixar mancha de lembrança.

    O Brasil está e continuará assim. Ficou feio ser bom. Ficou engraçado o humor grosso. Ficou poder falar ou cantar berrando. Ficou potência encher o bolso de nulidades com dinheiro. Ficou chic ostentar.
     

     

     

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